X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O sexo depois da não-liberdade https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/24/o-sexo-depois-da-nao-liberdade/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/24/o-sexo-depois-da-nao-liberdade/#respond Sat, 24 Apr 2021 21:47:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3158 Por Carmen

Tenho pensado a respeito da liberdade que só a experiência da não-liberdade nos traz. Explico: uma amiga, passando sozinha por estes 13 meses de quarentena, contou que nunca teve tanto desejo de se experimentar.

O fato é que, com a ausência de um parceiro sexual para chamar de seu, ela redescobriu o prazer, a conexão com seus sentidos mais básicos. O bom hábito – palavras dela – de se perceber e despir de qualquer questão que não esteja na vontade pura e simples de sentir tesão na presença de si. E gozar! Desfecho que, segundo me disse, tem acontecido de modo cada vez mais intenso. No sentido literal, seja em longas sessões de autoamor (na cama antes de dormir ou ao acordar devagarinho, no banho, no sofá da sala), seja quando este período de isolamento terminar – ou a vacina chegar para ela, quem sabe.

 

mulher nua
Crédito da foto Unsplash/
Velizar Ivanov

 

Esta conversa, entretanto, vai muito além de uma mulher adquirindo a liberdade de gostar de si e das possibilidades que o próprio corpo oferece. Porque segundo o depoimento dessa pessoa querida, o incômodo processo de encarar a solidão interminável da vida como poderia ser, a faz imaginar quem ela será após a pandemia. Sexualmente falando.

Não que a gente mude radicalmente princípios ou valores adquiridos a partir da nossa jornada. O respeito por si deve permanecer sempre. Porém, talvez, as pessoas queiram se colocar na vida amorosa de um lugar mais livre, mais fluido, com menos loopings mentais nas relações com outros parceiros, complexidades existenciais ou mecanismos de sabotagem. E aqui, estamos falando para todos os gêneros e estados civis, entenda.

Estudiosos de comportamento e futurologistas já apontam, em alguns anos, para uma sociedade sedenta por experiências pelas quais precisou se privar nestes tempos. A história nos mostra. Mas se esta reflexão, um tanto mental do ponto de vista de uma mulher adulta, solteira e que tem transformado o medo de uma condição tão humana – o da solidão para a solitude – ainda não te inspirou o suficiente…

Eu encerro com um depoimento que apenas uma amiga íntima é capaz de nos confiar. Desejando que você também repense sua maneira de se relacionar:

“Minha vida sexual se deu através do medo. Medo de me machucar, de me envolver e não ser correspondida, de me sentir usada, desrespeitada. Medo do outro. Medo de me tocar e do que eu poderia pensar sobre mim. Algumas vezes medo de, num rompante de libertação, nunca me conectar verdadeira e profundamente com alguém. Medo de sentir, de amar. Medo de viver.

Agora não, tudo está diferente depois desta rotina fora do mundo. Quando toco gentilmente meus seios, lambo meu braço, chupo meus dedos para logo encontrar outras partes de pele macia, pelos, e cada pedacinho da minha anatomia, sinto a vida pulsando em meu corpo e alma. A beleza de ter mais um dia. E a esperança de, em breve, me sentir segura como nunca antes. Para compartilhar o que tenho de mais humano: a entrega absoluta da minha vulnerabilidade.

De coração aberto, por uma noite ou uma vida inteira (isso já não importa). Com um sorriso leve no rosto. Um sorriso só meu. Pois ali, em cada instante tão único quanto fugaz, estive inteira. Tocando o sublime de encontrar outro ser por inteiro. Acho que é disso que se trata tudo… Quando a gente, finalmente, entende que estar vivo nos dá a oportunidade de acender estrelas no coração. Nosso e dos outros. Para que elas continuem brilhando quando nosso corpo físico já não tiver razão de seguir por aqui.”

 

 

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Confissões de uma recém-separada em quarentena https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/27/confissoes-de-uma-recem-separada-em-quarentena/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/27/confissoes-de-uma-recem-separada-em-quarentena/#respond Sat, 27 Mar 2021 15:48:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3143 Por Carmen

“Não sei você, Carmen”, escreveu minha amiga recém-separada, “mas ando impressionada com todas as conexões que surgiram durante este período interminável de (um necessário) isolamento social. Amigos de infância, da época da escola, do bairro onde cresci. Um dos antigos camaradas do meu ex. Um namorado de mais de vinte anos atrás. Homens solteiros, homens que namoram, um homem casado, um divorciado – outro de status ainda não conhecido.

O comportamento é parecido. Todos começam observando minhas postagens (e eu nunca postei tanto!). De repente, um dia, encontram uma deixa para enviar “uma reação” ou um comentário inbox pelo Instagram. Começam uma conversa. Uns revelam algumas de suas memórias comigo, alguém arrisca um elogio, depois some; igualzinho fazia na nossa adolescência. Há os que falam apenas do momento presente.

