X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sobre gostar também de meninas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/#respond Sun, 28 Jun 2020 17:47:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2966 Por Dolores

A Bruna foi a primeira pessoa por quem me apaixonei na vida. Entre a parte da frente e as duas quadras imensas nos fundos do terreno, havia quatro construções, ocupadas por escritórios variados, banheiros, um estúdio de balé, secretaria, a cantina, salas de aula e um pequeno pátio. E foi na escada que levava a um quartinho da escola que ninguém nunca soube o que tinha dentro que eu dei meu primeiro beijo.

Tecnicamente não teria este nome, para dizer a verdade. Porque só a minha boca se mexeu, e nem nos lábios dela eu encostava – beijei o antebraço da Bruna aos seis anos de idade. Ela deixou porque éramos melhores amigas, acho, ou porque eu pedi com jeito, ou talvez tivesse pena de mim.

A Bruna e seus imensos olhos azuis pousados cheios de compaixão na minha cara de quem, cega, ama e se entrega. Depois disso passei muitos anos só beijando e transando com meninos, daí vieram os homens, e só com 20 e poucos, numa viagem a Porto Alegre, revivi o frio na barriga que a Bruna me dava.

Aleteia veio da Espanha, era bailarina e bebia uísque. Foi para o meu quarto do hotel, depois do jantar de confraternização entre sua companhia e os jornalistas que viajaram para assisti-la dançar. Ela tinha cheiro de rosa. A Bruna tinha gosto de chocolate.

Sempre achei a parte mais complicada da bissexualidade esse prólogo antes de entender que podia chegar nas garotas sem levar em troca uma cara de incredulidade. Tomar toco todo mundo toma, faz parte do jogo da sedução, mas o espanto e o quase nojo com que algumas olham machucam mais fundo. É como se não perdoassem a ousadia de uma mina considerar que elas também possam gostar de minas.

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Tem outra etapa chata, mas essa mais introspectiva que a outra – fora a vantagem de que ela acontece por um tempo e, depois, você a vence e nunca mais tem que encará-la. Não sei se é assim para todo mundo. Comigo, foi preciso falar bastante disso na análise até entender que o desejo que eu sinto por outras mulheres não tem, além de nada de errado, qualquer tipo de recalque.

Algo como compreender que esta vontade não passa nem de perto pela minha sexualidade com os homens, não é influenciada por ela, não se confunde em parte alguma. Levou tempo, consumiu anos de sessões, mas se mostrou muito útil, esse entendimento.

Foi nesse período que vieram, então, outras flores e doces, em noites com menos noias e mais leves. Descobri que gosto mais de meninas de um tipo físico em particular. Que eu tinha uma musa. E que a liberdade de poder vivenciar a sexualidade sem vergonhas não tinha preço.

Fazia tempo que nada extraordinário acontecia, quando reconheci, em outros olhos grandes, o mesmo verão que eu via no rosto da Bruna quando a gente ficava na escadinha rumo ao desconhecido, na escola da Vila Mariana. Um almoço em um sábado bonito, tinha música tocando, grupos diversos de conhecidos espalhados em mesas e cadeiras pelo salão.

Eu soube desde o minuto um no que aquilo ia dar. Uma garrafa de vinho branco gelado depois, o tempo correndo, e ela precisava ir embora, outros compromissos, explicou. No banheiro, nos esprememos em uma cabine, as taças apoiadas sobre o tampo de cerâmica da caixa do vaso.

O melhor beijo, mais gostoso que o braço de cacau da Bruna, que qualquer buquê, que todas as outras bocas, quem sabe. Ela abriu o primeiro botão do meu vestido para fazer caber a mão lá dentro. Segurou um peito, depois afundou a cara entre os dois, ao mesmo tempo em que já empurrava minha calcinha pernas abaixo.

Encostei-a na outra parede da cabine, a parede dela, porque sabia que em breve a perderia. Segurei sua cabeça entre as mãos, lambi sua boca, para então afundar a língua entre seus dentes, quero engoli-la. Ela é pequena. Ela cabe inteira no meu domínio.

Minha calcinha cai no chão, eu baixo a cabeça para olhar, e ela surge em meio às minhas coxas. Com o dedão se enfia na minha xoxota, com a língua lambe meu clitóris em círculos e de vez em quando olha para cima.

Nunca mais nos encontramos. Eu culparia a pandemia, ela diz que eu enrolo para marcar um novo encontro. Outro dia brincamos de o que você levaria para uma ilha deserta se pudesse passar lá sua quarentena. Na resposta dela havia livros e álcool. Na minha tinha chocolates, rosas e ela.

