X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Todos os homens da minha vida, uma orgia https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/21/todos-os-homens-da-minha-vida-uma-orgia/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/21/todos-os-homens-da-minha-vida-uma-orgia/#respond Sun, 21 Mar 2021 15:49:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3139  

Por Carmen

Estou nua. Minhas águas imaginárias sob os meus pés. Sinto tudo e tanto. Um ano se passou desde o início desta quarentena sem fim. E não importa se tenho companhia (ou não), as histórias que vivi no passado insistem em se fazer presentes nos meus pensamentos mais secretos. “Se eu morresse amanhã, o que teria deixado de mim?”

Olho para todos os homens com quem já me relacionei, como em uma espécie de rito de passagem. Do primeiro beijo, um tanto desajeitado, a tudo o que veio depois dele. As descobertas das paixões, os amores platônicos, o medo, o desejo, o sexo.

Neste filme da minha vida amorosa, estou de volta à lugares, pessoas e sensações que habitam meu corpo. O beijo demorado no garoto dos meus sonhos, um abraço tímido diante de um céu estrelado, tantos olhos nos olhos, tantas mãos urgentes por baixo do tecido das minhas roupas.

 

Mulher de lingerie
Crédito da foto freestocks/Unsplash

 

Volto ao primeiro toque, à textura daquela língua, ao cheiro do canto daquela boca; à barba por fazer, deliciosamente ao redor daquela outra. Estou na praia da minha juventude, onde vivi tantos amores. E mais tarde, o sexo em si. Meu primeiro gozo inesperado, as noites intermináveis e as manhãs feitas de uma ressaca boa. Os movimentos todos, o meu tesão, cada vez mais potente.

Caminho entre todos vocês. Ora acariciando o rosto de um, ora passando meus dedos pelo pau duro de outro (e de outro, e de outro). Sinto os corpos, os fluídos todos. Me excito. Vocês me observam em silêncio, eu mergulhada em mim. Meus seios estão fartos, minhas pernas trêmulas, entre elas, fico encharcada de nostalgia.

Gozo um gozo forte, intenso, único. Respiro fundo, sinto uma alegria com o ar entrando nos meus pulmões. Não estou sozinha. Penso que vivi o que pude, a cada história, com o melhor possível em mim. Estou feliz – e quando tudo isso passar, porque vai, talvez telefone para relembrar de alguém. Até lá, continue se cuidando, promete?

 

 

 

 

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Não experimentei e não gostei https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/15/nao-experimentei-e-nao-gostei/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/15/nao-experimentei-e-nao-gostei/#respond Mon, 15 Mar 2021 17:19:52 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3136 Por Carmen

Você não pode dizer que não gosta até provar.

Eu já me vi falando e ouvindo essa frase em tantos contextos e situações.

Para comida, claro, é um clássico.

Parece algo inofensivo e positivo. Você está estimulando alguém a se abrir para o novo, ser flexível, experimentar algo que tem chance de vir a ser surpreendentemente bom.

No sexo, forçar limites, entretanto, pode ser bem mais traumático do que tentar engolir beterraba, sushi ou dobradinha.

 

 

limites no sexo
Crédito da foto Artem Labunsky/Unsplash

 

Leio o depoimento de uma mulher que até topa se fantasiar na cama, mas não gosta que seja para encenações de dominação. O marido não aceita. Ou ela vira uma infratora que merece punição de uma versão fardada dele, ou nada feito.

Lembrei da época em que andava com um grupo de amigos que alardeava para mim como transar sob o efeito de ecstasy era a melhor sensação do mundo e eu estava sendo muito boba em não fazer como eles.

Sim, existem tabus e medos que nos limitam, mas também existe instinto e autoconhecimento. Saber distinguir uma coisa da outra ajuda a sair de situações em que estamos nos sentindo pressionadas ou entrar de cabeça em algo que pode ser incrivelmente prazeroso.

