X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Não basta saber chupar https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/11/25/nao-basta-saber-chupar/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/11/25/nao-basta-saber-chupar/#respond Wed, 25 Nov 2020 22:52:33 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3071 Por Dolores

Sempre penso que chupar xoxota não é para os fracos. Primeiro porque exige paciência, fôlego, ritmo, mas principalmente porque – e os memes infinitos estão aí para provar – tem muita gente que ainda não entendeu direito como é que se faz o negócio. Enfia língua quando devia lamber, lambe quando devia sugar, um caos.

Mas, ainda assim, é importante pensar que, sim, há bons e boas chupadoras de xoxota espalhados pelo mundo. Eu mesma já encontrei alguns e algumas. Sempre um imenso prazer, quem diria, você assim tão delícia e ainda me deixa sentar na sua cara, pense numa felicidade. Porém.

Esse texto aqui não veio encher a bola de vocês, que sabem chupar direito. Ele veio passar todo mundo numa peneira pra ver quem é que sobra na prova de verdade, no teste final, no ENEM da minha cama. Porque segura aqui essa informação: não basta saber chupar, tem que saber chupar NA HORA CERTA.

Vamos aos pormenores. Nada a ver com relógio.

Tem a ver, isso sim, com timing e adequação. Não adianta, por exemplo, abocanhar minhas partes no meio dum filme dramático no Netflix e achar que seu trabalho será fácil, caro amigo. É questão de clima. De preparação. Xoxotas não estão prontas para gozar rapidamente se você não cuidou da dona delas antes de resolver equilibrar o clitóris na ponta da língua. Nope.

Dirty or wonderful

(Crédito da foto: Pinterest)

Mas, mais que isso, é fundamental que se abra o debate sobre boys que acham que chupar xoxota é algo que só pode acontecer até que ele goze. Sim, estou falando só de homens, porque nunca vi uma mina fazer isso comigo, e sim, estamos falando de um grande número de homens, porque não foi só um que fez isso comigo. Chupa.

Pera.

O ponto é que tá cheio de cara que se acha incrível porque 1) sabe que clitóris e uretra são duas coisas diferentes, 2) sabe distinguir onde fica cada um deles, 3) sabe os movimentos legais para deixar um clitóris feliz, porém, mesmo com esse combo supostamente glorioso, vai lá e pisa na bola no final das contas.

Quando acha que chupar uma mina é algo que só pode acontecer no começo da trepada, ou no meio, ou no final, mas que invariavelmente é uma etapa que acontece até que ele chegue ao orgasmo, nunca depois, o sujeito mostra o quanto não sabe usar um dom que Deus lhe deu e que talvez tivesse melhor uso na boca de outrem.

Não, a transa não necessariamente se encerra apenas porque o senhor conseguiu gozar. A transa vai acabar quando todo mundo estiver satisfeito, e quando todo mundo concordar que aquele é o final de tudo.

Sendo assim, caso você tenha chegado ao orgasmo mas a mina que está com você ainda não conseguiu, é seu papel e quase sua obrigação levar a boca à buceta dela e, com toda paciência e dedicação do mundo, cuidar que ela também termine aquela relação do mesmo jeito que você. E, sim, o problema é todo seu se você fica “com sono”, “cansado”, “sem interesse” depois do gozo. Vá resolver seu problema na análise, porque ele não tem nada a ver com disposição física.

Muita atenção ao rolê, amiguinho, para não parecer egoísta. Porque não basta gostar, saber e querer chupar uma xoxota, é preciso estar disponível não na sua hora, mas na hora exata dela.

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O vizinho da 20B https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/o-vizinho-da-20b/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/o-vizinho-da-20b/#respond Fri, 23 Oct 2020 14:32:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3043 Por Dolores

Uma vida toda tendo vizinhos sem graça. Talvez eu tenha morado nos prédios errados por todos esses anos, ou quem sabe fosse culpa dos bairros. Ouvi dizer que tem muito velhinho na zona Sul, e que perto do centro é só homem gay. E como não tenho tesão em nenhum dos dois, infelizmente, acabou que passei décadas sonhando com um vizinho gostoso, e tendo que me conformar com o seu Arthur do 92.

Daí que vim passar uma parte da quarentena em outra cidade, fugir um pouco do confinamento sufocante do minúsculo apartamento na capital, e aluguei um lugar confortável no litoral. A casa fica dentro de um condomínio a três quadras da praia, tem crianças jogando bola nas ruas fechadas. E tem também o cara da 20B. O primeiro vizinho gostoso da minha vida.

A 20B fica de frente pra minha casa. Temporariamente minha, né. Mas é que já me sinto tão à vontade por essas bandas, até dei pra andar sem sutiã quando o dia está quente e passo a manhã toda na areia, volto pra cá só pra hora do almoço e de novo caio no mar. E foi numa dessas que um dia vi o 20B me espiando.

Não foi esquisito. Ele não estava escondido, e era um dos dias em que eu não faço questão de me esconder – ou seja, tudo combinando. Passei pela janela da sala, ele passou pela dele, eu vi que ele via, ele viu que eu vi. Mas foi só, e demorou até acontecer de novo.

Ontem fez muito sol aqui. Ignorei todas as reuniões do trabalho. Avisei que estava com dor de garganta e que precisava descansar. Fui pra praia logo cedo, entrei no mar várias vezes, não senti qualquer culpa pela mentira. Na volta, a alegria pela pele quente e pela água gelada me levaram à porta do 20B.

