X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Testamos o vibrador de porquinho https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/08/testamos-o-vibrador-de-porquinho/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/08/testamos-o-vibrador-de-porquinho/#respond Fri, 08 Jan 2021 11:00:34 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3099 Por Dolores

Meninas que circulam pelo Instagram talvez já tenham se deparado com posts de lojas que investem em modelos diferentões de vibradores, além daqueles tradicionais já quase vintage, em forma de coelhinhos e borboletas. A fauna sexual feminina se expandiu, e a gente não poderia estar mais feliz com isso.

Se você não faz ideia do que estamos falando, segue uma rápida contextualização. Há, na praça, uma vasta oferta de brinquedos eróticos voltados ao prazer da mulher, com itens cada vez mais tecnológicos e eficazes, e seguindo uma tendência que eu particularmente acho esquisita: a de transformar vibrador em bichinho.

Óbvio que é um alívio viver em uma época em que a indústria entendeu que a gente precisava mais do que consolos veiúdos, por exemplo (eles têm seu valor, sem dúvida, mas broxam quando são a única opção). O que significa que um cardápio cada vez maior é sinônimo sempre de felicidade.

A questão está na estética adotada. Ponto mais que positivo para o material, sim, com um silicone extra macio e confortável, porém nota zero para a infantilização da forma. Na loja da qual comprei o vibrador deste teste aqui, por exemplo, havia modelos em forma de patinho amarelo, esquilinho, polvinho, e (sempre ele) coelhinho.

Juro que não entendo. Mesmo que fosse algo para ser usado quando estamos sozinhas em casa – já não brinco com bonequinhos fofos há muitos anos, justamente porque eles não me atraem na construção da mulher que busco e gosto de ser.

Mas o quadro é ainda pior quando a gente quer sacar o vibrador da bolsa no meio da transa com alguém. Tá tudo quente, sexy e maravilhoso, e de repente “pera aí que eu vou pegar meu porquinho cor de rosa”? Foda.

(Uma leitora me explicou, com essa resenha já publicada e por isso faço aqui um adendo, que se trata da estética “toy art”, de brinquedos não sexuais para adultos, agora importada para este mercado. Continuo não gostando, mesmo depois da explicação. Sigo achando perigoso infantilizar o sexo. Daí me perguntaram porque não testei, então, um vibrador que não fosse de bichinho. A resposta é: por que não testar, se a gente aqui fala sobre sexo no geral, inclusive das coisas que não gosta?). 

Fun Toys – Fava

(Foto: Divulgação)

Enfim. Reclamações quanto à plástica encaminhadas à direção, segue o baile. Quero compartilhar com a leitora (porque estamos falando de clitóris) minhas impressões sobre o tal porquinho, focadas em seu desempenho, mais que em sua forma física.

Aliás, falando rapidamente sobre o formato: ele é redondinho e cabe bem na mão, coisa excelente, que muitas vezes as marcas se esquecem de testar. Pilotá-lo é tranquilo e anatômico.

Como a maioria dos vibradores mais modernos, seu carregamento é via USB, com um carregador todo único, e que honestamente sempre me dá medo de perder ou quebrar, já que deve ser uma dor de cabeça descolar outro igual. O botão de liga e desliga é integrado à superfície, sem relevos, o que ajuda a não causar interrupções acidentais.

Trata-se de um “sugador de clitóris”, categoria tendência atualmente. De modo que ele tem um buraquinho pra gente se encaixar – neste caso, o grelo deve ser acoplado à, digamos, cara do porquinho. Feita a conexão, é aí que a mágica acontece.

Não se trata propriamente de sucção. É mais um “farfalhar” da lingueta que o vibrador tem dentro do orifício. Pressionando o botão, é possível aumentar ou diminuir a velocidade, que pode chegar a nove níveis de intensidade. As duas primeiras serviram só para me aquecer – construção do orgasmo, mesmo, só a partir da terceira.

É diferente de ser chupada por um ser humano, definitivamente. Se você está em busca de algo que reproduza o sexo oral de maneira fidedigna, o porquinho sugador não é o seu produto. Aliás, não conheci até hoje algo que imitasse uma boa chupada de xoxota, e adoraria que inventassem.

O prazer que o porquinho proporciona também é diferente daquele que o meu vibrador favorito, o Volta (sobre o qual falei aqui), consegue me dar. É algo mais parecido com uma cosquinha deliciosa no clitóris, do que a pressão dos dedos de quando a gente bate uma siririca, por exemplo.

Se vale a pena? Sim, vale. Custa em média R$ 300, mas é um bom modelo de entrada no mundo dos vibradores. Os depoimentos na página da loja dão, inclusive, a impressão de que é um modelo bastante comprado por mulheres que nunca tiveram um orgasmo, e que vivem esta experiência com o porquinho.

Uma última colocação: tanto a marca quanto alguns reviews elogiam se tratar de um produto silencioso, que daria para usar, por exemplo, em um quarto sem que ruídos delatores vazassem pela porta. Balela. Realmente não chega a ser o motor de um Airbus em decolagem, mas com certeza não escapa incólume de ouvidos mais atentos circulando pelo corredor de casa.

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Testamos o lubrificante de jambu https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/11/14/testamos-o-lubrificante-de-jambu/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/11/14/testamos-o-lubrificante-de-jambu/#respond Sat, 14 Nov 2020 22:28:58 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3060 Por Dolores

Essa é uma casa em que se faz sexo anal com frequência. É uma prática que agrada a todos os envolvidos, e ninguém tem os grilos que com frequência aparecem quando o assunto é esse. Ou seja: aqui se gasta um tubinho de lubrificante por mês, em média.