 

 

 

 

 

 

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Quantos % canibal você é? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/21/quantos-canibal-voce-e/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/21/quantos-canibal-voce-e/#respond Thu, 21 Jan 2021 20:08:42 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3117 Por Carmen

Parece quiz da internet, mas o título é uma referência à declaração “Sou 100% canibal” encontrada em mensagens privadas do ator norte-americano Armie Hammer, divulgadas no Twitter. Ele está sendo acusado de curtir ir além das mordidinhas provocantes no sexo e nega praticar algo do gênero, mas como não é todo dia que as manchetes do mundo das celebridades são tomadas pelo tema do canibalismo como tara sexual, pipocou um monte de perguntas por aqui. Como rola esse lance de ser – ou se imaginar – um canibal? Como diferenciar uma brincadeira, uma fantasia de um abuso, com riscos reais?

boca
Crédito da foto Pinterest

Esse padrão de comportamento sexual, da excitação ao comer ou ter partes do corpo sendo comidas por outra pessoa, tem o específico nome de vorarefilia e pode ter relação com a teatralidade do universo sadomasoquista. Em uma sala de jogos , não é inimaginável ter, por exemplo, a encenação de alguém ser a carne, preso a um grande espeto, girando sob brasas, enquanto o outro é o churrasqueiro, mas não chegam às vias de fato de arrancar pedaços, mastigar e engolir.

A brincadeira fica mais em volta de temperar a carne, untá-la e manipulá-la. Ah, maçã na boca e cenoura no ânus também são parte da diversão. É engraçado, sim, porque é uma grande brincadeira.

Em uma entrevista recente à revista “The Cut”, a antropologista social Katharine Gates esclareceu mais uma vez que a comunidade BDSM é muito voltada para o comportamento seguro, lógico e consensual e está hiperconsciente das diferenças entre fetiche e abuso. Há muitos ensinamentos na comunidade sobre como detectar sinais de alerta.

Por aqui, escolho me manter em jejum, mas com consenso e segurança, Armie e quem mais quiser pode se esbaldar no banquete.

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Sobre o que você fantasia? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/22/sobre-o-que-voce-fantasia/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/22/sobre-o-que-voce-fantasia/#respond Tue, 22 Dec 2020 15:13:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3086 Por Carmen

 

Meu leque de fantasias sexuais é abrangente. Já que eu posso imaginar o que quiser, deixo rolar mesmo: orgias em uma mansão cheia de tapetes e sofás confortáveis ao toque, exibicionismo em uma rua de cidade qualquer, transa quente com outra mulher, em que sinto meus seios pressionados contra seios macios, um homem rude e desconhecido que entra no meu apartamento e me pega em minha própria cama.

 

fantasia
Crédito da foto: Pinterest

Acho interessante, porém, que o que mais gosto é lembrar, não imaginar. Revivo na memória momentos de muito prazer que já tive, as loucurinhas feitas em viagens que renderam histórias deliciosas, frenesis de carnaval (Salvador, que saudade!), a transa com um crush que por anos foi cobiçado, e assim vai.

O que me surpreende, porém, é que minha fantasia mais recorrente não escapa muito da minha realidade. Gozo pra valer quando me masturbo pensando exatamente no homem que divide a cama comigo há quase uma década. Nossas primeiras transas, a imagem do seu pau duro, tão familiar, fotografias do seu corpo, memória do seu cheiro e de frases que ele fala quando tá com tesão.

Gosto de pensar que me excitar com memórias é um sinal de uma vida sexual satisfatória, mas isso não me faz melhor do que quem cria mais roteiros de ficção, quem prefere se excitar com o que é considerado tabu, proibido, do que com o próprio marido. Em seu livro de 1996, “The Erotic Mind”, o autor e terapeuta sexual Jack Morin explica uma equação erótica: atração + obstáculos = excitação. Então, se você se sente um pouquinho de culpa por sua fantasia, talvez isso seja parte do que a torna uma boa fantasia.

 

 

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Desejo de um ano louco https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/31/desejo-de-um-ano-louco/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/31/desejo-de-um-ano-louco/#respond Sat, 31 Oct 2020 13:25:36 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3053 Por Carmen

 

O clima está abafado de novo, e já é noite. Estou sozinha em casa, como tem acontecido nos últimos meses (sete no total, mais catorze dias; não consigo evitar de contar). Tem sido mais difícil agora, não sei bem o porquê. Sim, há um aparente comportamento de retomada no mundo lá fora. E algo em mim está diferente, dentro. Uma ebulição, um desejo de me sentir viva novamente – muito além de me saber sobrevivendo.