Tem um em especial, que me deseja um “boa noite, dorme bem”. Duas vezes já. E eu de fato durmo, alegre com esse carinho inesperado e deliciosamente virtual. Um outro amigo conta, pelo Whatsapp, que sonhou comigo na última noite… E eu tento interpretar em mim o que isso pode me dizer. Quando me sinto mais sozinha, escolho um deles para uma fantasia particular.

 

prazer feminino
Crédito da foto Ava Sol/Unsplash

 

Acendo uma vela, seleciono uma playlist no Spotify, deito na cama e começo a acariciar meu corpo. Imagino como ele, o personagem que me habita, gostaria de me tocar. Penso como deve ser seu corpo nu, sobre o meu. Em que momento decidiria tirar toda a minha roupa, como é o gosto do seu beijo, mais intenso ou mais racional. Ah. E se gosta de segurar firme no meu quadril enquanto me penetra (eu adoro), ou é um iniciado na fundamental arte de chupar por horas uma mulher. Bem gostoso.

Algumas vezes o personagem muda durante a transa, algo que não planejo ou controlo. Outras, dou uma espiada naquela foto de perfil (nada como uma certa dose de realidade, não é mesmo?). Continuo esse sexo diáfano, alternando entre meus vibradores. Sugador de clitóris pra começar, o delicioso “rabbit” vai-e-vem para continuar. Se estou animada, sigo com o estímulo do “bullet”, por cada dobrinha em mim, incluindo o bico dos meus seios. E finalizo, ou não, com meu querido pênis; grosso, flexível, de mais de 20 centímetros de prazer. Este reservo para noites mais encharcadas.

Gozo. Uma, duas, de vez em quando algumas vezes. Depois, acho graça. E sempre acordo com um sorriso de quem guarda um segredo no rosto. Afinal, antes da pandemia, tudo parecia mais complexo. Quando as pessoas, livres, por hábito ou ilusão, preferiam fechar o coração. Tinder, pra quê (risos)? Sigo em frente. Agradecendo o privilégio da vida, apesar de tanto, e imaginando com qual deles vou querer me encontrar – primeiro!”

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Testamos o vibrador de porquinho https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/08/testamos-o-vibrador-de-porquinho/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/08/testamos-o-vibrador-de-porquinho/#respond Fri, 08 Jan 2021 11:00:34 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3099 Por Dolores

Meninas que circulam pelo Instagram talvez já tenham se deparado com posts de lojas que investem em modelos diferentões de vibradores, além daqueles tradicionais já quase vintage, em forma de coelhinhos e borboletas. A fauna sexual feminina se expandiu, e a gente não poderia estar mais feliz com isso.

Se você não faz ideia do que estamos falando, segue uma rápida contextualização. Há, na praça, uma vasta oferta de brinquedos eróticos voltados ao prazer da mulher, com itens cada vez mais tecnológicos e eficazes, e seguindo uma tendência que eu particularmente acho esquisita: a de transformar vibrador em bichinho.

Óbvio que é um alívio viver em uma época em que a indústria entendeu que a gente precisava mais do que consolos veiúdos, por exemplo (eles têm seu valor, sem dúvida, mas broxam quando são a única opção). O que significa que um cardápio cada vez maior é sinônimo sempre de felicidade.

A questão está na estética adotada. Ponto mais que positivo para o material, sim, com um silicone extra macio e confortável, porém nota zero para a infantilização da forma. Na loja da qual comprei o vibrador deste teste aqui, por exemplo, havia modelos em forma de patinho amarelo, esquilinho, polvinho, e (sempre ele) coelhinho.

Juro que não entendo. Mesmo que fosse algo para ser usado quando estamos sozinhas em casa – já não brinco com bonequinhos fofos há muitos anos, justamente porque eles não me atraem na construção da mulher que busco e gosto de ser.

Mas o quadro é ainda pior quando a gente quer sacar o vibrador da bolsa no meio da transa com alguém. Tá tudo quente, sexy e maravilhoso, e de repente “pera aí que eu vou pegar meu porquinho cor de rosa”? Foda.

(Uma leitora me explicou, com essa resenha já publicada e por isso faço aqui um adendo, que se trata da estética “toy art”, de brinquedos não sexuais para adultos, agora importada para este mercado. Continuo não gostando, mesmo depois da explicação. Sigo achando perigoso infantilizar o sexo. Daí me perguntaram porque não testei, então, um vibrador que não fosse de bichinho. A resposta é: por que não testar, se a gente aqui fala sobre sexo no geral, inclusive das coisas que não gosta?). 