Ele perguntou quem é, quando toquei a campainha. Abriu de cabelo molhado, acho que saído do banho. Tão limpo, e eu tão suja. Pensei que queria enchê-lo de areia também. Ele elogiou meu biquíni, perguntou se podia ajudar. Respondi que não queria almoçar sozinha de novo. Mandou entrar.

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(Reprodução Pinterest)

Ninguém disse mais nada. O biquíni, tão lindo como ele tinha dito, caiu primeiro com a parte de cima no chão. Ele esfregava com força a barba comprida pelos meus peitos, vindo da lateral das costas até chegar aos mamilos, que chupou primeiro devagar e depois com bastante pressão. Quase doeu.

Com as mãos abertas e paralelas, desceu simetricamente pelo quadril e veio descendo a calcinha, que se enrolou até encostar nos meus pés. Usando o polegar e o indicador, abriu minha buceta até conseguir enxergá-la com nitidez, encostando então só a ponta da língua no lugar exato que buscava desde o começo.

Paciente, me esperou gozar ainda de pé. Quando olhei pra baixo, o pau já estava inteiro para fora do calção, molhado de expectativa. Soltei o que faltava do biquíni, e me ajoelhei ainda mais baixo que ele, para, com a bunda empinada pro alto, lamber um fiozinho que se esticou enquanto eu afastava a boca pra me dirigir ao sofá.

Ele deve ter achado a bunda tão bonita quanto o biquíni. Porque me posicionou com ela de novo para cima, o braço do sofá escorando minha barriga, minhas mãos espalmadas da janela da sala, aquela mesma pela qual nos vimos a primeira vez.

Enquanto gozava de novo, desejei poder estar nos dois lugares ao mesmo tempo: ali, com ele entrando em mim por trás, e lá em casa, a minha casa temporária, só pra poder espiar o casal no 20B transando feliz numa tarde quente de sol.

 

 

 

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Um Dia do Sexo (quase) sem obrigação https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/#respond Sun, 06 Sep 2020 21:54:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3014 Por Dolores

Não tem tanto tempo assim que uma marca de preservativos decidiu que o dia 6 de setembro seria oficializado como Dia do Sexo. Por conta do visual do 6/9, aproveitou a alusão ao me chupa que eu te chupo, e editou o calendário. O poder esquisito que tem o marketing.

Porque, convenhamos, tem pouca coisa pior no mundo do que ter data marcada para transar. Vai ver tem até motel que propõe hora pra trepada, oferecendo promoção pra quem entrar na suíte às seis da tarde e nove minutos. Eu acho broxante.

A parte mais gostosa do sexo pra mim sempre teve relação com o proibido, o escondido. Com a surpresa, com o fazer diferente. Óbvio que dentro de relações monogâmicas e duradouras isso é menos constante, você leitor vai argumentar, mas garanto por experiência própria que não é nada impossível. Há dezenas de maneiras de preservar aspecto tão importante.

Então, é puxado para alguém com essa cabeça achar legal a proposta de agendar sexo. Sim, claro que em aniversários, por exemplo, a gente sempre sabe que vai transar. Mas você há de convir que datas comemorativas em geral guardam bem menos pressão que um marco no calendário que te manda botar o pinto pra fora, virar de quatro, e ainda gozar.

Seria quase como eu e Carmen virmos aqui escrever sobre sexo por obrigação. Ter que forçar a barra duma atmosfera pra criar os contos e as histórias deliciosas que, glofiquemos de pé, nos saem com tanta naturalidade e prazer. Não rolaria.

Porém, porque somos especialistas no assunto, e porque queremos ajudar quem se vê compelido a entrar no jogo do meia nove neste domingo à noite, separo aqui sugestões para ajudar a entrar no clima, caso o clima pareça algo muito distante dado que estamos todos presos dentro de casa há meses, olhando incessantemente para a cara do parceiro.

  • Filme em dupla

Os serviços de streaming têm centenas de opções de filmes e séries em que o sexo é uma constante. Dependendo de como funciona a sintonia de vocês neste aspecto, dá para escolher algo para assistir juntos e criar uma atmosfera sensual. Esqueça aquele jogo bobo que muitas vezes a gente faz como casal, de todo mundo fingir que não sabe que a gente vai transar, sendo que a gente sabe super que a ideia de deitar pra ver esse negócio sempre foi eu sentar na sua cara daqui a pouco. As cartas hoje são bem abertas. Voltando: se vocês são mais tímidos, peguem uma produção mais leve, em que haja uma ou outra cena de sexo mais picante. Se forem do tipo que fala mais abertamente sobre isso, se joguem em algo tão explícito quanto sua relação. E, se entre vocês não há papas na língua, pulem direto para um pornô que agrade aos dois – sim, até no Dia do Sexo é importante lembrar que todo mundo tem que estar confortável com o que se passa na tela e o que se passa na cama. Caprichem na masturbação mútua, brinquem de reproduzir o que a ficção sugere. Com um estímulo destes, até mesmo as obrigações podem ficar gostosas.

