X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Rola papo de sexo no Clubhouse? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/02/10/rola-papo-de-sexo-no-clubhouse/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/02/10/rola-papo-de-sexo-no-clubhouse/#respond Wed, 10 Feb 2021 17:52:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3128 Por Carmen

Um clube exclusivo soa sugestivo, mas a falta de anonimato pode ser uma barreira para que rodas de papo sobre sexo peguem fogo na mais nova rede social do pedaço.

Foi no fim de semana passado que, em um espaço de 15 minutos, vi três postagens no Instagram de gente comentando sobre o ClubHouse. Não demorou para eu entender que a moda da vez é trocar áudios, em conferência virtuais, sobre os mais variados assuntos – por enquanto, disponíveis apenas para quem recebe convite para entrar e tem Iphone.

O formato de salas, em que o usuário entra e sai, lembra os veteranos chats, que tanto fizeram (e ainda fazem) a festa da galera sedenta por uma interação mais picante e anônima na rede.

 

sexo ouvido
Crédito da foto Pinterest

 

Fui conferir se o tema sexo já aparecia nas discussões. Novos adeptos estão chegando à medida que os convites são distribuídos e salas são criadas o tempo todo, mas o que encontrei nos últimos dias me deu a impressão que há potencial para um match, mesmo sem fotos, vídeos e apelidos participando da festa (é só áudio mesmo, ao vivo).

Não encontrei nada em português, mas, em inglês, já existe “clubes” como o Sex+Bodies+Health (222 membros, 3.1k seguidores), para “quebrar estigmas e tabus em diálogos com sexólogos e empreendedores de sex-techs ou fem-techs (empresas de tecnologia voltadas para sexo e público feminino), entre outros. No SexTalk@1AM (330 membros, 1.6k seguidores), a proposta parece mais quente já que é descrita como sexualmente explícita, e o horário de abertura da sala, na madrugada, claramente é um estímulo para uma conversa mais solta e ousada.

Acompanhando!

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Quem ainda tem tesão no Neymar? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/04/quem-ainda-tem-tesao-no-neymar/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/04/quem-ainda-tem-tesao-no-neymar/#respond Mon, 04 Jan 2021 19:18:13 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3104 Por Dolores

Você foi convidado para a festa do Neymar? Nem eu. Ao contrário da gente, 500 pessoas muito famosas receberam em casa a pulseirinha vip para virar o ano na balada armada pelo jogador em Mangaratiba, no Rio.

Talvez tenham sido 150 convidados. Talvez eles não fossem assim tão famosos. E talvez nem pulseirinha houvesse, entregue em lugar nenhum.

Excluídos os pormenores quanto à lista oficial, a notícia até agora parecia se concentrar no absurdo que era uma figura pública organizar uma festança desse tamanho em plena pandemia de coronavírus.

Neymar até tentou despistar a chuva de críticas que recebeu depois que o evento veio a público. Viajou para Santa Catarina, se instalou na praia do Caixa D’Aço, e de lá, ainda que sem muito esforço, atraiu curiosos e apareceu em fotos no Instagram.

Nas postagens, vários barcos ancorados um ao lado do outro abrigavam gente sarada dançando bem pertinho, tudo com muita animação.

Aglomera mais que tá pouco.

Pra gente, autoras de um blog de sexo, a manchete desse quiproquó é outra. Em um dos vídeos do Caixa D’Aço divulgado em um perfil de denúncia de festas na quarentena, alguns homens comentaram: “É só o menino Neymar chegar que a mulherada já fica ouriçada”.

(O Manual de Redação da Folha não nos deixa colocar emojis nas colunas. Mas imagine que, antes de ler a próxima frase, você esteja visualizando a famosa figura da mocinha com a mão espalmada na própria cara. Obrigada)

Quem, em sã consciência, ainda tem vontade de transar com o Neymar? A gente realmente não consegue entender.

