X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Foi bom enquanto durou – a despedida https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/11/22/foi-bom-enquanto-durou-a-despedida/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/11/22/foi-bom-enquanto-durou-a-despedida/#respond Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3230 Por Carmen

Hoje o “X de Sexo” encerra sua jornada. Foram mais de oito anos falando sobre sexo aberta e safadamente, tentando descontruir preconceitos e – por que não em um jornal? – oferecendo momentos prazerosos.

 

lingerie
Crédito Unsplash/Womanizer Toys

 

As sete autoras que passaram por essa cama virtual se revelaram, se não pelos nomes reais, pelas vontades, experiências e pontos de vista sobre esse tema que faz parte de beleza de se estar vivo, que instiga, reprime, define, desafia. Tão importante quanto, este foi um espaço livre, onde os leitores puderam contar suas fantasias e histórias reais de desejo e de dúvida.

O blog foi lançado em agosto de 2013 e – 549 posts depois – vimos um mundo de transformações. Para citar apenas algumas, o movimento MeTooes nos fez olhar de forma genuína para a questão do consentimento, e esta pandemia sem precedentes nos forçou a repensar o toque e o respirar, a proximidade e a confiança. A liberação sexual avançou em algumas frentes – piadinhas homofóbicas e a objetificação das pessoas negras não sobem mais ao palco, por exemplo. Por outro lado, retrocedemos, puxados por uma onda conservadora no Brasil e em outros lugares também.

Esta é uma despedida e também uma declaração de esperança de que sempre seja possível falar de sexo de forma livre, sem censura, em todos os gêneros, números e graus de angulação, como nos propusemos aqui desde o nosso primeiro dia.

 

 

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“Cadê o Brad da sua vida?” https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/28/cade-o-brad-da-sua-vida/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/28/cade-o-brad-da-sua-vida/#respond Wed, 28 Jul 2021 14:16:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3191 Por Carmen

“Faça um favor para si mesma e assiste a série ‘Sex Life’…”, li no meu WhatsApp a mensagem de uma amiga, referindo-se à primeira temporada da trama que estreou no final de junho na Netflix. Já estava no meu radar – apesar de uma leve rejeição ao velho conhecido clichê de uma dona de casa entre a vida de casada com o marido perfeito (e a casa, e os filhos, e a conta bancária) e o sexo selvagem perdido de outrora. Pois bem.

 

Sex Life
Crédito da foto Divulgação/Netflix

 

Resisti alguns dias, até uma noite, 23h, em que pensei no passatempo breve antes de dormir. Logo no primeiro episódio já me deparei com Cooper, o marido de gel no cabelo, bonzinho e bem-sucedido no mercado financeiro. Também, com Brad, o cara gato de cabelos displicentes, indomável e com um trauma de infância capaz de fazê-lo o melhor produtor musical de Nova York e o amante perfeito para noites de transas intensas.

A exemplo da cena do flashback do primeiro encontro, logo no primeiro episódio, em que, a certa altura, nossa protagonista, Billie, está diante do skyline da cidade, na piscina da cobertura de Brad, onde trocam o primeiro beijo, seguido de um striptease dela para ele – apenas calcinha e botas – e de um mergulho na piscina, os dois nus, e ele a colocando sentada na borda para morder seus seios de leve antes de um caprichado sexo oral. “Cadê o Brad da sua vida?”, reli naquela mensagem de quem me conhece tão bem.

Passava das 2h30 da madrugada, quando desliguei à força, exausta e cheia de tesão pelos relatos de Billie no diário que começa a escrever em seu MacBook – lido minuciosamente pelo marido dela, às escondidas. Sem mais spoilers, o estilo “soft porn” para mulheres funciona, apesar da previsibilidade. Corpos lindos, ambientação ora misteriosa, ora cheia da angústia de uma mulher que escolheu abrir mão do melhor sexo da sua vida pela segurança de uma relação morna.

 

Sex Life
Crédito da foto Divulgação/Netflix

 

Recomendo. Você vai se deliciar com a dedicação de Brad para fazer Billie gozar, seja no banheiro de uma casa noturna, seja no elevador durante um pequeno trajeto, seja na mesa do restaurante, seja nos túneis do metrô, seja no chuveiro (por trás), seja no sofá da sala; ela sentada por cima dele, ele segurando gentilmente seus quadris, olhos nos olhos, bicos dos seios massageados, um pau enorme e uma paixão avassaladora.