Sendo assim, é sempre bom saber que existem outras opções além daquele clássico vendido em qualquer farmácia (que é bom, nunca me deixou na mão, importante dizer). Os sex shops costumam ter sugestões.

Já experimentei algumas delas, mas acho que são sempre mais voltadas para a cenografia do que para a funcionalidade em si. Mais cheirinhos, mais embalagem, mais glamour, e pouca entrega do que eu realmente preciso, que é não me machucar na hora de dar a bunda.

Passeando no Instagram, encontrei uma marca chamada Lubs. Visual condizente com a rede em que anunciava, diversidade de atores nas fotografias, e três versões de lubrificante disponíveis. Parecia interessante.

Recebi em casa uma caixinha com os produtos, em embalagens que mais lembram produtos pra pele do rosto, pro cabelo. Não à toa a marca define seu nicho como “sexual-care”, e promete que seus produtos são “lubrificantes corporais”.

O primeiro ponto que chama a atenção nas três versões é a textura. Bem diferente do concorrente da farmácia, ele é praticamente idêntico à lubrificação natural. A ideia, parece, é reproduzir o líquido que tanto mulheres quanto homens produzem quando ficam com tesão. E, assim, com bem mais cara de “baba” do que de gel de cabelo, os três já ganharam rapidamente minha atenção.

Naked Taste

Para quem não curte cheiros e prefere uma viagem mais neutra, o lubrificante sem sabor nem essência é o ideal. Mas, pra quem topa mesclar os produtos naturais do corpo com gosto e perfume de baunilha, a marca oferece um tubinho que, garante, é feito apenas de favas naturais, nada sintético.

Mas a grande estrela, na minha opinião, é o lubrificante à base de jambu, a planta típica do Pará, famosa como ingrediente de cachaças e por seu efeito clássico: adormecer a boca de quem a prova.

Experimentei em uma transa voltada unicamente para o sexo oral e a masturbação. Primeiro, usei no meu parceiro para facilitar bater punheta. Com alguns poucos minutos de aplicação, ele disse não ter sentido nenhum grande efeito diferente do usual.

A graça veio, então, quando comecei o sexo oral com o lubrificante já espalhado nele. Não demorou para a ponta da língua começar a ficar engraçada, os lábios foram pelo mesmo caminho logo em seguida. Para quem curte chupar, vira uma atração adicional, e diversifica o prazer.

A marca apresenta o jambu como algo que “vibra”. Essa é uma explicação comum quando se tenta descrever o efeito da planta no corpo. Dona Onete, cantora deusa e patrimônio da música paraense, canta que o “jambu treme, treme, treme”, e você certamente já ouviu essa letra.

Para mim, o jambu é como aquelas balas de pozinho que a gente comia quando criança, e vinha num envelope tipo de figurinha. Botava-se em cima da língua, e em contato com a saliva ela começava pequenas “explosões”.

Voltando ao teste. Finalizamos com mais um pouco de punheta, e ele finalmente sentiu o jambu atuar. Disse que não é que facilitou chegar ao orgasmo, mas que o lubrificante produziu uma queimação divertida e que, de novo, se transformou em mais uma coisa gostosa para prestar atenção.

Depois que gozou ele aplicou em mim, primeiro com massagem no clitóris, depois com um vibrador que adoro, chamado Volta. Já na massagem com os dedos senti um tipo de frescor engraçado nos grandes lábios, e, na hora do orgasmo, acho que a sensação foi parecida com a do namorado.

E, sim, importante falar do sexo anal, como mencionado lá no começo do texto. Nessa hora, tanto a versão neutra quanto a de baunilha deram conta do recado com performance igual à dos concorrentes. O diferencial ficou por conta da sua textura mais próxima da lubrificação natural do corpo, que parece proteger melhor de fissuras e machucadinhos que às vezes acontecem em transas dessa natureza.

Em resumo, são boas opções para se ter no criado-mudo. Especialmente em tempos de quarentena, quando acontece não só de o tesão estar mais em baixa e às vezes ser preciso dar uma forcinha extra à lubrificação, mas também considerando-se que, mais que nunca, qualquer novidade é muito bem-vinda.

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Um Dia do Sexo (quase) sem obrigação https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/#respond Sun, 06 Sep 2020 21:54:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3014 Por Dolores

Não tem tanto tempo assim que uma marca de preservativos decidiu que o dia 6 de setembro seria oficializado como Dia do Sexo. Por conta do visual do 6/9, aproveitou a alusão ao me chupa que eu te chupo, e editou o calendário. O poder esquisito que tem o marketing.

Porque, convenhamos, tem pouca coisa pior no mundo do que ter data marcada para transar. Vai ver tem até motel que propõe hora pra trepada, oferecendo promoção pra quem entrar na suíte às seis da tarde e nove minutos. Eu acho broxante.

A parte mais gostosa do sexo pra mim sempre teve relação com o proibido, o escondido. Com a surpresa, com o fazer diferente. Óbvio que dentro de relações monogâmicas e duradouras isso é menos constante, você leitor vai argumentar, mas garanto por experiência própria que não é nada impossível. Há dezenas de maneiras de preservar aspecto tão importante.

Então, é puxado para alguém com essa cabeça achar legal a proposta de agendar sexo. Sim, claro que em aniversários, por exemplo, a gente sempre sabe que vai transar. Mas você há de convir que datas comemorativas em geral guardam bem menos pressão que um marco no calendário que te manda botar o pinto pra fora, virar de quatro, e ainda gozar.

Seria quase como eu e Carmen virmos aqui escrever sobre sexo por obrigação. Ter que forçar a barra duma atmosfera pra criar os contos e as histórias deliciosas que, glofiquemos de pé, nos saem com tanta naturalidade e prazer. Não rolaria.