Após críticas por foto com Flávio Bolsonaro, Neymar bloqueia Instagram -  Internacional - iG

(Foto: Reprodução Instagram)

Nada contra a figura até bonitinha do jogador, mas de onde é que essas supostas mulheres a que o comentário se refere tirariam coragem para ir pro quarto com um homem que não se opõe a ser chamado o tempo todo de “menino”?

Que, aos 28 anos, um filho nas costas, posta foto com a língua de fora, hang loose em ambas as mãos, amigos posando junto, e usa de legenda – sem que ninguém o obrigue – a frase “Resenha com os bródi”?

Um cara que ironiza a desaprovação de uma sociedade como um adolescente tiraria onda dos pais que decidiram pegar no seu pé por mau comportamento? E que, além de só agir de um jeito tosco, organiza festa lotada quando o país chega perto de bater 200.000 pessoas mortas pela Covid-19?

Difícil julgar as motivações que movem os outros, claro, mas eu não achei minha xoxota no lixo pra sair dando ela assim pra qualquer um, não.

Óbvio que já transei com muita gente de que me arrependo até hoje, mas nenhuma dessas pessoas tinha a vida tão escancarada no noticiário a ponto de eu saber onde estava me metendo, nem tinha publicamente atitudes tão diferentes do que me atrai como mulher quanto acontece no caso do nosso menino famoso.

Não sei se existe realmente uma mulherada que fique “ouriçada” quando o Neymar chega ao recinto. Talvez seja mesmo só mais um comentário machista de internet. Ou talvez haja, sim, essa mulherada, e eu seja só uma iludida que acredita que a gente vem tentando selecionar melhor os caras com quem vai pra cama.

De todo modo, se vocês existem, moças, pensem em como seria se ouriçar por outras coisas. E se daria pra, numa próxima vez, fazer uma categoria de dança diferente, mais festiva, celebrando com passinhos a derrota do patriarcado.

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Um Dia do Sexo (quase) sem obrigação https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/#respond Sun, 06 Sep 2020 21:54:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3014 Por Dolores

Não tem tanto tempo assim que uma marca de preservativos decidiu que o dia 6 de setembro seria oficializado como Dia do Sexo. Por conta do visual do 6/9, aproveitou a alusão ao me chupa que eu te chupo, e editou o calendário. O poder esquisito que tem o marketing.

Porque, convenhamos, tem pouca coisa pior no mundo do que ter data marcada para transar. Vai ver tem até motel que propõe hora pra trepada, oferecendo promoção pra quem entrar na suíte às seis da tarde e nove minutos. Eu acho broxante.

A parte mais gostosa do sexo pra mim sempre teve relação com o proibido, o escondido. Com a surpresa, com o fazer diferente. Óbvio que dentro de relações monogâmicas e duradouras isso é menos constante, você leitor vai argumentar, mas garanto por experiência própria que não é nada impossível. Há dezenas de maneiras de preservar aspecto tão importante.

Então, é puxado para alguém com essa cabeça achar legal a proposta de agendar sexo. Sim, claro que em aniversários, por exemplo, a gente sempre sabe que vai transar. Mas você há de convir que datas comemorativas em geral guardam bem menos pressão que um marco no calendário que te manda botar o pinto pra fora, virar de quatro, e ainda gozar.

Seria quase como eu e Carmen virmos aqui escrever sobre sexo por obrigação. Ter que forçar a barra duma atmosfera pra criar os contos e as histórias deliciosas que, glofiquemos de pé, nos saem com tanta naturalidade e prazer. Não rolaria.

Porém, porque somos especialistas no assunto, e porque queremos ajudar quem se vê compelido a entrar no jogo do meia nove neste domingo à noite, separo aqui sugestões para ajudar a entrar no clima, caso o clima pareça algo muito distante dado que estamos todos presos dentro de casa há meses, olhando incessantemente para a cara do parceiro.