Seja, ainda, nas tentativas do marido ideal de reconquistar o interesse insaciável que desconhecia na sua esposa quase perfeita. Depois você me diz se apostaria a sua própria vida ao lado da segurança que só um Cooper pode proporcionar, caso tenha tido a sorte de encontrá-lo, ou da emoção contida em um Brad – este, espero, já ter aparecido ao menos uma vez na sua trajetória…

Maratonei a primeira temporada em, no máximo, três noites de silêncio em casa, me masturbando junto com a Billie, sentindo um arrepio nas costas ao vê-la sucumbir à sedução daquele amante impecável, me lembrando de como é potente se sentir escandalosamente desejada e livre (assistir sozinha é melhor, garanto) – e de como é aconchegante sentir o amor e a lealdade de alguém. Finalmente, respondi à provocação da minha Sasha (a minha melhor amiga na vida real)… “Isso não se faz, recomendar uma série dessas para quem está há anos num relacionamento estável. Resta saber, na verdade, cadê a Billie em mim…”. (Ou em você!)

 

 

 

 

 

 

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Sexo (e amor!) para todes! https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/06/27/sexo-e-amor-para-todes/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/06/27/sexo-e-amor-para-todes/#respond Sun, 27 Jun 2021 21:42:13 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3183 Por Carmen

Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+. O termo, que vem sendo atualizado ao longo de décadas, reconhece todas as formas de expressão da sexualidade e do gênero contidas em um corpo deliciosamente humano. Se você sabe do que estou falando, ou se ainda não compreende o universo que pode caber em nós, sugiro que se deleite com as próximas linhas. Historinhas de amigos, conhecidos e desconhecidos, que gosto de ouvir e colecionar. Por um mundo diverso, cheio de cor e respeito. Um sussurro ao pé do ouvido: pode dar um tesão imenso saber – de peito aberto – do tesão de cada um de nós…

 

LGBTQIA+
Crédito da foto Sharon McCutcheon/Unsplash

 

Estava em um jantar quando conheceu um advogado interessantíssimo. Amigo de amigos. Não levou uma semana, recebeu uma mensagem. Insistindo em um café, ainda que sabendo do compromisso do designer com seu companheiro. Finalmente encontraram-se. E sentiram a mesma atração, de tirar o ar. Beijaram-se. A sós, chuparam-se, seguraram com firmeza o pau um do outro. Transaram. Cada movimento, um por dentro do outro. Gozaram intensamente.

Eram amigas, saíam com a mesma turma. Uma delas acumulava experiências heteronormativas. A outra, já havia beijado uma menina. Se aproximaram, sem perceber, cada vez mais. As conversas eram incríveis, a companhia, uma delícia, a conexão profunda. Até uma noite, em que riam gargalhadas depois da segunda garrafa de vinho. “Você está bem?”, uma perguntou à outra, em um gesto mútuo de desejo e consentimento. As mãos dadas, a respiração ansiosa. Quase se ouvia as batidas de cada coração. Acariciaram-se, beijaram-se. E descobriram juntas uma nova galáxia dos sentidos (com a sabedoria de quem conhece antes a si). Orgasmos múltiplos pela vida afora.

“Tudo bem que eu também goste de meninos?”, ele declarou. O “sim” que recebeu de volta lhe trouxe uma das relações mais libertadoras e livres de sua trajetória. Amou aquela namorada profundamente. Ora como sua mulher, ora como parceira de suas vontades e experimentações. Sozinho ou acompanhado. Entre eles, o sexo era mais uma maneira maravilhosa de criar conexão. Com a vida e tudo o que o corpo é capaz de proporcionar; prazer em todas as formas.

A transformação se deu aos poucos. Primeiro, era um guri com rosto de guria. Logo passou a usar maquiagem, fazer as unhas lindamente, deixar os cabelos crescerem. Houve a fase da aparência andrógina. A vontade de se testar mais como mulher. Mudou as roupas, encontrou o próprio modo de se movimentar. E de tudo tão natural e bonito, atraiu um homem querido. Apaixonado pela sensualidade sem um contorno exato. Dois corpos masculinos, mas com uma energia feminina muito presente. Aceitaram-se. Amaram-se. E foram felizes juntxs.