Number Sixty Nine (69) Fluorescent Circle or Square Labels

  • Sex shop por aplicativo

Já viu que, entre as opções de restaurante, supermercado, farmácia e loja de chocolate também tem alguns sex shops nos aplicativos de entrega? Pois escolham cada um no seu celular um presente para o parceiro ou parceira, e cliquem para fazer o pedido. A expectativa da entrega, a surpresa da escolha, e o clima que vocês vão criar para abrir as embalagens já vão deixar todo mundo molhado e feliz.

  • Sessão de fotos particular

Separem alguns abajures, acendam algumas velas, e criem uma iluminação diferente em algum cômodo da casa onde haja privacidade. Câmera na mão, é hora da ação. Divirtam-se e provoquem-se posando um para o outro – pode começar com pouca roupa e ir fazendo as peças sumirem conforme a sessão progride.

  • Jantar pelado

Uma garrafa de vinho, um prato fácil de preparar ou algo encomendado, uma playlist boa rolando na TV da sala. Que tal jantarem juntos vestindo absolutamente nada? Conforme o papo e o nível etílico evoluem, dá pra inventar boas provocações e acabar em cima da mesa da sala – só cuidado para não espetar a bunda no garfo.

  • Meia nove inventivo

Por fim, mas não menos importante, uma releitura de um clássico. Quem foi que disse que meia nove só se faz com a boca? Separem o brinquedo sexual favorito do parceiro ou parceira, assumam suas posições do tradicional me chupa que eu te chupo, e, em vez de caírem de boca, façam a estimulação com o vibrador, o masturbador, o sugador, enfim, o que mais gostarem. E, já que não vão estar com olhar assim tão colado nas partes alheias, como estariam no meia nove clássico, aproveitem para apreciar bem a vista, especialmente na hora em que a pessoa de quem você gosta estiver chegando perto do gozo.

Um feliz Dia do Sexo pra vocês!

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O último conto erótico https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/04/o-ultimo-conto-erotico/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/04/o-ultimo-conto-erotico/#respond Tue, 04 Aug 2020 23:15:00 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3001 Por Dolores

Nenhum dos dois dormiu direito. O assunto surgiu pouco antes de caírem no sono, o que fez com que ninguém realmente caísse em lugar nenhum, talvez ela tenha caído na real, difícil saber. Tomou dois comprimidos, chorou um pouco no banheiro, pensou que todo mundo fica mais bonito no dia seguinte depois de chorar. Haveria vantagens.

Quando abriram os olhos definitivamente, ela questionou o que ele queria de fato fazer, se era algo a curto prazo, se dava para esperar um pouco. E foi quando ele, depois de um silêncio de quatro minutos, olhando para o teto e sem conseguir encará-la, disse que talvez tivesse se precipitado, não era bem aquilo que queria dizer. Talvez não tanto, ou não agora. Andava confuso.

Ela não sentiu um grande alívio, como achava que era o ideal que sentisse, mas também decidiu que não tinha energia para chafurdar no problema, então concordou que deixassem o tema suspenso temporariamente, no mínimo levantar para tomar café e ver como se desenrolava o fim de semana.

Achou por bem rolar até onde ele estava na outra beirada da cama, pazes têm que ser oficializadas com selinhos, e passou a coxa por cima da virilha dele, fazendo escorregar sem querer o shortinho de elástico frouxo com que ele dormia desde a quarta-feira passada.

Foi muito natural como se prolongaram abraçados, e veio dele a ideia de um beijo mais molhado, por mais tempo, com a língua junto, não era a hora de selinhos, deve ter pensado, discordando dela como sempre. Mais beijo, mais língua, mais água, e ele desceu a mão pelas costas dela, que realmente não esperava qualquer movimento do tipo, até chegar à curva da bunda.

World Sleep Day: How sleep affects your sex life and sexual health ...

Talvez ele tenha realmente se questionado por alguns segundos se ela achava aquilo tudo aceitável, ou talvez tenha sido só impressão dela, esse intervalo, mas o fato é que ele prosseguiu com o plano, fazendo a mão em concha na nádega esquerda, mas muito rapidamente, porque o que ele queria mesmo era chegar com dois dedos, quem sabe três, perto da boceta dela.

Que estava molhada, estava ali uma surpresa, quem diria que depois de algo tão pesado ela poderia ter tesão também, ele de pau duro, a cabeça escapando da cintura do short esgarçado, resolveu que era viável arriscar socar mais os dedos para dentro, agora que já estamos aqui, por que não? Ela deixou, e rebolou um pouco para facilitar o caminho. Duas falanges, e contando.

Foi dela a ideia de tirar rápido toda a roupa, dela primeiro, dele depois, apoiar a mão direita na cabeceira de veludo, e nem perguntar se era aquilo mesmo que ele queria, parecia claro, um pau duro nunca mente. Sentou de uma vez, inteira, ele suspirou de olho fechado, ela se ergueu para descer de novo, e ele gemeu ainda mais alto.

Lembra de ter ouvido pra que fosse um pouco mais devagar ou parasse, porque talvez ele fosse gozar muito rápido, mas tem a impressão, agora olhando de longe, passado um tempo de tudo, de que não se importou com o pedido, de que, se ele podia ser egoísta e resolver acabar com tudo assim do nada, e com uma justificativa tão babaca, ela também tinha o direito de fazer como bem entendesse, ao menos na última trepada não era o desejo dele quem viria primeiro.

Claro que ele gozou primeiro, disso ela já sabia. Mas fez com que ele terminasse, depois, para ela, primeiro com a mão por um pouco, depois com a boca, porque queria que a despedida fosse assim, com ele engolindo dela a ordem, as águas e o silêncio.

