X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A prática milenar da chacoalhada https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/18/a-pratica-milenar-da-chacoalhada/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/18/a-pratica-milenar-da-chacoalhada/#respond Mon, 18 Nov 2019 20:47:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2792 Por Dolores

Cresci em uma época em que, pra gente ter acesso à pornografia, era preciso descolar um jornaleiro brother que vendesse as revistas sacanas para menores de idade, ou, caso não houvesse nenhum deles nas redondezas querendo cometer um crime, esperar até a madrugada das sextas-feiras para assistir aos filmes que a Bandeirantes passava.

Havia também algumas alternativas mais lightcore, como as promessas de peitinhos nus no programa do Mielle, no SBT, em que cada mulher era identificada como uma fruta – daí a gente chegava na escola e os meninos elegiam qual fruta a gente era, baseados no tamanho das nossas bundas. Era, enfim, uma época divertida, porém difícil.

Hoje, a dificuldade é fugir do acesso à putaria. Às vezes a gente até quer ficar de boa, e um anúncio de spray para aumentar a piroca pula na tela, ou o de um Tinder específico pra comer mulheres casadas, ou mesmo uma aba que a gente se esqueceu de fechar ressurge das cinzas do Chrome modo anônimo e retoma de onde paramos aquele vídeo esperto do portal especializado em sacanagem.

Esses sites, aliás, no geral me servem de entretenimento frequente, solo ou em dupla, mas nunca foram uma grande fonte de aprendizado – tudo que está lá eu meio que já fiz, já quis fazer, ou no mínimo já conheço.

Recentemente, no entanto, fui surpreendida por uma prática aparentemente milenar, e que só eu ainda não conhecia. Que vez ou outra até aparecia nas produções que eu escolhia ver, mas que devia passar desapercebida em meio a tanta penetração e felação. Um negócio tão simples, a ponto de sumir em meio ao todo, mas que, na prática, tem um valor inestimável e anda me fazendo bem feliz.

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A chacoalhada. Conhece?

Não, não tem nada a ver com o pinto balançando, tampouco com ele servindo de instrumento para bater nos outros. A chacoalhada é um movimento muito especial que pode ser praticado por todos os gêneros, em ocasiões variadas, e que consiste em um dos participantes do rolê pegar nas carnes do outro e pura e simplesmente balançá-las.

Não se aplica força, na chacoalhada. Não é necessário qualquer vigor. A arte de chacoalhar, inclusive, envolve uma certa sutileza, um certo controle na pressão e velocidade. Como quando, por exemplo, eu estava sentando em um cara neste fim de semana, de costas para ele, que me enfiava o pau e os dedos em todos os lugares disponíveis, e, com a outra mão livre, ele me aplicava uma chacoalhada na bunda.

É algo próximo a um tapinha que não agride, e tem como única função a de empurrar as coisas para cima, para o lado. Ou uma agarradinha suave, para depois balançar tudo. Vale nas coxas, no saco… é livre.

Mas qual a graça, Dolores, você me pergunta? E claramente vejo que, se a chacoalhada ainda lhe parece tosca, é porque você, como acontecia comigo pouco tempo atrás, ainda não é um iniciado nas delícias dessa prática, duvidando, portanto, de sua utilidade.

A graça, leitor, é impor ao outro uma quase humilhação, uma imposição de propriedade, algo como “eu chacoalho suas carnes, sim, porque quem manda aqui sou eu”. Isso, fora o prazer que dá, depois de chacoalhadas, as porções serem mordidas ou violadas. Recomendo.

Em terras de pouca novidade, como são os portais de pornografia, é sempre uma grata surpresa descobrir uma prática teoricamente inédita que não envolva escatologias ou a necessidade de enfiar um braço inteiro dentro de mim, para que eu me surpreenda. Um verdadeiro presente para quem, como eu, é fã da simplicidade.

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Vestígios do seu sexo em mim https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/01/30/vestigios-do-seu-sexo-em-mim/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/01/30/vestigios-do-seu-sexo-em-mim/#respond Wed, 30 Jan 2019 16:18:30 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2578 Por Dolores

Ainda não consegui decidir, amante meu, se o momento mais difícil de separação entre mim e você é aquele em que o vazio se abre, depois que você sai de dentro de mim, ou se é aquele, passadas horas e horas dessa desconexão, quando retomo meu corpo só para mim, e surgem nele vestígios seus.

São propositais? Há um planejamento, um cálculo, uma execução de metas?

Você determina, por exemplo, o ponto exato da mordida mais doída que vai dar no peito, de modo que a marca roxa seja, em escala exata, uma reprodução ampliada do diâmetro do meu mamilo?

 

casal
Crédito da foto Pinterest

 

E o arranhão da barba na virilha e coxas: premeditado? A lâmina abandonada por três dias seguidos, o movimento circular com força quando passa pelas minhas carnes mais macias, é tudo porção de um plano complexo que prevê que eu me lembre da sua língua e lábios toda vez que olhar para baixo ou vestir minha calcinha?