Nunca sentiu identificação com seu gênero de nascimento. A medida em que crescia, os amigos da escola chegavam a perguntar: “Você é menino ou menina?”. Ficava incomodado desde muito cedo em precisar definir. Talvez fosse os dois, talvez não fosse nenhum. Tinha traços delicados, a voz firme e os olhos mais enigmáticos que se pode ter. Linda. Lindo. Lindes. Cresceu, e apesar de tanto, conquistou um estado de felicidade. Sem rótulos, regras, formas ou padrões. Mas absolutamente consciente do fascínio de sua presença. Ao menos para quem possuía olhos de ver e coração de sentir.

 

 

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Dia dos Namorados: goze sem moderação https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/06/12/dia-dos-namorados-goze-sem-moderacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/06/12/dia-dos-namorados-goze-sem-moderacao/#respond Sat, 12 Jun 2021 13:33:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3179  

Por Carmen

Não importa se você está solteiro, casado, enrolado. Não importa o gênero pelo qual se identifica, sua orientação sexual, se o que te excita é da ordem do romântico, sensual, ultra apimentado. Não importa se está testado, vacinado ou completamente isolado. Seja qual for a realidade, um conselho: você merece gozar!

 

rosas e algema
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Hoje, agora, mais tarde, o quanto antes. Junto, sozinho. Uma vez, muitas vezes, todas as vezes. De pé, deitado, sentado, ajoelhado. A seco ou molhado. Devagar, forte, em um ponto concentrado, na cabeça, pelo corpo inteiro. Do jeito que mais gosta, de um jeito inédito…

Goze. Goze. Goze.

Esqueça a TV, o celular, a hora. Acenda uma vela, apague a luz, escolha uma playlist, capriche na automassagem, na troca de carinhos, nos beijos e abraços. Abra um vinho, uma cerveja, tome um chá quentinho. Crie seu ritual, celebre. E faça sexo, de todas as formas – oral, anal, vaginal, virtual. Masturbe-se. Com as mãos, com (todos) seus brinquedinhos, com o travesseiro, com a imaginação.

Pense em mim. Pense em você. Pense em todes que já foram, e em tantos que ainda virão.

Curta a sua companhia, o toque do seu companheiro, companheira, a vibração do seu sex toy, o tecido da cama ou a textura do sofá. Aproveite tudo o que estiver ao alcance da mão, o que for possível, real. Sinta cada estímulo. Dê risada, libere uma grunhida gostosa, chore, fale um palavrão. Faça um nude, mesmo que só pra você. Se olhe no espelho. Diga “eu te amo”, “eu me amo”, “eu amo”. Levante o astral.

E quando estiver exausto, mas com um sorriso bom, adormeça; sem roupa, sem nada, somente entre cobertas. Depois acorde e comece tudo de novo – só por hoje, só agora, só porque você chegou até aqui, neste ponto da jornada, seja qual for. Honre a sua existência.

Por gentileza a você, ao seu corpo e a toda sua história, entenda: sem gozo, a vida não tem graça, viço, criação. Somos todes feitos de carne, energia e prazer, apesar dos pesares. Oxalá esse Dia dos Namorados te inspire! Promete?

 

 

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O sexo e ansiedade https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/02/27/o-sexo-e-ansiedade/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/02/27/o-sexo-e-ansiedade/#respond Sat, 27 Feb 2021 18:41:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3132 Por Carmen

 

casal
Crédito da foto: Erik Lucatero/Unsplash

Faz mais de uma semana que não transamos.

Talvez não exista mais atração física entre nós.

Por que isso sempre acontece nos meus relacionamentos?

O que vai ser da minha vida sexual?

Estou fadada a um casamento assexuado!

Será???

O fato é que eu não ando com vontade.

Mas eu quero ter vontade! Eu amo esse cara!

Ele é lindo, inteligente, transa que é uma delícia, é dedicado ao meu prazer – a maior parte das vezes.

Qual é o problema dele?

Ah, não! O problema sou eu?

Quanto mais eu quero me excitar, menos eu me excito!

Acho que hoje vai rolar!

Vai mesmo?