Fun Toys – Fava

(Foto: Divulgação)

Enfim. Reclamações quanto à plástica encaminhadas à direção, segue o baile. Quero compartilhar com a leitora (porque estamos falando de clitóris) minhas impressões sobre o tal porquinho, focadas em seu desempenho, mais que em sua forma física.

Aliás, falando rapidamente sobre o formato: ele é redondinho e cabe bem na mão, coisa excelente, que muitas vezes as marcas se esquecem de testar. Pilotá-lo é tranquilo e anatômico.

Como a maioria dos vibradores mais modernos, seu carregamento é via USB, com um carregador todo único, e que honestamente sempre me dá medo de perder ou quebrar, já que deve ser uma dor de cabeça descolar outro igual. O botão de liga e desliga é integrado à superfície, sem relevos, o que ajuda a não causar interrupções acidentais.

Trata-se de um “sugador de clitóris”, categoria tendência atualmente. De modo que ele tem um buraquinho pra gente se encaixar – neste caso, o grelo deve ser acoplado à, digamos, cara do porquinho. Feita a conexão, é aí que a mágica acontece.

Não se trata propriamente de sucção. É mais um “farfalhar” da lingueta que o vibrador tem dentro do orifício. Pressionando o botão, é possível aumentar ou diminuir a velocidade, que pode chegar a nove níveis de intensidade. As duas primeiras serviram só para me aquecer – construção do orgasmo, mesmo, só a partir da terceira.

É diferente de ser chupada por um ser humano, definitivamente. Se você está em busca de algo que reproduza o sexo oral de maneira fidedigna, o porquinho sugador não é o seu produto. Aliás, não conheci até hoje algo que imitasse uma boa chupada de xoxota, e adoraria que inventassem.

O prazer que o porquinho proporciona também é diferente daquele que o meu vibrador favorito, o Volta (sobre o qual falei aqui), consegue me dar. É algo mais parecido com uma cosquinha deliciosa no clitóris, do que a pressão dos dedos de quando a gente bate uma siririca, por exemplo.

Se vale a pena? Sim, vale. Custa em média R$ 300, mas é um bom modelo de entrada no mundo dos vibradores. Os depoimentos na página da loja dão, inclusive, a impressão de que é um modelo bastante comprado por mulheres que nunca tiveram um orgasmo, e que vivem esta experiência com o porquinho.

Uma última colocação: tanto a marca quanto alguns reviews elogiam se tratar de um produto silencioso, que daria para usar, por exemplo, em um quarto sem que ruídos delatores vazassem pela porta. Balela. Realmente não chega a ser o motor de um Airbus em decolagem, mas com certeza não escapa incólume de ouvidos mais atentos circulando pelo corredor de casa.

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Com você é especial https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/#respond Thu, 24 Sep 2020 23:57:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3028 Por Dolores

Quando isso tudo passar, e a gente finalmente puder se ver, eu quero que você me faça muitas coisas. Vou pedir coisas infinitas de você. Podemos começar, por exemplo, por marcarmos só uma semana depois que todos os encontros forem liberados. Sim, eu sei que a saudade é imensa, e que já esperamos tanto, mas quem espera tanto não espera um pouco mais?

Tenho vontade de criar suspense. Sim, ainda mais. Então, no dia, quando finalmente chegar este dia, você me escreve um email enorme, dizendo que sente minha ausência, e que quer muito me ver. Que manda esta mensagem para compensar a falta que você me faz. Daí eu respondo. Faço um pouco de cu doce. Mas aceito no final, você vai dizer que já sabia que eu aceitaria. Vamos rir. E sete dias se passam e eu apareço aí.

Vou tocar sua campainha, depois de subir três lances de escada deste seu predinho sem elevador que eu sempre achei um charme, e que se fecho os olhos aqui, nossa, de olho fechado parece que faz ainda mais tempo, eu fecho os olhos e sei exatamente o cheiro que o caminho vai ter.

A mulher do segundo andar fritando bife. A amônia do xixi de gato da vizinha do térreo. E a sua campainha tocando com som de geladeira velha só pra assustar seu cachorro esquisito. Eu nunca disse que não amo seu cachorro. Só acho ele esquisito. Você é esquisito, também, e olha o tanto que eu te adoro.

É bastante, garanto, que eu não coloco body de renda preta pra qualquer um. Vão acontecer outros encontros, quando tudo isso passar, e a gente finalmente puder se ver, encontros com outras gentes, eu digo, e pra nenhum eu vou botar body de renda preta. Com você é especial, sabia?

O que vai me dar pra beber? Eu quero que você me faça muitas coisas. Servir vinho branco meio gelado, por exemplo. Numa taça bonita daquelas que a gente quase não consegue segurar com uma mão só. Gorda. Me elogia. Mas ainda não me beija. Nem tenta, se puder, quero criar um clima de romance.