Se são feitos voluntários, não há nada mais que eu possa dar a você do que parabéns. Porque funciona. Funciona bem. Causam saudade imediata, carência absoluta, angústia irremediável e tesão por imaginar que em muito breve vou ver você de novo, e sua dança irresponsável em busca de evidências vai me envolver outra vez, me grifar, sinalizar que é pequena a chance de completude quando você – ou seus pedaços – não estão.

Hoje, foi no banho que você voltou para mim, amante meu.

Com a ponta dos dedos, cavei meus pelos e lá encontrei os pelos seus (caracóis que tanto amo, lembra, meu bem?), e escorreguei tudo para dentro de mim até alcançar o buraco macio em que dormia, ainda quente, o gozo que você derramou na última noite enquanto segurava firme meu quadril em direção ao seu.

Aliás, amante meu, repare nas suas mãos agora: deve haver um fio de cabelo enrolado nelas, vestígio meu também daquele exato momento, quando uma trança jazia presa entre o seu indicador e o polegar. Acho que até mesmo a submissão é capaz de deixar marcas de amor em alguém.

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Vocabulário básico de sexo sadomasoquista https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/11/25/vocabulario-basico-de-sexo-sadomasoquista/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/11/25/vocabulario-basico-de-sexo-sadomasoquista/#respond Sat, 25 Nov 2017 13:15:55 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2227 Você sabe o que é pet play? Ou switcher? Curiosa que sou, fui olhar por aí os termos que fazem parte do submundo secreto, porém vasto e popular, do BDSM. Começando pela própria sigla!

 

BDSM
Crédito da foto Estilo BDSM

BDSM: acrônimo que representa várias práticas e expressões de comportamento sexual: bondage e disciplina, dominação e submissão, e sadismo e masoquismo.
Bondage: imobilização ou restrição parcial dos movimentos do corpo por meio de cordas, correntes, tecidos etc.
SSC: a base das práticas BDSM, sanidade, segurança e consenso.
Top: é aquele que detém o poder da prática em questão, o ativo, que promove as práticas, quase sempre desempenhada pelo dominador, também chamado de dom, máster, mestre ou senhor (domme, dominatrix ou senhora, se for mulher).
Bottom: é aquele que está sob o poder do top, o passivo, que sofre as práticas, em geral, o submisso, conhecido ainda como sub, escravo, servo.
Encoleiramento: é o ritual onde o top dá a coleira, símbolo físico ou virtual de compromisso e propriedade, a seu bottom. Pode ser um evento público, com alguns convidados, ou privado, somente entre o top e o bottom.
Roleplay: encenações de papéis em uma sessão de sexo, como chefe e secretário, professora e aluno, etc.
Ageplay: encenações que se baseiam em diferenças de idade.
Petplay: encenações de relação entre um dono e seu animal de estimação. Cachorro (dogplay), gato (catplay) e cavalo ou pônei (poneyplay) são as mais comuns.
Swicher: praticante de BDSM que sente prazer tanto como dom quanto como sub.
Sissy maid: é a feminização forçada de um homem submisso, em geral, atuando em um papel de servidão ao dom/domme.
Spanking: é um ritual para disciplinar o parceiro por meio de tapas e outros castigos físicos.
Safeword: a palavra ou gesto do bottom, que é combinado anteriormente entre os envolvidos na sessão, para indicar pedido de pausa, ou que há algo errado ou incomodando.

Conhece BDSM? Adicione novos termos ao nosso glossário! Mande para carmenfaladesexo@gmail.com

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Libera geral (ou não) https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/06/01/libera-geral-ou-nao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/06/01/libera-geral-ou-nao/#respond Thu, 01 Jun 2017 18:38:51 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2067 Quando o parceiro ou a parceira é mais liberal que a gente, a gangorra de emoções e excitações pode ser angustiante ou estimulante – mas nunca neutra.

Recebi a história de um cara que não quis se identificar. Ele contou sobre o relacionamento sexual que teve com uma mulher baiana, casada, assim como ele. Ela, liberal, adepta de BDSM, praticante de ménage e do poliamor – um mundo novo que gerava conflitos internos para ele, mas também muito prazer. “Tesão é uma descoberta constante na vida”, escreveu.

 

Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

Algumas pílulas do que me contou:

– “Na primeiríssima vez que fomos para a cama, ela me abraçou e disse ‘não peça nada, mande. Eu obedeço, hoje faço o que quiser’. Meu pau já começou a latejar, começamos a nos abraçar e nos esfregar, o pau babando e a xoxota dela toda melada, foi ótima sintonia de pele e o cheiro”.

– “Ela ficava falando um bocado de putaria, de sacanagens que gostava e havia feito no meio da trepada. Começou a contar que um outro amante lhe amarrava e lhe punha uma coleira, deixava uma vela acesa escorrer a cera quente em seus bicos, colocava-a de bruços, dava uns tapas na bunda, a mandava abrir as nádegas e deixava cair a cera no cuzinho dela até tapar, depois vinha com o cacete duro e enfiava arrombando tudo. Confesso que me instigou, gozarmos bastante”.