Já são 23h45 e ainda nem desligamos a TV.

Acho que ele tá cansado.

Ele não disse que está cansado, mas eu tô vendo pelo jeito dele.

Eu tô cansada.

Melhor deixar quieto.

Já era…

Meu casamento estará oficialmente morto.

Estamos de conchinha.

Comecei a dar umas reboladas contra o pau duro dele.

Ai, tô demorando pra ficar úmida.

Meus hormônios não colaboram!

E se for menopausa precoce?

Não, a culpa é do implante hormonal!

Já sei que vou levar horrores pra gozar.

Ele vai ficar exausto!

Será que ele vai enfartar de tanto esforço?

Será que EU vou enfartar?

Gozei!

Sou uma mulher satisfeita sexualmente!

Meu casamento respira sem aparelhos!

É supernormal alternar períodos de mais tesão com outros em que sexo não é tão frequente.

Só preciso relaxar, me preocupar menos.

No fim, tudo dá certo.

Por que não consigo gozar com penetração?

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Quem ainda tem tesão no Neymar? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/04/quem-ainda-tem-tesao-no-neymar/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/04/quem-ainda-tem-tesao-no-neymar/#respond Mon, 04 Jan 2021 19:18:13 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3104 Por Dolores

Você foi convidado para a festa do Neymar? Nem eu. Ao contrário da gente, 500 pessoas muito famosas receberam em casa a pulseirinha vip para virar o ano na balada armada pelo jogador em Mangaratiba, no Rio.

Talvez tenham sido 150 convidados. Talvez eles não fossem assim tão famosos. E talvez nem pulseirinha houvesse, entregue em lugar nenhum.

Excluídos os pormenores quanto à lista oficial, a notícia até agora parecia se concentrar no absurdo que era uma figura pública organizar uma festança desse tamanho em plena pandemia de coronavírus.

Neymar até tentou despistar a chuva de críticas que recebeu depois que o evento veio a público. Viajou para Santa Catarina, se instalou na praia do Caixa D’Aço, e de lá, ainda que sem muito esforço, atraiu curiosos e apareceu em fotos no Instagram.

Nas postagens, vários barcos ancorados um ao lado do outro abrigavam gente sarada dançando bem pertinho, tudo com muita animação.

Aglomera mais que tá pouco.

Pra gente, autoras de um blog de sexo, a manchete desse quiproquó é outra. Em um dos vídeos do Caixa D’Aço divulgado em um perfil de denúncia de festas na quarentena, alguns homens comentaram: “É só o menino Neymar chegar que a mulherada já fica ouriçada”.

(O Manual de Redação da Folha não nos deixa colocar emojis nas colunas. Mas imagine que, antes de ler a próxima frase, você esteja visualizando a famosa figura da mocinha com a mão espalmada na própria cara. Obrigada)

Quem, em sã consciência, ainda tem vontade de transar com o Neymar? A gente realmente não consegue entender.

Após críticas por foto com Flávio Bolsonaro, Neymar bloqueia Instagram -  Internacional - iG

(Foto: Reprodução Instagram)

Nada contra a figura até bonitinha do jogador, mas de onde é que essas supostas mulheres a que o comentário se refere tirariam coragem para ir pro quarto com um homem que não se opõe a ser chamado o tempo todo de “menino”?

Que, aos 28 anos, um filho nas costas, posta foto com a língua de fora, hang loose em ambas as mãos, amigos posando junto, e usa de legenda – sem que ninguém o obrigue – a frase “Resenha com os bródi”?

Um cara que ironiza a desaprovação de uma sociedade como um adolescente tiraria onda dos pais que decidiram pegar no seu pé por mau comportamento? E que, além de só agir de um jeito tosco, organiza festa lotada quando o país chega perto de bater 200.000 pessoas mortas pela Covid-19?

Difícil julgar as motivações que movem os outros, claro, mas eu não achei minha xoxota no lixo pra sair dando ela assim pra qualquer um, não.

Óbvio que já transei com muita gente de que me arrependo até hoje, mas nenhuma dessas pessoas tinha a vida tão escancarada no noticiário a ponto de eu saber onde estava me metendo, nem tinha publicamente atitudes tão diferentes do que me atrai como mulher quanto acontece no caso do nosso menino famoso.