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Tutorial para gozar na quarentena https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/31/tutorial-para-gozar-na-quarentena/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/31/tutorial-para-gozar-na-quarentena/#respond Tue, 31 Mar 2020 22:56:46 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2898 Por Dolores

Tão comuns quanto as lives de tudo que se imagine no Instagram, de yoga a culinária, são as postagens falando sobre o quanto anda difícil aguentar o tesão no confinamento. Se há uma época em que os solteiros saíram mais prejudicados que os casados, esta época é sem dúvidas a que vivemos atualmente.

Daí que, para quem ficou de quarentena individualmente, tudo o que resta é buscar formas de se satisfazer sozinho. Sites de pornografia, por exemplo, liberaram o acesso às suas áreas premium, onde costumam ficar armazenadas produções mais cuidadas. E sempre teremos os nudes, os dirty talks, os blogs de sexo nos jornais.

Para quem gosta e sabe o que está fazendo, a primeira semana trancados em casa deve ter sido realmente uma maravilha. Liberdade total, zero pressa, e a chance de se esfolar até ficar exausto formam a combinação perfeita para o punheteiro e a punheteira insaciáveis.

Mas, e para quem já esgotou todas as possibilidades, ou principalmente para aqueles que têm pouca ou nenhuma familiaridade com o próprio corpo, requisito imprescindível na hora de se fazer gozar? Aí, amigos, não há putaria online no mundo que opere milagres.

Por isso, venho aqui ajudar os amigues. Primeiro, compartilho o que conheço como menina. Depois, quem sabe arrisco dividir meus dons na masturbação masculina, para ver se são de alguma serventia.

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Para saber o que causa faísca no corpo, é preciso antes de tudo entender o que dá faísca na mente. Os tutoriais de masturbação que ensinam mulheres a “se deitar em um lugar tranquilo e acariciar seu corpo” parecem não saber exatamente como funciona um organismo feminino. Precisamos de estímulos que vão muito além do toque e do físico.

Tente se lembrar do que te deu tesão a última vez. Se foi algo que alguém disse, se foi imaginar uma situação com uma pessoa específica, um anônimo, famoso, uma lembrança, uma fantasia impublicável. Ninguém precisa saber do que se passa na sua mente. Costumo brincar, inclusive, que se soubéssemos o que cada um digita na busca do xvideos não cumprimentaríamos mais ninguém na rua.

Pois volte a este lugar do tesão e o acione, se preciso de olhos fechados, debaixo do chuveiro, onde for mais fácil. Assista algo, se for o que lhe apetece. Se conseguir, espere bastante até massagear o clitóris com os dedos ou um vibrador. A construção do tesão faz ser mais fácil aproveitá-lo na hora que ele chegar de verdade.

Àquelas que têm qualquer dificuldade na lubrificação, dois toques: primeiro, sem noia. Os organismos são únicos, têm histórias únicas, e não ficar molhada não é o fim do mundo; segundo, há excelentes alternativas nas sex shops online, bem como opções feitas de maconha (sim, maconha), que não só ajudam a umidificar o ambiente, quanto também causam um formigamento interessante.

Com a vontade de dar e comer instalada, tudo deslizando na medida, é hora da ação propriamente dita. Esqueça os vídeos mais populares nos sites pornô: aquilo não é masturbação, mas sim apenas pura cenografia para agradar meninos. Você vai encontrar seu ritmo próprio, e quase nunca ele se parece com a fricção desvairada praticada pelas atrizes do cinema adulto.

Comece com um movimento leve, pressionando os dedos com calma e deslizando de um lado para o outro, de preferência no mesmo lugar. O tesão vai dizer quando é hora de acelerar ou apertar mais um pouco – e, de novo, é bem pouco provável que este processo todo inclua o desejo de socar os dedos lá dentro do canal vaginal, igual ao que os vídeos online sugerem.

Mantenha em mente situações que te excitam, sem perder a concentração e o foco. Porque, sim, o gozo feminino tem muito a ver com a mente, tanto quanto tem a ver com a xoxota em si. Esqueça por ora os problemas, desligue o celular, tranque a porta com chave. A meta aqui é atingir o orgasmo e, se possível, dobrar essa meta na mesma siririca.

É normal, para quem não tem o costume, achar que está demorando muito pro gozo vir. Ou, quando ele está realmente a caminho, dar medo de que ele escorregue e suma antes de se instalar. Por isso, relaxe. Você vai conseguir, e vai ser ótimo. E, se tudo der certo, assim que essa primeira gozada estiver terminando, você vai perceber que, se continuar com a mente ligada no seu lugar tesudo, é bem capaz que venham também as segundas, terceiras, quartas…

Aproveite seu corpo, moça. Quanto mais você conhecê-lo, mais gostoso vai ser emprestá-lo a alguém quando isso tudo acabar.

