X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Enfim, livres? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/09/27/enfim-livres/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/09/27/enfim-livres/#respond Mon, 27 Sep 2021 10:47:55 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3215 Por Carmen

Esta semana chegou a minha vez de completar o esquema de imunização contra a covid-19 (claro, ainda preciso de alguns dias até o efeito completo). Confesso que o evento tão aguardado, me fez refletir… Se eu estivesse solteira, seria este o aval que faltava para a vida livre de outrora? Decidi fazer uma pesquisa entre os mais chegados.

 

casal
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

“Postei a foto da segunda aplicação, logo recebi um inbox. ‘Agora você pode tomar um vinho comigo…’. Esperei um tempo até responder. ‘Posso’. O frio na barriga veio junto com o botão ‘enviar’. Marcamos no sábado, e passei a semana pensando no encontro. Ele abriu a porta do apartamento sorrindo – quem precisa de subterfúgios agora… O beijo aconteceu ali. Quando percebi, já estávamos sem roupa, no tapete da sala. Nada de performances mirabolantes. Nada de pudor. Éramos vinho, suor, gemidos e lágrimas (de felicidade). Gozei três vezes até meu contatinho parar. Gostei da experiência. Nem tão livre a ponto de sair pra jantar, nem tão presa a ponto de não mais deixar de se encontrar. E trepar… Que delícia!”

“A gente se conheceu em um aplicativo de paquera. Ela separada. Eu sem transar há mais de ano, por conta do risco pela minha condição de saúde. Conversamos, o papo evoluiu. Perguntei se ela toparia ficar uma semana sem sair de casa, e depois, fazer um PCR que eu providenciaria por minha conta (em domicílio). Ela topou. Dias depois, o resultado na minha tela: ‘vai ser feliz’. Pontualmente a campainha tocou. Abri a porta meio sem jeito, devo ter perdido o hábito. Servi um drinque. Papo bom. Ela se senta no meu colo, de repente. No sofá. E começa a me beijar. Mixed feelings entre receber o elogio, ter medo de ainda me contaminar, apesar dos cuidados todos, não saber tanto o que fazer – afinal, nada ali estava tão natural ou espontâneo como antigamente. Transamos assim mesmo. Em um misto de tesão guardado, alguma culpa, e um gozo mais rápido que o habitual. Para compensar, convidei-a para um banho e chupei-a longamente. Espero poder repetir a dose – e comer esta mulher de novo, feliz por estar de volta!”

“Tenho este amigo há uns três anos, ou seja, desde antes da pandemia. Nos conhecemos no trabalho e a coisa evoluiu para encontros esporádicos já com alguma intimidade. Transamos duas vezes durante a quarentena, com aquela adrenalina, ao menos da minha parte; topando o risco em troca de uma foda bem dada. Agora não seria diferente. Mas ele me surpreendeu: ‘Cara, esqueci a camisinha…’. Fiz ele me chupar, primeiro os mamilos, descendo pela barriga até meu pau. Retribuí com o mesmo carinho. Quando ele me implorou para entrar por trás, disse para esperar um minuto. Saí da cama lindo, digno de um nude. Caminhei lentamente até a gaveta do armário e saquei a dita cuja. ‘Está aqui, querido, especialmente pra gente’. Não liguei para o sorriso de surpresa frustrada. Coloquei a camisinha no seu pau delicioso, duro, quente e naturalmente vibratório. Apenas uma função já seria suficiente. Prevenir o que se pode sempre é melhor que remediar.”

 

 

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Uma transa-manifesto https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/06/02/uma-transa-manifesto/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/06/02/uma-transa-manifesto/#respond Wed, 02 Jun 2021 18:07:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3174 Por Carmen

“Transei durante a manifestação”, contou um amigo do meu namorado, referindo-se à sua participação especial nos protestos espalhados pelo país no sábado (29). “Hum, me conta?”, pedi aos dois, excitada com a ideia de um ato de amor pró impeachment e vacinação em massa. Eis o relato.

“Combinei de ir à passeata com dois amigos médicos, e portanto, com o privilégio justo de estarem vacinados. Por segurança, eles me orientaram a fazer o teste dois dias antes, além dos protocolos como uso de máscara cirúrgica, face shield, álcool em gel sempre que necessário… Nos encontramos no local combinado na (Avenida) Paulista, mas para a minha surpresa, a dupla estava acompanhada de mais uma amiga – uma dermatologista de 35 anos, cabelos loiros, aparência impecável mesmo com a máscara, seios generosos, e ainda melhor: solteira!

