X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O guia definitivo da chupada ideal https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/o-guia-definitivo-da-chupada-ideal/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/o-guia-definitivo-da-chupada-ideal/#respond Fri, 24 Jul 2020 22:57:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2993 Por Dolores

Detesto cravar que um documento é definitivo porque o mundo dá voltas. Mas, neste caso, em que venho a público lançar o Ultimate Manual Uber Blaster para chupar xoxotas, arrisco dizer que não haverá uma segunda versão, quiçá uma revisão de nada, porque é muito pouco provável que algo significativo mude seja na técnica aqui apresentada (infalível, a melhor, salve salve), seja na anatomia das xoxotas, que desde que o mundo é mundo conservam a mesma aparência, com uma ou outra variação de tamanho, vegetação ou sabor.

Sem mais delongas, este manual surge não só para tentar ajudar você, caro leitor, cara leitora, a parar de sofrer quando chegar a hora de cair de boca em uma mulher, mas principalmente a aumentar o número de moças felizes ao redor do mundo, porque se tem uma coisa que nos deprime é quem não saiba executar direito algo que, convenhamos, nem é tão complexo assim.

Meu palpite sempre foi o de que a pornografia neste caso estraga tudo. Discordo quando se alega que é má vontade dos homens (e de algumas mulheres, mas muito mais frequentemente deles) não aprender a chupar uma mina. Todos os que conheci, e que por sorte até que mandavam direitinho na arte, estavam muito abertos a aprender movimentos ou adaptar os já conhecidos, a fim de aproximar ao máximo aquela chupada à que tenho idealizada em meus mais queridos sonhos.

Pois bem. Caneta e papel a postos, é hora de praticar em sete passos.

  1. Há dois componentes fundamentais em uma boa chupada de xoxota: conhecimento e paciência. Falemos primeiro do primeiro. Não dá para chupar uma xoxota sem conhecer sua anatomia. Ela não é como um pinto, que está lá para quem quiser ver, sem muita possibilidade de erro. As vaginas são complexas, mas não de uma maneira inviável, inclusive porque, você é esperto(a) e já sabe, o órgão feminino é idêntico ao masculino na composição – a diferença é que está tudo ali compactado numa área menorzinha. Aproveitando a comparação, se você é um homem basta pensar que, se é na cabeça do seu pau que o prazer maior acontece, o prazer da mulher está guardado no que seria o equivalente dela: a ponta do clitóris. Sim, o clitóris. Este grande alvo de piadas na internet, mas que, no fundo, todo mundo sabe onde fica – o problema mesmo é entender como operar. De todo modo, vale relembrar. “Abra” a xoxota pelos grandes lábios, que é a parte gordinha e externa. Você vai encontrar os pequenos lábios, que são uma versão em miniatura destes em que você acabou de mexer. O grande orifício, onde a gente gosta de introduzir vibradores, dedos, a língua e até mesmo um pau está ali visível e clara. Mais para cima, se você olhar com cuidado, há um buraquinho: é a uretra feminina. O clitóris está acima dela. Ele se parece com um dedinho, e pode ser pequeno ou grande, a depender da mulher. Aliás, um momento de curiosidade: a pornografia (sempre ela) costuma dar preferência à estética das mulheres com clitóris menores, por considerá-los mais delicados e infantilizados. Pois é interessante saber que, quanto maior o clitóris, mais área útil para sentir prazer, o que confere às minas clitorudas uma vantagem.
  2. Agora que você sabe onde está o clitóris, é hora de trabalhar. Vamos partir do pressuposto de que você já cuidou bem desta mulher a quem agora vai chupar. Que deu carinho para ela, tratou-a direito, e que ela está excitada o suficiente para acusar o golpe. Sim, porque não adianta nada chupar uma xoxota assustada. Usando de novo a analogia peniana, conosco não funciona a técnica do “vou fazer crescer na minha boca, quer ver?”. A gente precisa estar com tesão, para que o clitóris fique um pouquinho duro e pronto para a ação. Sim, clitóris também sofrem ereção, não sabia? Então que esta informação – fundamental – fique classificada como número dois.
  3. Comece com lambidas largas, de língua aberta, pelo entorno todo. Sem frescura com pentelhos, real. Ou você é todo depilado da cintura para baixo? Pense que tudo aquilo que alguém se dispõe a fazer com você pode e deve ser retribuído agora, então abstraia dos pelos e bola (ops) pra frente. Lamba generosamente, molhe tudo, demonstre que está curtindo o que está fazendo. Aliás, está aqui um conselho importante: as mulheres costumam noiar que o sexo oral nelas é cansativo para o parceiro ou parceira, e, com isso, não relaxam o suficiente para gozar. Ajude sua mina a ficar tranquila de que, sim, você está feliz com isso, e que vai aguentar até o final.
  4. Sim, aguentar é a palavra. Veja bem: você vai lamber o entorno, começar a explorar os grandes e pequenos lábios, e então vai colocar o clitóris todo dentro da boca. E, quando começarem os movimentos ritmados de verdade, será preciso que você aguente firme, porque pode ser cansativo. Sexo oral nos homens também cansa, guarde esta informação, mas quem aplica não costuma reclamar. Então, seja generoso(a) e aplicado(a). Voltando: com o clitóris todo na boca, explore todo o formato dele, com calma, passando a língua por todas as dobrinhas. Esqueça seus dedos, por ora, nada de ficar enfiando coisas dentro da mulher enquanto está dando sexo oral. Foque no que importa. Brinque com o clitóris até sentir que o grande momento chegou.
  5. Agora é seu momento de brilhar. Mentira. É o momento dela. Você está aí para levá-la ao melhor lugar do mundo, veja o tamanho da sua honra. Encontre uma posição confortável, porque você vai ficar nela por uns bons minutos, talvez até meia hora. Ninguém quer você parando no meio para ajeitar sua perna que está formigando. Comece a aplicar movimentos ritmados e repetitivos. Não, sua língua não é um dedo, então o movimento esperando não é igual àquele que a gente faz com os dedos na hora da siririca. É outra coisa. Experimente, por exemplo, fazer círculos com a língua, sempre para o mesmo lado, primeiro devagarinho e com menos pressão, para depois “apertar” um pouco mais a língua na xoxota e acelerar o ritmo. Se os círculos foram incômodos para a base da sua língua, tente de baixo para cima e vice-versa. Veja o que é mais fácil de manter de modo contínuo, e vá sentindo como a mulher responde. Poucas coisas na vida são tão prazeirosas quanto perceber que a pessoa que se está chupando está chegando perto de gozar.
  6. Por fim, se não der certo na primeira (segunda, sexta, décima) vez, não desanime. Assim como grande parte das coisas no mundo, a chupada perfeita exige prática, então mantenha o foco em se tornar um(a) bom(boa) chupador(a) que a sua hora chegará.
  7. Ah, sim, importante: se você não tem uma xoxota na qual treinar, experimente o que tem em casa. Sério. Vale pegar um mamão quase maduro aberto na metade, uma mexerica, ou mesmo sua própria mão, fazendo um dos dedos de clitóris. Quanto mais você treinar a permanência da língua neste tal movimento repetitivo e tão necessário, mais craque você vai ficar.