Porém, porque somos especialistas no assunto, e porque queremos ajudar quem se vê compelido a entrar no jogo do meia nove neste domingo à noite, separo aqui sugestões para ajudar a entrar no clima, caso o clima pareça algo muito distante dado que estamos todos presos dentro de casa há meses, olhando incessantemente para a cara do parceiro.

  • Filme em dupla

Os serviços de streaming têm centenas de opções de filmes e séries em que o sexo é uma constante. Dependendo de como funciona a sintonia de vocês neste aspecto, dá para escolher algo para assistir juntos e criar uma atmosfera sensual. Esqueça aquele jogo bobo que muitas vezes a gente faz como casal, de todo mundo fingir que não sabe que a gente vai transar, sendo que a gente sabe super que a ideia de deitar pra ver esse negócio sempre foi eu sentar na sua cara daqui a pouco. As cartas hoje são bem abertas. Voltando: se vocês são mais tímidos, peguem uma produção mais leve, em que haja uma ou outra cena de sexo mais picante. Se forem do tipo que fala mais abertamente sobre isso, se joguem em algo tão explícito quanto sua relação. E, se entre vocês não há papas na língua, pulem direto para um pornô que agrade aos dois – sim, até no Dia do Sexo é importante lembrar que todo mundo tem que estar confortável com o que se passa na tela e o que se passa na cama. Caprichem na masturbação mútua, brinquem de reproduzir o que a ficção sugere. Com um estímulo destes, até mesmo as obrigações podem ficar gostosas.

Number Sixty Nine (69) Fluorescent Circle or Square Labels

  • Sex shop por aplicativo

Já viu que, entre as opções de restaurante, supermercado, farmácia e loja de chocolate também tem alguns sex shops nos aplicativos de entrega? Pois escolham cada um no seu celular um presente para o parceiro ou parceira, e cliquem para fazer o pedido. A expectativa da entrega, a surpresa da escolha, e o clima que vocês vão criar para abrir as embalagens já vão deixar todo mundo molhado e feliz.

  • Sessão de fotos particular

Separem alguns abajures, acendam algumas velas, e criem uma iluminação diferente em algum cômodo da casa onde haja privacidade. Câmera na mão, é hora da ação. Divirtam-se e provoquem-se posando um para o outro – pode começar com pouca roupa e ir fazendo as peças sumirem conforme a sessão progride.

  • Jantar pelado

Uma garrafa de vinho, um prato fácil de preparar ou algo encomendado, uma playlist boa rolando na TV da sala. Que tal jantarem juntos vestindo absolutamente nada? Conforme o papo e o nível etílico evoluem, dá pra inventar boas provocações e acabar em cima da mesa da sala – só cuidado para não espetar a bunda no garfo.

  • Meia nove inventivo

Por fim, mas não menos importante, uma releitura de um clássico. Quem foi que disse que meia nove só se faz com a boca? Separem o brinquedo sexual favorito do parceiro ou parceira, assumam suas posições do tradicional me chupa que eu te chupo, e, em vez de caírem de boca, façam a estimulação com o vibrador, o masturbador, o sugador, enfim, o que mais gostarem. E, já que não vão estar com olhar assim tão colado nas partes alheias, como estariam no meia nove clássico, aproveitem para apreciar bem a vista, especialmente na hora em que a pessoa de quem você gosta estiver chegando perto do gozo.

Um feliz Dia do Sexo pra vocês!

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A três https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/24/a-tres/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/24/a-tres/#respond Mon, 24 Aug 2020 17:36:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3008 Por Dolores

Com o dedão apoiado na minha fatia de pizza, ele perguntou o que eu achava de furar a quarentena. Devo ter revirado os olhos, porque é o que eu sempre faço quando ele me pergunta o que eu acho de furar a quarentena. É um assunto que gera brigas intermináveis em casa. Pedi pra ele soltar o meu pedaço de catupiry, você não há de me comprar com gentilezas.

Mas a ideia, pela primeira vez em quase seis meses, agora parecia boa. Ele não queria abrir uma exceção para ir visitar ninguém, nem para ir ao bar com a galera, tampouco para viajar para São Sebastião. A quarentena ia ser furada para que ele me comesse junto com um amigo. Se eu revirei o olho agora, a sensação certamente era outra.

Tudo se arranjou rapidamente. E não deu nem uma semana e o rapaz estava aqui. Arrumado, mas sem dar muito na cara, o cabelo cacheado cheiroso que dava pra sentir de longe.  Camisa meio aberta no peito. Me pareceu nervoso, só não mais do que eu, que de uma hora para a outra desaprendi a segurar coisas sem deixar tudo cair.

Com todo mundo de pé, encostados no balcão da cozinha americana, foi que o negócio começou a rolar. Acho que alguém deu a desculpa de olha a arquitetura dessa reforma que magnífica para levantar e tomar a iniciativa. O fato é que rapidinho teve beijo triplo, e mais rápido ainda meu vestido foi para o chão.

A luz do quarto já estava ajeitada pra não constranger nem tirar a graça. O lençol, limpíssimo. Eles terminaram de tirar a minha roupa, lambendo meus peitos e passando as mãos (quanta mão) pelas minhas coxas.

polygamy | Jack Fisher's Official Publishing Blog

Virei, bem malandra, de quatro, de costas para eles. Queria ver como era ter a bunda mordida por dois, e duas caras se enfiando com nariz, língua e boca dentro de mim. Recomendo.

Revezamos por um tempo com um na manutenção dos acessórios enquanto o outro me penetrava. E era curioso ver os estilos diferentes – enquanto um se sentia mais em um pornôzão meio violento, o outro era mais amorzinho e chamego. Muito bom poder misturar tudo numa trepada só.