Seguimos a multidão, repletos das nossas mais engajadas intenções por um governo justo e preparado diante desta crise absurda; as pessoas levantavam cartazes e gritavam palavras de ordem de uma forma tão intensa quanto pacífica. Havia uma excitação no ar. Talvez pela sensação de voltar a ocupar as ruas, talvez pelo fim de tarde de céu azul-rosado típico deste outono paulistano – ou da chuva que caiu mais cedo em São Paulo. Era quase noite quando comecei a me dar conta da simpatia da doutora comigo, e então, do sumiço repentino dos meus camaradas.

 

beijo
Crédito da foto George Coletrain/Unsplash

 

‘Talvez tenham se perdido de nós’, ela disse. ‘Moro aqui perto, podemos ir até lá tentar falar com eles…’, provocou. Dali em diante, minha noção de tempo entrou num eterno presente. Chegamos no apartamento, ainda ao som do grito de urgência das ruas. Sem cerimônia alguma, ela tirou os sapatos, o jeans, e desabotoou a camisa branca, exibindo uma lingerie de renda cor de vinho no corpo deslumbrante, e a N95 no rosto. ‘Sugiro que faça o mesmo’, disse, explicando que preferia não correr o risco de contaminar a casa.

Seus olhos sorridentes encontraram os meus, um tanto atônitos tamanha a gentileza. ‘Se incomoda de tirarmos as máscaras?’, ela prosseguiu. ‘Estou em dia com as duas doses da vacina e os exames’, fez questão de afirmar, revelando o sorriso mais doce e apimentado que eu sonharia encontrar naquele dia. Aceitei o convite.

Olhos nos olhos, sem rodeios desnecessários, eu me aproximei, coloquei as mãos na cintura fininha, desci até a bunda redonda, enquanto comecei a beijá-la. Pescoço, boca, seios. Ainda sorrindo, ela se sentou sobre o balcão da cozinha, as pernas delicadamente abertas. Meu pau pulsava de tesão quando coloquei a ponta dos dedos por dentro da calcinha molhada. ‘Você é tão linda’, eu repetia baixinho, percebendo o regozijo dela diante do reconhecimento. Um cartão de visitas à beleza extrema e ao prazer.

Abri o sutiã, encostei meu peito nos bicos duríssimos dela. Abaixei junto com a parte de baixo e beijei carinhosamente a buceta deliciosa. Pedi que se deitasse sobre a mesa, e então, fazendo carinho nos cabelos e na boca, enfiei meu pau devagarinho, olhando cada reação dela. Segurei firme no quadril, até trazê-la para perto de mim, sentada. Tudo ali transbordava o mais puro desejo; a boca, a vagina, o clitóris, a pele tão macia e aconchegante.

Não sei se passaram horas ou minutos em nossas descobertas. Então, carreguei-a até o sofá. Estava deitado por baixo dela quando a vi gozar. Não demorou, gozei também, fortíssimo, ainda desacostumado a um manifesto tão perfeito pela paz, saúde e amor. Sorte a minha.”

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Ainda não transei em 2021 https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/02/ainda-nao-transei-em-2021/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/02/ainda-nao-transei-em-2021/#respond Sat, 02 Jan 2021 16:15:30 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3095 Por Dolores

Eu não transo desde o ano passado. Em 2021, ainda não vi, além de mim mesma no espelho, ninguém pelado pessoalmente. Não encostei em nenhuma viva alma, exceto no porteiro Alfredo, sem querer, inclusive pedi desculpas logo em seguida e ainda ofereci álcool gel, porque, né, distanciamento social bombando.

Ainda não transei, desde a virada. Tomei champanhe em casa mesmo, de branco, porque tradições são importantes, e desde ali ainda não descolei ninguém que me comesse, ou que eu pudesse comer, em algum momento deste novo ano.

Tá ficando complicada, essa seca. É possível dizer que estou subindo pelas paredes? Sim. Que tragédia.

Em qualquer resposta atravessada que eu venha a dar na internet, por exemplo, e pela qual alguém virá me chamar de mal comida, como sempre, desta vez, excepcionalmente, talvez exista um fundo de verdade. E olha que estar sendo mal utilizada era inclusive melhor do que não utilizada completamente, como é o caso.

Sim, eu sei que 2021 só teve até agora dois míseros dias. Que não há motivo para pânico ou drama.

Mas é que 2020 deixou todo mundo traumatizado. Um ano para o qual a gente tinha feito um monte de planos, eu mesma tinha uns bons ménages agendados, escapadinhas maliciosas, almoços executivos, e não pude colocar nada em prática. Ano passado, só teve papai e mamãe, boquete entediado e, quando muito, umas cavalgadas de costas.