Boa sorte!

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Sobre gostar também de meninas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/#respond Sun, 28 Jun 2020 17:47:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2966 Por Dolores

A Bruna foi a primeira pessoa por quem me apaixonei na vida. Entre a parte da frente e as duas quadras imensas nos fundos do terreno, havia quatro construções, ocupadas por escritórios variados, banheiros, um estúdio de balé, secretaria, a cantina, salas de aula e um pequeno pátio. E foi na escada que levava a um quartinho da escola que ninguém nunca soube o que tinha dentro que eu dei meu primeiro beijo.

Tecnicamente não teria este nome, para dizer a verdade. Porque só a minha boca se mexeu, e nem nos lábios dela eu encostava – beijei o antebraço da Bruna aos seis anos de idade. Ela deixou porque éramos melhores amigas, acho, ou porque eu pedi com jeito, ou talvez tivesse pena de mim.

A Bruna e seus imensos olhos azuis pousados cheios de compaixão na minha cara de quem, cega, ama e se entrega. Depois disso passei muitos anos só beijando e transando com meninos, daí vieram os homens, e só com 20 e poucos, numa viagem a Porto Alegre, revivi o frio na barriga que a Bruna me dava.

Aleteia veio da Espanha, era bailarina e bebia uísque. Foi para o meu quarto do hotel, depois do jantar de confraternização entre sua companhia e os jornalistas que viajaram para assisti-la dançar. Ela tinha cheiro de rosa. A Bruna tinha gosto de chocolate.

Sempre achei a parte mais complicada da bissexualidade esse prólogo antes de entender que podia chegar nas garotas sem levar em troca uma cara de incredulidade. Tomar toco todo mundo toma, faz parte do jogo da sedução, mas o espanto e o quase nojo com que algumas olham machucam mais fundo. É como se não perdoassem a ousadia de uma mina considerar que elas também possam gostar de minas.