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O guia definitivo da chupada ideal https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/o-guia-definitivo-da-chupada-ideal/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/o-guia-definitivo-da-chupada-ideal/#respond Fri, 24 Jul 2020 22:57:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2993 Por Dolores

Detesto cravar que um documento é definitivo porque o mundo dá voltas. Mas, neste caso, em que venho a público lançar o Ultimate Manual Uber Blaster para chupar xoxotas, arrisco dizer que não haverá uma segunda versão, quiçá uma revisão de nada, porque é muito pouco provável que algo significativo mude seja na técnica aqui apresentada (infalível, a melhor, salve salve), seja na anatomia das xoxotas, que desde que o mundo é mundo conservam a mesma aparência, com uma ou outra variação de tamanho, vegetação ou sabor.

Sem mais delongas, este manual surge não só para tentar ajudar você, caro leitor, cara leitora, a parar de sofrer quando chegar a hora de cair de boca em uma mulher, mas principalmente a aumentar o número de moças felizes ao redor do mundo, porque se tem uma coisa que nos deprime é quem não saiba executar direito algo que, convenhamos, nem é tão complexo assim.

Meu palpite sempre foi o de que a pornografia neste caso estraga tudo. Discordo quando se alega que é má vontade dos homens (e de algumas mulheres, mas muito mais frequentemente deles) não aprender a chupar uma mina. Todos os que conheci, e que por sorte até que mandavam direitinho na arte, estavam muito abertos a aprender movimentos ou adaptar os já conhecidos, a fim de aproximar ao máximo aquela chupada à que tenho idealizada em meus mais queridos sonhos.

Pois bem. Caneta e papel a postos, é hora de praticar em sete passos.

  1. Há dois componentes fundamentais em uma boa chupada de xoxota: conhecimento e paciência. Falemos primeiro do primeiro. Não dá para chupar uma xoxota sem conhecer sua anatomia. Ela não é como um pinto, que está lá para quem quiser ver, sem muita possibilidade de erro. As vaginas são complexas, mas não de uma maneira inviável, inclusive porque, você é esperto(a) e já sabe, o órgão feminino é idêntico ao masculino na composição – a diferença é que está tudo ali compactado numa área menorzinha. Aproveitando a comparação, se você é um homem basta pensar que, se é na cabeça do seu pau que o prazer maior acontece, o prazer da mulher está guardado no que seria o equivalente dela: a ponta do clitóris. Sim, o clitóris. Este grande alvo de piadas na internet, mas que, no fundo, todo mundo sabe onde fica – o problema mesmo é entender como operar. De todo modo, vale relembrar. “Abra” a xoxota pelos grandes lábios, que é a parte gordinha e externa. Você vai encontrar os pequenos lábios, que são uma versão em miniatura destes em que você acabou de mexer. O grande orifício, onde a gente gosta de introduzir vibradores, dedos, a língua e até mesmo um pau está ali visível e clara. Mais para cima, se você olhar com cuidado, há um buraquinho: é a uretra feminina. O clitóris está acima dela. Ele se parece com um dedinho, e pode ser pequeno ou grande, a depender da mulher. Aliás, um momento de curiosidade: a pornografia (sempre ela) costuma dar preferência à estética das mulheres com clitóris menores, por considerá-los mais delicados e infantilizados. Pois é interessante saber que, quanto maior o clitóris, mais área útil para sentir prazer, o que confere às minas clitorudas uma vantagem.
  2. Agora que você sabe onde está o clitóris, é hora de trabalhar. Vamos partir do pressuposto de que você já cuidou bem desta mulher a quem agora vai chupar. Que deu carinho para ela, tratou-a direito, e que ela está excitada o suficiente para acusar o golpe. Sim, porque não adianta nada chupar uma xoxota assustada. Usando de novo a analogia peniana, conosco não funciona a técnica do “vou fazer crescer na minha boca, quer ver?”. A gente precisa estar com tesão, para que o clitóris fique um pouquinho duro e pronto para a ação. Sim, clitóris também sofrem ereção, não sabia? Então que esta informação – fundamental – fique classificada como número dois.
  3. Comece com lambidas largas, de língua aberta, pelo entorno todo. Sem frescura com pentelhos, real. Ou você é todo depilado da cintura para baixo? Pense que tudo aquilo que alguém se dispõe a fazer com você pode e deve ser retribuído agora, então abstraia dos pelos e bola (ops) pra frente. Lamba generosamente, molhe tudo, demonstre que está curtindo o que está fazendo. Aliás, está aqui um conselho importante: as mulheres costumam noiar que o sexo oral nelas é cansativo para o parceiro ou parceira, e, com isso, não relaxam o suficiente para gozar. Ajude sua mina a ficar tranquila de que, sim, você está feliz com isso, e que vai aguentar até o final.
  4. Sim, aguentar é a palavra. Veja bem: você vai lamber o entorno, começar a explorar os grandes e pequenos lábios, e então vai colocar o clitóris todo dentro da boca. E, quando começarem os movimentos ritmados de verdade, será preciso que você aguente firme, porque pode ser cansativo. Sexo oral nos homens também cansa, guarde esta informação, mas quem aplica não costuma reclamar. Então, seja generoso(a) e aplicado(a). Voltando: com o clitóris todo na boca, explore todo o formato dele, com calma, passando a língua por todas as dobrinhas. Esqueça seus dedos, por ora, nada de ficar enfiando coisas dentro da mulher enquanto está dando sexo oral. Foque no que importa. Brinque com o clitóris até sentir que o grande momento chegou.
  5. Agora é seu momento de brilhar. Mentira. É o momento dela. Você está aí para levá-la ao melhor lugar do mundo, veja o tamanho da sua honra. Encontre uma posição confortável, porque você vai ficar nela por uns bons minutos, talvez até meia hora. Ninguém quer você parando no meio para ajeitar sua perna que está formigando. Comece a aplicar movimentos ritmados e repetitivos. Não, sua língua não é um dedo, então o movimento esperando não é igual àquele que a gente faz com os dedos na hora da siririca. É outra coisa. Experimente, por exemplo, fazer círculos com a língua, sempre para o mesmo lado, primeiro devagarinho e com menos pressão, para depois “apertar” um pouco mais a língua na xoxota e acelerar o ritmo. Se os círculos foram incômodos para a base da sua língua, tente de baixo para cima e vice-versa. Veja o que é mais fácil de manter de modo contínuo, e vá sentindo como a mulher responde. Poucas coisas na vida são tão prazeirosas quanto perceber que a pessoa que se está chupando está chegando perto de gozar.
  6. Por fim, se não der certo na primeira (segunda, sexta, décima) vez, não desanime. Assim como grande parte das coisas no mundo, a chupada perfeita exige prática, então mantenha o foco em se tornar um(a) bom(boa) chupador(a) que a sua hora chegará.
  7. Ah, sim, importante: se você não tem uma xoxota na qual treinar, experimente o que tem em casa. Sério. Vale pegar um mamão quase maduro aberto na metade, uma mexerica, ou mesmo sua própria mão, fazendo um dos dedos de clitóris. Quanto mais você treinar a permanência da língua neste tal movimento repetitivo e tão necessário, mais craque você vai ficar.