Lá pela meia hora de diversão, foi quando alguém arriscou a sugestão que todo mundo esperava. O amigo sentou recostado na cabeceira, pernas de índio. Eu sentei por cima, fui deslizando inteira até terminar de engolir o pau inteiro. Muito beijo, porque era dele o papel do romance.

Depois de observar um pouco a cena, o outro veio por trás de mim, o pau duríssimo, e se esfregou já bem molhado para começar a enfiar na minha bunda. Quando encontramos o ritmo, todo mundo junto, em sintonia rumo ao gozo, eu já nem me lembrava mais de quarentena nenhuma. E revirei o olho pela terceira vez.

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O guia definitivo da chupada ideal https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/o-guia-definitivo-da-chupada-ideal/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/o-guia-definitivo-da-chupada-ideal/#respond Fri, 24 Jul 2020 22:57:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2993 Por Dolores

Detesto cravar que um documento é definitivo porque o mundo dá voltas. Mas, neste caso, em que venho a público lançar o Ultimate Manual Uber Blaster para chupar xoxotas, arrisco dizer que não haverá uma segunda versão, quiçá uma revisão de nada, porque é muito pouco provável que algo significativo mude seja na técnica aqui apresentada (infalível, a melhor, salve salve), seja na anatomia das xoxotas, que desde que o mundo é mundo conservam a mesma aparência, com uma ou outra variação de tamanho, vegetação ou sabor.

Sem mais delongas, este manual surge não só para tentar ajudar você, caro leitor, cara leitora, a parar de sofrer quando chegar a hora de cair de boca em uma mulher, mas principalmente a aumentar o número de moças felizes ao redor do mundo, porque se tem uma coisa que nos deprime é quem não saiba executar direito algo que, convenhamos, nem é tão complexo assim.

Meu palpite sempre foi o de que a pornografia neste caso estraga tudo. Discordo quando se alega que é má vontade dos homens (e de algumas mulheres, mas muito mais frequentemente deles) não aprender a chupar uma mina. Todos os que conheci, e que por sorte até que mandavam direitinho na arte, estavam muito abertos a aprender movimentos ou adaptar os já conhecidos, a fim de aproximar ao máximo aquela chupada à que tenho idealizada em meus mais queridos sonhos.

Pois bem. Caneta e papel a postos, é hora de praticar em sete passos.

  1. Há dois componentes fundamentais em uma boa chupada de xoxota: conhecimento e paciência. Falemos primeiro do primeiro. Não dá para chupar uma xoxota sem conhecer sua anatomia. Ela não é como um pinto, que está lá para quem quiser ver, sem muita possibilidade de erro. As vaginas são complexas, mas não de uma maneira inviável, inclusive porque, você é esperto(a) e já sabe, o órgão feminino é idêntico ao masculino na composição – a diferença é que está tudo ali compactado numa área menorzinha. Aproveitando a comparação, se você é um homem basta pensar que, se é na cabeça do seu pau que o prazer maior acontece, o prazer da mulher está guardado no que seria o equivalente dela: a ponta do clitóris. Sim, o clitóris. Este grande alvo de piadas na internet, mas que, no fundo, todo mundo sabe onde fica – o problema mesmo é entender como operar. De todo modo, vale relembrar. “Abra” a xoxota pelos grandes lábios, que é a parte gordinha e externa. Você vai encontrar os pequenos lábios, que são uma versão em miniatura destes em que você acabou de mexer. O grande orifício, onde a gente gosta de introduzir vibradores, dedos, a língua e até mesmo um pau está ali visível e clara. Mais para cima, se você olhar com cuidado, há um buraquinho: é a uretra feminina. O clitóris está acima dela. Ele se parece com um dedinho, e pode ser pequeno ou grande, a depender da mulher. Aliás, um momento de curiosidade: a pornografia (sempre ela) costuma dar preferência à estética das mulheres com clitóris menores, por considerá-los mais delicados e infantilizados. Pois é interessante saber que, quanto maior o clitóris, mais área útil para sentir prazer, o que confere às minas clitorudas uma vantagem.
  2. Agora que você sabe onde está o clitóris, é hora de trabalhar. Vamos partir do pressuposto de que você já cuidou bem desta mulher a quem agora vai chupar. Que deu carinho para ela, tratou-a direito, e que ela está excitada o suficiente para acusar o golpe. Sim, porque não adianta nada chupar uma xoxota assustada. Usando de novo a analogia peniana, conosco não funciona a técnica do “vou fazer crescer na minha boca, quer ver?”. A gente precisa estar com tesão, para que o clitóris fique um pouquinho duro e pronto para a ação. Sim, clitóris também sofrem ereção, não sabia? Então que esta informação – fundamental – fique classificada como número dois.
  3. Comece com lambidas largas, de língua aberta, pelo entorno todo. Sem frescura com pentelhos, real. Ou você é todo depilado da cintura para baixo? Pense que tudo aquilo que alguém se dispõe a fazer com você pode e deve ser retribuído agora, então abstraia dos pelos e bola (ops) pra frente. Lamba generosamente, molhe tudo, demonstre que está curtindo o que está fazendo. Aliás, está aqui um conselho importante: as mulheres costumam noiar que o sexo oral nelas é cansativo para o parceiro ou parceira, e, com isso, não relaxam o suficiente para gozar. Ajude sua mina a ficar tranquila de que, sim, você está feliz com isso, e que vai aguentar até o final.
  4. Sim, aguentar é a palavra. Veja bem: você vai lamber o entorno, começar a explorar os grandes e pequenos lábios, e então vai colocar o clitóris todo dentro da boca. E, quando começarem os movimentos ritmados de verdade, será preciso que você aguente firme, porque pode ser cansativo. Sexo oral nos homens também cansa, guarde esta informação, mas quem aplica não costuma reclamar. Então, seja generoso(a) e aplicado(a). Voltando: com o clitóris todo na boca, explore todo o formato dele, com calma, passando a língua por todas as dobrinhas. Esqueça seus dedos, por ora, nada de ficar enfiando coisas dentro da mulher enquanto está dando sexo oral. Foque no que importa. Brinque com o clitóris até sentir que o grande momento chegou.
  5. Agora é seu momento de brilhar. Mentira. É o momento dela. Você está aí para levá-la ao melhor lugar do mundo, veja o tamanho da sua honra. Encontre uma posição confortável, porque você vai ficar nela por uns bons minutos, talvez até meia hora. Ninguém quer você parando no meio para ajeitar sua perna que está formigando. Comece a aplicar movimentos ritmados e repetitivos. Não, sua língua não é um dedo, então o movimento esperando não é igual àquele que a gente faz com os dedos na hora da siririca. É outra coisa. Experimente, por exemplo, fazer círculos com a língua, sempre para o mesmo lado, primeiro devagarinho e com menos pressão, para depois “apertar” um pouco mais a língua na xoxota e acelerar o ritmo. Se os círculos foram incômodos para a base da sua língua, tente de baixo para cima e vice-versa. Veja o que é mais fácil de manter de modo contínuo, e vá sentindo como a mulher responde. Poucas coisas na vida são tão prazeirosas quanto perceber que a pessoa que se está chupando está chegando perto de gozar.
  6. Por fim, se não der certo na primeira (segunda, sexta, décima) vez, não desanime. Assim como grande parte das coisas no mundo, a chupada perfeita exige prática, então mantenha o foco em se tornar um(a) bom(boa) chupador(a) que a sua hora chegará.
  7. Ah, sim, importante: se você não tem uma xoxota na qual treinar, experimente o que tem em casa. Sério. Vale pegar um mamão quase maduro aberto na metade, uma mexerica, ou mesmo sua própria mão, fazendo um dos dedos de clitóris. Quanto mais você treinar a permanência da língua neste tal movimento repetitivo e tão necessário, mais craque você vai ficar.