Revealed: The 5 Health Benefits Of Chocolate

Tem outra etapa chata, mas essa mais introspectiva que a outra – fora a vantagem de que ela acontece por um tempo e, depois, você a vence e nunca mais tem que encará-la. Não sei se é assim para todo mundo. Comigo, foi preciso falar bastante disso na análise até entender que o desejo que eu sinto por outras mulheres não tem, além de nada de errado, qualquer tipo de recalque.

Algo como compreender que esta vontade não passa nem de perto pela minha sexualidade com os homens, não é influenciada por ela, não se confunde em parte alguma. Levou tempo, consumiu anos de sessões, mas se mostrou muito útil, esse entendimento.

Foi nesse período que vieram, então, outras flores e doces, em noites com menos noias e mais leves. Descobri que gosto mais de meninas de um tipo físico em particular. Que eu tinha uma musa. E que a liberdade de poder vivenciar a sexualidade sem vergonhas não tinha preço.

Fazia tempo que nada extraordinário acontecia, quando reconheci, em outros olhos grandes, o mesmo verão que eu via no rosto da Bruna quando a gente ficava na escadinha rumo ao desconhecido, na escola da Vila Mariana. Um almoço em um sábado bonito, tinha música tocando, grupos diversos de conhecidos espalhados em mesas e cadeiras pelo salão.

Eu soube desde o minuto um no que aquilo ia dar. Uma garrafa de vinho branco gelado depois, o tempo correndo, e ela precisava ir embora, outros compromissos, explicou. No banheiro, nos esprememos em uma cabine, as taças apoiadas sobre o tampo de cerâmica da caixa do vaso.

O melhor beijo, mais gostoso que o braço de cacau da Bruna, que qualquer buquê, que todas as outras bocas, quem sabe. Ela abriu o primeiro botão do meu vestido para fazer caber a mão lá dentro. Segurou um peito, depois afundou a cara entre os dois, ao mesmo tempo em que já empurrava minha calcinha pernas abaixo.

Encostei-a na outra parede da cabine, a parede dela, porque sabia que em breve a perderia. Segurei sua cabeça entre as mãos, lambi sua boca, para então afundar a língua entre seus dentes, quero engoli-la. Ela é pequena. Ela cabe inteira no meu domínio.

Minha calcinha cai no chão, eu baixo a cabeça para olhar, e ela surge em meio às minhas coxas. Com o dedão se enfia na minha xoxota, com a língua lambe meu clitóris em círculos e de vez em quando olha para cima.

Nunca mais nos encontramos. Eu culparia a pandemia, ela diz que eu enrolo para marcar um novo encontro. Outro dia brincamos de o que você levaria para uma ilha deserta se pudesse passar lá sua quarentena. Na resposta dela havia livros e álcool. Na minha tinha chocolates, rosas e ela.

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Em algum momento de 2021… https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/23/em-algum-momento-de-2021/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/23/em-algum-momento-de-2021/#respond Tue, 23 Jun 2020 16:00:53 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2962 Por Carmen

A gente se olha muito, sem parar, mas mantemos a habitual distância de mais de um metro. Os olhos dela brilham intensamente. É nosso segundo encontro e, demos um passo além: tiramos as máscaras. Eu já tinha visto o sorriso aberto, o canino charmosamente torto, nas fotos que ela havia enviado, mas assim, ao vivo, uau.

 

Lésbicas
Crédito da foto: Pinterest

 

Chegar mais perto me bota medo. Há quase dois anos, não encosto em ninguém. Moro sozinha, vejo família e amigos eventualmente, mas o espaçamento já virou rotina. Abraços são uma lembrança aguda e vistos como fraqueza, como o chocolate para o diabético. Tem gente que cai na tentação, claro, não dá pra julgar, mas arca com a consequência de ter de passar por testagens contínuas e higienizações diárias – um protocolo que nasceu no Japão e foi exportado para o mundo todo.

Desde que a conheci, a vontade de tocar, abraçar, beijar voltou como uma onda de ressaca. Ela está na minha casa e propõe seguirmos adianta com o nosso jogo de excitação. De pé, lentamente tira os sapatos, o shorts, a camiseta. Vejo seu sutiã e calcinhas brancos, de algodão, o corpo magro e torneado. Sinto arrepios nos braços e na barriga.

Mimetizo seus movimentos no outro extremo do tapete. Tiro, sem pressa, a saia, a blusa. Percebo que ainda estou de meias, e me abaixo. Minha lingerie não é muito diferente da dela.

– Você teve já?, ela pergunta.

– Não…E você?

– Tive, logo no começo, leve.