  • Filme em dupla

Os serviços de streaming têm centenas de opções de filmes e séries em que o sexo é uma constante. Dependendo de como funciona a sintonia de vocês neste aspecto, dá para escolher algo para assistir juntos e criar uma atmosfera sensual. Esqueça aquele jogo bobo que muitas vezes a gente faz como casal, de todo mundo fingir que não sabe que a gente vai transar, sendo que a gente sabe super que a ideia de deitar pra ver esse negócio sempre foi eu sentar na sua cara daqui a pouco. As cartas hoje são bem abertas. Voltando: se vocês são mais tímidos, peguem uma produção mais leve, em que haja uma ou outra cena de sexo mais picante. Se forem do tipo que fala mais abertamente sobre isso, se joguem em algo tão explícito quanto sua relação. E, se entre vocês não há papas na língua, pulem direto para um pornô que agrade aos dois – sim, até no Dia do Sexo é importante lembrar que todo mundo tem que estar confortável com o que se passa na tela e o que se passa na cama. Caprichem na masturbação mútua, brinquem de reproduzir o que a ficção sugere. Com um estímulo destes, até mesmo as obrigações podem ficar gostosas.

Number Sixty Nine (69) Fluorescent Circle or Square Labels

  • Sex shop por aplicativo

Já viu que, entre as opções de restaurante, supermercado, farmácia e loja de chocolate também tem alguns sex shops nos aplicativos de entrega? Pois escolham cada um no seu celular um presente para o parceiro ou parceira, e cliquem para fazer o pedido. A expectativa da entrega, a surpresa da escolha, e o clima que vocês vão criar para abrir as embalagens já vão deixar todo mundo molhado e feliz.

  • Sessão de fotos particular

Separem alguns abajures, acendam algumas velas, e criem uma iluminação diferente em algum cômodo da casa onde haja privacidade. Câmera na mão, é hora da ação. Divirtam-se e provoquem-se posando um para o outro – pode começar com pouca roupa e ir fazendo as peças sumirem conforme a sessão progride.

  • Jantar pelado

Uma garrafa de vinho, um prato fácil de preparar ou algo encomendado, uma playlist boa rolando na TV da sala. Que tal jantarem juntos vestindo absolutamente nada? Conforme o papo e o nível etílico evoluem, dá pra inventar boas provocações e acabar em cima da mesa da sala – só cuidado para não espetar a bunda no garfo.

  • Meia nove inventivo

Por fim, mas não menos importante, uma releitura de um clássico. Quem foi que disse que meia nove só se faz com a boca? Separem o brinquedo sexual favorito do parceiro ou parceira, assumam suas posições do tradicional me chupa que eu te chupo, e, em vez de caírem de boca, façam a estimulação com o vibrador, o masturbador, o sugador, enfim, o que mais gostarem. E, já que não vão estar com olhar assim tão colado nas partes alheias, como estariam no meia nove clássico, aproveitem para apreciar bem a vista, especialmente na hora em que a pessoa de quem você gosta estiver chegando perto do gozo.

Um feliz Dia do Sexo pra vocês!

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Sexo em tempos de coronavírus https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/14/sexo-em-tempos-de-coronavirus/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/14/sexo-em-tempos-de-coronavirus/#respond Sat, 14 Mar 2020 16:02:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2882 Por Dolores

Além de não poder mais comer pizza nem tomar gelatto na rua, os italianos estão obrigados a outra devastadora restrição por causa da epidemia de coronavírus. De acordo com ordens do próprio governo, ninguém no país tem autorização para participar de orgias, nem gangbangs.

O anúncio em si foi de uma fofura sem fim, porque qualquer coisa que se lê com sotaque italiano fica deliciosa, porém a mensagem era tão inteligível quanto triste para qualquer um, inclusive os que não manjam nada da famosa língua falada com a boca, mãos e braços.

Aqui no Brasil, por sorte ainda não fomos proibidos em níveis assim tão radicais, e somos abençoados pelo fato de o Carnaval ser festa de começo de ano e não segundo trimestre, porém, ainda que pesarosos, sabemos que já é hora de tomar algumas providências para evitar que todo mundo fique doente ao mesmo tempo.