Boa sorte!

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Não me venha com depilação https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/08/nao-me-venha-com-depilacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/08/nao-me-venha-com-depilacao/#respond Wed, 08 Jul 2020 15:56:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2986 Por Dolores

Que a quarentena impõe incontáveis desafios todo mundo já sabe. Lavar a louça duzentas vezes por dia, cozinhar outras trezentas, tudo isso enquanto se faz reunião online com os chefes, se pendura roupa no varal e se ensina às crianças a relevância das pirâmides do Egito. Tudo ao mesmo tempo, e tudo para agora.

Mas há também os desafios estéticos sobre os quais muito se falou no começo, e que agora, 20 anos depois que nos fechamos em casa, parece que viraram tabu, de tão pouco que são mencionados. No primeiro mês, sobrou matéria explicando como fazer as próprias unhas fora do salão, cortar a franja. Mas e hoje?

Foi justamente por não ver mais em lugar nenhum ninguém falando sobre como lidar com os pentelhos tão longos quanto os da Rapunzel que fui pedir socorro no grupo de amigas. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que as poucas que estavam tomando alguma providência o faziam com gilete?

Deus me guarde de passar lâmina na xoxota. Nem na virilha. Empelota tudo, encrava pelo, coça, deprime os sentimentos. Conforme o negócio vai crescendo, a angústia acompanha o desenvolvimento, e a gente passa a compreender melhor todas as notícias de jornal que associam a depressão a este período tão sombrio.

Restava a internet. Eu queria fazer alguma coisa, não estava mais feliz com o visual nem com a sensação peluda, e tinha então que pesquisar alternativas. Lembrei que, na adolescência, costumava eu mesma passar cera quente da cintura inteirinha para baixo, mas que a maturidade trouxe junto uma covardia insuperável, e parei de ter coragem de puxar a cera depois de aplicá-la.

Mas como são tempos de reinvenção, tá todo mundo tendo que encontrar planos B pra tudo, achei por bem ressuscitar a jovem destemida que ainda mora dentro de mim, e encomendei um Rappi com um potinho de cera e duas espátulas. Alguns minutos dentro do micro-ondas, e é hora de correr para o abraço.

Com um espelhinho posicionado no meio das pernas, só de blusa e recostada na cama, estudei por qual região começar. Primeiro a virilha, sejamos conservadores, nada de movimentos bruscos. E se eu já for passando nos grandes lábios enquanto espero que essa parte aqui já seque?

A humanidade rumou para a desgraça quando o ser humano começou a ter ideias. Se dar o puxão de misericórdia na área perto das coxas parecia a coisa mais tranquila do mundo, quando o desafio que se apresentou foi repetir o gesto tendo uma pele sensível debaixo da camada de cera, eu quis ligar para o SAMU e solicitar ajuda.

Comecei a rir. A gargalhar de desespero puro. Será que se eu convocar o mesmo Rappi para dar um pulo aqui ele me salva? Cogitei a tesoura, água quente para dissolver, acetona, hidratante, óleo de cozinha. Minha mãe. Pena que seu eu chamá-la vou ter que ouvir “eu avisei”. Chato isso, tomar bronca com a xoxota imobilizada.

Óbvio que ninguém me obrigou a depilar o corpo. As regras do feminismo estão todas ativas e válidas por aqui há anos. O parceiro não reclamou nem quando o comprimento dos pelos passou da primeira dezena de centímetros, então se alguém tem culpa por essa enrascada este alguém sou eu e eu sozinha.