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A mulher gostosa https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/12/a-mulher-gostosa/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/12/a-mulher-gostosa/#respond Sun, 12 Jan 2020 19:19:40 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2822 Por Dolores

Depois que viramos consumidores vorazes de redes sociais, passamos a achar que tudo que está ali corresponde à realidade mais pura e correta. Concordamos, por exemplo, que o ideal invariável de felicidade é viajar para as Bahamas duas vezes ao ano e fazer selfie na praia, que emprego bacana só mesmo o que paga milhões, que todo mundo mora bem e tem infinitos amigos, e que, pra ser gostosa, uma mulher precisa ter um corpo magro, firme, jovem e impecável.

Não é a primeira nem a última vez que as redes sociais nos enganam. Só que, neste caso, a sacanagem é pesada porque faz a gente correr, desesperadas, atrás de algo que já temos. Ninguém quer que conheçamos a verdade – aquela que prova que somos todas umas gostosas.

Vendem pra gente que uma mulher gostosa de verdade precisa vir com peitos a partir de uma numeração específica. Que a bunda dela tem que medir ao menos tantos centímetros, que a barriga deve ser assim, a boca, assado. E a gente acredita, e sofre, e faz de tudo para se encaixar.

E óbvio que a gente nunca se encaixa. Porque a gente tem celulite, tem coxa que balança, peito às vezes bem pequeno, em outras, meio grande e cansado. A gente já teve ou vai ter filho, a gente carrega cicatrizes, a gente tem marquinhas, a nossa pele traz lembranças.

E estão lá as redes para dizer: “Assim não vale”. E os homens tão viciados nas redes quanto nós, também prontos para repetir que desse jeito não dá, que tem que ser tudo idêntico ao que eu vi na propaganda, que eu quero uma igualzinha à musa do Instagram, à peituda do Facebook.

Esquecem, todos, inclusive nós, que mulher gostosa de verdade é aquela que está à vontade com seu corpo. Que não esconde o que considera defeito, e que não disfarça o que acha que está errado. A mulher gostosa, mas gostosa, mesmo, sabe que seu corpo é exatamente o que deveria ser.

A gostosa não baixa a luz do quarto pra transar, com medo de que gorduras apareçam – ela balança a raba, orgulhosa, na frente do abajur aceso. Bota a roupa que quer botar, sem cogitar a opinião dos outros sobre suas pernas, cintura, braços.

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Mulher gostosa real, e não gostosa de Instagram, nem se lembra da assimetria que tem nos peitos antes de tirar o sutiã sozinha em casa, ou na frente de alguém, ou na rua no Carnaval. Ela desabotoa, com gosto, e ainda faz carinho em si mesma, expondo os mamilos grandes, ou pequenos, ou claros, ou escuros. Os mamilos dela. Os mais incríveis mamilos do mundo.

Porque ela tem o melhor corpo, no melhor momento da vida.

Porque ela se aceita.

E, se aceitando, ela se abre para o mundo, e o mundo a recebe de braços abertos. Pronto para retribuir o tesão que a mulher gostosa espalha por onde passa, simplesmente porque ela tem tesão em si mesma, e tem tesão na vida. Mulher gostosa não é só carne, ela é gostosa de dentro pra fora.

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Mulheres que ejaculam são melhores https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/29/mulheres-que-ejaculam-sao-melhores/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/29/mulheres-que-ejaculam-sao-melhores/#respond Sat, 29 Jun 2019 13:19:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2672 Por Dolores

Depois de uma transa gostosinha dia desses, no sofá de um boy, rolava aquele momento abraçadinho, com comentários de mesa-redonda sobre o que havia se dado naquele intervalo de meia hora em que a gente passou em campo. Eu, Dolores, elogiava a performance da nossa equipe, e foi quando o rapaz, ainda pelado, pinto murcho, bonito, porém não deuso, lamentou que eu não houvesse proporcionado a ele um episódio de squirt. Foi a primeira vez na vida que um homem me cobrou ejacular.

Já são anos transando com gente de toda espécie, e, se há algo que aprendi neste período, foi que comparar corpos, secreções, cheiros e tamanhos é uma burrice sem tamanho. Primeiro porque ninguém é igual a ninguém, e parece pura perda de tempo enfileirar parceiros e fazer entre eles uma competição. Segundo porque, nessa toada, o risco de se ofender alguém de quem se gosta é gigantesco.

“Mulheres que ejaculam são melhores”, devia estar pensando o boy que agora se limpava, com lencinhos umedecidos, esfregando as bolas antes de se vestir. Mas, escuta aqui: se eu nunca perguntei porque não saem litros de porra do seu pinto durante seu orgasmo, por que raios você deveria perguntar por que não sai água da minha xoxota durante o meu?