Esse ano, eu tô só a Regina Duarte: cheia de medo. Medo do sexo protocolar, sim, mas mais medo ainda do sexo que não vai acontecer nunca mais. E se a gente passar 2021 inteirinho de novo preso em casa? E se a gente não puder flertar com mais ninguém na rua, ou se não tiver mais jeito de levar estranhos para a cama?

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(Foto: Pinterest)

Enquanto escrevo esse texto, aliás, eu poderia estar transando. Na meia hora que levo para construir estes parágrafos, dava para gozar na boca de alguém, virar de quatro, e finalizar com todo mundo gozando juntos de novo. E não necessariamente nessa mesma ordem, vale dizer, ou mesmo seguindo essa sequência fixa.

De todo modo: é 2021, e eu ainda não transei com ninguém. Prometi a mim mesma hoje pela manhã, pelada em frente ao espelho do quarto, que tentarei manter a calma, a paciência e o foco. Meu reflexo nu me ofereceu um abraço caloroso.

A calcinha vermelho rubi atolada na bunda que escolhi para usar na virada deve ajudar de alguma maneira – não é possível que nem as simpatias funcionem mais nessa vida. Enquanto isso, sigo na contagem de dias, e, no melhor estilo Neymar e Bruna, morrendo de saudades do que a gente não viveu ainda.

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Com você é especial https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/#respond Thu, 24 Sep 2020 23:57:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3028 Por Dolores

Quando isso tudo passar, e a gente finalmente puder se ver, eu quero que você me faça muitas coisas. Vou pedir coisas infinitas de você. Podemos começar, por exemplo, por marcarmos só uma semana depois que todos os encontros forem liberados. Sim, eu sei que a saudade é imensa, e que já esperamos tanto, mas quem espera tanto não espera um pouco mais?

Tenho vontade de criar suspense. Sim, ainda mais. Então, no dia, quando finalmente chegar este dia, você me escreve um email enorme, dizendo que sente minha ausência, e que quer muito me ver. Que manda esta mensagem para compensar a falta que você me faz. Daí eu respondo. Faço um pouco de cu doce. Mas aceito no final, você vai dizer que já sabia que eu aceitaria. Vamos rir. E sete dias se passam e eu apareço aí.

Vou tocar sua campainha, depois de subir três lances de escada deste seu predinho sem elevador que eu sempre achei um charme, e que se fecho os olhos aqui, nossa, de olho fechado parece que faz ainda mais tempo, eu fecho os olhos e sei exatamente o cheiro que o caminho vai ter.

A mulher do segundo andar fritando bife. A amônia do xixi de gato da vizinha do térreo. E a sua campainha tocando com som de geladeira velha só pra assustar seu cachorro esquisito. Eu nunca disse que não amo seu cachorro. Só acho ele esquisito. Você é esquisito, também, e olha o tanto que eu te adoro.

É bastante, garanto, que eu não coloco body de renda preta pra qualquer um. Vão acontecer outros encontros, quando tudo isso passar, e a gente finalmente puder se ver, encontros com outras gentes, eu digo, e pra nenhum eu vou botar body de renda preta. Com você é especial, sabia?

O que vai me dar pra beber? Eu quero que você me faça muitas coisas. Servir vinho branco meio gelado, por exemplo. Numa taça bonita daquelas que a gente quase não consegue segurar com uma mão só. Gorda. Me elogia. Mas ainda não me beija. Nem tenta, se puder, quero criar um clima de romance.

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Finge que está preparando alguma coisa bem gostosa pra gente comer. Pica uns queijos diferentes. Salpica umas ervas por cima. Diz que fica pronto já já e que espera que eu goste. Daí pergunta o que eu quero escutar, me ouve dizer que é Caetano, e vai lá e bota um Chico no lugar. Pra gente rir e criar um clima de tesão.

Aqueles queijos diferentes lá ninguém vai nem provar, né, você sabe. Porque vinho branco meio gelado é rápido de beber. E, quando a gente nem espera, já está meio bêbadozinho, vai pegando no muque enquanto dá risada de umas coisas bestas que você diz, você hoje está mais engraçado que nunca. É a saudade.

É a saudade? Você vai estragar meu body preto de renda de tanta pressa que vai ter pra desabotoar o fechinho que fica no meio das minhas pernas. Achou que era de pressão, eu avisei que era de encaixe. Só que sua língua é tão quente e molhada que, olha, tá tudo bem, eu compro um novo. Eu nem compro, e venho pelada da próxima vez. Pra facilitar de você lamber exatamente este lugarzinho que está lambendo agora.