– Acha que está imunizada?

– Não sei, tem sempre um risco.

– Quero tanto te tocar…

– Há quanto tempo você não beija, não transa?

– Desde o início de tudo.

– Eu também.

Sinto meus olhos marejados. No abdômen, logo abaixo do peito, converge toda a minha ansiedade. Volto a me concentrar no corpo dela, na curva do quadril, no recheio do sutiã, os pelos escuros na transparência da calcinha. E aí sinto a energia migrar para o ventre, o tesão tomando conta.

Não dá mais. Toda solidão, toda carência, todo receio são puxados para longe por esse oceano revolto. Pareço a menina do interior que só vai à praia uma vez por ano, caminho sem jeito pela areia fofa do tapete e mergulho no mar. Ao toque dela, viro espuma e flutuo.

É bom estar viva.

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A mulher gostosa https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/12/a-mulher-gostosa/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/12/a-mulher-gostosa/#respond Sun, 12 Jan 2020 19:19:40 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2822 Por Dolores

Depois que viramos consumidores vorazes de redes sociais, passamos a achar que tudo que está ali corresponde à realidade mais pura e correta. Concordamos, por exemplo, que o ideal invariável de felicidade é viajar para as Bahamas duas vezes ao ano e fazer selfie na praia, que emprego bacana só mesmo o que paga milhões, que todo mundo mora bem e tem infinitos amigos, e que, pra ser gostosa, uma mulher precisa ter um corpo magro, firme, jovem e impecável.

Não é a primeira nem a última vez que as redes sociais nos enganam. Só que, neste caso, a sacanagem é pesada porque faz a gente correr, desesperadas, atrás de algo que já temos. Ninguém quer que conheçamos a verdade – aquela que prova que somos todas umas gostosas.

Vendem pra gente que uma mulher gostosa de verdade precisa vir com peitos a partir de uma numeração específica. Que a bunda dela tem que medir ao menos tantos centímetros, que a barriga deve ser assim, a boca, assado. E a gente acredita, e sofre, e faz de tudo para se encaixar.

E óbvio que a gente nunca se encaixa. Porque a gente tem celulite, tem coxa que balança, peito às vezes bem pequeno, em outras, meio grande e cansado. A gente já teve ou vai ter filho, a gente carrega cicatrizes, a gente tem marquinhas, a nossa pele traz lembranças.

E estão lá as redes para dizer: “Assim não vale”. E os homens tão viciados nas redes quanto nós, também prontos para repetir que desse jeito não dá, que tem que ser tudo idêntico ao que eu vi na propaganda, que eu quero uma igualzinha à musa do Instagram, à peituda do Facebook.

Esquecem, todos, inclusive nós, que mulher gostosa de verdade é aquela que está à vontade com seu corpo. Que não esconde o que considera defeito, e que não disfarça o que acha que está errado. A mulher gostosa, mas gostosa, mesmo, sabe que seu corpo é exatamente o que deveria ser.

A gostosa não baixa a luz do quarto pra transar, com medo de que gorduras apareçam – ela balança a raba, orgulhosa, na frente do abajur aceso. Bota a roupa que quer botar, sem cogitar a opinião dos outros sobre suas pernas, cintura, braços.

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Mulher gostosa real, e não gostosa de Instagram, nem se lembra da assimetria que tem nos peitos antes de tirar o sutiã sozinha em casa, ou na frente de alguém, ou na rua no Carnaval. Ela desabotoa, com gosto, e ainda faz carinho em si mesma, expondo os mamilos grandes, ou pequenos, ou claros, ou escuros. Os mamilos dela. Os mais incríveis mamilos do mundo.

Porque ela tem o melhor corpo, no melhor momento da vida.

Porque ela se aceita.

E, se aceitando, ela se abre para o mundo, e o mundo a recebe de braços abertos. Pronto para retribuir o tesão que a mulher gostosa espalha por onde passa, simplesmente porque ela tem tesão em si mesma, e tem tesão na vida. Mulher gostosa não é só carne, ela é gostosa de dentro pra fora.

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O desafio do 69 https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/18/o-desafio-do-69/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/18/o-desafio-do-69/#respond Wed, 18 Sep 2019 15:00:49 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2753 Por Dolores

Dois numerinhos que, juntos, são capazes de causar arrepios em todo mundo, seja arrepio de euforia, seja arrepio de pânico. Meia nove, ou 69, assim, unidos, um de cabeça pra baixo, outro de pezinho, pressionados com bastante força e determinação, e que despertam emoções extremas em qualquer ser transante deste planeta.