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Crédito da imagem: Pinterest

Encanada – e quase magoada – com essa questão, achei por bem conversar com uma especialista em ejaculação feminina, o chamado squirt, uma das tags mais buscadas em sites de pornografia. Assim, lá foi o X de Sexo se encontrar com a a sexóloga, ginecologista e obstetra Carolina Ambrogini, coordenadora do Projeto Afrodite, centro de sexualidade feminina da UNIFESP, para entender, de uma vez por todas, se nós, mulheres sem squirt, somos ou não piores do que as mulheres com.

 

Existe a ideia de que o líquido que as mulheres expelem no chamado squirt seria a secreção do orgasmo, só que em um volume muito maior. Isso é verdade?

O orgasmo feminino não está envolvido com nenhuma secreção. Só existe secreção na lubrificação. O que acontece é que os vasos sanguíneos no período da excitação ficam repletos de sangue. É o mesmo fenômeno que acontece na ereção, quando os vasos ficam com muito sangue. E desse ingurgitamento muscular sai um transudato, que é como se fosse o plasma do sangue, e isso é o que gera a lubrificação. O líquido expelido pela ejaculação feminina é proveniente da uretra, porque ele sai em jato. Não é um excesso de lubrificação. É um líquido que sai em jato no momento do orgasmo, e acredita-se que seja proveniente de duas glândulas que estão ao redor da uretra, que se chamam glândulas de Skene, que produzem um líquido mucoso para lubrificar a uretra. A contração muscular seria o gatilho para expelir o líquido pela uretra feminina.

Por que algumas mulheres expelem esse líquido e outras não?

Algumas mulheres têm uma propensão fisiológica para que isso aconteça, e acontece em todas as relações, independente do tipo de orgasmo. Outras mulheres só vão sentir essa ejaculação feminina quando o orgasmo é muito intenso, porque neste caso tem uma contração maior da musculatura. Daí há a compressão das glândulas, e a ejeção do líquido.

As que expelem são de algum modo “melhores” que as que não expelem?

Não. Porque não é o comum, nem é o esperado, que as mulheres ejetem esse líquido. É uma consequência de um orgasmo mais intenso, e ponto. Os orgasmos em que não acontece a ejaculação feminina não são orgasmos ruins, ou orgasmos pouco intensos. A mulher pode ter um orgasmo super maravilhoso e intenso e não ter ejaculação.

Mulheres que não têm squirt às vezes se sentem menos potentes do que as outras. O que você diria para tranquilizá-las?

Eu acho que essa questão virou mais uma obrigação que a mulher tem que ter. Ela já vai para a relação sem saber se ela vai ter orgasmo, porque não é tão simples para ela. Aí, além disso, ela tem que não só ter o orgasmo, mas ejacular também. Preocupação demais, exigência demais, e isso só atrapalha. Algumas mulheres vão ter, e outras nunca vão ter, e isso não quer dizer que elas tenham orgasmos ruins. É a mesma coisa de ter o orgasmo com a penetração e sem a penetração, as mulheres acharem que o orgasmo sem a penetração é menos intenso, é um orgasmo que não vale a pena. O orgasmo é um só. É uma sensação maravilhosa de escoamento da energia sexual. Se tem ejaculação, se não tem ejaculação, se é dormindo, se é acordada, não importa. O que importa é a mulher ter o orgasmo e ter uma relação prazerosa. Essa questão da ejaculação diminui as mulheres, que se sentem menos potentes. Elas podem ter orgasmos maravilhosos e nunca ejacular na vida, e não é porque ela ejaculou que ela teve um orgasmo melhor. Acho que a gente precisa desmistificar isso, porque existem até cursos para aprender a ter essa ejaculação. Se for um curso voltado para o autoconhecimento, ok, mas se o objetivo for pura e simplesmente ejacular, para mim isso é uma grande falácia. Como sexóloga, a gente não incentiva isso. Se a mulher está com a cabeça pensando que ela tem que ter um orgasmo, e ainda ejacular, desculpe, mas ela não vai ter um orgasmo gostoso.

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Dia Internacional da Mulher: em vez de flores, liberdade sexual https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/03/08/dia-internacional-da-mulher-em-vez-de-flores-liberdade-sexual/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/03/08/dia-internacional-da-mulher-em-vez-de-flores-liberdade-sexual/#respond Thu, 08 Mar 2018 20:03:58 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2323 Em vez de mensagens de parabéns, gifs de flores vermelhas e promoções de maquiagem, aqui vão algumas ideias do que proporcionar para uma mulher (ou para si mesma) hoje. O Dia Internacional da Mulher é uma data de luta, e parte importante é pela liberdade sexual feminina.

 

masturbação feminina
Crédito da foto Pinterest

 

Segue a minha lista de desejos neste 8 de março:

– Uma noite na companhia das amigas e da minha bebida preferida, para assistir, às 23h30, ao episódio inédito de “Desnude”, do GNT. A série explora os desejos e as fantasias sexuais das mulheres, colocando-as como protagonistas de situações eróticas.