Eu vou querer transar de novo. Você topa? Falei que ia pedir coisas infinitas de você. E, se der, vou querer terminar tudo dormindo meio encaixada em você. Não muito, que seus pelos me dão calor, mas quase. Você topa. E eu topo, também, se com o dia quase amanhecendo você botar o pau grande e bem pronto entre as minhas pernas, e quiser me comer mais uma vez.

Eu vou querer sair sem banho nem café. Você vai insistir. Eu vou achar que quase gosto de você a mais do que deveria, mas vou lembrar dos outros pra quem não chegava a usar body de renda preto, mas que gosto também que me lambam molhados, e vou decidir que um pedacinho do queijo de ontem eu até aceito, uma xícara de café com leite também ia bem.

Vou perguntar se você está de ressaca igual a mim. Te ameaçar de levar seu cachorro comigo, porque ele é fofo e tem barba. Do interfone na cozinha, você dispara o portão lá embaixo, eu desço com calma, o bife de ontem já se dissipou. Tem alguém fazendo pão na chapa.

Da janela do seu quarto, você vai me soprar um beijo pra calçada. Eu pego com a mão e finjo que aperto ele pra dentro do peito. A gente sabe que vai se ver de novo, e em breve. Ninguém me chupa assim. Se eu me apaixonar por você, te mato.

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Sexo casual no novo normal https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/30/sexo-casual-no-novo-normal/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/30/sexo-casual-no-novo-normal/#respond Tue, 30 Jun 2020 11:58:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2973 Por Carmen

A incerteza sempre temperou o sexo casual. Sair pela noite sem saber os prazeres que ela nos reserva, conhecer pouco e imaginar muito, fazem parte da dança da liberdade e excitação dos primeiros encontros, arranjos do destino e relações eventuais sem compromisso.

A falta de clareza que a atual situação traz é de outra raiz. Sai o frio na barriga, entra o frio na espinha – o medo de contágio pelo coronavírus. Evaporou-se a liberdade, mergulhamos no confinamento.

A pandemia vai, aos poucos, minguar e acabar. Quais serão as mudanças que ela deixará na prática sexual, nos contatos casuais? Tem gente tentando adivinhar.

Ouvi alguém questionar: será que os pelos púbicos voltarão à moda? Com muita gente abrindo mão da depilação na quarentena, o novo normal será o reflorestamento das partes íntimas? Eu, que nunca fui fã de paus e xoxotas totalmente lisos, estou curiosa pra ver.

 

algemas
Crédito da foto Pinterest

 

Uma das matérias mais lidas desta “Folha” no fim de semana foi esta: “Depoimento: websuruba na pandemia diverte quem mostra e quem vê” , que conta sobre a festa que reuniu mais de 2 mil pessoas em uma conferência para excitar e se excitar, ser voyeur, se exibir, ser feliz e se sentir bem.

O apelo do evento é bom demais para ficar apenas na quarentena: muita gente que tem curiosidade, fantasia até, mas falta coragem para frequentar uma orgia real, pode experimentar a versão online, se expondo apenas na medida que deseja, em uma espécie de degustação. Isso tem tudo para continuar acontecendo.

Ainda no universo do sexo virtual, o aumento das vendas de apetrechos sexuais nos últimos meses está fazendo a galera descobrir uma nova categoria de brinquedinhos: os teledildos (tradução livre de teledildonics, em inglês), vibradores controlados por aplicativo à distância. Transe com aquele gringo gostoso que está a milhares de quilômetros e será ele vai comandar o seu orgasmo, que tal? Não tem como isso não virar tendência.

Há quem preveja uma onda de hedonismo depois de tantos meses (quem sabe, serão anos!?) de privações, mas também uma retomada mais lenta dos encontros para uma boa parte das pessoas, mais traumatizadas. Os futuristas também acreditam que, depois de lidarmos com o mais parecido com fim de mundo que já experimentamos, o poliamor e as relações abertas vão ser mais comuns. Afinal, não teremos mais tempo a perder com amarras sociais, só com as algemas de pelúcia mesmo.

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Você nem era tão transante assim https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/14/voce-nem-era-tao-transante-assim/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/14/voce-nem-era-tao-transante-assim/#respond Thu, 14 May 2020 21:24:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2933 Por Dolores

As redes sociais se dividem hoje em dia entre postagens com fotos de incursões ao mundo antigo, os chamados TBTs, e memes que tiram onda da desgraça que é ficar sem transar por muito tempo. Porque ninguém duvida que esta seja uma das tragédias da nova ordem, a imposição da falta de sexo.

Mas, por mais lamentável que pareça não ter alguém com quem trocar fluidos, e que haja gente até mesmo furando o isolamento só pra visitar contatinhos, botando em risco toda uma rede de pessoas envolvidas nessa contravenção, eu venho aqui para trazer uma verdade: sossega esse drama, que você nem era tão transante assim.