Como autora de um blog de sexo na internet, fica difícil imaginar que eu tenha qualquer tipo de preconceito na cama, mas, sim, é preciso admitir aqui que por anos carreguei neste corpinho paradisíaco um ranço imenso desta posição.

Fazia sentido que fosse uma implicância pessoal quando o 69 era tentado durante uma relação estável, por exemplo. Um pau muito grande, ou mesmo um pau muito curto, que anatomicamente me colocavam em desvantagem na hora de buscar a simetria absoluta que a cifra sugere. Mas, não, o incômodo seguia mesmo quando eu trocava de parceiros – e olha que eu troquei bastante.

Houve quem preferisse sem exceção o 69 com um dos números deitado na cama, e o outro deitado em cima. Desnecessário dizer que, quando a diferença de massa corporal era grande e o cara insistia em ficar por cima, eu, magra e gostosa, penava em coordenar a respiração e a sobrevivência com a língua e os lábios.

A variação com o rapaz em pose de quatro apoios, por cima, até dava uma melhorada, mas o fato de impedir o contato pele com pele acabava xoxando um pouco do tesão que a situação potencialmente guardava.

Imagem relacionada

Quando, por fim, os homens gentilmente me agraciavam com a sorte de ficar por cima, deitada com a bunda em suas caras e minha cara em suas bolas, a chance de ser feliz estava toda ali, escancarada, mas mesmo assim eu não conseguia desfrutar de todas aquelas maravilhas que os vídeos pornô garantiam ser possível vivenciar. Problema meu, óbvio.

Quando estava todo mundo deitado de ladinho, de frente para o parceiro, eu começava devagarinho a entender que, sim, aquilo tudo ali podia ser sexy. Parecia que, nesta configuração, as diferenças de alturas, por exemplo, não apareciam tanto, bem como não ficavam tão evidentes as necessidades masculinas de forçar o pau garganta adentro ou de testar a apneia alheia enfiando bolas e membros tudo junto na minha boca.

Tive boas experiências assim, confesso. Mas nunca, nunquinha, conseguia chegar ao orgasmo. O cara esguichava felicidade, saía de perna bamba, e eu entendia que, ok, de repente é isso aí, e mulher no 69 até goza, mas nessa encarnação não vai dar pra mim.

Até que: milagre. O impossível aconteceu.

E, o que ficou claro para mim, e que me fez vir até aqui escrever esse textão para vocês, é que, talvez aí entre os leitores haja alguma moça se identificando com tudo isso. E eu te digo, garota, que o problema não mora em você, mas, sim, na ideia que você tem de que transar no geral – e principalmente nessa posição anti-anatômica, porém promissora – significa dar prazer ao homem, antes de alcançar o seu prazer pessoal.

Não, não. Encarar um 69 é para ser legal para todo mundo. Às vezes, a gente fica tão encanada em chupar direito, conferir ritmo, mexer as mãos, fazer todo o rolê necessário, que se esquece de prestar atenção na sensação que está rolando lá embaixo no nosso próprio corpo. Curtir a língua rolando o clitóris, molhando cada pedacinho.

Por isso, na próxima vez que um 69 pintar na sua cama, mude a chave e experimente encarar o desafio de peito e buceta abertos. Com a mente totalmente conectada a todas as terminações nervosas suas, e não apenas só as dele como sempre. Pode ser que seu mundo se abra como o meu se abriu.

 

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Tesourinha e o imaginário do sexo lésbico https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/08/02/tesourinha-e-o-imaginario-do-sexo-lesbico/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/08/02/tesourinha-e-o-imaginario-do-sexo-lesbico/#respond Fri, 02 Aug 2019 13:57:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2710 Por Carmen

 

Crédito da foto Autostraddle

 

Uma amiga me confidenciou que a primeira coisa que a atraiu no sexo com outra mulher foi a vontade de saber qual é a sensação de encaixar as pernas e encostar uma xoxota em outra, a famosa “tesourinha”. “Beijo é beijo, sexo oral é sexo oral. Mas clitóris e lábios molhados encostando em mim eram a novidade”. Muitos anos e transas lésbicas depois, ela confessa: “Nem é mais o que eu prefiro quando estou com uma garota, mas matei muito a minha vontade.”

Cheguei em casa depois dessa papo, deitei na cama, e procurei vídeos de “scissoring” no meu site preferido. Claro que tem muitas ocorrências, mas um, em especial, me pegou. Duas vulvas depiladas em um balé sincronizado, os grandes e pequenos lábios se beijando e se afastando, deixando um fio de líquido as unindo no movimento. Não parecia a intenção, mas havia um toque de ASMR no som emitido por aquelas bitocas molhadas. Uma delícia.