Pin on My Love

Finge que está preparando alguma coisa bem gostosa pra gente comer. Pica uns queijos diferentes. Salpica umas ervas por cima. Diz que fica pronto já já e que espera que eu goste. Daí pergunta o que eu quero escutar, me ouve dizer que é Caetano, e vai lá e bota um Chico no lugar. Pra gente rir e criar um clima de tesão.

Aqueles queijos diferentes lá ninguém vai nem provar, né, você sabe. Porque vinho branco meio gelado é rápido de beber. E, quando a gente nem espera, já está meio bêbadozinho, vai pegando no muque enquanto dá risada de umas coisas bestas que você diz, você hoje está mais engraçado que nunca. É a saudade.

É a saudade? Você vai estragar meu body preto de renda de tanta pressa que vai ter pra desabotoar o fechinho que fica no meio das minhas pernas. Achou que era de pressão, eu avisei que era de encaixe. Só que sua língua é tão quente e molhada que, olha, tá tudo bem, eu compro um novo. Eu nem compro, e venho pelada da próxima vez. Pra facilitar de você lamber exatamente este lugarzinho que está lambendo agora.

Eu vou querer transar de novo. Você topa? Falei que ia pedir coisas infinitas de você. E, se der, vou querer terminar tudo dormindo meio encaixada em você. Não muito, que seus pelos me dão calor, mas quase. Você topa. E eu topo, também, se com o dia quase amanhecendo você botar o pau grande e bem pronto entre as minhas pernas, e quiser me comer mais uma vez.

Eu vou querer sair sem banho nem café. Você vai insistir. Eu vou achar que quase gosto de você a mais do que deveria, mas vou lembrar dos outros pra quem não chegava a usar body de renda preto, mas que gosto também que me lambam molhados, e vou decidir que um pedacinho do queijo de ontem eu até aceito, uma xícara de café com leite também ia bem.

Vou perguntar se você está de ressaca igual a mim. Te ameaçar de levar seu cachorro comigo, porque ele é fofo e tem barba. Do interfone na cozinha, você dispara o portão lá embaixo, eu desço com calma, o bife de ontem já se dissipou. Tem alguém fazendo pão na chapa.

Da janela do seu quarto, você vai me soprar um beijo pra calçada. Eu pego com a mão e finjo que aperto ele pra dentro do peito. A gente sabe que vai se ver de novo, e em breve. Ninguém me chupa assim. Se eu me apaixonar por você, te mato.

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Um sugador pra chamar de seu https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/17/um-sugador-pra-chamar-de-seu/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/17/um-sugador-pra-chamar-de-seu/#respond Thu, 17 Sep 2020 17:26:30 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3022 Por Carmen

Já tem algum tempo que não compartilho depoimentos de amigos ou leitores aqui no blog, mas corri pra publicar as confidências de uma amiga. Ela me contou as maravilhas que um sexy toy tem feito por ela nesses tempos de distanciamento social (e solteirice). A Dolores já falou dele aqui, um simulador de sexo oral arrebatador que está sempre no topo dos desejos de muita gente. Se você parou nos artefatos de penetração e vibração, há todo um novo mundo aí para ser descoberto.

 

Crédito da foto Richard Jaimes/Unsplash

“Confesso que demorei alguns longos anos para descobrir os prazeres da masturbação. Talvez por inexperiência ou alguma dose de pudor (meninas são educadas para serem comportadas, afinal de contas). Assim a vida segue, com a gente descobrindo o próprio corpo pelo estímulo do parceiro. Se o namorado da vez é um bom amante, isso basta. Até um dia, quando tudo muda de repente.

Para mim aconteceu numa entressafra de um relacionamento chegando ao fim. A gente transava pouco, sempre aquela coreografia velha conhecida. A escassez de sexo me fez descobrir meu tesão. Por mim. Comecei do jeito clássico, com as mãos acariciando meus seios e minha boceta em noites de cama vazia. Descobrindo texturas, arrepios, o bico do peito sempre duro, o clitóris sensível implorando por um gozo forte, daqueles que produzem sorrisos e espasmos em cada detalhe da anatomia.

Mas quanto mais eu desejava chegar naquele estado de prazer absoluto, mais sentia falta de uma bela chupada. Daquelas em que a aspereza macia de uma língua molhada no meio das minhas pernas, me faz sentir uma deusa – completamente entregue a cada movimento de uma boca competente. E se o Universo sempre conspira quando estamos prontas, uma amiga recém-separada me contou sobre sua mais recente descoberta: o sugador de clitóris. Sim, ele existe.