Coronasutra - Reprodução

Beijo triplo, por exemplo, se der pra segurar, melhor. Uma chateação, porque não é sempre que a oportunidade aparece, e ter que dizer “não” para ela parece injustiça divina, mas a chance de um dos três narizes que se encostam ter o vírus e distribuí-lo é imensa, de modo que suspendamos temporariamente a já saudosa prática.

Indo um pouco adiante, é hora também de segurar a frequência dos ménages. Quem sabe trocar de uma coisa semanal para uma vez a cada dois meses, não sei, tentando aproveitar brechas de estabilidade do vírus para fazer um casting mais certeiro, com participantes que não apresentem sintomas.

Tendências mais hardcore também não serão de bom tom ao longo da pandemia. Garganta profunda, por exemplo, que pode provocar um ataque de tosse em quem recebe, confundindo a outra parte – pense no constrangimento.

Bem como cusparadas, antes tão interessantes, nos membros e em todos os tipos de orifícios, especialmente a boca. Se tem uma coisa pouco sexy e excitante é entrar na noia da amostragem viral por gotícula de saliva, então, honestamente, pra quê? Deixemos para depois.

Isso não significa, no entanto, que para ficar saudável seja preciso nunca mais transar. Sem drama. Dar de quatro, por exemplo, hoje não é só posição sexual, mas também forma de sobrevivência. Dá até para espirrar sem cobrir o rosto, o que significa grande vantagem: as mãos podem continuar operando milagres nos peitos, clitóris, puxando cabelo, e me parece que dessa maneira continua tudo ok.

No pior dos casos, que tal incorporar a máscara à brincadeira? Aqueles modelos de farmácia são de fato muito básicos, mas, à moda dos abadás, é possível personalizar e sensualizar os paninhos com renda, transparências, tirinhas de couro. Na quarentena do corona, só passa tesão quem quiser.

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Só assisto BBB pelo sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/06/so-assisto-bbb-pelo-sexo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/06/so-assisto-bbb-pelo-sexo/#respond Thu, 06 Feb 2020 20:13:40 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2849 Por Dolores

A eliminação de Petrix não foi a primeira ocasião em que o Big Brother Brasil alcançou os trending topics de um jeito esquisito, envolvendo não uma prova do líder ou premiações polpudas, mas, sim, uma investigação da polícia. A ficha criminal do programa envolve suspeitas de estupro, agressões físicas, e até mesmo um participante acusado de abuso de menores.

Os exemplos não foram maioria nas 20 edições, claro, até porque, se fosse esse caso, a emissora certamente já teria cancelado a atração. Trata-se de comportamentos isolados, mas que comprovam uma verdade: assim como acontece na casa televisionada, na vida real, anônima – e em uma proporção ainda maior justamente pela ausência de câmeras vigilantes -, vez ou outra o elenco sofre com um personagem bizarro.

E, se não fossem esses pontos fora da curva, que, por sorte, acabam sempre eliminados em paredões fulminantes, o BBB já há muito não teria motivos para aparecer entre os assuntos mais comentados da internet. É um programa repetitivo, cafona.

Eu, por exemplo, deixei de assistir há anos. Mas admito, porém, que, sob um certo ponto de vista, continuo sendo espectadora do Big Brother Brasil.

Resultado de imagem para bbb banho

Assisto BBB por causa do sexo. Não este criminoso, que ultrapassa os limites do consentimento, mas, sim, o sexo pervertido e saudável que, vez ou outra, a câmera impiedosa apanha.

Disponíveis em cenas avulsas nos sites de pornografia, os flagras mostram aqueles minutos de descuido em que os participantes se esquecem (ou deixam de se importar, não sei) da filmagem ininterrupta, e dão vazão ao tesão contido por meses de confinamento.

Voyeur que sou, adoro as punhetas escondidas debaixo do edredom, quando nada além da expressão do rosto aparece na tela, casando com o vai-e-vem da mão e do pau camuflados pela coberta. Ou as ereções matinais que escapam do lençol e das cuecas.