Está aí, aliás, um pensamento importante, o de que só a ideia de chupar um cara todo depilado já me arrepia mais que o puxão da cera. Nunca me deparei com um do tipo, todos que deitaram na minha cama mantinham a área ao natural e com, no máximo, uma podada com tesourinha. Ou dei sorte no shuffle de parceiros, ou aquele papo de que a gente atrai tudo que deseja realmente funciona.

Sou do tipo que curte boquetes completos, alguns bons metros distante da modalidade mocinha que ignora que um homem de verdade tem saco além de um pinto. Quando me dedico, me dedico de verdade, e adoro passear pelas bolas do mesmo jeito demorado que passo pelo pau e arredores.

E garanto: faz parte do rolê a aspereza dos pelos, as manobras para evitar que eles enrosquem entre os dentes, a estratégia para mandar fugitivos para um canto entre a gengiva e as bochechas até que haja uma pausa na qual seja possível resgatá-los de lá com a ajuda dos dedos.

Eu ia detestar se meu namorado aparecesse com o saco pelado. E, agora, com a cera quente endurecida e já gelada presa quase no colo do útero, fico pensando se ele também não vai ficar chateado com minha ousadia. Pois era só o que me faltava.

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Sobre gostar também de meninas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/#respond Sun, 28 Jun 2020 17:47:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2966 Por Dolores

A Bruna foi a primeira pessoa por quem me apaixonei na vida. Entre a parte da frente e as duas quadras imensas nos fundos do terreno, havia quatro construções, ocupadas por escritórios variados, banheiros, um estúdio de balé, secretaria, a cantina, salas de aula e um pequeno pátio. E foi na escada que levava a um quartinho da escola que ninguém nunca soube o que tinha dentro que eu dei meu primeiro beijo.

Tecnicamente não teria este nome, para dizer a verdade. Porque só a minha boca se mexeu, e nem nos lábios dela eu encostava – beijei o antebraço da Bruna aos seis anos de idade. Ela deixou porque éramos melhores amigas, acho, ou porque eu pedi com jeito, ou talvez tivesse pena de mim.

A Bruna e seus imensos olhos azuis pousados cheios de compaixão na minha cara de quem, cega, ama e se entrega. Depois disso passei muitos anos só beijando e transando com meninos, daí vieram os homens, e só com 20 e poucos, numa viagem a Porto Alegre, revivi o frio na barriga que a Bruna me dava.

Aleteia veio da Espanha, era bailarina e bebia uísque. Foi para o meu quarto do hotel, depois do jantar de confraternização entre sua companhia e os jornalistas que viajaram para assisti-la dançar. Ela tinha cheiro de rosa. A Bruna tinha gosto de chocolate.

Sempre achei a parte mais complicada da bissexualidade esse prólogo antes de entender que podia chegar nas garotas sem levar em troca uma cara de incredulidade. Tomar toco todo mundo toma, faz parte do jogo da sedução, mas o espanto e o quase nojo com que algumas olham machucam mais fundo. É como se não perdoassem a ousadia de uma mina considerar que elas também possam gostar de minas.

Revealed: The 5 Health Benefits Of Chocolate

Tem outra etapa chata, mas essa mais introspectiva que a outra – fora a vantagem de que ela acontece por um tempo e, depois, você a vence e nunca mais tem que encará-la. Não sei se é assim para todo mundo. Comigo, foi preciso falar bastante disso na análise até entender que o desejo que eu sinto por outras mulheres não tem, além de nada de errado, qualquer tipo de recalque.

Algo como compreender que esta vontade não passa nem de perto pela minha sexualidade com os homens, não é influenciada por ela, não se confunde em parte alguma. Levou tempo, consumiu anos de sessões, mas se mostrou muito útil, esse entendimento.

Foi nesse período que vieram, então, outras flores e doces, em noites com menos noias e mais leves. Descobri que gosto mais de meninas de um tipo físico em particular. Que eu tinha uma musa. E que a liberdade de poder vivenciar a sexualidade sem vergonhas não tinha preço.

Fazia tempo que nada extraordinário acontecia, quando reconheci, em outros olhos grandes, o mesmo verão que eu via no rosto da Bruna quando a gente ficava na escadinha rumo ao desconhecido, na escola da Vila Mariana. Um almoço em um sábado bonito, tinha música tocando, grupos diversos de conhecidos espalhados em mesas e cadeiras pelo salão.

Eu soube desde o minuto um no que aquilo ia dar. Uma garrafa de vinho branco gelado depois, o tempo correndo, e ela precisava ir embora, outros compromissos, explicou. No banheiro, nos esprememos em uma cabine, as taças apoiadas sobre o tampo de cerâmica da caixa do vaso.

O melhor beijo, mais gostoso que o braço de cacau da Bruna, que qualquer buquê, que todas as outras bocas, quem sabe. Ela abriu o primeiro botão do meu vestido para fazer caber a mão lá dentro. Segurou um peito, depois afundou a cara entre os dois, ao mesmo tempo em que já empurrava minha calcinha pernas abaixo.

Encostei-a na outra parede da cabine, a parede dela, porque sabia que em breve a perderia. Segurei sua cabeça entre as mãos, lambi sua boca, para então afundar a língua entre seus dentes, quero engoli-la. Ela é pequena. Ela cabe inteira no meu domínio.

Minha calcinha cai no chão, eu baixo a cabeça para olhar, e ela surge em meio às minhas coxas. Com o dedão se enfia na minha xoxota, com a língua lambe meu clitóris em círculos e de vez em quando olha para cima.