Vou pular a parte da pesquisa dos modelos disponíveis. Todos servem à mesma missão, encaixar a glande do clitóris – aquele pedacinho delicioso de carne – em um orifício macio com sistema de sucção capaz de te puxar e soltar gentilmente, junto de tremidinhas que estimulam toda a região.

Gosto de começar na primeira velocidade, para acordar meu desejo. Depois me lambuzo (literalmente) com um lubrificante, recomendação do fabricante para uma experiência ainda mais intensa. Aos poucos, aumento a velocidade, esfrego o aparelho por toda a vagina. Não consigo evitar alguns gritos de tanto prazer. O(s) orgasmo(s) vêm na medida da vontade. Pode acontecer rápido, em menos de 5 minutos, ou levar uma hora em estado de êxtase. As ondas de gozo podem ser suaves, fortes, e certamente múltiplas. De tão eficaz, você pode ficar viciada no brinquedinho. Seu boy também, porque ninguém resiste a um estímulo tão visceral.

Não consigo contar mais detalhes. Apenas que nunca precisei passar da quarta intensidade (meu modelo possui 11, imagine!). Vale dizer que trata-se de algo discreto, delicado, e com um encaixe perfeito no portal mágico dos prazeres de toda mulher. Se você ainda não tem (ou presenteou com) um sugador, acredite, deveria. É um deleite, um caminho sem volta.”

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Sobre gostar também de meninas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/#respond Sun, 28 Jun 2020 17:47:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2966 Por Dolores

A Bruna foi a primeira pessoa por quem me apaixonei na vida. Entre a parte da frente e as duas quadras imensas nos fundos do terreno, havia quatro construções, ocupadas por escritórios variados, banheiros, um estúdio de balé, secretaria, a cantina, salas de aula e um pequeno pátio. E foi na escada que levava a um quartinho da escola que ninguém nunca soube o que tinha dentro que eu dei meu primeiro beijo.

Tecnicamente não teria este nome, para dizer a verdade. Porque só a minha boca se mexeu, e nem nos lábios dela eu encostava – beijei o antebraço da Bruna aos seis anos de idade. Ela deixou porque éramos melhores amigas, acho, ou porque eu pedi com jeito, ou talvez tivesse pena de mim.

A Bruna e seus imensos olhos azuis pousados cheios de compaixão na minha cara de quem, cega, ama e se entrega. Depois disso passei muitos anos só beijando e transando com meninos, daí vieram os homens, e só com 20 e poucos, numa viagem a Porto Alegre, revivi o frio na barriga que a Bruna me dava.

Aleteia veio da Espanha, era bailarina e bebia uísque. Foi para o meu quarto do hotel, depois do jantar de confraternização entre sua companhia e os jornalistas que viajaram para assisti-la dançar. Ela tinha cheiro de rosa. A Bruna tinha gosto de chocolate.

Sempre achei a parte mais complicada da bissexualidade esse prólogo antes de entender que podia chegar nas garotas sem levar em troca uma cara de incredulidade. Tomar toco todo mundo toma, faz parte do jogo da sedução, mas o espanto e o quase nojo com que algumas olham machucam mais fundo. É como se não perdoassem a ousadia de uma mina considerar que elas também possam gostar de minas.

Revealed: The 5 Health Benefits Of Chocolate

Tem outra etapa chata, mas essa mais introspectiva que a outra – fora a vantagem de que ela acontece por um tempo e, depois, você a vence e nunca mais tem que encará-la. Não sei se é assim para todo mundo. Comigo, foi preciso falar bastante disso na análise até entender que o desejo que eu sinto por outras mulheres não tem, além de nada de errado, qualquer tipo de recalque.

Algo como compreender que esta vontade não passa nem de perto pela minha sexualidade com os homens, não é influenciada por ela, não se confunde em parte alguma. Levou tempo, consumiu anos de sessões, mas se mostrou muito útil, esse entendimento.

Foi nesse período que vieram, então, outras flores e doces, em noites com menos noias e mais leves. Descobri que gosto mais de meninas de um tipo físico em particular. Que eu tinha uma musa. E que a liberdade de poder vivenciar a sexualidade sem vergonhas não tinha preço.

Fazia tempo que nada extraordinário acontecia, quando reconheci, em outros olhos grandes, o mesmo verão que eu via no rosto da Bruna quando a gente ficava na escadinha rumo ao desconhecido, na escola da Vila Mariana. Um almoço em um sábado bonito, tinha música tocando, grupos diversos de conhecidos espalhados em mesas e cadeiras pelo salão.

Eu soube desde o minuto um no que aquilo ia dar. Uma garrafa de vinho branco gelado depois, o tempo correndo, e ela precisava ir embora, outros compromissos, explicou. No banheiro, nos esprememos em uma cabine, as taças apoiadas sobre o tampo de cerâmica da caixa do vaso.