Não sei se existe realmente uma mulherada que fique “ouriçada” quando o Neymar chega ao recinto. Talvez seja mesmo só mais um comentário machista de internet. Ou talvez haja, sim, essa mulherada, e eu seja só uma iludida que acredita que a gente vem tentando selecionar melhor os caras com quem vai pra cama.

De todo modo, se vocês existem, moças, pensem em como seria se ouriçar por outras coisas. E se daria pra, numa próxima vez, fazer uma categoria de dança diferente, mais festiva, celebrando com passinhos a derrota do patriarcado.

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Ainda não transei em 2021 https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/02/ainda-nao-transei-em-2021/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/02/ainda-nao-transei-em-2021/#respond Sat, 02 Jan 2021 16:15:30 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3095 Por Dolores

Eu não transo desde o ano passado. Em 2021, ainda não vi, além de mim mesma no espelho, ninguém pelado pessoalmente. Não encostei em nenhuma viva alma, exceto no porteiro Alfredo, sem querer, inclusive pedi desculpas logo em seguida e ainda ofereci álcool gel, porque, né, distanciamento social bombando.

Ainda não transei, desde a virada. Tomei champanhe em casa mesmo, de branco, porque tradições são importantes, e desde ali ainda não descolei ninguém que me comesse, ou que eu pudesse comer, em algum momento deste novo ano.

Tá ficando complicada, essa seca. É possível dizer que estou subindo pelas paredes? Sim. Que tragédia.

Em qualquer resposta atravessada que eu venha a dar na internet, por exemplo, e pela qual alguém virá me chamar de mal comida, como sempre, desta vez, excepcionalmente, talvez exista um fundo de verdade. E olha que estar sendo mal utilizada era inclusive melhor do que não utilizada completamente, como é o caso.

Sim, eu sei que 2021 só teve até agora dois míseros dias. Que não há motivo para pânico ou drama.

Mas é que 2020 deixou todo mundo traumatizado. Um ano para o qual a gente tinha feito um monte de planos, eu mesma tinha uns bons ménages agendados, escapadinhas maliciosas, almoços executivos, e não pude colocar nada em prática. Ano passado, só teve papai e mamãe, boquete entediado e, quando muito, umas cavalgadas de costas.

Esse ano, eu tô só a Regina Duarte: cheia de medo. Medo do sexo protocolar, sim, mas mais medo ainda do sexo que não vai acontecer nunca mais. E se a gente passar 2021 inteirinho de novo preso em casa? E se a gente não puder flertar com mais ninguém na rua, ou se não tiver mais jeito de levar estranhos para a cama?

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(Foto: Pinterest)

Enquanto escrevo esse texto, aliás, eu poderia estar transando. Na meia hora que levo para construir estes parágrafos, dava para gozar na boca de alguém, virar de quatro, e finalizar com todo mundo gozando juntos de novo. E não necessariamente nessa mesma ordem, vale dizer, ou mesmo seguindo essa sequência fixa.

De todo modo: é 2021, e eu ainda não transei com ninguém. Prometi a mim mesma hoje pela manhã, pelada em frente ao espelho do quarto, que tentarei manter a calma, a paciência e o foco. Meu reflexo nu me ofereceu um abraço caloroso.

A calcinha vermelho rubi atolada na bunda que escolhi para usar na virada deve ajudar de alguma maneira – não é possível que nem as simpatias funcionem mais nessa vida. Enquanto isso, sigo na contagem de dias, e, no melhor estilo Neymar e Bruna, morrendo de saudades do que a gente não viveu ainda.

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O vizinho da 20B https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/o-vizinho-da-20b/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/o-vizinho-da-20b/#respond Fri, 23 Oct 2020 14:32:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3043 Por Dolores

Uma vida toda tendo vizinhos sem graça. Talvez eu tenha morado nos prédios errados por todos esses anos, ou quem sabe fosse culpa dos bairros. Ouvi dizer que tem muito velhinho na zona Sul, e que perto do centro é só homem gay. E como não tenho tesão em nenhum dos dois, infelizmente, acabou que passei décadas sonhando com um vizinho gostoso, e tendo que me conformar com o seu Arthur do 92.