Sim, eu sei que você se tem em alta conta, que aquela dezena de matches no Tinder te faz se sentir a estrela do pedaço, mas, então: não. Claro, claro, tem o fato de a liberdade sexual ser uma realidade, nunca ter sido tão fácil descolar quem queira um sexozinho sem compromisso quando a vontade bate, só que, putz, tá todo mundo ligado no seu rolê, e ele não é essa Sodoma e Gomorra toda que seu Instagram divulga.

Tesão a gente resolve gozando. Ou atiçando mais antes de gozar, pra ser mais divertido. Sendo assim, punhetas e siriricas são excelentes aliados de quem deu o azar de cair em quarentena sem um corpinho delícia junto. Veja fotos, assista vídeos, troque nudes, use o que for para conduzir a masturbação em casa. Você vai ver que o tesão passa.

O que está fazendo falta, na verdade, mas que não dá tanto ibope nem te coloca na posição midiática de o ser mais transante do pedaço, é encostar nos outros. Deitar em cima e embaixo deles. Abraçar, dar beijo, sentir cheiro. E isso nunca significou necessariamente desdobramento em sexo.

Eu lendo fanfic, É sabendo que aquilo nunca vai acontecer! | ARMY ...

Você está aí, em isolamento total, indo apenas ao supermercado e à farmácia, vendo o mundo ruir pela televisão, daí vai lá e posta que sua libido é um cavalo que, quando liberado, vai sair desenfreado pela cidade atropelando todo mundo. Conta outra.

Primeiro que você não transava tanto assim nem quando era permitido, que dirá daqui a pouco, quando a gente nem sabe como será a vida.

Segundo que – e nisso eu aposto um mamilo – na primeira transadinha que você der, com a primeira pessoa massa que se deitar na sua cama, você vai se empanturrar tanto de carinho, se fartar tanto no toque e no momento, que vai terminar a noite apaixonado.

Prontinho pra se enfiar em uma relação onde poderá finalmente exercer seu papel verdadeiro e cabível, o de um ser humano comum com desejos, e não o de um unicórnio tarado deus da volúpia e da excitação.

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Democrático, beijo vai do sexo ao amor https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/03/democratico-beijo-vai-do-sexo-ao-amor/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/03/democratico-beijo-vai-do-sexo-ao-amor/#respond Tue, 03 Sep 2019 21:37:54 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2745 Por Dolores

Se tem uma coisa que amor e sexo têm em comum é o beijo. Coabitante de todos os status de relação, não importa há quanto tempo aquela gente se conhece, se é a primeira vez que se encostam, se já andam colados há uma década, o beijo vai estar lá. Discreto, molhado, exausto, curioso. Beijos, sempre beijos.

O beijo pode juntar pessoas, ou pode mandar cada um prum lado. Porque beijava com a boca mole, larguei de um homem que, não fosse o jeito frouxo de beijar, tinha tudo para ser o melhor cara do mundo. Também já me apaixonei por outro só porque sua boca bailarina dançava por cima e por dentro da minha, numa coreografia deliciosa desde o primeiro minuto.

Beijo tem até nome próprio. O Beijo Selinho. O Beijo de Língua. O Beijo Grego. Veja se o abraço, ou a mordida, levam alguma alcunha assim tão importante. Jamais.

Democrático e anatômico, cabe em qualquer parte do corpo, sem esforço. Abra a boca um tanto, umedeça os lábios. Pouse nas saboneteiras dela: percebe? Nos ossinhos do quadril, canelas, atrás dos joelhos.

Gosto de seguir a sequência do beijar a boca, pular direto para aquele buraquinho da traqueia, no pé do pescoço, daí enfiar a língua inteira na orelha e morder bem levinho a ponta do lóbulo. Erguer os braços para beijar os pelos do sovaco, a cintura, a dobra quente entre o saco e a coxa, a junção do pau com a pelezinha que ajuda na hora do gozo. E, ali, beijar demorado, como quem beija uma boca apaixonada, na expectativa de ser retribuída com uma gota qualquer que seja. Da sua outra saliva, dos seus outros lábios.

Na hora da transa, não tem brinquedo erótico nem vídeo safado que surta efeito mais afrodisíaco do que uns bons beijos. O beijo é o início, catalisador de tudo. O beijo é o desfecho, como um selo de cansaço e satisfação. E o beijo é sobretudo o meio, conduzindo o roteiro do amor.