O melhor beijo, mais gostoso que o braço de cacau da Bruna, que qualquer buquê, que todas as outras bocas, quem sabe. Ela abriu o primeiro botão do meu vestido para fazer caber a mão lá dentro. Segurou um peito, depois afundou a cara entre os dois, ao mesmo tempo em que já empurrava minha calcinha pernas abaixo.

Encostei-a na outra parede da cabine, a parede dela, porque sabia que em breve a perderia. Segurei sua cabeça entre as mãos, lambi sua boca, para então afundar a língua entre seus dentes, quero engoli-la. Ela é pequena. Ela cabe inteira no meu domínio.

Minha calcinha cai no chão, eu baixo a cabeça para olhar, e ela surge em meio às minhas coxas. Com o dedão se enfia na minha xoxota, com a língua lambe meu clitóris em círculos e de vez em quando olha para cima.

Nunca mais nos encontramos. Eu culparia a pandemia, ela diz que eu enrolo para marcar um novo encontro. Outro dia brincamos de o que você levaria para uma ilha deserta se pudesse passar lá sua quarentena. Na resposta dela havia livros e álcool. Na minha tinha chocolates, rosas e ela.

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A sua sorte https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/18/a-sua-sorte/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/18/a-sua-sorte/#respond Thu, 18 Jun 2020 21:38:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2960 Por Dolores

A sua sorte é que eu não tenho um pau.

Eu te encurralava, te dominava, te violava no chão igual à música do Chico, se eu tivesse um pau e fosse você do meu lado, igual é hoje em dia, mas quem tem o pau é você.

Eu não ia te deixar em paz. Você não ia ter sossego. Seu dia ia começar bem cedo, na verdade não era nem dia ainda, porque antes do nascer do sol eu já ia me embrenhar pra perto do seu corpo deitado na cama, subir a palma da mão da coxa pra bunda, e, segurando cada banda prum lado, ia me roçar pra você me sentir crescer comigo já lá dentro.

Sorte sua, eu não ter o que bem podia. Não adiantava reclamar, dizer que precisa dormir, que amanhã tem que acordar cedo. E, quando acordasse de verdade, era o meu pau, e não mais o seu, que íamos adorar feito imagem de ídolo, duro e imponente, respeitável em todo o seu ineditismo.

Não que a gente fosse se surpreender com o fato de que, azar o seu, agora eu tinha um pau e queria aproveitá-lo direito. Ia se normalizar, o novo membro, mas não sem que antes, de novo, igual à música, eu não te desse perdão.

Abaixa pra pegar coisa no chão, na última gaveta, pra amarrar sapato, pra você ver o que te acontece. Ajoelha na minha frente. Se eu tivesse um pau – e é sorte sua que eu não tenha – era em você que eu testava as descobertas, sensação por sensação, novidade por novidade.

Corpo De Mulher Sexy E Atlético Na Cueca Branca. Fotos, Retratos ...

E eu te acho tão gostoso, tão apetitoso, que, se eu tivesse um pau (azar o seu), esfregava em você inteiro. Não ia haver trégua. Não tinha momento certo. Toda hora era hora de eu ver o que de tão bom parece ser ter um pau e poder encaixá-lo em frestas, molhá-lo em poças.

E, de tanto pensar que ter um pau era sua desgraça, de ter certeza do seu desgosto e asco, quase me perco no devaneio e me esqueço do quanto eu penso, às vezes, que pode ser que sem um pau eu não viva (azar o meu), e que calha de ser o seu a que eu tanto adoro feito imagem de ídolo.

Duro e imponente, ainda que em sua frequência morna do cotidiano, agradeço aos céus que você queira aproveitá-lo direito. Que não me dê perdão. Nem me conceda paz. E, agora de memória fresca e já quase molhada, sei que não havia como não ser sorte se eu pudesse também fazer a você as maravilhas que você faz comigo.

A minha sorte é que você tem tudo de que eu preciso.

 

 

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Tutorial para gozar na quarentena https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/31/tutorial-para-gozar-na-quarentena/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/31/tutorial-para-gozar-na-quarentena/#respond Tue, 31 Mar 2020 22:56:46 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2898 Por Dolores

Tão comuns quanto as lives de tudo que se imagine no Instagram, de yoga a culinária, são as postagens falando sobre o quanto anda difícil aguentar o tesão no confinamento. Se há uma época em que os solteiros saíram mais prejudicados que os casados, esta época é sem dúvidas a que vivemos atualmente.

Daí que, para quem ficou de quarentena individualmente, tudo o que resta é buscar formas de se satisfazer sozinho. Sites de pornografia, por exemplo, liberaram o acesso às suas áreas premium, onde costumam ficar armazenadas produções mais cuidadas. E sempre teremos os nudes, os dirty talks, os blogs de sexo nos jornais.