Daí que vim passar uma parte da quarentena em outra cidade, fugir um pouco do confinamento sufocante do minúsculo apartamento na capital, e aluguei um lugar confortável no litoral. A casa fica dentro de um condomínio a três quadras da praia, tem crianças jogando bola nas ruas fechadas. E tem também o cara da 20B. O primeiro vizinho gostoso da minha vida.

A 20B fica de frente pra minha casa. Temporariamente minha, né. Mas é que já me sinto tão à vontade por essas bandas, até dei pra andar sem sutiã quando o dia está quente e passo a manhã toda na areia, volto pra cá só pra hora do almoço e de novo caio no mar. E foi numa dessas que um dia vi o 20B me espiando.

Não foi esquisito. Ele não estava escondido, e era um dos dias em que eu não faço questão de me esconder – ou seja, tudo combinando. Passei pela janela da sala, ele passou pela dele, eu vi que ele via, ele viu que eu vi. Mas foi só, e demorou até acontecer de novo.

Ontem fez muito sol aqui. Ignorei todas as reuniões do trabalho. Avisei que estava com dor de garganta e que precisava descansar. Fui pra praia logo cedo, entrei no mar várias vezes, não senti qualquer culpa pela mentira. Na volta, a alegria pela pele quente e pela água gelada me levaram à porta do 20B.

Ele perguntou quem é, quando toquei a campainha. Abriu de cabelo molhado, acho que saído do banho. Tão limpo, e eu tão suja. Pensei que queria enchê-lo de areia também. Ele elogiou meu biquíni, perguntou se podia ajudar. Respondi que não queria almoçar sozinha de novo. Mandou entrar.

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(Reprodução Pinterest)

Ninguém disse mais nada. O biquíni, tão lindo como ele tinha dito, caiu primeiro com a parte de cima no chão. Ele esfregava com força a barba comprida pelos meus peitos, vindo da lateral das costas até chegar aos mamilos, que chupou primeiro devagar e depois com bastante pressão. Quase doeu.

Com as mãos abertas e paralelas, desceu simetricamente pelo quadril e veio descendo a calcinha, que se enrolou até encostar nos meus pés. Usando o polegar e o indicador, abriu minha buceta até conseguir enxergá-la com nitidez, encostando então só a ponta da língua no lugar exato que buscava desde o começo.

Paciente, me esperou gozar ainda de pé. Quando olhei pra baixo, o pau já estava inteiro para fora do calção, molhado de expectativa. Soltei o que faltava do biquíni, e me ajoelhei ainda mais baixo que ele, para, com a bunda empinada pro alto, lamber um fiozinho que se esticou enquanto eu afastava a boca pra me dirigir ao sofá.

Ele deve ter achado a bunda tão bonita quanto o biquíni. Porque me posicionou com ela de novo para cima, o braço do sofá escorando minha barriga, minhas mãos espalmadas da janela da sala, aquela mesma pela qual nos vimos a primeira vez.

Enquanto gozava de novo, desejei poder estar nos dois lugares ao mesmo tempo: ali, com ele entrando em mim por trás, e lá em casa, a minha casa temporária, só pra poder espiar o casal no 20B transando feliz numa tarde quente de sol.

 

 

 

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Com você é especial https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/#respond Thu, 24 Sep 2020 23:57:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3028 Por Dolores

Quando isso tudo passar, e a gente finalmente puder se ver, eu quero que você me faça muitas coisas. Vou pedir coisas infinitas de você. Podemos começar, por exemplo, por marcarmos só uma semana depois que todos os encontros forem liberados. Sim, eu sei que a saudade é imensa, e que já esperamos tanto, mas quem espera tanto não espera um pouco mais?

Tenho vontade de criar suspense. Sim, ainda mais. Então, no dia, quando finalmente chegar este dia, você me escreve um email enorme, dizendo que sente minha ausência, e que quer muito me ver. Que manda esta mensagem para compensar a falta que você me faz. Daí eu respondo. Faço um pouco de cu doce. Mas aceito no final, você vai dizer que já sabia que eu aceitaria. Vamos rir. E sete dias se passam e eu apareço aí.

Vou tocar sua campainha, depois de subir três lances de escada deste seu predinho sem elevador que eu sempre achei um charme, e que se fecho os olhos aqui, nossa, de olho fechado parece que faz ainda mais tempo, eu fecho os olhos e sei exatamente o cheiro que o caminho vai ter.