Boa sorte!

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Não me venha com depilação https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/08/nao-me-venha-com-depilacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/08/nao-me-venha-com-depilacao/#respond Wed, 08 Jul 2020 15:56:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2986 Por Dolores

Que a quarentena impõe incontáveis desafios todo mundo já sabe. Lavar a louça duzentas vezes por dia, cozinhar outras trezentas, tudo isso enquanto se faz reunião online com os chefes, se pendura roupa no varal e se ensina às crianças a relevância das pirâmides do Egito. Tudo ao mesmo tempo, e tudo para agora.

Mas há também os desafios estéticos sobre os quais muito se falou no começo, e que agora, 20 anos depois que nos fechamos em casa, parece que viraram tabu, de tão pouco que são mencionados. No primeiro mês, sobrou matéria explicando como fazer as próprias unhas fora do salão, cortar a franja. Mas e hoje?

Foi justamente por não ver mais em lugar nenhum ninguém falando sobre como lidar com os pentelhos tão longos quanto os da Rapunzel que fui pedir socorro no grupo de amigas. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que as poucas que estavam tomando alguma providência o faziam com gilete?

Deus me guarde de passar lâmina na xoxota. Nem na virilha. Empelota tudo, encrava pelo, coça, deprime os sentimentos. Conforme o negócio vai crescendo, a angústia acompanha o desenvolvimento, e a gente passa a compreender melhor todas as notícias de jornal que associam a depressão a este período tão sombrio.

Restava a internet. Eu queria fazer alguma coisa, não estava mais feliz com o visual nem com a sensação peluda, e tinha então que pesquisar alternativas. Lembrei que, na adolescência, costumava eu mesma passar cera quente da cintura inteirinha para baixo, mas que a maturidade trouxe junto uma covardia insuperável, e parei de ter coragem de puxar a cera depois de aplicá-la.

Mas como são tempos de reinvenção, tá todo mundo tendo que encontrar planos B pra tudo, achei por bem ressuscitar a jovem destemida que ainda mora dentro de mim, e encomendei um Rappi com um potinho de cera e duas espátulas. Alguns minutos dentro do micro-ondas, e é hora de correr para o abraço.

Com um espelhinho posicionado no meio das pernas, só de blusa e recostada na cama, estudei por qual região começar. Primeiro a virilha, sejamos conservadores, nada de movimentos bruscos. E se eu já for passando nos grandes lábios enquanto espero que essa parte aqui já seque?

A humanidade rumou para a desgraça quando o ser humano começou a ter ideias. Se dar o puxão de misericórdia na área perto das coxas parecia a coisa mais tranquila do mundo, quando o desafio que se apresentou foi repetir o gesto tendo uma pele sensível debaixo da camada de cera, eu quis ligar para o SAMU e solicitar ajuda.

Comecei a rir. A gargalhar de desespero puro. Será que se eu convocar o mesmo Rappi para dar um pulo aqui ele me salva? Cogitei a tesoura, água quente para dissolver, acetona, hidratante, óleo de cozinha. Minha mãe. Pena que seu eu chamá-la vou ter que ouvir “eu avisei”. Chato isso, tomar bronca com a xoxota imobilizada.

Óbvio que ninguém me obrigou a depilar o corpo. As regras do feminismo estão todas ativas e válidas por aqui há anos. O parceiro não reclamou nem quando o comprimento dos pelos passou da primeira dezena de centímetros, então se alguém tem culpa por essa enrascada este alguém sou eu e eu sozinha.