– Acesso ilimitado ao conteúdo do OMGYes, um site que traz pesquisas e mulheres reais falando e demonstrando como seus corpos funcionam para atingir o prazer.

– O brinquedo sexual Ora2, da marca Lelo, um simulador de sexo oral que promete rotações longas e sedutoras com toques rápidos e pulsações intensas em torno do clitóris.

– Horas curtindo os vídeos concorrentes e vencedores do Feminist Porn Awards (Prêmio do Pornô Feminista) disponíveis online.

– Um ou mais orgasmos – da forma que for, do jeito que escolher.

– O direito ao não e o direito à experimentação, hoje e sempre.

 

 

 

 

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Como uma mulher que ama demais age na cama https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/09/03/como-uma-mulher-que-ama-demais-age-na-cama/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/09/03/como-uma-mulher-que-ama-demais-age-na-cama/#respond Sun, 03 Sep 2017 21:48:10 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2148 A mulher que ama demais, no sexo…

 

bdsm
Crédito da foto Pinterest

 

Diz não e mesmo assim aceita a investida dx parceirx.

Abre mão do seu prazer pelo outro.

Concorda em transar sem camisinha, mesmo quando isso é perigoso para ela.

Chupa sem nunca ter sido chupada – ou ao menos, beijada.

Aceita dividir a cama com terceiros mesmo sofrendo de ciúme.

Topa ir alguma prática sexual, como sexo anal ou casa de swing, sem ter vontade.

Permite que sua saúde e integridade física corram risco para o outro ter prazer.

Deixa que x parceirx esfregue cocaína em sua gengiva e vagina mesmo morrendo de medo disso.

Concorda em ser amordaçada, vendada ou amarrada mesmo sem gostar desse tipo de fetiche.

Finge que perdoa traições, com receio de perder x parceirx.

Esconde que sofre violência física ou psicológica – na cama e fora dela.

Você se vê ou reconhece alguém nessas situações?  Saiba mais no site do grupo Mada – Mulheres que Amam Demais Anônimas.

Conte sua história para carmenfaladesexo@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 

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Uma história de sangue, raiva e gozo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/08/08/uma-historia-de-sangue-raiva-e-gozo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/08/08/uma-historia-de-sangue-raiva-e-gozo/#respond Tue, 08 Aug 2017 15:10:11 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2123 “Aconteceu comigo, numa noite de ventinho frio do pré-inverno. Nosso match aconteceu no Tinder, mas isso foi apenas uma coincidência que reforçou nossa atração fatal. Muita atenção para a palavra fatal – não é à toa que a gente usa esse termo sem pensar muito no que ele significa.

Ele era amigo do cara que estava prestes a se casar com uma amigona minha, que viveu uma dessas raras histórias de amor digital que rendem dormir de conchinha e casamentão e tudo. E é o que dizem: amigo de amigo vale, mas amigo do marido da amigona vale ainda mais. Ah, os mitos!

Quando vi aquele cara ali no Tinder, pá, o reconheci, confirmei e, como falei, deu o match. Marcamos nosso primeiro encontro. Eu queria ir com calma, afinal ele não era um total desconhecido e, a bem da verdade, eu não estava em um dia pra dar.

A noite foi até agradável. Conversamos, ficamos, a química das extremidades superiores parecia render. O beijo foi molhado, com mordidinhas sensuais que me deixaram molhada. Cheguei a ir até o banheiro pra me masturbar um pouco, me aquecer ali comigo mesma e voltar rosada pra mesa. Quem sabe eu me animava? Topei deixá-lo subir ao apartamento pra uma taça de vinho, depois de ele ficar insistindo tanto.

Ao entrar em meu condomínio, ele me pediu um tour. Tá. Beleza. Afinal de contas, não basta ser linda e gostosa. A gente tem de superar a vergonha alheia do indivíduo inconveniente com um sorriso estampado no rosto. De preferência, de outra cor que não o amarelo, não é mesmo?

Demos um giro pelo meu condomínio, de certa forma bem equipado, e ele pirou na piscina coberta.

– A gente tem de dar um mergulho a-g-o-r-a!, disse ele, todo animadinho, sugerindo de a gente tirar a roupa ali mesmo.

– De jeito nenhum, tá louco? Eu posso tomar a maior multa.

Ele fez que fez que fiquei com pena daquele pau já entumecido, que eu bem vi. Subi e coloquei o biquíni. Afinal de contas, não basta ser linda, gostosa e sorridente. A gente tem de ser, ainda por cima, aventureira e entrar na piscina à 1 da manhã, com tudo em cima.