Os mais ousados arriscam se comer assim, e nos presenteiam com trepadinhas disfarçadas, cheias de gemidos abafados no esconderijo, mas captados pelos inevitáveis microfones. Isso sem falar nos amassos no chuveiro, em banhos coletivos, as mãos bobas na piscina, os beijos safados pela casa toda.

O que mais me atrai é saber que é gente com tesão transbordando e atuando sozinhos ou interagindo com outras gentes também com tesão transbordando. E, para mim, não tem nada mais sexy do que essa explosão de consentimento.

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Revenge porn, a vingança que usa sexo e tecnologia https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/09/revenge-porn-a-vinganca-que-usa-sexo-e-tecnologia/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/09/revenge-porn-a-vinganca-que-usa-sexo-e-tecnologia/#respond Sat, 09 Nov 2019 12:13:39 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2785 Por Carmen

 

revenge porn
Crédito da foto Reprodução Pinterest

 

A mais recente vítima de revenge porn, pornografia de vingança, foi uma jovem congressista norte-americana. Outra história de caráter medieval escrita com a pena da tecnologia.

Katie Hill, 32 anos, era uma promessa, eleita a primeira vez no ano passado como uma opção de renovação e frescor para a política na Califórnia. Ela renunciou o mandato na semana passada. O motivo, que deveria ter sido a falta de ética ao se envolver com uma funcionária de sua campanha, virou outro: as fotos desse encontro sexual, que foram vazadas do celular, ao que parece, pelo marido da deputada, de quem ela está se divorciando.  Revenge porn é o verdadeiro crime aqui (sob a lei californiana, é mesmo), e a deputada não foi responsável por ele.

Até mesmo a líder do congresso norte-americano – uma mulher! – ao falar publicamente sobre o caso, mencionou apenas o escândalo, sem focar no que realmente importa, a gravidade do abuso feito por esse ex-marido ressentido e vingativo, divulgado com irresponsabilidade pela imprensa, e amplificado pela misoginia da sociedade.

Sob os olhares conservadores, tudo contribui para se crucificar Katie: jovem, mulher, aparentemente bissexual, que se envolveu em um ménage a trois. Lamentável como ainda se atiram pedras em quem se faz livre, conquista espaços e é dona de seus desejos.

Mais triste ainda é que sabemos que as maiores vítimas de revenge porn são adolescentes. Muitos casos levam a danos psicológicos permanentes e até ao suicídio, pela humilhação da exposição íntima não consentida, mesmo que as fotos tenham sido tiradas com permissão da menina.

O contexto da vingança, em geral de ex-namorados abandonados, vem normalmente acompanhado de outra crueldade, o slut-shaming, termo em inglês que significa criar fama e estigma de promíscua, imoral – puta mesmo -,com a intenção de envergonhar e destruir a imagem da mulher.

A justiça brasileira enquadra o revenge porn como difamação ou divulgação ilegal de imagens. Leis mais duras e específicas são urgentes.

Mais essencial ainda é as pessoas entenderem que não é a mulher que precisa ser mais cuidadosa ou recatada. É a cultura do respeito que precisa acontecer.

 

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Proibiram a berinjela https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/06/proibiram-a-berinjela/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/06/proibiram-a-berinjela/#respond Wed, 06 Nov 2019 17:04:02 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2782 Por Dolores

Acompanhada de uma carinha de espanto, com a boca aberta e os olhos arregalados, um amigo compartilhou a notícia: o Instagram começou a banir emojis de conotação sexual em postagens na rede. Em termos práticos, ninguém mais vai poder anexar uma berinjela aos comentários ou legendas das fotos daquele gostoso de sunga. Como viver a partir de agora?

A conversa sobre o problemão se deu no WhatsApp, onde meu amigo (um gostoso quase sempre de sunga) e eu ainda pudemos ilustrar o debate com todos os emojis desejados, os mais adequados, censura zero.