Está aí, aliás, um pensamento importante, o de que só a ideia de chupar um cara todo depilado já me arrepia mais que o puxão da cera. Nunca me deparei com um do tipo, todos que deitaram na minha cama mantinham a área ao natural e com, no máximo, uma podada com tesourinha. Ou dei sorte no shuffle de parceiros, ou aquele papo de que a gente atrai tudo que deseja realmente funciona.

Sou do tipo que curte boquetes completos, alguns bons metros distante da modalidade mocinha que ignora que um homem de verdade tem saco além de um pinto. Quando me dedico, me dedico de verdade, e adoro passear pelas bolas do mesmo jeito demorado que passo pelo pau e arredores.

E garanto: faz parte do rolê a aspereza dos pelos, as manobras para evitar que eles enrosquem entre os dentes, a estratégia para mandar fugitivos para um canto entre a gengiva e as bochechas até que haja uma pausa na qual seja possível resgatá-los de lá com a ajuda dos dedos.

Eu ia detestar se meu namorado aparecesse com o saco pelado. E, agora, com a cera quente endurecida e já gelada presa quase no colo do útero, fico pensando se ele também não vai ficar chateado com minha ousadia. Pois era só o que me faltava.

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Sobre gostar também de meninas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/#respond Sun, 28 Jun 2020 17:47:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2966 Por Dolores

A Bruna foi a primeira pessoa por quem me apaixonei na vida. Entre a parte da frente e as duas quadras imensas nos fundos do terreno, havia quatro construções, ocupadas por escritórios variados, banheiros, um estúdio de balé, secretaria, a cantina, salas de aula e um pequeno pátio. E foi na escada que levava a um quartinho da escola que ninguém nunca soube o que tinha dentro que eu dei meu primeiro beijo.

Tecnicamente não teria este nome, para dizer a verdade. Porque só a minha boca se mexeu, e nem nos lábios dela eu encostava – beijei o antebraço da Bruna aos seis anos de idade. Ela deixou porque éramos melhores amigas, acho, ou porque eu pedi com jeito, ou talvez tivesse pena de mim.

A Bruna e seus imensos olhos azuis pousados cheios de compaixão na minha cara de quem, cega, ama e se entrega. Depois disso passei muitos anos só beijando e transando com meninos, daí vieram os homens, e só com 20 e poucos, numa viagem a Porto Alegre, revivi o frio na barriga que a Bruna me dava.

Aleteia veio da Espanha, era bailarina e bebia uísque. Foi para o meu quarto do hotel, depois do jantar de confraternização entre sua companhia e os jornalistas que viajaram para assisti-la dançar. Ela tinha cheiro de rosa. A Bruna tinha gosto de chocolate.

Sempre achei a parte mais complicada da bissexualidade esse prólogo antes de entender que podia chegar nas garotas sem levar em troca uma cara de incredulidade. Tomar toco todo mundo toma, faz parte do jogo da sedução, mas o espanto e o quase nojo com que algumas olham machucam mais fundo. É como se não perdoassem a ousadia de uma mina considerar que elas também possam gostar de minas.

Revealed: The 5 Health Benefits Of Chocolate

Tem outra etapa chata, mas essa mais introspectiva que a outra – fora a vantagem de que ela acontece por um tempo e, depois, você a vence e nunca mais tem que encará-la. Não sei se é assim para todo mundo. Comigo, foi preciso falar bastante disso na análise até entender que o desejo que eu sinto por outras mulheres não tem, além de nada de errado, qualquer tipo de recalque.

Algo como compreender que esta vontade não passa nem de perto pela minha sexualidade com os homens, não é influenciada por ela, não se confunde em parte alguma. Levou tempo, consumiu anos de sessões, mas se mostrou muito útil, esse entendimento.

Foi nesse período que vieram, então, outras flores e doces, em noites com menos noias e mais leves. Descobri que gosto mais de meninas de um tipo físico em particular. Que eu tinha uma musa. E que a liberdade de poder vivenciar a sexualidade sem vergonhas não tinha preço.

Fazia tempo que nada extraordinário acontecia, quando reconheci, em outros olhos grandes, o mesmo verão que eu via no rosto da Bruna quando a gente ficava na escadinha rumo ao desconhecido, na escola da Vila Mariana. Um almoço em um sábado bonito, tinha música tocando, grupos diversos de conhecidos espalhados em mesas e cadeiras pelo salão.

Eu soube desde o minuto um no que aquilo ia dar. Uma garrafa de vinho branco gelado depois, o tempo correndo, e ela precisava ir embora, outros compromissos, explicou. No banheiro, nos esprememos em uma cabine, as taças apoiadas sobre o tampo de cerâmica da caixa do vaso.

O melhor beijo, mais gostoso que o braço de cacau da Bruna, que qualquer buquê, que todas as outras bocas, quem sabe. Ela abriu o primeiro botão do meu vestido para fazer caber a mão lá dentro. Segurou um peito, depois afundou a cara entre os dois, ao mesmo tempo em que já empurrava minha calcinha pernas abaixo.

Encostei-a na outra parede da cabine, a parede dela, porque sabia que em breve a perderia. Segurei sua cabeça entre as mãos, lambi sua boca, para então afundar a língua entre seus dentes, quero engoli-la. Ela é pequena. Ela cabe inteira no meu domínio.