Mergulhamos. Não vou dizer que foi ruim. Mas chegou um ponto em que ele queria de todo jeito transar na água. Com câmeras pra tudo quanto é lado, levei o boy ao meu apartamento. Transamos. Só ele gozou, é claro. Porque estamos todas ainda pra ver homens que não sejam infantis o suficiente pra conseguir segurar a onda e fazer o serviço direito.

– Mônica?
– É Laura, eu disse, corrigindo aquela gafe brochante.

Já que a gente estava ali, insinuei de darmos mais uma. Quem sabe dessa vez eu gozasse? Ele resolveu se aventurar pelo oral – mano, sério, vocês precisam melhorar nisso. Fiquei ali, ajudando a criatura a encontrar o ponto certo, quaaase me divertindo, quando:

– VOCÊ TÁ MENSTRUADA?, assim, rígido como um ranzinza zangado.

 

transar menstruada
Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

– Oi?, disse ficando eu mesma rígida, tensa, sem entender se ele estava me avisando, curtindo ou me dando uma bronca mesmo. Em fração de segundos, consegui ainda pensar que ele teria ficado sem jeito, tamanha a indelicadeza. Wrong.

– Sacanagem. Você podia ter me avisado!, ele emendou.

– Buceta sai sangue. Ou você nunca teve aula de Biologia?

– Achei muita sacanagem. Fiquei muito constrangido, ele seguiu, completamente sem noção.

– Sai líquido do seu pinto e eu tenho de ficar de boa, caralho.

Ficamos em silêncio. Nus. Como Adão e Eva quando descobriram que haviam comido da fruta proibida. Pensei em mim. Pensei que aquilo não seria impeditivo do meu gozo. Catei a cabeça do idiota e fiz ele me beijar como estava beijando no início da noite. Tomado de surpresa, ele foi cedendo até me abocanhar pelo corpo todo. Ele me beijava e eu guiava aquela mão até minha buceta: ele ia perder aquele nojinho era agora. Tomada pela raiva, comecei a gozar. Eu urrava, berrava no silêncio daquela madrugada. A respiração dele ofegante. Finalizei com a cabeça dele encaixada na minha xota pré-menstruada. Afinal de contas, não basta ser linda, gostosa, sorridente, aventureira. É preciso ser educadora. Porque homem nenhum vai me dizer que fluidos podem ou não podem sair de mim. #BucetaSaiSangue, fica a hashtag, caralho.”

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Existe algo que seja inadmissível na cama? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/06/15/existe-algo-que-seja-inadmissivel-na-cama/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/06/15/existe-algo-que-seja-inadmissivel-na-cama/#respond Wed, 15 Jun 2016 21:26:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=1734 Eu nunca tive problemas em me ajoelhar para chupar um pau. Não me sinto desrespeitada, subjugada, pela posição.

Sou de um signo do zodíaco que é cuidador por natureza, que quer agradar e se dedica ao bem-estar do outro. Tirar os sapatos do meu homem no fim do dia, fazer uma massagem em seus pés cansados, nas suas costas tensas, é agradável para mim. Partir para um momento de dedicação ao seu deleite sexual, me dá muito prazer.

Sempre gostei de fazer sexo oral, de verdade. Saber que sou capaz de dar tamanho prazer a um cara me satisfaz. Faço no altruísmo, apesar de adorar receber também.

Falo disso porque nunca tinha enxergado a posição de joelhos diante de um homem de pé e braguilha aberta, sob o espectro da dominação machista, da humilhação à mulher, até que uma amiga me contou: “chupo, mas nunca ajoelhada”.

Outra questão que apareceu em conversas é a cuspida e o tapinha na cara. Na bunda, é quase consenso, tudo bem. Já no rosto… Eu particularmente não curto, provavelmente porque, para mim, tenha mesmo essa conotação de opressão, uma ideia lapidada social e culturalmente. Zero prazer para mim nisso. Mas se houvesse desejo e consentimento, isso seria algo ruim? Tudo é questão de construção e desconstrução, inclusive o tesão.

Para existir uma relação igualitária na cama, homens, mulheres, héteros, homossexuais, bissexuais e trans devem ter liberdade para escolher o que querem fazer ou deixar que façam com seus corpos, sem serem criticados.

Fiquei elaborando esse tema até ler uma boa reportagem do site Lado M. Foram entrevistadas feministas que curtem desempenhar o papel de submissas com parceiros. Porque é isso, um personagem, um teatro, uma brincadeira. Claro que existem limites escorregadios, como comenta Evelin Fomin, do coletivo Somos Todos Feministas.

“A submissão sexual tem de partir de uma persona, daquilo que a mulher entende que gosta e isso envolve se conhecer e saber qual é a sua. Se ela for submissa por códigos morais, isso rende um grande desequilíbrio, uma disparidade absurda. Porque na cama estão duas pessoas e é a partir de como essa dualidade funciona que as satisfações virão – ou não”.