Além da expressão do choque, usufruímos, por exemplo, do nosso direito de apertar os ícones do fantasma (afinal estamos mortos com a notícia), o cocô (porque achamos a decisão uma merda), o boneco de neve (já que em resumo é tudo um grande balde de água fria), e a tesourinha (sinal claro de coisas corta-clima).

Sim, a gente sabe que nenhum desses emojis está proibido em lugar nenhum. Mas a simples ideia de que nossa forma ridícula de linguagem possa ser podada em ainda mais instâncias nos deixou em pânico, e brutalmente dispostos à verborragia cínica típica dos adolescentes contrariados.

Aliás, é a eles que Facebook e Instagram tentam proteger com a medida – os adolescentes em geral, contrariados ou concordantes, tanto faz. A ideia é bloquear “propostas implícitas ou indiretas de solicitação sexual”. Para as plataformas, “emojis ou cadeias de emojis de caráter normalmente sexual e contextualmente específicos” são um problema a ser contido.

Emoji de estrela, emoji de caixãozinho. A clássica representação do “preferia estar morta”.

Resultado de imagem para emoji berinjela

Oras, Zuckerberg, você acha mesmo que, ao banir os pêssegos, gotinhas e garrafas de champanhe, está mesmo salvando o mundo do assédio virtual? Que, agora que aquele mala escroto não pode mais comentar com um donut meu nude de costas, eu estou protegida das investidas dele?

Não, Mark Elliot. Tudo que você vai conseguir com essa decisão é limitar – e encaretar – as interações entre amigos, amigas, crushes e crushas. Óbvio que a proibição vale para todos, e os sem-noção da internet terão uma ferramenta a menos para encher o saco. Mas é nas conversas e tirações de onda entre quem se conhece, e se gosta, e se paquera, e se provoca, que você vai meter seu bedelho acima de tudo.

Vamos deixar de poder brincar, enquanto quem usa a internet para inconveniências (e crimes, vai saber) vai ser pifiamente afetado. Parabéns.

Mas deixe estar, censores, que os nossos pulos a gente dá. Se não temos mais berinjela, algum jeito a gente encontra. Que seja a criação de stickers iguais aos do WhatsApp para comentários nas redes, que seja simplesmente escrever “aqui havia um legume roxo, comprido e duro, igual àquilo que eu sei que você tem para botar na minha boca”.

Engole essa.

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5 podcasts de sexo para ouvir já https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/07/27/5-podcasts-de-sexo-para-ouvir-ja/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/07/27/5-podcasts-de-sexo-para-ouvir-ja/#respond Sat, 27 Jul 2019 14:32:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2702 Por Carmen

Você já se deliciou com as fotos de revistas no passado. Leu muitos contos eróticos. Hoje vive de xvideos. Mas a questão é: já aderiu aos podcasts de sexo? A onda de áudios temáticos pela web, ao estilo do rádio, não é nova, mas programas feitos para deixar você em ponto de bala ainda não são muitos. Isso não quer dizer que o assunto sexo seja raro no universo dos podcasts,  aparecem o tempo todo, seja em episódios dedicados a ele ou de variedades.

O formato que responde perguntas enviadas pela audiência é o mais comum. Veja uma seleção onde você pode aguçar a audição e sensações escutando algo além de gemidos e suspiros.

 

podcast
Crédito da foto Pinterest

 

 

Pantynova

O sex shop online de vibradores, strapons e dildos desenvolvidos por elas e para elas, também levou para o universo dos podcasts contos eróticos para que as mulheres se vejam representadas na hora de se excitar. O resultado são relatos ficcionais como “Famosa do Instagram” e “Preguiça do App”. Dá vontade de ouvir todos, que são lançados, em geral, uma vez por semana.

Mamilos

Não é temático de sexo, mas fala com respeito e empatia sobre assuntos contemporâneos, e já teve episódios, que continuam disponíveis, como “Pornografia é Vilã?” e “Sexo em falta”, sobre as pesquisas que indicam como as pessoas estão transando menos e como falar de sexo é, ao mesmo tempo, tabu e demonstração de status.