Existe toda uma cultura e um imaginário sobre a tesourinha que vai muito além da Tramontina que há em sua cozinha e da Mondial que mora em seu estojo. Afinal, é bom ou não? É mito ou verdade que é uma prática comum? Dá mesmo para gozar nessa posição? Séries como “South Park” e “Glee” fizeram piada sobre essas dúvidas. Há alguns anos, o site norte-americano Autostraddle, um irreverente blog e comunidade online para mulheres homossexuais, bi, curiosas e afins, lançou em sua lojinha virtual uma camiseta com a estampa de duas tesouras abertas se aproximando. Tanto a versão feminina quanto a masculina viraram best-seller.

Fizeram, então, uma pesquisa com as usuárias do site e 40% disseram que a posição faz parte da rotina sexual delas (44% dessas se diziam como lésbicas e 43% estavam em um relacionamento).

Quero saber de vocês! Quem faz? Quem curte? Quem detesta?

 

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Lésbicas sentem mais prazer? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/08/13/lesbicas-sentem-mais-prazer/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/08/13/lesbicas-sentem-mais-prazer/#respond Mon, 13 Aug 2018 22:39:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2454 Por Carmen

Eu já beijei umas duas ou três amigas. Já apalpei seios. Já esfreguei minhas carnes nas carnes de outra mulher. E, se a memória não me falha, porque geralmente essas experiências envolveram bebedeira, já masturbei uma xoxota, que não era a minha, até o gozo.

 

Lésbicas
Crédito da foto Pinterest

 

Mesmo assim, o sexo lésbico é mistério para mim. Minhas amigas com conhecimento mais consistente na área parecem compartilhar olhares e sorrisinhos de canto de boca, como se entendessem segredos e sensações que eu, heterossexual que nunca chegou realmente a cruzar a fronteira dessa terra prometida que é a transa entre duas mulheres – não consigo nem imaginar.

Uma vez sabatinei uma colega de trabalho, que já namorou homens, mas hoje está casada com uma mulher. Perguntei, por exemplo, se sempre rola acessórios, como strap-on ou consolos. Ela disse que sua resposta talvez refletisse a realidade dela apenas, mas que objetos para a penetração eram usados raramente, em sessões mais “especiais” com a parceira.

Também perguntei sobre variação. Sempre tive a impressão que entre homem e mulher havia mais possibilidades de posições, de formas de dar prazer. Ganhei em resposta uma risada irônica.

Existe comprovação dos números de que a sociedade secreta do prazer feminino realmente tem mais lésbicas do que héteros como membros. Segundo o Instituto Kinsey, enquanto mulher que transa com homem sente prazer em 65% das relações, quem transa com outra mulher goza 86% das vezes. Entre os homens, praticamente não existe diferença de quantidade de orgasmo entre héteros e homos – todos chegam lá sempre ou quase sempre.  Não precisa ser sexóloga pra saber o porquê: as nuances e complexidades do corpo feminino não são muito observadas pelos machos. Já as fêmeas sabem muuuito bem onde fica o clitóris, como manipulá-lo e por aí vai.

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Carmen e Dolores: o melhor conto erótico https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/06/20/carmen-e-dolores-o-melhor-conto-erotico/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/06/20/carmen-e-dolores-o-melhor-conto-erotico/#respond Wed, 20 Jun 2018 20:54:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2414 Por Carmen

Quando contei a novidade mais tesuda dos últimos tempos desse blog, a chegada da Dolores como minha parceira de “X de Sexo”, lancei um desafio: que vocês deixassem rolar a imaginação e criassem histórias em que nós duas, estas misteriosas e anônimas blogueiras, fossem as personagens.

A enxurrada de contos eróticos que inundou o falecomxdesexo@gmail.com era, como imaginávamos, TODA de experiências lésbicas entre duas colegas de trabalho. Depois de nos divertir com as leituras, escolhermos o texto do leitor Márcio como o nosso preferido.

Valeu, Márcio! Suas palavras nos deixaram sensuais e atrevidas. Adoramos!

 

amigas lésbicas
Crédito da foto Pinterest

 

Escrevendo com Dolores

Já eram 18h e me encontrava quase sozinha na redação do jornal, em busca de uma ideia para meu próximo artigo. Meu nome é Carmen, me pagam para escrever sobre sexo, mas as minhas fontes de inspiração andavam secas nos últimos tempos. Um casinho aqui, outro acolá, papinhos com amigas em mesa de bar, nada alimentava esta cabecinha outrora recheada de doces “maldades”.