Penso em você, de repente. Talvez por ser a minha ideia mais concreta de um encontro possível, há muito desejado. O que me faz imaginar mais detalhes de um reencontro nosso… (Faz quase dois anos desde a última vez; e você ainda era comprometido.)

 

casal nu
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Tomo um banho demorado, à luz de velas. O sabonete lento em cada curva do meu corpo, depois a toalha. Passo um hidratante. O perfume em pontos estratégicos: atrás das orelhas, entre os seios, abaixo do umbigo e no início do bumbum. Escolho a lingerie. Preta, de renda, um clássico. A calcinha, fio dental. Coloco um vestido soltinho, mas com um decote – supostamente despretensioso. Quero parecer natural até te encontrar no horário combinado.

No restaurante, a conversa flui como dois bons amigos que de fato se conhecem há anos, embora de um outro jeito. Torço por você. E você torce por mim, sabemos. Tento perceber algum sinal seu, mas ainda não sei decifrar seu olhar. Não percebo o tempo passar, e ele acaba, de acordo com os novos protocolos dessa quarentena interminável. Ao menos, pudemos sair e conversar um pouco.

Estamos na porta do restaurante, nos despedindo, e você me convida pra conhecer seu apartamento novo. Um arrepio passa por mim, como acontece sempre que vislumbro uma história deliciosamente secreta. Afinal, conhecemos bem o passado de cada um de nós, assim como nossos antigos personagens, que não poderiam conceber um rearranjo como este nosso…

Chegamos. Você abre a porta e sorri. Escolhe um vinil do Bob Dylan, pega mais uma cerveja, com aquela leveza no rosto de quem encontra uma desculpa para agir de uma maneira mais relaxada. Eu peço um gole. E você me surpreende com um beijo aromatizado. Estou um tanto nervosa, e isso é tão bom. Como se ainda fosse uma menina inexperiente.

Você me abraça em silêncio, e mal consigo respirar quando sinto seu pau pressionando o meu corpo. O desejo é enorme. Um universo de acontecimentos desde a minha última transa.

Você abaixa minha calcinha e me acomoda na sua poltrona predileta. Num misto de constrangimento e vontade, eu me revelo pra você. As pernas bem abertas, e o que há de mais vulnerável em mim. Gosto da sensação. Porque para quem tem olhos de ver, pode ser sublime desnudar-se de todas as máscaras e vestes.

Acho que você compartilha dessa descoberta comigo, a cada lambida em mim. Ora mais devagar, de repente, mais rápido e intenso. A certa altura, peço para parar. Quero retribuir à altura. Escorrego até o chão e começo a te chupar. Que delícia, um pinto na minha boca.

Ouço seus gemidos ainda tímidos, fico cada vez mais molhada. Também sinto o seu tesão. Não me demoro, estou sobre você. Abro bem os olhos, te beijo na boca de novo. Coloco suas mãos ao redor da minha cintura e me movimento suave, bem fundo, para te dizer sem palavras do firmamento que pode haver em nós. Não demora, a gente goza. Debaixo das estrelas. Porque rápido pode ser sublime.

(E porque ainda temos ao menos uma madrugada inteira pela frente, diante de todas as constelações que nos trouxeram até ali.) E assim foi, e assim é.

“Oi, tudo bem por aí?”, tomo coragem e escrevo. “Tudo. E você?”, leio de volta, não leva dez minutos. “Preciso de você em mim”, penso, mas não te falo. E sigo puxando assunto no WhatsApp…

Falamos desta pandemia sem fim, da rotina dentro de casa, de aprender a seguir com a vida de um jeito possível, apesar de tudo e tanto. Parece que você também está solitário nesta noite quente. E você me diz que está começando a sair um pouco mais. Quem sabe, da gente marcar um jantar em breve… E assim será.