 

Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com
Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com

 

Então, vamos lá, garotas e garotos:

– Se ela gosta de ficar de quatro, OK!

– Se ela ama tapa na bunda, OK!

– Se ela acha OK tapa na cara, OK!

– Se ela curte ser cuspida, OK!

– Se ela adora de ser chamada de puta, OK!

– Se ela quer ficar ajoelhada, de coleira e ser pega pelo pescoço, OK!

A única condição é que tudo isso seja feito para o aproveitamento mútuo e não para agradar apenas a um.  “Estamos falando de buscar o prazer próprio, sem abrir mão de proporcionar o mesmo ao outro. Obviamente que na troca sexual há doações, você eventualmente fará algo que não te excita tanto assim, porque tem vontade de proporcionar algo para a outra parte que gosta daquilo mais que você, e não há problema nenhum nisso, se não for ofensivo a você”, diz Evelin.

Mandem suas histórias picantes para o X de Sexo. Meu e-mail é carmenfaladesexo@gmail.com

 

 

 

 

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Pense antes de puxar o braço dela na balada… https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/05/29/pense-antes-de-puxar-o-braco-dela-na-balada/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/05/29/pense-antes-de-puxar-o-braco-dela-na-balada/#respond Sun, 29 May 2016 17:24:42 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=1705 Eu planejava sentar ao computador e relatar mais histórias de fetiches e transas, mas hoje, meus queridos, o papo vai ser um pouco diferente.

Se você entrou aqui para ler algo prazeroso, excitante, não se frustre. Em nome da nossa relação tão gostosa :-), gaste uns minutinhos para ler o que eu tenho para dizer.

Não sou a primeira a falar, mas é sempre bom deixar registrado: o que aconteceu esta semana no Rio de Janeiro não ter nada a ver com o tema deste blog, que é sexo, desejo e prazer.

O estupro de uma menina adolescente por 33 homens é violência, é barbárie, é destruição pela força, pelo desrespeito, pela certeza da impunidade.

Se você é homem, pode estar pensando: “Eu nunca faria isso” ou “Eu não sou como esses caras”.

Individualmente, provavelmente não. Mas coletivamente, nas pequenas atitudes e em outras não tão pequenas assim, o abuso masculino sobre a mulher tem se perpetuado, e permanece como algo aceitável (!) na sociedade. Está aí para confirmar uma outra história recente, do avô delegado que abusou da neta e foi absolvido.

Quando eu era adolescente, fui algumas vezes à matinê de domingo em uma danceteria (era assim que a gente chamava as casas noturnas, né?).

Eu adorava música, gostava de dançar, rir e conversar. Mas detestava ir àquele lugar. Porque enquanto as meninas, todas adolescentes, circulavam pelo ambiente, os garotos – da mesma faixa de idade – formavam um corredor humano. E puxavam braço, cabelos, pegavam pela cintura as garotas que passavam e eles julgavam, na penumbra e em poucos segundos, que eram atraentes o suficiente para tentarem ficar/pegar/beijar/amassar.

Havia alguns mais insistentes, outros menos. Havia meninas mais experientes, outras menos. Para mim, aquilo era perturbador. Porque eu me sentia violada. Mas ao mesmo tempo, tinha a insegurança adolescente de que se não fosse assediada, não era desejável. Ou seja, não havia alternativa confortável.

Gritar, fazer cara feia, empurrar o cara pra se esquivar não era algo que a maioria das garotas sequer cogitava. Porque ali a regra era essa: homens escolhiam, homens se achavam no direito de tocar um corpo sem permissão. E ai se a menina não desse ao menos um sorrisinho. Já era taxada de chata ou baranga.

 

Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com
Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com

 

Anos depois, acompanhei a história de uma amiga que conheceu um cara de outro curso da faculdade. Ficou apaixonada. Sim, ela deu mole para ele. Sim, ela queria transar com ele.

Até que finalmente aconteceu. Da faculdade pro bar, do bar pra balada, da balada pro apartamento dele.  Na cozinha, ele ofereceu a ela algo para beber. E ali mesmo, encostados na pia, começaram a se beijar.

Logo minha amiga começou a sentir as duas mãos pesadas do moço em seus ombros. Ele a pressionava, com força, para que ela se ajoelhasse e chupasse o pau dele.

Sem falar nada, sem pensar em fazê-la se sentir à vontade nesse primeiro encontro, sem deixar que ela tomasse a iniciativa de querer dar esse prazer para ele, o cara praticamente a jogou no chão.

Além desses dois episódios, eu poderia falar dos maridos e namorados tão amáveis, companheiros e apaixonados em fotos no Facebook e no Instagram, mas que insistem no anal, no ménage, no sexo diário, quando a mulher não quer. Às vezes, não há ameaça física nem verbal. Apenas a sugestão de que se ela não fizer, ele vai procurar outra. Isso é chantagem, violência, assédio também.