Minha calcinha cai no chão, eu baixo a cabeça para olhar, e ela surge em meio às minhas coxas. Com o dedão se enfia na minha xoxota, com a língua lambe meu clitóris em círculos e de vez em quando olha para cima.

Nunca mais nos encontramos. Eu culparia a pandemia, ela diz que eu enrolo para marcar um novo encontro. Outro dia brincamos de o que você levaria para uma ilha deserta se pudesse passar lá sua quarentena. Na resposta dela havia livros e álcool. Na minha tinha chocolates, rosas e ela.

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No carro https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/14/no-carro/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/14/no-carro/#respond Wed, 15 Apr 2020 01:19:44 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2907 Por Dolores

Ninguém mais leva bolsa, porque ninguém mais leva nada para colocar lá dentro, e nem mesmo o bolso da calça faz falta, mais, porque basta pegar um cartão de crédito e um frasco de álcool gel. Por isso, ela veste uma legging para sair de casa, sabe que ele gosta, e ainda fica confortável. Mais um dia inteiro dentro de casa, com uma breve fuga para ir ao mercado comprar comida.

Esquema de guerra entre os corredores, cada um com metade da lista, ela corre para as geladeiras, ele faz as frutas e legumes. Em pouco tempo, estão na fila do caixa mantendo a distância de um metro do cliente da frente que passa na esteira quilos e quilos de arroz e macarrão.

Ele pergunta se ela quer levar um vinho. Ela sorri por baixo da máscara, está querendo me embebedar, que eu sei. Se beijam como se não houvesse o pano. Com a mão espalmada na metade direita da bunda dela, ele escorrega dois dedos para entre as nádegas e dá uma forçadinha. A ponta do indicador entraria inteira no cu se, de novo, um tecido não cortasse o clima.

Foram de carro, porque a lei já permite que se prendam as pessoas que caminharem pela rua sem motivo. Encher a despensa até parece explicação suficiente, claro, mas a regra atual é que apenas uma pessoa de cada família saia de casa a cada vez, o que torna injustificável a presença do casal nas ladeiras do bairro.

No carro, estão menos óbvios. Por trás das janelas filmadas, podem fingir ser um só. Vêm calados o caminho inteiro, ela não faz ideia de que o silêncio dele tem como explicação um tesão repentino, maluco. Não transparece por trás do pouco que a máscara deixa ver do rosto, e da calça jeans, que amassa o pau duro preso na costura do zíper.

A vaga, num canto perto do portão do prédio, dá a bunda para duas paredes ornadas com câmeras de segurança que certamente enxergam o que se passa no entorno do sedan. Mas lá dentro, nos bancos, o segredo continua. E é porque sabe dele que, antes que ela agarre a maçaneta para abrir a porta e descer, ele redireciona a mão dela para o meio das pernas e pede que ela o chupe.

Titanic-Hand-Rose Blank Template - Imgflip

As luzes de sensor se apagam na garagem. Resta só a luminosidade natural que entra pelos pequenos vitrôs que dão para a rua de baixo. Um feixe se projeta do ombro dela, e vai descendo pela escápula, costelas, cintura, até que passa a brilhar no quadril em movimento conforme ela rebola de excitação pela aventura, e se balança para frente e para trás para dar conta da tarefa de engolir e engolir de novo e de novo o pau dele em um ritmo que só aumenta.

Ele força com a mão a cabeça dela para baixo, e se força, com o apoio dos pés nos pedais, para dentro da boca dela com cada vez mais força e insistência. Vai gozar, ela sabe. Reconhece pela respiração e pela textura na língua, quando se enrijece e alisa. Ajuda com a mão direita em um vai e vem cheio de pressão, e que intromete no boquete um gosto de álcool gel esquisito.

Engole tudo, acostumada à assepsia necessária ao momento no mundo. Repõem as máscaras, pegam as sacolas das compras, e sobem para o apartamento, deixando os sapatos no hall do elevador, em frente à porta de serviço.

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Sexo em tempos de coronavírus https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/14/sexo-em-tempos-de-coronavirus/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/14/sexo-em-tempos-de-coronavirus/#respond Sat, 14 Mar 2020 16:02:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2882 Por Dolores

Além de não poder mais comer pizza nem tomar gelatto na rua, os italianos estão obrigados a outra devastadora restrição por causa da epidemia de coronavírus. De acordo com ordens do próprio governo, ninguém no país tem autorização para participar de orgias, nem gangbangs.

O anúncio em si foi de uma fofura sem fim, porque qualquer coisa que se lê com sotaque italiano fica deliciosa, porém a mensagem era tão inteligível quanto triste para qualquer um, inclusive os que não manjam nada da famosa língua falada com a boca, mãos e braços.

Aqui no Brasil, por sorte ainda não fomos proibidos em níveis assim tão radicais, e somos abençoados pelo fato de o Carnaval ser festa de começo de ano e não segundo trimestre, porém, ainda que pesarosos, sabemos que já é hora de tomar algumas providências para evitar que todo mundo fique doente ao mesmo tempo.

Coronasutra - Reprodução

Beijo triplo, por exemplo, se der pra segurar, melhor. Uma chateação, porque não é sempre que a oportunidade aparece, e ter que dizer “não” para ela parece injustiça divina, mas a chance de um dos três narizes que se encostam ter o vírus e distribuí-lo é imensa, de modo que suspendamos temporariamente a já saudosa prática.