A mulher do segundo andar fritando bife. A amônia do xixi de gato da vizinha do térreo. E a sua campainha tocando com som de geladeira velha só pra assustar seu cachorro esquisito. Eu nunca disse que não amo seu cachorro. Só acho ele esquisito. Você é esquisito, também, e olha o tanto que eu te adoro.

É bastante, garanto, que eu não coloco body de renda preta pra qualquer um. Vão acontecer outros encontros, quando tudo isso passar, e a gente finalmente puder se ver, encontros com outras gentes, eu digo, e pra nenhum eu vou botar body de renda preta. Com você é especial, sabia?

O que vai me dar pra beber? Eu quero que você me faça muitas coisas. Servir vinho branco meio gelado, por exemplo. Numa taça bonita daquelas que a gente quase não consegue segurar com uma mão só. Gorda. Me elogia. Mas ainda não me beija. Nem tenta, se puder, quero criar um clima de romance.

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Finge que está preparando alguma coisa bem gostosa pra gente comer. Pica uns queijos diferentes. Salpica umas ervas por cima. Diz que fica pronto já já e que espera que eu goste. Daí pergunta o que eu quero escutar, me ouve dizer que é Caetano, e vai lá e bota um Chico no lugar. Pra gente rir e criar um clima de tesão.

Aqueles queijos diferentes lá ninguém vai nem provar, né, você sabe. Porque vinho branco meio gelado é rápido de beber. E, quando a gente nem espera, já está meio bêbadozinho, vai pegando no muque enquanto dá risada de umas coisas bestas que você diz, você hoje está mais engraçado que nunca. É a saudade.

É a saudade? Você vai estragar meu body preto de renda de tanta pressa que vai ter pra desabotoar o fechinho que fica no meio das minhas pernas. Achou que era de pressão, eu avisei que era de encaixe. Só que sua língua é tão quente e molhada que, olha, tá tudo bem, eu compro um novo. Eu nem compro, e venho pelada da próxima vez. Pra facilitar de você lamber exatamente este lugarzinho que está lambendo agora.

Eu vou querer transar de novo. Você topa? Falei que ia pedir coisas infinitas de você. E, se der, vou querer terminar tudo dormindo meio encaixada em você. Não muito, que seus pelos me dão calor, mas quase. Você topa. E eu topo, também, se com o dia quase amanhecendo você botar o pau grande e bem pronto entre as minhas pernas, e quiser me comer mais uma vez.

Eu vou querer sair sem banho nem café. Você vai insistir. Eu vou achar que quase gosto de você a mais do que deveria, mas vou lembrar dos outros pra quem não chegava a usar body de renda preto, mas que gosto também que me lambam molhados, e vou decidir que um pedacinho do queijo de ontem eu até aceito, uma xícara de café com leite também ia bem.

Vou perguntar se você está de ressaca igual a mim. Te ameaçar de levar seu cachorro comigo, porque ele é fofo e tem barba. Do interfone na cozinha, você dispara o portão lá embaixo, eu desço com calma, o bife de ontem já se dissipou. Tem alguém fazendo pão na chapa.

Da janela do seu quarto, você vai me soprar um beijo pra calçada. Eu pego com a mão e finjo que aperto ele pra dentro do peito. A gente sabe que vai se ver de novo, e em breve. Ninguém me chupa assim. Se eu me apaixonar por você, te mato.

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Um Dia do Sexo (quase) sem obrigação https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/#respond Sun, 06 Sep 2020 21:54:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3014 Por Dolores

Não tem tanto tempo assim que uma marca de preservativos decidiu que o dia 6 de setembro seria oficializado como Dia do Sexo. Por conta do visual do 6/9, aproveitou a alusão ao me chupa que eu te chupo, e editou o calendário. O poder esquisito que tem o marketing.

Porque, convenhamos, tem pouca coisa pior no mundo do que ter data marcada para transar. Vai ver tem até motel que propõe hora pra trepada, oferecendo promoção pra quem entrar na suíte às seis da tarde e nove minutos. Eu acho broxante.