A minha mesa fica no canto oposto à entrada principal de um imenso salão. Um local deserto, mesmo nas horas de pico. Concentrada na tela do note, resolvi levantar a vista e percebi uma novata chamada Dolores me observando do seu cantinho, algumas mesas à frente. Por cima dos biombos pude flagrar seus olhos castanhos claros me fixando de um jeito que me deixou intrigada. Retornei ao meu texto… Minutos depois, ouvi uma cadeira ser arrastada para perto de mim. Era Dolores. Cabelos perto dos ombros, escuros, pele morena de intenso brilho, sem nenhum perfume. O que eu sentia era seu cheiro natural! Ela me disse: “Vim te ajudar. Vi que você tava em apuros com seu texto”. Sem mais nada dizer, encostou seu corpo mais perto do meu, e assim senti sua maciez indescritível. Com a mão direita, teclava palavras soltas no meu teclado que só ali faziam sentido. ”abre”; “minha”, “deixa”… Com a outra mão, ela me invadia, arrastando com habilidade uma saia curta, de tecido leve para dias de verão. Minha buceta não suportava tanta provocação e já sentia descer um pouco de líquido por entre as coxas. Não há explicação, mas  Dolores definitivamente me conhecia. Eu gemia levemente. Senti quando dois dos seus dedos tocaram-me como mais força, fazendo meu corpo deslizar para debaixo da mesa. Assim fiquei mais um pouco, mexendo e simulando movimentos como se ela me penetrasse. Eu queria mais, mas não houve tempo, explodi num gozo longo e improvável para quem há pouco estava sem inspiração.

 

O “X de Sexo” é aberto a relatos de leitores. Mande o seu!  

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De princesa delicada a deusa gótica https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/05/09/de-princesa-delicada-a-deusa-gotica/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/05/09/de-princesa-delicada-a-deusa-gotica/#respond Tue, 09 May 2017 13:41:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2045 Uma aula de desconstrução de estereótipos por uma garota corajosa e senhora do seu próprio prazer. Mas sem sisudez, o texto é delícia. Aproveitem.

 

Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

“Depois de quase morrer por um problema cardíaco diagnosticado, por acaso, aos 27 anos, resolvi mudar totalmente de vida: aprendi a andar de bicicleta com um “bike-anjo”, não adiei mais em nem um minuto o término de um namoro há muito tempo em estágio terminal, avancei no meu vegetarianismo e me tornei vegana e a convidei pra sair comigo em uma terça-feira depois do trabalho.

Nos conhecemos em um ambiente corporativo, em uma dessas empresas famosas da indústria de alimentos. Assim que minha sexualidade ficou clara pra mim, vivi meus amores adolescentes sem nenhum problema como lésbica. Ela, não. Era apenas cinco anos mais velha que eu, mas vinha de uma família tradicional e conservadora. Na empresa, eu jamais teria imaginado que ela gostava de mulheres. Mas depois de ficar entre a vida e a morte, isso também não importava: larguei mão de ficar tentando adivinhar a sexualidade das pessoas e resolvi me arriscar mais. O que eu teria a perder?

Na melhor das hipóteses, eu teria uma nova amiga.

Passamos a noite inteira conversando. Eu olhava profundamente em seus olhos; ela desviava, envergonhada, e assim eu conseguia apreciar ainda mais aquele perfil, nariz empinado, maças salientes. Eu procurava nela qualquer sinal a que estava condicionada dentro da minha sapaland, e foi com ela que aprendi que:

1) Somos todos parte da criação de estereótipos, e isso não é exclusividade da heterolândia conservadora;

2) Eu não preciso ser uma butch ou ~caminhoneira~ pra gostar de mulheres lésbicas ultradelicadas;

3) Uma mulher que gosta de mulheres também pode gostar de homens, e isso não é da conta de ninguém;

4) Uma mulher delicadíssima pode ser passiva, mas também pode ser ativa – assim como ela foi comigo quando resolvemos ir pra um motel, me arrepio só de lembrar.

Já no quarto, resolvemos tomar banho juntas, acariciar nossas depilações de mesmo desenho, o que gerou certa descontração e início de um papo-cabeça desnecessário para o momento. “Essas depilações vão acabar com a saúde das nossas chanas”, ela soltou, arrancando de mim uma gargalhada nervosa. Madura e segura de si, naquele momento ela me encarou olho no olho, chegando mais perto, enquanto a gente conseguia sentir a respiração uma da outra. Suas mãos já estavam bem-posicionadas, afofando minha bunda pequena, enquanto seus dedos da mão direita encontravam um ambiente quente e úmido da minha excitação vaginal. Aquela deusa agora parecia uma mulher gótica, com o rímel escorrendo pelas suas maçãs, transformando-a em uma vampira que telepaticamente entendeu que beijar meu pescoço me levaria às alturas. Só saímos daquele chuveiro quando nossas peles, já enrugadas, pediam um ambiente seco e sem vapor. Caímos no sono com a mais entediante pornotevê ligada, a indústria que pouco ou nada sabe do erotismo que faz gozar.”