Esses relatos, talvez um bocado mais próximos da sua ou da minha realidade do que um estupro coletivo, fazem parte da mesma cultura. A cultura do estupro.

O remédio para a sociedade doente não é mulheres mais vestidas, mais recatadas, mais privadas de direitos. É consenso, respeito e igualdade. Com isso estendido sobre a cama, aí sim vale tudo. 🙂

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Dia da mulher-objeto (e o que é ser feminista) https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2015/03/08/dia-da-mulher-objeto-e-o-que-e-ser-feminista/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2015/03/08/dia-da-mulher-objeto-e-o-que-e-ser-feminista/#respond Mon, 09 Mar 2015 00:52:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=1157 Por Rebeca

 

 

Hoje todos os jornais e canais de TV estão cheios de notícias e programações sobre e para a mulher. Nesta Folha encontro textos dedicados ao feminismo (Ilustríssima), à indústria de artefatos eróticos (Mercado) e à discussão da participação da mulher em filmes pornôs (Cotidiano). E é aí que fico chocado com algumas opiniões.

 

 

As meninas do blog Think Olga, convidadas a editar uma página em Cotidiano, entrevistam a sueca Erika Lust (da produtora de pornôs feministas Lust Filmes), que diz que, SIM, o pornô pode ser feminista e que consumir pornografia pode ensinar às mulheres que elas têm o direito de fazer o que quiserem na cama; e a brasileira Nádia Lapa, especialista em gênero e sexualidade e autora do livro “Cem Homens em Um Ano”, que diz que, NÃO, o pornô não pode ser feminista e, ainda por cima faz da mulher um objeto.

 

 

Questionada se é contra a pornografia, Nádia diz que “a pornografia objetifica mulheres, mostra-as como coisas a serem utilizadas pelos homens e naturaliza a violência sexual. Os corpos das mulheres devem ter um determinado padrão: depiladas, seios grandes, pequenos lábios cirurgicamente retocados”.

 

 

Eu assisto pornôs há mais de 20 anos e juro que não consigo entender o que ela quer dizer com isso. Porque a pornografia objetifica tanto a mulher quanto o homem. Elas são “coisas a serem utilizadas pelos homens”? E os homens utilizados por elas? Sexo é vaivém, os dois são objetos do desejo. Se eu sou mulher e assisto a um pornô, para mim aquele homem é um objeto sexual, uma “coisa” a ser utilizada por mim.

 

 

Ela até poderia dizer que alguns filmes forçam situações com as mulheres, trabalho escravo, essas coisas, e que elas ganham menos que eles nessa seara (como em quase todas as outras, né Patricia Arquette?). Mas aí são outros quinhentos.

 

 

Depois ela fala que os corpos das mulheres, nos pornôs, devem ter um determinado padrão. Sim, de fato, um padrão, mas não  necessariamente o de peitos grandes e pequenos lábios “retocados”. Pelos menos não é isso que vejo por aí. Mas, sim, o padrão que já existe em outras áreas: mulheres bonitas, saradas e gostosas. Já vi muito pornô de menina de peitinho pequeno, de mulher com floresta Cláudia Ohana lá embaixo, de mulher com pequenos lábios em couve-flor (quase maiores que os grandes lábios)…

 

 

Aliás, muitos homens inclusive não circuncidados. Claro que tem filmes que são bem clichês, com a loira sarada sendo comida por um negão de pau gigante, por exemplo, mas o mundo do pornô é praticamente infinito e bem variado. Ou seja, não sei o que Nádia anda vendo por aí, mas está meio velha essa história.

 

 

E, se o assunto é feminismo (sim, eu e Diana também somos) e o direito das mulheres a fazerem o que quiserem sem serem julgadas por isso, aqui vão alguns dos nossos mandamentos:

 

 

– Ser feminista é ser mulher-objeto do sexo e do desejo quando e de quem quiser, sem ser forçada a isso. [Um homem inteligente que ganha uma feminista livre dessas na cama sabe que ela não está sendo submissa, mas na verdade a dominadora da situação.]

 

 

– Ser feminista é deixar os pelos pubianos crescerem do jeito que quiser e negar sexo ao primeiro coxinha que achar que a depilação é escolha dele [e não nossa]

 

 

– Ser feminista é fazer sexo quando quiser, mesmo que não se queira a toda hora. Aliás, ser feminista é uma mulher não ser viciada em sexo e assumir isso publicamente, como fez Dani Calabresa à revista Serafina deste mês: “Não sou viciada em sexo, acho isso deprê. Mas amo. Normalzinho já tá ótimo, gente”. [Porque tem muita gente que acha que só os ninfomaníacos são legais e vão para o céu]

 

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