A parte mais gostosa do sexo pra mim sempre teve relação com o proibido, o escondido. Com a surpresa, com o fazer diferente. Óbvio que dentro de relações monogâmicas e duradouras isso é menos constante, você leitor vai argumentar, mas garanto por experiência própria que não é nada impossível. Há dezenas de maneiras de preservar aspecto tão importante.

Então, é puxado para alguém com essa cabeça achar legal a proposta de agendar sexo. Sim, claro que em aniversários, por exemplo, a gente sempre sabe que vai transar. Mas você há de convir que datas comemorativas em geral guardam bem menos pressão que um marco no calendário que te manda botar o pinto pra fora, virar de quatro, e ainda gozar.

Seria quase como eu e Carmen virmos aqui escrever sobre sexo por obrigação. Ter que forçar a barra duma atmosfera pra criar os contos e as histórias deliciosas que, glofiquemos de pé, nos saem com tanta naturalidade e prazer. Não rolaria.

Porém, porque somos especialistas no assunto, e porque queremos ajudar quem se vê compelido a entrar no jogo do meia nove neste domingo à noite, separo aqui sugestões para ajudar a entrar no clima, caso o clima pareça algo muito distante dado que estamos todos presos dentro de casa há meses, olhando incessantemente para a cara do parceiro.

  • Filme em dupla

Os serviços de streaming têm centenas de opções de filmes e séries em que o sexo é uma constante. Dependendo de como funciona a sintonia de vocês neste aspecto, dá para escolher algo para assistir juntos e criar uma atmosfera sensual. Esqueça aquele jogo bobo que muitas vezes a gente faz como casal, de todo mundo fingir que não sabe que a gente vai transar, sendo que a gente sabe super que a ideia de deitar pra ver esse negócio sempre foi eu sentar na sua cara daqui a pouco. As cartas hoje são bem abertas. Voltando: se vocês são mais tímidos, peguem uma produção mais leve, em que haja uma ou outra cena de sexo mais picante. Se forem do tipo que fala mais abertamente sobre isso, se joguem em algo tão explícito quanto sua relação. E, se entre vocês não há papas na língua, pulem direto para um pornô que agrade aos dois – sim, até no Dia do Sexo é importante lembrar que todo mundo tem que estar confortável com o que se passa na tela e o que se passa na cama. Caprichem na masturbação mútua, brinquem de reproduzir o que a ficção sugere. Com um estímulo destes, até mesmo as obrigações podem ficar gostosas.

Number Sixty Nine (69) Fluorescent Circle or Square Labels

  • Sex shop por aplicativo

Já viu que, entre as opções de restaurante, supermercado, farmácia e loja de chocolate também tem alguns sex shops nos aplicativos de entrega? Pois escolham cada um no seu celular um presente para o parceiro ou parceira, e cliquem para fazer o pedido. A expectativa da entrega, a surpresa da escolha, e o clima que vocês vão criar para abrir as embalagens já vão deixar todo mundo molhado e feliz.

  • Sessão de fotos particular

Separem alguns abajures, acendam algumas velas, e criem uma iluminação diferente em algum cômodo da casa onde haja privacidade. Câmera na mão, é hora da ação. Divirtam-se e provoquem-se posando um para o outro – pode começar com pouca roupa e ir fazendo as peças sumirem conforme a sessão progride.

  • Jantar pelado

Uma garrafa de vinho, um prato fácil de preparar ou algo encomendado, uma playlist boa rolando na TV da sala. Que tal jantarem juntos vestindo absolutamente nada? Conforme o papo e o nível etílico evoluem, dá pra inventar boas provocações e acabar em cima da mesa da sala – só cuidado para não espetar a bunda no garfo.

  • Meia nove inventivo

Por fim, mas não menos importante, uma releitura de um clássico. Quem foi que disse que meia nove só se faz com a boca? Separem o brinquedo sexual favorito do parceiro ou parceira, assumam suas posições do tradicional me chupa que eu te chupo, e, em vez de caírem de boca, façam a estimulação com o vibrador, o masturbador, o sugador, enfim, o que mais gostarem. E, já que não vão estar com olhar assim tão colado nas partes alheias, como estariam no meia nove clássico, aproveitem para apreciar bem a vista, especialmente na hora em que a pessoa de quem você gosta estiver chegando perto do gozo.

Um feliz Dia do Sexo pra vocês!

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