 

 

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Sonhei com você e gozei duas vezes https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/25/sonhei-com-voce-e-gozei-duas-vezes/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/25/sonhei-com-voce-e-gozei-duas-vezes/#respond Sun, 25 Oct 2020 14:49:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3046 Por Carmen

Vez em quando acontece. Estou dormindo, o quarto ainda escuro, e sinto uma contração forte por dentro da buceta. Algumas vezes, chego a me mexer, apertando as pernas uma na outra. Outras, eu gozo – e de tão presente o meu tesão, desperto. Assim, me dou conta de que aquela sensação durante meu sonho, transborda para o corpo (que me implora para tornar meu desejo real). Mas voltemos um pouco nesse entre mundos, onde não existe a noção do tempo…

Ali, entre todos os meus sonhos não realizados, e as minhas fantasias sobre o porvir, sonhei com você. E quero me lembrar, por isso, volto a fechar os olhos. Estamos nos beijando – afinal, pra que distrair as memórias com tudo o que nos levou até este ponto exato?!

Sua barba é macia, e gosto de senti-la em mim, enquanto penso que, da última vez que nos vimos de verdade, a barba ainda era curta, quase tímida. Não mais. Você a deixou crescer, assim como o seu cabelo, que cobre parte do rosto.

Passo as mãos nas suas costas, percebo que engordou um pouco. Acho que te caiu bem. Não é mais um menino e carrega no sorriso um ar de quem escolhe viver a vida após uma separação. Isso me excita, sempre quis você em mim. Então acaricio seu rosto com a ponta da minha língua. A gente se olha, para por alguns segundos. E sorri.

Sabemos, os dois, que, enfim, estamos ali. Frente a frente um com o outro, sem senões. Você se levanta do sofá, estica a mão na minha direção. Eu compreendo e te sigo, até o jardim. A noite está clara. Sinto seu abraço, os bicos dos meus seios encostando nas suas costas. Sem me olhar, você desce as mãos pela minha cintura, depois aperta a minha bunda de um jeito gostoso contra você, e coloca os dedos por dentro da minha calcinha.

Crédito da foto Pinterest

Eu gemo baixinho, no seu ouvido, como quem sugere: “Vai, continua…”. Lambo seu pescoço, e você me solta, pulando na piscina. Espero um sinal para mergulhar na sua direção. “Vem”, você diz com os olhos cheios de promessas. Eu mergulho, e aquela água imaginária me traz um arrepio dos pés à cabeça. Tiro a sua blusa, enfio a mão na sua calça e pego no seu pau. Deliciosamente duro. Minha buceta contrai e eu disfarço. Como é bom estar nua dentro d’água. Estou leve e quero você dentro de mim.

Te abraço com as pernas, encosto a cabeça do seu pau no meu clitóris. Massageio nós dois. A gente se olha de novo, e eu te ajudo a me penetrar. Gozo ali, mas ainda tenho mais pra te dar. Olho pro céu, a lua cheia. Você me apoia na borda, gentil; segurando firme no meu quadril. Gosto de ser conduzida pelos seus movimentos cada vez mais intensos. A gente encaixa, você percebe?

Continua, mais forte, mais dentro. Seu tesão me excita ainda mais. “Vou gozar”, você fala, pedindo meu consentimento. E gozamos. Juntos. Os olhos apertados. Aquele espaço-tempo do nosso último abraço, antes da gente se soltar.

Acho que acordo bem aí, ainda querendo voltar a te beijar. Voltar pro começo. Parar de acordar. Só para sonhar mais com você, enquanto imagino estratégias pra te encontrar quando tudo isso passar…

E se eu tivesse de passar de novo por esse ano louco, sabendo que, algum dia, finalmente teria você comigo, mesmo que por uma única noite estrelada… Acredite, eu aguentaria. Para sonhar com você, e te fazer a pergunta que nunca me saiu da cabeça: “O que teria sido da gente, se você me dissesse apenas um ‘sim’?”.