Nunca mais nos encontramos. Eu culparia a pandemia, ela diz que eu enrolo para marcar um novo encontro. Outro dia brincamos de o que você levaria para uma ilha deserta se pudesse passar lá sua quarentena. Na resposta dela havia livros e álcool. Na minha tinha chocolates, rosas e ela.

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O desafio do 69 https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/18/o-desafio-do-69/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/18/o-desafio-do-69/#respond Wed, 18 Sep 2019 15:00:49 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2753 Por Dolores

Dois numerinhos que, juntos, são capazes de causar arrepios em todo mundo, seja arrepio de euforia, seja arrepio de pânico. Meia nove, ou 69, assim, unidos, um de cabeça pra baixo, outro de pezinho, pressionados com bastante força e determinação, e que despertam emoções extremas em qualquer ser transante deste planeta.

Como autora de um blog de sexo na internet, fica difícil imaginar que eu tenha qualquer tipo de preconceito na cama, mas, sim, é preciso admitir aqui que por anos carreguei neste corpinho paradisíaco um ranço imenso desta posição.

Fazia sentido que fosse uma implicância pessoal quando o 69 era tentado durante uma relação estável, por exemplo. Um pau muito grande, ou mesmo um pau muito curto, que anatomicamente me colocavam em desvantagem na hora de buscar a simetria absoluta que a cifra sugere. Mas, não, o incômodo seguia mesmo quando eu trocava de parceiros – e olha que eu troquei bastante.

Houve quem preferisse sem exceção o 69 com um dos números deitado na cama, e o outro deitado em cima. Desnecessário dizer que, quando a diferença de massa corporal era grande e o cara insistia em ficar por cima, eu, magra e gostosa, penava em coordenar a respiração e a sobrevivência com a língua e os lábios.

A variação com o rapaz em pose de quatro apoios, por cima, até dava uma melhorada, mas o fato de impedir o contato pele com pele acabava xoxando um pouco do tesão que a situação potencialmente guardava.

Imagem relacionada

Quando, por fim, os homens gentilmente me agraciavam com a sorte de ficar por cima, deitada com a bunda em suas caras e minha cara em suas bolas, a chance de ser feliz estava toda ali, escancarada, mas mesmo assim eu não conseguia desfrutar de todas aquelas maravilhas que os vídeos pornô garantiam ser possível vivenciar. Problema meu, óbvio.

Quando estava todo mundo deitado de ladinho, de frente para o parceiro, eu começava devagarinho a entender que, sim, aquilo tudo ali podia ser sexy. Parecia que, nesta configuração, as diferenças de alturas, por exemplo, não apareciam tanto, bem como não ficavam tão evidentes as necessidades masculinas de forçar o pau garganta adentro ou de testar a apneia alheia enfiando bolas e membros tudo junto na minha boca.

Tive boas experiências assim, confesso. Mas nunca, nunquinha, conseguia chegar ao orgasmo. O cara esguichava felicidade, saía de perna bamba, e eu entendia que, ok, de repente é isso aí, e mulher no 69 até goza, mas nessa encarnação não vai dar pra mim.

Até que: milagre. O impossível aconteceu.

E, o que ficou claro para mim, e que me fez vir até aqui escrever esse textão para vocês, é que, talvez aí entre os leitores haja alguma moça se identificando com tudo isso. E eu te digo, garota, que o problema não mora em você, mas, sim, na ideia que você tem de que transar no geral – e principalmente nessa posição anti-anatômica, porém promissora – significa dar prazer ao homem, antes de alcançar o seu prazer pessoal.

Não, não. Encarar um 69 é para ser legal para todo mundo. Às vezes, a gente fica tão encanada em chupar direito, conferir ritmo, mexer as mãos, fazer todo o rolê necessário, que se esquece de prestar atenção na sensação que está rolando lá embaixo no nosso próprio corpo. Curtir a língua rolando o clitóris, molhando cada pedacinho.

Por isso, na próxima vez que um 69 pintar na sua cama, mude a chave e experimente encarar o desafio de peito e buceta abertos. Com a mente totalmente conectada a todas as terminações nervosas suas, e não apenas só as dele como sempre. Pode ser que seu mundo se abra como o meu se abriu.

 

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Democrático, beijo vai do sexo ao amor https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/03/democratico-beijo-vai-do-sexo-ao-amor/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/03/democratico-beijo-vai-do-sexo-ao-amor/#respond Tue, 03 Sep 2019 21:37:54 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2745 Por Dolores

Se tem uma coisa que amor e sexo têm em comum é o beijo. Coabitante de todos os status de relação, não importa há quanto tempo aquela gente se conhece, se é a primeira vez que se encostam, se já andam colados há uma década, o beijo vai estar lá. Discreto, molhado, exausto, curioso. Beijos, sempre beijos.

O beijo pode juntar pessoas, ou pode mandar cada um prum lado. Porque beijava com a boca mole, larguei de um homem que, não fosse o jeito frouxo de beijar, tinha tudo para ser o melhor cara do mundo. Também já me apaixonei por outro só porque sua boca bailarina dançava por cima e por dentro da minha, numa coreografia deliciosa desde o primeiro minuto.

Beijo tem até nome próprio. O Beijo Selinho. O Beijo de Língua. O Beijo Grego. Veja se o abraço, ou a mordida, levam alguma alcunha assim tão importante. Jamais.

Democrático e anatômico, cabe em qualquer parte do corpo, sem esforço. Abra a boca um tanto, umedeça os lábios. Pouse nas saboneteiras dela: percebe? Nos ossinhos do quadril, canelas, atrás dos joelhos.