Sexo Explícito 

Convidados, de terapeutas sexuais a youtubers, respondem perguntas de anônimos e dão dicas de filmes, séries e contas de Instagram que abordam o sexo – direta ou indiretamente. A Apresentadora Priscila Armani conduz ainda depoimentos de pessoas que vivem o poliamor e o BDSM, entre outras experiências. No fim de cada episódio, um pequeno conto erótico para deixar você no clima, depois do papo mais educativo.

Apê 69 

Os podcasters Fernando Férri, Vanessa Santana e Eduardo Santana respondem perguntas sobre relacionamento e sexo no ar, com presença de convidados. São episódios longos, que chegam a quase 1h30, mas tem subprogramas, como o Rapidinha no Apê, que é uma pílula no Instagram, e o Café no Apê, que reúne amigos em uma mesa para conversar sobre assuntos diversos. Um das coisas mais bacanas é que o papo não é só de sexo hetéro, tem muito questões que interessam aos gays, bis e quem mais faz sexo nessa vida.

 Ilha de Barbados

O canal do YouTube tem mais de um milhão de assinantes e a versão em podcast traz o famoso trio masculino formado por PC Siqueira, Rafinha Bastos e Cauê Moura com o mesmo tipo de humor, que pode agradar ou desagradar. Alguns conteúdos são em comum, mas, em geral, há mais liberdade quando falam de sacanagem, entre a mistureba de assuntos. O legal é que é tudo curtinho, pouco mais de 10 minutos, para ouvir no carro ou lavando a louça.

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Hacker do sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/28/hacker-do-sexo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/28/hacker-do-sexo/#respond Fri, 28 Jun 2019 14:07:29 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2669 Por Carmen

Parece roteiro de filme. Um garoto do interior de Michigan, Estados Unidos, passava o tempo criando códigos no porão de sua casa, até se mudar para Califórnia. Foi trabalhar em uma empresa de tecnologia e conheceu uma jornalista. No primeiro encontro, ela fez a pergunta básica: quais são seus hobbies? E a resposta foi surpreendente: hackear o Tinder.

 

sexting
Crédito da foto Pinterest

 

Com a curiosidade aguçada, ela pede detalhes. E o programador conta: ele e uma amiga gata criaram um perfil dela no aplicativo e instalaram dois programas diferentes. O primeiro funcionava normalmente, criando os matches, ao jogar as fotos para a direita. O segundo era aquele que o rapaz levou meses codificando e onde residia uma pegadinha tec. Ele pareava dois homens que tinham virado contato da amiga. Ou seja, dois usuários do app acreditavam que estavam trocando mensagens com a menina, mas, na verdade, estavam se comunicando entre eles. Para eles, tudo parecia vir e ir para aquela gata. Apostaria que ia dar errado, certo? Pois mais de 400 conversas aconteceram entre as pessoas mais improváveis, que até identificavam algumas estranhezas, mas raramente duvidavam que estavam falando com a garota. Geralmente, os papos que mais fluíam eram entre homens que buscavam sexo casual e papos picantes. Frases como: “Vou passar a noite toda em cima de você”, “vou fazer você gritar meu nome de tanto gozar” e “Está quente dentro de suas calças?” são incrivelmente unissex.

O programador codificou algumas alterações automáticas de palavras relacionadas a gênero. Quando alguém escrevia “homem” imediatamente aparecia na tela “mulher”, “pênis” virava “vagina”. Mas ele esqueceu alguns outros termos como “ereção”, “duro”, “molhada” e “pai”, que tornavam a conversa um pouco nonsense para os usuários do app e hilária para ele e seus amigos, que acompanhavam tudo em tempo real.

Outro bug era que palavras que tinham “man” (homem, em inglês), no meio de sua formação, também ganharam uma semi-tradução. Manhattan, por exemplo, virava Womanhattan. Segundo ele, as imperfeições ajudam na pegadinha, porque a parte mais divertida era o momento que as pessoas percebiam que estavam sendo troladas. E elas sempre culpavam o próprio app ou a usuária, nunca uma terceira pessoa.