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O vizinho da 20B https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/o-vizinho-da-20b/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/o-vizinho-da-20b/#respond Fri, 23 Oct 2020 14:32:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3043 Por Dolores

Uma vida toda tendo vizinhos sem graça. Talvez eu tenha morado nos prédios errados por todos esses anos, ou quem sabe fosse culpa dos bairros. Ouvi dizer que tem muito velhinho na zona Sul, e que perto do centro é só homem gay. E como não tenho tesão em nenhum dos dois, infelizmente, acabou que passei décadas sonhando com um vizinho gostoso, e tendo que me conformar com o seu Arthur do 92.

Daí que vim passar uma parte da quarentena em outra cidade, fugir um pouco do confinamento sufocante do minúsculo apartamento na capital, e aluguei um lugar confortável no litoral. A casa fica dentro de um condomínio a três quadras da praia, tem crianças jogando bola nas ruas fechadas. E tem também o cara da 20B. O primeiro vizinho gostoso da minha vida.

A 20B fica de frente pra minha casa. Temporariamente minha, né. Mas é que já me sinto tão à vontade por essas bandas, até dei pra andar sem sutiã quando o dia está quente e passo a manhã toda na areia, volto pra cá só pra hora do almoço e de novo caio no mar. E foi numa dessas que um dia vi o 20B me espiando.

Não foi esquisito. Ele não estava escondido, e era um dos dias em que eu não faço questão de me esconder – ou seja, tudo combinando. Passei pela janela da sala, ele passou pela dele, eu vi que ele via, ele viu que eu vi. Mas foi só, e demorou até acontecer de novo.

Ontem fez muito sol aqui. Ignorei todas as reuniões do trabalho. Avisei que estava com dor de garganta e que precisava descansar. Fui pra praia logo cedo, entrei no mar várias vezes, não senti qualquer culpa pela mentira. Na volta, a alegria pela pele quente e pela água gelada me levaram à porta do 20B.

Ele perguntou quem é, quando toquei a campainha. Abriu de cabelo molhado, acho que saído do banho. Tão limpo, e eu tão suja. Pensei que queria enchê-lo de areia também. Ele elogiou meu biquíni, perguntou se podia ajudar. Respondi que não queria almoçar sozinha de novo. Mandou entrar.

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(Reprodução Pinterest)

Ninguém disse mais nada. O biquíni, tão lindo como ele tinha dito, caiu primeiro com a parte de cima no chão. Ele esfregava com força a barba comprida pelos meus peitos, vindo da lateral das costas até chegar aos mamilos, que chupou primeiro devagar e depois com bastante pressão. Quase doeu.

Com as mãos abertas e paralelas, desceu simetricamente pelo quadril e veio descendo a calcinha, que se enrolou até encostar nos meus pés. Usando o polegar e o indicador, abriu minha buceta até conseguir enxergá-la com nitidez, encostando então só a ponta da língua no lugar exato que buscava desde o começo.

Paciente, me esperou gozar ainda de pé. Quando olhei pra baixo, o pau já estava inteiro para fora do calção, molhado de expectativa. Soltei o que faltava do biquíni, e me ajoelhei ainda mais baixo que ele, para, com a bunda empinada pro alto, lamber um fiozinho que se esticou enquanto eu afastava a boca pra me dirigir ao sofá.

Ele deve ter achado a bunda tão bonita quanto o biquíni. Porque me posicionou com ela de novo para cima, o braço do sofá escorando minha barriga, minhas mãos espalmadas da janela da sala, aquela mesma pela qual nos vimos a primeira vez.

Enquanto gozava de novo, desejei poder estar nos dois lugares ao mesmo tempo: ali, com ele entrando em mim por trás, e lá em casa, a minha casa temporária, só pra poder espiar o casal no 20B transando feliz numa tarde quente de sol.

 

 

 

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Um Dia do Sexo (quase) sem obrigação https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/#respond Sun, 06 Sep 2020 21:54:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3014 Por Dolores

Não tem tanto tempo assim que uma marca de preservativos decidiu que o dia 6 de setembro seria oficializado como Dia do Sexo. Por conta do visual do 6/9, aproveitou a alusão ao me chupa que eu te chupo, e editou o calendário. O poder esquisito que tem o marketing.