Gosto de seguir a sequência do beijar a boca, pular direto para aquele buraquinho da traqueia, no pé do pescoço, daí enfiar a língua inteira na orelha e morder bem levinho a ponta do lóbulo. Erguer os braços para beijar os pelos do sovaco, a cintura, a dobra quente entre o saco e a coxa, a junção do pau com a pelezinha que ajuda na hora do gozo. E, ali, beijar demorado, como quem beija uma boca apaixonada, na expectativa de ser retribuída com uma gota qualquer que seja. Da sua outra saliva, dos seus outros lábios.

Na hora da transa, não tem brinquedo erótico nem vídeo safado que surta efeito mais afrodisíaco do que uns bons beijos. O beijo é o início, catalisador de tudo. O beijo é o desfecho, como um selo de cansaço e satisfação. E o beijo é sobretudo o meio, conduzindo o roteiro do amor.

Ele imita o movimento dos dedos, que invadem os buracos ao mesmo tempo em que a língua se mexe coordenada por dentro da boca – o indicador circulando o clitóris, a boca imitando tudo, o dedo médio explorando o cu, os lábios fazendo plágio. Quando a gente entra dentro um do outro, usando o caminho que for, você me beija e geme junto, e não há um só pedaço nosso que não esteja conectado nesse momento. E, quando goza, seu beijo se espanta, boquiaberto, despejando água quente com a mesma força que me molha entre as pernas.

Quero te beijar desde o primeiro até nosso último dia. E que, nessa despedida, quando ela houver de ser, que eu possa saber que não faltou um único momento em que, estando nós juntos, eu tenha deixado de conter você em mim, na boca, preso entre meus dentes, próximo ao lugar de onde saíram minhas juras de amor e meus gemidos.

Se eu pudesse, eu te engolia. Como não posso, eu te beijo.

 

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A delação premiada salvou meu casamento https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/07/17/a-delacao-premiada-salvou-meu-casamento/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/07/17/a-delacao-premiada-salvou-meu-casamento/#respond Sun, 17 Jul 2016 22:13:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=1770 Sexo no casamento, afinal, rende muitas histórias. Depois de publicar a aventura de uma colaboradora, Sexo bom no casamento é possível!, recebi um relato de como o sexo fora do casamento se tornou um ingrediente precioso para que o casal se reencontrasse na cama, reacendendo paixões que pareciam frias. A seguir, a história do colaborador que preferiu se chamar de Beija-Flor.

“Estou há quase 8 anos casado e nunca havia traído minha esposa. Comecei a dar aula em uma universidade para um curso cuja maioria dos estudantes (e corpo docente) é do sexo feminino. Batata! O casamento morno-esfriando e o assédio por parte das estudantes abriram uma brecha para a primeira, segunda, terceira… e quarta traição.

Coincidência ou não, cheguei em casa após uma transa no dia em que completamos o mítico sétimo ano. Não lembrei da data. Desfilei de toalha pela casa com arranhões nas costas e chupão no pescoço. Minha esposa, com sua tranquilidade de iogue, me convidou para uma conversa. Abri o jogo, falei tudo. Difícil pra mim, inclusive, estar compartilhando esta história dado o trauma do momento. Sim, traumático para mim. Para ela, nem se fala. Sempre tivemos uma relação de muita lealdade, cúmplices de momentos muito especiais na vida. A opinião dos amigos a quem havia compartilhado a minha “confissão total” era unânime: Você é louco!

Loucura ou não, acreditei que a verdade proporcionaria ao menos uma aproximação amistosa e ajudaria no convívio com os filhos, na iminência de uma separação.

Após o tal aniversário de sete anos de casados, logo minha esposa viajou com nossos filhos pequenos, não suportava sequer permanecer naquela cidade. Uma semana depois, também viajei para encontrá-los. Antes mesmo do reencontro, ela me advertiu: Por favor, não quero nem um abraço, preciso que respeite a minha dor.

Naquele mesmo dia, conversamos bastante, não a toquei. Eu estava arrependido, tinha me dado conta da enorme besteira que havia cometido. Todas as traições foram meras transas que não deixaram qualquer rastro de saudade.

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Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com

Estava brincando com as crianças na sala do apartamento, até que resolvi dar uma passada no quarto. Lá estava ela, deitada na cama, como quem dormia. Não hesitei: deitei ao seu lado e fiz um carinho na sua nuca. Um gemido quase que inaudível escapou de sua boca. Naquela hora, foi como uma ponta de esperança, visto que toda conduta a mim direcionada era fria e sem conteúdo afetivo. Aproveitei a deixa e intensifiquei os carinhos. Derretida, ela se virou e nos beijamos lentamente. Coração disparado, transpiração, tesão incontrolável. Todas aquelas sensações confirmavam que o amor estava presente.

Ela estava usando um vestidinho leve de algodão e uma calcinha preta minúscula, que logo foi sentida quando a abracei por cima da roupa. O delicioso beijo era interminável, senti sua perna esquerda sobre meu quadril, meti a minha mão por dentro do seu vestido e a toquei. Os gemidos seguiam a cadência ritmada de nossos corpos, línguas e cheiros. Ela tirou minha bermuda e toda sua roupa, colocando a bunda na minha cara, emplacando um meia nove inesquecível. Chupei a sua boceta com tanto esmero e vontade que a fez gozar na minha língua. Em seguida, pulou em cima de mim numa cavalgada alucinante. Gozamos e permanecemos lá, sentindo o batimento acelerado dos corações.

Estamos juntos, mais unidos e fortalecidos como nunca. Temos uma história e uma família linda que não merecia ser desfeita. Só me resta agradecê-la por sua coragem em transcender a enorme dor da traição.

Em tempos de Lava Jato, a delação premiada também salvou meu casamento.”

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