Ele imita o movimento dos dedos, que invadem os buracos ao mesmo tempo em que a língua se mexe coordenada por dentro da boca – o indicador circulando o clitóris, a boca imitando tudo, o dedo médio explorando o cu, os lábios fazendo plágio. Quando a gente entra dentro um do outro, usando o caminho que for, você me beija e geme junto, e não há um só pedaço nosso que não esteja conectado nesse momento. E, quando goza, seu beijo se espanta, boquiaberto, despejando água quente com a mesma força que me molha entre as pernas.

Quero te beijar desde o primeiro até nosso último dia. E que, nessa despedida, quando ela houver de ser, que eu possa saber que não faltou um único momento em que, estando nós juntos, eu tenha deixado de conter você em mim, na boca, preso entre meus dentes, próximo ao lugar de onde saíram minhas juras de amor e meus gemidos.

Se eu pudesse, eu te engolia. Como não posso, eu te beijo.

 

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A bagunçada, atrapalhada e nada romântica realidade das transas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/10/06/a-baguncada-atrapalhada-e-nada-romantica-realidade-das-transas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/10/06/a-baguncada-atrapalhada-e-nada-romantica-realidade-das-transas/#respond Fri, 06 Oct 2017 12:41:40 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2184 Quando quero ver algo despretensioso na TV, para dar aquela relaxada depois de um dia estressante, assisto a “The Big Bang Theory” ou escolho meus episódios preferidos de “Friends” no Netflix. Mas, meu novo passatempo preferido antes de dormir (quando não tenho o Diego me encoxando, todo safado, pau em riste) é ler a seção Sex Negative, do site “The Cut” – revista eletrônica feminina da “New York Magazine”.

A série é descrita como “a bagunçada, atrapalhada e nada romântica realidade das transas”. Ou seja, depoimentos de sexo ruim. Eu, que adoro rir das minhas desgraças, curto a ironia e o absurdo das situações descritas.

sexo ruim
Crédito da foto Pinterest

 

Li a história da universitária acostumada com sexo casual, mesmo desconfiando que isso sempre tinha um quê de roubada.  Teve certeza na noite que se viu na casa de um cara da faculdade “relativamente bonito”, “relativamente alto” depois do bar. A cada tentativa de penetração, o moço parava no meio, pedia para voltar às preliminares, mas sempre de forma hesitante, sem olhar direito para ela, sem agarrá-la de fato. Depois de várias tentativas, veio a explicação chorosa: ele tinha recentemente terminado um namoro. Ela quis ir embora, ele insistiu para terminarem o que havia começado. Quando ele finalmente gozou e foi tirar a camisinha, a surpresa: tinha sumido. Luzes acesas, ambos começaram uma busca otimista pelos lençóis, mas nada. Ela correu para o banheiro, se agachou no chão e começou a se autovasculhar. “Não achei nada. Quando levantei, dei de cara com o quadro que ele havia escolhido para o banheiro: uma foto emoldurada do Ronald Reagan”, descreveu ela. “Eu deixei um republicano perder uma camisinha dentro de mim.”

Antes de ir ao extremo e procurar um atendimento de emergência no hospital mais próximo, ela ainda ficou em posição ginecológica na cama daquele estranho, que só depois de minutos enfiando três dedos na vagina dela, foi capaz de recuperar o preservativo fujão. “Nunca me vesti tão rápido na vida e, um ano depois, me escondi atrás da gôndola de cereais matinais para evitar encontrar com ele no supermercado.”

Você tem alguma história engraçada de sexo casual? Escreva e me faça rir: carmenfaladesexo@gmail.com

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Não dá para esquecer o pior sexo das nossas vidas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/09/12/nao-da-para-esquecer-o-pior-sexo-das-nossas-vidas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/09/12/nao-da-para-esquecer-o-pior-sexo-das-nossas-vidas/#respond Tue, 12 Sep 2017 17:37:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2155 Se você me perguntar qual foi a melhor transa da minha existência, eu saberei pontuar com quem foi, em que época da vida, descrevei algumas cenas, sensações, mas vai ser impossível dizer com exatidão em qual data, onde estava, qual foi o “script”… Porque foram várias boas preliminares, gozadas e trocas que gostaria de ter congelado no tempo e que, somadas, fazem daquele amante, daquela fase sexual, os “hors concours”.

Agora me pergunte a pior, a mais micada, a que teria valido mais a pena ter ficado no mano a mano, e eu lhe dou detalhes como cor do lençol, dia da semana, temperatura que fazia em São Paulo, cada mau movimento do balé dos corpos – que de gracioso pouco tinha. Porque fodas ruins são únicas, exclusivas, não se misturam nas lembranças, destoam como malha de cashmere no verão carioca e gargalhada em meio à missa.