Porque, convenhamos, tem pouca coisa pior no mundo do que ter data marcada para transar. Vai ver tem até motel que propõe hora pra trepada, oferecendo promoção pra quem entrar na suíte às seis da tarde e nove minutos. Eu acho broxante.

A parte mais gostosa do sexo pra mim sempre teve relação com o proibido, o escondido. Com a surpresa, com o fazer diferente. Óbvio que dentro de relações monogâmicas e duradouras isso é menos constante, você leitor vai argumentar, mas garanto por experiência própria que não é nada impossível. Há dezenas de maneiras de preservar aspecto tão importante.

Então, é puxado para alguém com essa cabeça achar legal a proposta de agendar sexo. Sim, claro que em aniversários, por exemplo, a gente sempre sabe que vai transar. Mas você há de convir que datas comemorativas em geral guardam bem menos pressão que um marco no calendário que te manda botar o pinto pra fora, virar de quatro, e ainda gozar.

Seria quase como eu e Carmen virmos aqui escrever sobre sexo por obrigação. Ter que forçar a barra duma atmosfera pra criar os contos e as histórias deliciosas que, glofiquemos de pé, nos saem com tanta naturalidade e prazer. Não rolaria.

Porém, porque somos especialistas no assunto, e porque queremos ajudar quem se vê compelido a entrar no jogo do meia nove neste domingo à noite, separo aqui sugestões para ajudar a entrar no clima, caso o clima pareça algo muito distante dado que estamos todos presos dentro de casa há meses, olhando incessantemente para a cara do parceiro.

  • Filme em dupla

Os serviços de streaming têm centenas de opções de filmes e séries em que o sexo é uma constante. Dependendo de como funciona a sintonia de vocês neste aspecto, dá para escolher algo para assistir juntos e criar uma atmosfera sensual. Esqueça aquele jogo bobo que muitas vezes a gente faz como casal, de todo mundo fingir que não sabe que a gente vai transar, sendo que a gente sabe super que a ideia de deitar pra ver esse negócio sempre foi eu sentar na sua cara daqui a pouco. As cartas hoje são bem abertas. Voltando: se vocês são mais tímidos, peguem uma produção mais leve, em que haja uma ou outra cena de sexo mais picante. Se forem do tipo que fala mais abertamente sobre isso, se joguem em algo tão explícito quanto sua relação. E, se entre vocês não há papas na língua, pulem direto para um pornô que agrade aos dois – sim, até no Dia do Sexo é importante lembrar que todo mundo tem que estar confortável com o que se passa na tela e o que se passa na cama. Caprichem na masturbação mútua, brinquem de reproduzir o que a ficção sugere. Com um estímulo destes, até mesmo as obrigações podem ficar gostosas.

Number Sixty Nine (69) Fluorescent Circle or Square Labels

  • Sex shop por aplicativo

Já viu que, entre as opções de restaurante, supermercado, farmácia e loja de chocolate também tem alguns sex shops nos aplicativos de entrega? Pois escolham cada um no seu celular um presente para o parceiro ou parceira, e cliquem para fazer o pedido. A expectativa da entrega, a surpresa da escolha, e o clima que vocês vão criar para abrir as embalagens já vão deixar todo mundo molhado e feliz.

  • Sessão de fotos particular

Separem alguns abajures, acendam algumas velas, e criem uma iluminação diferente em algum cômodo da casa onde haja privacidade. Câmera na mão, é hora da ação. Divirtam-se e provoquem-se posando um para o outro – pode começar com pouca roupa e ir fazendo as peças sumirem conforme a sessão progride.

  • Jantar pelado

Uma garrafa de vinho, um prato fácil de preparar ou algo encomendado, uma playlist boa rolando na TV da sala. Que tal jantarem juntos vestindo absolutamente nada? Conforme o papo e o nível etílico evoluem, dá pra inventar boas provocações e acabar em cima da mesa da sala – só cuidado para não espetar a bunda no garfo.