Para quem gosta e sabe o que está fazendo, a primeira semana trancados em casa deve ter sido realmente uma maravilha. Liberdade total, zero pressa, e a chance de se esfolar até ficar exausto formam a combinação perfeita para o punheteiro e a punheteira insaciáveis.

Mas, e para quem já esgotou todas as possibilidades, ou principalmente para aqueles que têm pouca ou nenhuma familiaridade com o próprio corpo, requisito imprescindível na hora de se fazer gozar? Aí, amigos, não há putaria online no mundo que opere milagres.

Por isso, venho aqui ajudar os amigues. Primeiro, compartilho o que conheço como menina. Depois, quem sabe arrisco dividir meus dons na masturbação masculina, para ver se são de alguma serventia.

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Para saber o que causa faísca no corpo, é preciso antes de tudo entender o que dá faísca na mente. Os tutoriais de masturbação que ensinam mulheres a “se deitar em um lugar tranquilo e acariciar seu corpo” parecem não saber exatamente como funciona um organismo feminino. Precisamos de estímulos que vão muito além do toque e do físico.

Tente se lembrar do que te deu tesão a última vez. Se foi algo que alguém disse, se foi imaginar uma situação com uma pessoa específica, um anônimo, famoso, uma lembrança, uma fantasia impublicável. Ninguém precisa saber do que se passa na sua mente. Costumo brincar, inclusive, que se soubéssemos o que cada um digita na busca do xvideos não cumprimentaríamos mais ninguém na rua.

Pois volte a este lugar do tesão e o acione, se preciso de olhos fechados, debaixo do chuveiro, onde for mais fácil. Assista algo, se for o que lhe apetece. Se conseguir, espere bastante até massagear o clitóris com os dedos ou um vibrador. A construção do tesão faz ser mais fácil aproveitá-lo na hora que ele chegar de verdade.

Àquelas que têm qualquer dificuldade na lubrificação, dois toques: primeiro, sem noia. Os organismos são únicos, têm histórias únicas, e não ficar molhada não é o fim do mundo; segundo, há excelentes alternativas nas sex shops online, bem como opções feitas de maconha (sim, maconha), que não só ajudam a umidificar o ambiente, quanto também causam um formigamento interessante.

Com a vontade de dar e comer instalada, tudo deslizando na medida, é hora da ação propriamente dita. Esqueça os vídeos mais populares nos sites pornô: aquilo não é masturbação, mas sim apenas pura cenografia para agradar meninos. Você vai encontrar seu ritmo próprio, e quase nunca ele se parece com a fricção desvairada praticada pelas atrizes do cinema adulto.

Comece com um movimento leve, pressionando os dedos com calma e deslizando de um lado para o outro, de preferência no mesmo lugar. O tesão vai dizer quando é hora de acelerar ou apertar mais um pouco – e, de novo, é bem pouco provável que este processo todo inclua o desejo de socar os dedos lá dentro do canal vaginal, igual ao que os vídeos online sugerem.

Mantenha em mente situações que te excitam, sem perder a concentração e o foco. Porque, sim, o gozo feminino tem muito a ver com a mente, tanto quanto tem a ver com a xoxota em si. Esqueça por ora os problemas, desligue o celular, tranque a porta com chave. A meta aqui é atingir o orgasmo e, se possível, dobrar essa meta na mesma siririca.

É normal, para quem não tem o costume, achar que está demorando muito pro gozo vir. Ou, quando ele está realmente a caminho, dar medo de que ele escorregue e suma antes de se instalar. Por isso, relaxe. Você vai conseguir, e vai ser ótimo. E, se tudo der certo, assim que essa primeira gozada estiver terminando, você vai perceber que, se continuar com a mente ligada no seu lugar tesudo, é bem capaz que venham também as segundas, terceiras, quartas…

Aproveite seu corpo, moça. Quanto mais você conhecê-lo, mais gostoso vai ser emprestá-lo a alguém quando isso tudo acabar.

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Coração no meio das pernas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/17/coracao-no-meio-das-pernas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/17/coracao-no-meio-das-pernas/#respond Mon, 17 Feb 2020 20:02:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2860 Por Dolores

Prega o dito popular que é com a cabeça de baixo que pensam os homens. Sempre achei engraçado, isso de dar o nome de outra parte do corpo pra um lugar adicional. Tão engraçado quanto seria se a gente tivesse mais um pedaço chamado queixo, ou uma segunda bunda abaixo do joelho.

Mas, quando começo a rir do costume de chamar chapeleta de cabeça (sim, porque é esse o nome correto da anatomia, chapeleta, repita em voz alta e veja quanta musicalidade), eu lembro que, no meu corpo, cometo a heresia de dobrar órgãos além dos que já vêm em pares de fábrica.