Pensei nisso quando vi, semanas atrás, esta enquete da Vice: Mulheres contam o pior sexo de suas vidas em 10 palavras. Adoraria ter participado e me toquei que teria sido bem mais fácil responder isso do  a pergunta: seu melhor sexo em 10, 20 ou 30 palavras.

Para matar minha vontadinha, vou contar a minha tragédia sexual – que nem é muito trágica, na verdade, não há abuso ou violência como no caso das meninas que contaram: “Brochou, reclamou, escondeu a chave pra eu não ir embora”, ou “Errou o buraco e fiquei uma semana cagando com dor.”

Para ser sincera, minha história é bem “clichezona”. E vou me permitir mais do que 10 palavras, já que sou a dona dessa p. toda. 😉

 

gato
Crédito da foto Pinterest

 

Ele era um intelectual. Eu deveria desconfiar, cara cabeçol de 24 anos para mandar bem, precisa fugir muito do estereótipo. E, sabemos, existe certa verdade nos estereótipos. Ele morava com os pais. Eu morava com minha mãe. Ele teve a maravilhosa ideia de me levar ao pet shop do irmão veterinário, depois do expediente, para me comer em um colchão coberto com um lençol rosa velho e áspero que improvisou no chão da loja.

“Ah, Carmen, uma aventura juvenil!”, você dirá.

Sim, teria sido, mas:

– Havia pelos de gato e cachorro pelo chão.

–  Ele passou — o que pareceu para mim — horas no “bate-fofo”, como diz uma amiga minha. É isso mesmo que você pensou: nunca endureceu de verdade, aí ficava dando aquelas escapadas, sem pegar ritmo.

– Era verão. Não havia ar-condicionado ou ventilador. Ele transpirava muito. Uma gota de suor da testa dele caiu dentro do meu olho em meio à transa. Ardeu e deu nojinho.

–  Não gozei e, assim que acabou, descobri que era alérgica a pelos de animais.

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A viúva negra de Varsóvia https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/09/07/a-viuva-negra-de-varsovia/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/09/07/a-viuva-negra-de-varsovia/#respond Thu, 07 Sep 2017 14:24:30 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2151 “Estávamos viajando a trabalho quando nos conhecemos na Polônia, cada um a serviço de seu país. Eu, do Brasil; ela, da Colômbia. Nossa comitiva era feita de representantes da América Latina para uma reunião sobre os rumos do Mercosul.

Ela falava em perfeito português, o que observamos enquanto ela nos questionava alguns pontos da nossa apresentação. Fiquei impressionado. Meu portunhol só não ficava devendo no sotaque: eu cantava e imitava o jeito argentino-italiano de falar e corria atrás das correções em tempo real. Perdón, perdón!, era o que eu repetia sem parar.

Mas aqueles lábios carnudos, aquela maquiagem perfeitamente exagerada, aquele perfume marcante, aqueles cabelos fartos e pesados e longos, aquela mulher me fazia querer falar e falar e falar meu horroroso portunhol. Tudo pra ter a atenção dela, a tréplica dela, as correções delicadas que ela fazia com meus falsos cognatos.

Meu relacionamento aberto me dava muitas possibilidades. Veja, eu amo a mulher com quem me casei – no papel, sim, apenas por questões burocráticas da vida civil. Mas desde sempre entendemos que nossa relação seria livre, leve, solta, amarrada, junta e misturada. Alguns tropeços aqui e ali. Alguns erros na escolha de quem levar pra cama. Alguns vacilos na entrega emocional. Mas tudo acertado e ajustado com o tempo.

E eu estava ali para a apresentação de um relatório que me tirou da rotina de 7 horas mais 1h de almoço. Estava exausto. Agora era o grand finale, o ápice de 30 dias de pesquisa e reuniões sem fim. De happy hours canceladas. Fodas (com minha esposa) adiadas. E a viagem à Polônia me trouxe um tesão na hora. Eu sabia que encontraria deliciosas oportunidades pra gozar sem compromisso.

O compromisso se limitava a fazer o serviço direito, aplicar minha vasta e constante experiência. A verdade é que eu me orgulhava de ser um bom chupador. Tenho muitas amigas na repartição que reclamam de homens que não entendem nada de buceta. Sempre fique atento às histórias pra testar na cama meus aprendizados. Ah, como sou grato a elas!

Agora eu estava em silêncio, hipnotizado por aquela boca que eu só pensava em enfiar minha língua – e minha piroca. Senti meu pau entumecer. Segurei a onda, aquele não era o lugar pra isso. Fim da reunião, fomos levados de volta ao fretado da comitiva. Ar condicionado, bancos enormes e confortavelmente acolchoados, parecia classe executiva. Me sentei no fundão, ainda excitado pelos estímulos externos.