Quando dois dos enganados resolveram marcar um encontro para valer, o programador e a amiga acharam que tinham ido longe demais. Caíram na real que ali havia pessoas com expectativas, carências, em busca de companhia e eles estavam brincando com suas vidas de forma cruel. A amiga quis por um ponto final no passatempo e, mesmo depois de meses, ainda era reconhecida como “a garota do Tinder”, em bares e festas, depois de tantos matches e papos sacanas. A jornalista, que ouviu a história toda, nunca mais quis usar aplicativos de relacionamento. E o programador, quando lhe perguntaram sobre seus hobbies em uma entrevista de trabalho, contou tudo. Na empresa de tecnologia, ninguém se importou com a questão ética, ficaram impressionados com a originalidade da ideia e lhe deram o emprego.

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Sexo, mentiras e videotape https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/10/24/sexo-mentiras-e-videotape-2/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/10/24/sexo-mentiras-e-videotape-2/#respond Wed, 24 Oct 2018 15:54:55 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2502 Por Carmen

Provável que tenha sido assim com você também: estava voltando do almoço ontem quando recebi o vídeo que parecia mostrar o candidato ao governo de São Paulo João Doria em uma orgia com cinco mulheres, em um quarto de motel. Quando cheguei ao trabalho, o assunto estava em todos os celulares e conversas: “Parece muuuito ele”. “Não é, não! O pescoço está meio estranho, é montagem, certeza”. “Como esse cabelo com gel não despenteia nem nessas horas?” “Preferia ver um nude do Haddad”, eram alguns comentários.

Não sou de receber muitos memes, fake news e correntes pelo Whatsapp. Não participo de nenhum grupo gigante cujos membros não são meus contatos. Para ter chegado até mim, imagino que o escândalo já estava tomando enorme proporção.

Não tenho, como a maioria de nós, como confirmar se o vídeo é real ou fake e, sim, é lamentável que a disputa política envolva esse tipo de discussão. Mas confesso, assisti aquele minuto de gravação várias vezes, dei zoom no rosto, dei zoom no pinto e tudo mais.

Nas versões que recebi (foram três), achei curioso que ele ficasse deitado, quase sem se mexer, mal levantando a cabeça. Apenas as mulheres “atuavam”. E havia uma troca muito rápida entre elas, ele quase não usufruía do contato com cada uma e já passava para a próxima. Não vi tesão na cena.

Porque “sex tapes” têm mais a ver com escândalo, chantagem e desmoralização do que com sexo. Desde que a filmagem caseira passou a existir – em super 8, vhs, celulares… – registrar nudes, strip teases e atos sexuais virou uma brincadeira excitante e arriscada. E por ser excitante, muitas vezes, ela é feita com consenso de todos os envolvidos. Existe o fetiche de se tornar um ator/atriz pornô.

 

orgia
Crédito da foto: But Three Is Better/Tumblr

 

Na era da câmera digital, pré-smartphone, topei a fantasia. Foi muito estranho me ver fazendo sexo oral por outro ângulo, como se fosse uma experiência fora do corpo. Mas adorei o close do vai-e-vem da penetração. Já é algo que gosto de assistir mesmo, levanto o pescoço para olhar, curto quando a posição permite acompanhar pelo espelho do quarto. Quando o caso com meu “co-star” terminou, combinamos de apagar os vídeos e, acredito, ambos cumprimos com a palavra. Arrisquei, como já arrisquei transando sem camisinha ou em lugares públicos. Se eu fosse famosa, o risco seria infinitamente maior.

Vídeos de sexo já transformaram Paris Hilton e Kim Kardashian em celebridades. Fez o nome de Carolina Dieckmann virar lei – no caso dela, foram fotos íntimas que foram divulgadas na internet. Para João Doria, que aparece em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, talvez o impacto seja, acima de tudo, a vergonha e a humilhação dele e da família.

 

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