Enquanto todo mundo tem rins, pulmões, ovários, amígdalas, eu sou aquela que tem dois corações. Um é do modelo clássico, bate no peito, acelera na ladeira, e o outro, mais raro, fica instalado lá no fundo da xoxota.

Um pouco menor, garantem as ressonâncias, algo como metade do tamanho do que é igual ao de todo mundo. Também pudera: enquanto o tradicional tem funções múltiplas, o extra serve apenas para complicar a minha vida.

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É por causa dele, o coração genital, que me apaixono por todo mundo com quem transo. Quando era só homem que me comia, eu achava que, de algum modo, a chapeleta (viu? nada de cabeça) roçava de levinho ou com força, e o estímulo contínuo acabava, feito lâmpada mágica, fazendo brotar de lá de dentro o amor em sua genialidade.

Mas, depois que passei a também gostar de pegar meninas, vi que não tinha necessariamente nada a ver com o toque, e que a proximidade bastava. Ter ali por perto, na xoxota, algo quentinho e delicioso, era o suficiente pra que o coração número dois batesse muito mais forte.

E é um problema cair de amores sempre que se vai pra cama. Primeiro porque tem gente que não merece o coração que come. Segundo porque, no caso de cruzar com alguém que é digno, volta aquele velho problema que já se enfrenta no caso do coração elementar: ter que, também com o adicional, reparti-lo em dezenas de pedaços.

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Aula de pompoarismo: fiz e gostei https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/16/aula-de-pompoarismo-fiz-e-gostei/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/16/aula-de-pompoarismo-fiz-e-gostei/#respond Thu, 16 Jan 2020 18:28:10 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2828 Por Carmen

Esqueça exóticas tailandesas jogando bolinhas de ping-pong pela vagina. Pompoarismo é uma tradição oriental, ligada à ancestralidade, a longevidade, a autoestima e ao sagrado feminino, passada de mãe para filha em diversas gerações em comunidades da Ásia. Pode ser feita por qualquer uma porque, além de melhorar o desempenho sexual e aumentar a libido, previne e combate incontinência urinária, ajuda no pós-parto e em disfunções que causam dor na relação sexual.

É claro que uma prática que é capaz de aumentar nosso prazer e nos dá controle sob o ato sexual, foi transformada na sociedade patriarcal em uma bizarrice, associada a mulheres agressivas, que fumam charuto e quebram pênis com a força da vagina. Foi na década de 1940 que o médico Arnold Kegel esteve na Ásia – diz a lenda para fazer turismo sexual – e levou o pompoarismo para os Estados Unidos, onde teve bons resultados com pacientes que tinham problemas relacionados à flacidez nas regiões do púbis e do cóccix, por meio do que chamou de exercícios de Kegel.

Interessada tanto nos benefícios sexuais quanto nos relacionados à saúde, fui fazer uma aula em grupo de pompoarismo. Éramos quatro mulheres, de 30 e muitos, 40 e poucos, todas mães. Achei curioso como tínhamos perfis parecidos e motivos também similares para estar lá. Ouvimos esse histórico e logo aprendemos a identificar os três anéis, as regiões que devem ser fortalecidas, uma bem na entrada na vagina, outra na direção do osso na vulva e, por fim, no baixo ventre.

 

pompoarismo
Crédito da foto Pinterest

 

Foi feito um exame na área genital, para calcular a força vaginal, feito individualmente, em privacidade, e também uma análise da capacidade de segurar o xixi. Saí melhor do que imaginava nos dois.

Recebemos instruções para práticas diárias, que levam cerca de 10 minutos, e devem durar três meses – depois entra a fase de manutenção, três vezes por semana. Ganhamos de brinde um conjunto de pesinhos, em formato semelhante a balas, que devem ser introduzidos no canal para potencializar os exercícios – com o passar das semanas, vamos trocando e aumentando o peso. Depois desse período, nossa pélvis será páreo para o bíceps da galera da academia, mas muitas mulheres desistem antes dos 90 dias, por falta de disciplina. Além disso, os efeitos não são visíveis, mas sentidos no longo prazo.

No sexo, também é com o tempo que passamos a controlar até mesmo a ejaculação masculina com o pompoarismo, uma solução sem alarde para quem tem parceiro com ejaculação precoce.  Nossa terapeuta contou que aperta o canal da vagina antes da penetração, de acordo com o calibre do pênis do parceiro, aumentando assim o prazer para ela e para ele. É a customização da vagina, levando ao encaixe perfeito, que ativa ainda mais o ponto G, entre outras vantagens.

Virei fã, comecei meus três meses de prática e volto depois para contar quando fizer uma massagem estimulante no meu namorado com a minha própria vagina.

 

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