Senti um calafrio quando a vi subir as escadas e aparecer no corredor. Sorriso farto. Peitos fartos. Quadris fartos. Eu não estava me aguentando de tanto tesão. Mandei todos os pensamentos positivos pra que ela se sentasse do meu lado, só pra ver se funcionava. Quase. Ela sentou-se na mesma fileira, mas do lado oposto.

 

pegada
Crédito da foto: Collected Sex

 

Busão partiu para nosso próximo rumo. Varsóvia ao meio-dia era como uma cidade grande qualquer: agitada, lotada de carros, muito trânsito na região central.

Já com uma fome de leão, resolvi me distrair com meu tablet. Comecei a navegar e concentrar meu foco ali, quando percebi alguém se acomodando ao meu lado. Foram segundos entre a torcida pela colombiana e a realidade da argentina que, de fato, foi a que sentou-se ali. Tudo bem. Vida que segue. Não se pode ter tudo. E…

– Su nombre?

– Ah, olá, que tal! Sou Vila. E vos?

– Soy Catarina, de Argentina. Usted é brasileño, verdad?

Eu ainda não tinha reparado nela. Uma mulher longilínea, perfil mais moderninho, bem menos curvas, cabelos curtos e geométricos, mais interessante que gostosa. Simpática e boa papo. Ela roçava a perna dela em mim e recuava. Dava risadas enquanto apertava suavemente meu braço. Até que se inclinou sobre mim pra me mostrar algo na rua. Reparei que tinha peitos deliciosos. Eu estava faminto. Almoço. Buceta. Peito. Boca. Trânsito. Resolvi encará-la. Reparar nos sinais. Sua pele coberta de sardas suaves. Olhos esverdeados que se esquivavam quando encontravam os meus. De repente, a mão que apertava meu braço ficou um tempo a mais. Retribuí: agora era minha mão direita que se apoiava em sua perna, suave e rapidamente, testando os limites. Até onde aquela dança nos levaria?

Já no restaurante, a fila de saída do ônibus contribuiu pra me localizar entre a colombiana e a argentina na enorme mesa da comitiva. Aquela me trazia meus sonhos eróticos impossíveis, enquanto esta me dava a possibilidade real de uma foda internacional. A colombiana não me dava a menor bola. Enquanto a argentina puxava papos sobre o que você quisesse e animava a conversa ao redor. Comemos, bebemos vinho branco. Voltamos ao fretado para os mesmo lugares.

Ela nem esperou o veículo dar partida e, um pouco inebriada, me convidou pra subir ao seu quarto no hotel em que estávamos todos hospedados. Rindo, disse que queria me mostrar uns relatórios.

– Eu adoro um relatório, respondi, facinho.

A dança dos toques e apertos e sorrisos e risadinhas continuou até que no lobby, ela me puxou pelo braço. Seguimos por um corredor lateral e, já no elevador, ela me agarrou. Aquelas pernas longas… com uma delas, se equilibrava, enquanto me prensava com a outra, como um bote em um duelo de tango. Nos atracamos ali até o elevador parar no 11o andar. Altiva, me guiou até seu quarto. Na entrada, uma pausa desajeitada: ela não encontrava o cartão que liberava a porta.

– Tranquilo, eu dizia, em bom portunhol, no passa nada!, emendando com uma passada suave de mão na bunda dela, subindo pelas costas até a nuca.

Ouço o barulho do elevador e, quando olho, a colombiana! Seu olhar fulminante me confundiu, ao me ver em situação duvidosa com a argentina. Dei de ombros, como se eu dissesse claramente que se ela tivesse me dado alguma abertura, estaríamos os dois na porta dela.

Cartão a postos, entramos. Ah, aquela argentina! Buceta lisa, barriga lisinha, pele lisa, que pele, que pele! Minhas mãos brutas deixaram vergões e roxos por aquelas pernas, quadris, bunda. Enfiava meu pau com força, enquanto ela me indicava que era isso que ela queria: violência! Me chupou como uma cadela. Me dizia palavras que ainda não faziam parte do meu vocabulário. Palavrões que, só depois, reconheci alguns na boca dos cabróns nos personagens de “Narcos”. Cada palavra daquela me deixava de pau duro, de pau gigante. Gozei naquela boca duas vezes. Passamos a tarde nus naquele quarto de hotel, bebendo água de coco com vodca, dançando salsa e fingindo passos de tango. Caímos em sono profundo pra, no meio da madrugada, ela me enxotar dali.

– Soy viuda. Viuda negra. Sale de aquí ahora!

Me masturbei ainda no meu quarto sozinho, pensando naquela frase.”

 

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