  • Meia nove inventivo

Por fim, mas não menos importante, uma releitura de um clássico. Quem foi que disse que meia nove só se faz com a boca? Separem o brinquedo sexual favorito do parceiro ou parceira, assumam suas posições do tradicional me chupa que eu te chupo, e, em vez de caírem de boca, façam a estimulação com o vibrador, o masturbador, o sugador, enfim, o que mais gostarem. E, já que não vão estar com olhar assim tão colado nas partes alheias, como estariam no meia nove clássico, aproveitem para apreciar bem a vista, especialmente na hora em que a pessoa de quem você gosta estiver chegando perto do gozo.

Um feliz Dia do Sexo pra vocês!

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A três https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/24/a-tres/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/24/a-tres/#respond Mon, 24 Aug 2020 17:36:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3008 Por Dolores

Com o dedão apoiado na minha fatia de pizza, ele perguntou o que eu achava de furar a quarentena. Devo ter revirado os olhos, porque é o que eu sempre faço quando ele me pergunta o que eu acho de furar a quarentena. É um assunto que gera brigas intermináveis em casa. Pedi pra ele soltar o meu pedaço de catupiry, você não há de me comprar com gentilezas.

Mas a ideia, pela primeira vez em quase seis meses, agora parecia boa. Ele não queria abrir uma exceção para ir visitar ninguém, nem para ir ao bar com a galera, tampouco para viajar para São Sebastião. A quarentena ia ser furada para que ele me comesse junto com um amigo. Se eu revirei o olho agora, a sensação certamente era outra.

Tudo se arranjou rapidamente. E não deu nem uma semana e o rapaz estava aqui. Arrumado, mas sem dar muito na cara, o cabelo cacheado cheiroso que dava pra sentir de longe.  Camisa meio aberta no peito. Me pareceu nervoso, só não mais do que eu, que de uma hora para a outra desaprendi a segurar coisas sem deixar tudo cair.

Com todo mundo de pé, encostados no balcão da cozinha americana, foi que o negócio começou a rolar. Acho que alguém deu a desculpa de olha a arquitetura dessa reforma que magnífica para levantar e tomar a iniciativa. O fato é que rapidinho teve beijo triplo, e mais rápido ainda meu vestido foi para o chão.

A luz do quarto já estava ajeitada pra não constranger nem tirar a graça. O lençol, limpíssimo. Eles terminaram de tirar a minha roupa, lambendo meus peitos e passando as mãos (quanta mão) pelas minhas coxas.

polygamy | Jack Fisher's Official Publishing Blog

Virei, bem malandra, de quatro, de costas para eles. Queria ver como era ter a bunda mordida por dois, e duas caras se enfiando com nariz, língua e boca dentro de mim. Recomendo.

Revezamos por um tempo com um na manutenção dos acessórios enquanto o outro me penetrava. E era curioso ver os estilos diferentes – enquanto um se sentia mais em um pornôzão meio violento, o outro era mais amorzinho e chamego. Muito bom poder misturar tudo numa trepada só.

Lá pela meia hora de diversão, foi quando alguém arriscou a sugestão que todo mundo esperava. O amigo sentou recostado na cabeceira, pernas de índio. Eu sentei por cima, fui deslizando inteira até terminar de engolir o pau inteiro. Muito beijo, porque era dele o papel do romance.

Depois de observar um pouco a cena, o outro veio por trás de mim, o pau duríssimo, e se esfregou já bem molhado para começar a enfiar na minha bunda. Quando encontramos o ritmo, todo mundo junto, em sintonia rumo ao gozo, eu já nem me lembrava mais de quarentena nenhuma. E revirei o olho pela terceira vez.

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Sobre gostar também de meninas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/#respond Sun, 28 Jun 2020 17:47:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2966 Por Dolores

A Bruna foi a primeira pessoa por quem me apaixonei na vida. Entre a parte da frente e as duas quadras imensas nos fundos do terreno, havia quatro construções, ocupadas por escritórios variados, banheiros, um estúdio de balé, secretaria, a cantina, salas de aula e um pequeno pátio. E foi na escada que levava a um quartinho da escola que ninguém nunca soube o que tinha dentro que eu dei meu primeiro beijo.