Hétero, homo, bi, o escambau…conte sua história para carmenfaladesexo@gmail.com

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Ménage de beijo de língua só tem no Carnaval https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/03/03/menage-de-beijo-de-lingua-so-tem-no-carnaval/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/03/03/menage-de-beijo-de-lingua-so-tem-no-carnaval/#respond Fri, 03 Mar 2017 21:41:35 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=1987 Mais uma de Carnaval, porque, bem,a gente sabe como a folia rende. 🙂

“Já não aguentava mais de tanto pular Carnaval nos blocos de rua quando me convenceram a ir ao último deles, o Bloco Pagu. A ideia era me convencer de que a concentração de mulheres por metro quadrado me renderia muitas bucetinhas quentes e deliciosas. Com a bateria exclusivamente composta por mulheres e um repertório de divas da MPB, me animei gritando o refrão da Rita Lee com todo mundo: ‘Sou mais macho que muito homem’.

Saímos do Pátio do Colégio em direção ao Theatro Municipal e a quantidade de casais começou a me desanimar. Quer dizer que Sapalândia resolveu de vez pela união civil agora, minha gente?, pensei, me sentindo a vela do Carnaval. Mas na companhia de amigos, engoli o chororô e seguimos por mais uns quarteirões.

Viramos uma daquelas esquinas e o cenário começou a ficar mais atrativo. Garotas topless por toda a parte, como que infiltradas na multidão, convencendo mais gente pelo mamilo livre. Me excitei. Eram peitinhos, peitões, peitones de todas as formas, cores e tamanhos. Barriguinhas rechonchudas prontas para serem mordidas, barrigas flácidas, barrigas firmes, barrigas zeradas, algumas me convidavam secretamente a seguir o caminho do amor, a enfiar a mão pela buceta com massagens em intensidades do fraco ao forte, do soft ao hard. Me recompus. Aquilo tudo estava me impedindo de curtir os gritos eventuais de ‘Fora, Temer’.

 

Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com

 

Estacionamos em frente ao Municipal e ali ficamos. O céu escureceu e trouxe umas nuvens pesadas. Pensei que o passeio até que tinha sido generoso comigo, tentando não aderir à frustração da boca virgem e da chuva da dispersão. Galera começou a se juntar, se juntar, até que ficou todo mundo espremido, tentando se proteger do chuvão, quando senti um bafinho de chiclete de morango bem atrás de mim. Olhei de canto e ali estava ela: topless, com a tinta de palhaço escorrendo pelas laterais do abdome, shortinho jeans tipo pin-up, um pouco do rímel escorrendo pelas bochechas rosadas. Seus olhos eram grandes e estavam pintados como Amy Winehouse gostava. Ela mastigava e fazia bolinhas, que estouravam e exalavam aquele aroma de bubbaloo. Resolvi olhar bem nos olhos dela, sorri de boca fechada, meio tímida, e fui abrindo o sorrisão que mostrava os dentes quando ela foi abocanhada por alguém bem mais rápido que eu. Fiquei olhando aquelas duas garotas se beijando e juro pelas deusas que a chuva tornava aquela cena a mais clichê de todas, deliciosamente clichê, excitantemente clichê.

Quando o amor próprio falou que aquele voyerismo todo estava prestes a se virar contra mim e resolvi parar de olhar, me virando para frente de novo, um braço saiu daquele amasso e me alcançou. Não apenas isso: me puxou como um gancho. A chuva nos deixou à vontade pra seguir o que nossos corpos mandavam. Beijei a garota do morango com minha língua profunda, nosso beijo clicou como fazia tempo não clicava em um Carnaval de passa-rodo. Nos mordemos, nos lambemos, nos fodemos com nossas línguas. E quando eu achava que tudo ia bem, com a outra garota passando suas mãos mágicas pelo meu corpo molhado da chuva, ela resolveu entrar pela porta da frente e meteu sua língua nas nossas bocas. Foi meu primeiro ménage de beijo de língua. E que ménage!”

O Carnaval acabou, mas temos um ano todo pra curtir, transar e contar aqui! Mande sua história para carmenfaladesexo@gmail.com

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