Indo um pouco adiante, é hora também de segurar a frequência dos ménages. Quem sabe trocar de uma coisa semanal para uma vez a cada dois meses, não sei, tentando aproveitar brechas de estabilidade do vírus para fazer um casting mais certeiro, com participantes que não apresentem sintomas.

Tendências mais hardcore também não serão de bom tom ao longo da pandemia. Garganta profunda, por exemplo, que pode provocar um ataque de tosse em quem recebe, confundindo a outra parte – pense no constrangimento.

Bem como cusparadas, antes tão interessantes, nos membros e em todos os tipos de orifícios, especialmente a boca. Se tem uma coisa pouco sexy e excitante é entrar na noia da amostragem viral por gotícula de saliva, então, honestamente, pra quê? Deixemos para depois.

Isso não significa, no entanto, que para ficar saudável seja preciso nunca mais transar. Sem drama. Dar de quatro, por exemplo, hoje não é só posição sexual, mas também forma de sobrevivência. Dá até para espirrar sem cobrir o rosto, o que significa grande vantagem: as mãos podem continuar operando milagres nos peitos, clitóris, puxando cabelo, e me parece que dessa maneira continua tudo ok.

No pior dos casos, que tal incorporar a máscara à brincadeira? Aqueles modelos de farmácia são de fato muito básicos, mas, à moda dos abadás, é possível personalizar e sensualizar os paninhos com renda, transparências, tirinhas de couro. Na quarentena do corona, só passa tesão quem quiser.

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O desafio do 69 https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/18/o-desafio-do-69/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/18/o-desafio-do-69/#respond Wed, 18 Sep 2019 15:00:49 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2753 Por Dolores

Dois numerinhos que, juntos, são capazes de causar arrepios em todo mundo, seja arrepio de euforia, seja arrepio de pânico. Meia nove, ou 69, assim, unidos, um de cabeça pra baixo, outro de pezinho, pressionados com bastante força e determinação, e que despertam emoções extremas em qualquer ser transante deste planeta.

Como autora de um blog de sexo na internet, fica difícil imaginar que eu tenha qualquer tipo de preconceito na cama, mas, sim, é preciso admitir aqui que por anos carreguei neste corpinho paradisíaco um ranço imenso desta posição.

Fazia sentido que fosse uma implicância pessoal quando o 69 era tentado durante uma relação estável, por exemplo. Um pau muito grande, ou mesmo um pau muito curto, que anatomicamente me colocavam em desvantagem na hora de buscar a simetria absoluta que a cifra sugere. Mas, não, o incômodo seguia mesmo quando eu trocava de parceiros – e olha que eu troquei bastante.

Houve quem preferisse sem exceção o 69 com um dos números deitado na cama, e o outro deitado em cima. Desnecessário dizer que, quando a diferença de massa corporal era grande e o cara insistia em ficar por cima, eu, magra e gostosa, penava em coordenar a respiração e a sobrevivência com a língua e os lábios.

A variação com o rapaz em pose de quatro apoios, por cima, até dava uma melhorada, mas o fato de impedir o contato pele com pele acabava xoxando um pouco do tesão que a situação potencialmente guardava.

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Quando, por fim, os homens gentilmente me agraciavam com a sorte de ficar por cima, deitada com a bunda em suas caras e minha cara em suas bolas, a chance de ser feliz estava toda ali, escancarada, mas mesmo assim eu não conseguia desfrutar de todas aquelas maravilhas que os vídeos pornô garantiam ser possível vivenciar. Problema meu, óbvio.

Quando estava todo mundo deitado de ladinho, de frente para o parceiro, eu começava devagarinho a entender que, sim, aquilo tudo ali podia ser sexy. Parecia que, nesta configuração, as diferenças de alturas, por exemplo, não apareciam tanto, bem como não ficavam tão evidentes as necessidades masculinas de forçar o pau garganta adentro ou de testar a apneia alheia enfiando bolas e membros tudo junto na minha boca.

Tive boas experiências assim, confesso. Mas nunca, nunquinha, conseguia chegar ao orgasmo. O cara esguichava felicidade, saía de perna bamba, e eu entendia que, ok, de repente é isso aí, e mulher no 69 até goza, mas nessa encarnação não vai dar pra mim.

Até que: milagre. O impossível aconteceu.

E, o que ficou claro para mim, e que me fez vir até aqui escrever esse textão para vocês, é que, talvez aí entre os leitores haja alguma moça se identificando com tudo isso. E eu te digo, garota, que o problema não mora em você, mas, sim, na ideia que você tem de que transar no geral – e principalmente nessa posição anti-anatômica, porém promissora – significa dar prazer ao homem, antes de alcançar o seu prazer pessoal.

Não, não. Encarar um 69 é para ser legal para todo mundo. Às vezes, a gente fica tão encanada em chupar direito, conferir ritmo, mexer as mãos, fazer todo o rolê necessário, que se esquece de prestar atenção na sensação que está rolando lá embaixo no nosso próprio corpo. Curtir a língua rolando o clitóris, molhando cada pedacinho.

Por isso, na próxima vez que um 69 pintar na sua cama, mude a chave e experimente encarar o desafio de peito e buceta abertos. Com a mente totalmente conectada a todas as terminações nervosas suas, e não apenas só as dele como sempre. Pode ser que seu mundo se abra como o meu se abriu.

 

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