Tecnicamente não teria este nome, para dizer a verdade. Porque só a minha boca se mexeu, e nem nos lábios dela eu encostava – beijei o antebraço da Bruna aos seis anos de idade. Ela deixou porque éramos melhores amigas, acho, ou porque eu pedi com jeito, ou talvez tivesse pena de mim.

A Bruna e seus imensos olhos azuis pousados cheios de compaixão na minha cara de quem, cega, ama e se entrega. Depois disso passei muitos anos só beijando e transando com meninos, daí vieram os homens, e só com 20 e poucos, numa viagem a Porto Alegre, revivi o frio na barriga que a Bruna me dava.

Aleteia veio da Espanha, era bailarina e bebia uísque. Foi para o meu quarto do hotel, depois do jantar de confraternização entre sua companhia e os jornalistas que viajaram para assisti-la dançar. Ela tinha cheiro de rosa. A Bruna tinha gosto de chocolate.

Sempre achei a parte mais complicada da bissexualidade esse prólogo antes de entender que podia chegar nas garotas sem levar em troca uma cara de incredulidade. Tomar toco todo mundo toma, faz parte do jogo da sedução, mas o espanto e o quase nojo com que algumas olham machucam mais fundo. É como se não perdoassem a ousadia de uma mina considerar que elas também possam gostar de minas.

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Tem outra etapa chata, mas essa mais introspectiva que a outra – fora a vantagem de que ela acontece por um tempo e, depois, você a vence e nunca mais tem que encará-la. Não sei se é assim para todo mundo. Comigo, foi preciso falar bastante disso na análise até entender que o desejo que eu sinto por outras mulheres não tem, além de nada de errado, qualquer tipo de recalque.

Algo como compreender que esta vontade não passa nem de perto pela minha sexualidade com os homens, não é influenciada por ela, não se confunde em parte alguma. Levou tempo, consumiu anos de sessões, mas se mostrou muito útil, esse entendimento.

Foi nesse período que vieram, então, outras flores e doces, em noites com menos noias e mais leves. Descobri que gosto mais de meninas de um tipo físico em particular. Que eu tinha uma musa. E que a liberdade de poder vivenciar a sexualidade sem vergonhas não tinha preço.

Fazia tempo que nada extraordinário acontecia, quando reconheci, em outros olhos grandes, o mesmo verão que eu via no rosto da Bruna quando a gente ficava na escadinha rumo ao desconhecido, na escola da Vila Mariana. Um almoço em um sábado bonito, tinha música tocando, grupos diversos de conhecidos espalhados em mesas e cadeiras pelo salão.

Eu soube desde o minuto um no que aquilo ia dar. Uma garrafa de vinho branco gelado depois, o tempo correndo, e ela precisava ir embora, outros compromissos, explicou. No banheiro, nos esprememos em uma cabine, as taças apoiadas sobre o tampo de cerâmica da caixa do vaso.

O melhor beijo, mais gostoso que o braço de cacau da Bruna, que qualquer buquê, que todas as outras bocas, quem sabe. Ela abriu o primeiro botão do meu vestido para fazer caber a mão lá dentro. Segurou um peito, depois afundou a cara entre os dois, ao mesmo tempo em que já empurrava minha calcinha pernas abaixo.

Encostei-a na outra parede da cabine, a parede dela, porque sabia que em breve a perderia. Segurei sua cabeça entre as mãos, lambi sua boca, para então afundar a língua entre seus dentes, quero engoli-la. Ela é pequena. Ela cabe inteira no meu domínio.

Minha calcinha cai no chão, eu baixo a cabeça para olhar, e ela surge em meio às minhas coxas. Com o dedão se enfia na minha xoxota, com a língua lambe meu clitóris em círculos e de vez em quando olha para cima.

Nunca mais nos encontramos. Eu culparia a pandemia, ela diz que eu enrolo para marcar um novo encontro. Outro dia brincamos de o que você levaria para uma ilha deserta se pudesse passar lá sua quarentena. Na resposta dela havia livros e álcool. Na minha tinha chocolates, rosas e ela.

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