– “Acabamos criando muita intimidade, sabia que ela não trepava só comigo e o marido, tinha o outro amante, que era bissexual, e sei lá mais quem. Começaram muitas brigas por ciúmes. O fato de ela ser uma viciada em sexo, a princípio, me deixava todo enciumado, mas confuso porque também ficava com muito tesão. Era pensar nela fodendo com outros e meu pau molhava a cueca. Quando ela contava umas surubas que ela fazia com o marido, enquanto trepava comigo, eu ia à lua e voltava várias vezes”.

– “Um dia, desconfiei que ela fosse trepar com outro cara, a segui até entrar em um motel. Fiquei no quarto do lado tentando escutar pela parede e batendo punheta, depois fui para esquina da casa dela e quando ela passou, eu a chamei,  pedi para entrar no meu carro, e a levei para a minha casa. Eu a agarrei e fui logo a beijando, louco de tesão, tirei sua roupa e chupava a buceta toda molhada de outra transa. Ela, pra disfarçar, dizia que estava com muito tesão, não sabia que eu a tinha seguido, não contei nada. A sensação era inebriante, o tesão fortíssimo, o cheiro de sacanagem no ar deixava meu cacete todo babado, era um êxtase, toda essa troca de fluidos sexuais.”

 

Você tem um relacionamento liberal? Tem conflitos em relação a isso? Conte para carmenfaladesexo@gmail.com

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Existe algo que seja inadmissível na cama? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/06/15/existe-algo-que-seja-inadmissivel-na-cama/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/06/15/existe-algo-que-seja-inadmissivel-na-cama/#respond Wed, 15 Jun 2016 21:26:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=1734 Eu nunca tive problemas em me ajoelhar para chupar um pau. Não me sinto desrespeitada, subjugada, pela posição.

Sou de um signo do zodíaco que é cuidador por natureza, que quer agradar e se dedica ao bem-estar do outro. Tirar os sapatos do meu homem no fim do dia, fazer uma massagem em seus pés cansados, nas suas costas tensas, é agradável para mim. Partir para um momento de dedicação ao seu deleite sexual, me dá muito prazer.

Sempre gostei de fazer sexo oral, de verdade. Saber que sou capaz de dar tamanho prazer a um cara me satisfaz. Faço no altruísmo, apesar de adorar receber também.

Falo disso porque nunca tinha enxergado a posição de joelhos diante de um homem de pé e braguilha aberta, sob o espectro da dominação machista, da humilhação à mulher, até que uma amiga me contou: “chupo, mas nunca ajoelhada”.

Outra questão que apareceu em conversas é a cuspida e o tapinha na cara. Na bunda, é quase consenso, tudo bem. Já no rosto… Eu particularmente não curto, provavelmente porque, para mim, tenha mesmo essa conotação de opressão, uma ideia lapidada social e culturalmente. Zero prazer para mim nisso. Mas se houvesse desejo e consentimento, isso seria algo ruim? Tudo é questão de construção e desconstrução, inclusive o tesão.

Para existir uma relação igualitária na cama, homens, mulheres, héteros, homossexuais, bissexuais e trans devem ter liberdade para escolher o que querem fazer ou deixar que façam com seus corpos, sem serem criticados.

Fiquei elaborando esse tema até ler uma boa reportagem do site Lado M. Foram entrevistadas feministas que curtem desempenhar o papel de submissas com parceiros. Porque é isso, um personagem, um teatro, uma brincadeira. Claro que existem limites escorregadios, como comenta Evelin Fomin, do coletivo Somos Todos Feministas.

“A submissão sexual tem de partir de uma persona, daquilo que a mulher entende que gosta e isso envolve se conhecer e saber qual é a sua. Se ela for submissa por códigos morais, isso rende um grande desequilíbrio, uma disparidade absurda. Porque na cama estão duas pessoas e é a partir de como essa dualidade funciona que as satisfações virão – ou não”.

 

Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com
Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com

 

Então, vamos lá, garotas e garotos:

– Se ela gosta de ficar de quatro, OK!

– Se ela ama tapa na bunda, OK!

– Se ela acha OK tapa na cara, OK!

– Se ela curte ser cuspida, OK!

– Se ela adora de ser chamada de puta, OK!

– Se ela quer ficar ajoelhada, de coleira e ser pega pelo pescoço, OK!

A única condição é que tudo isso seja feito para o aproveitamento mútuo e não para agradar apenas a um.  “Estamos falando de buscar o prazer próprio, sem abrir mão de proporcionar o mesmo ao outro. Obviamente que na troca sexual há doações, você eventualmente fará algo que não te excita tanto assim, porque tem vontade de proporcionar algo para a outra parte que gosta daquilo mais que você, e não há problema nenhum nisso, se não for ofensivo a você”, diz Evelin.

Mandem suas histórias picantes para o X de Sexo. Meu e-mail é carmenfaladesexo@gmail.com

 

 

 

 

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