X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O vizinho da 20B https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/o-vizinho-da-20b/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/o-vizinho-da-20b/#respond Fri, 23 Oct 2020 14:32:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3043 Por Dolores

Uma vida toda tendo vizinhos sem graça. Talvez eu tenha morado nos prédios errados por todos esses anos, ou quem sabe fosse culpa dos bairros. Ouvi dizer que tem muito velhinho na zona Sul, e que perto do centro é só homem gay. E como não tenho tesão em nenhum dos dois, infelizmente, acabou que passei décadas sonhando com um vizinho gostoso, e tendo que me conformar com o seu Arthur do 92.

Daí que vim passar uma parte da quarentena em outra cidade, fugir um pouco do confinamento sufocante do minúsculo apartamento na capital, e aluguei um lugar confortável no litoral. A casa fica dentro de um condomínio a três quadras da praia, tem crianças jogando bola nas ruas fechadas. E tem também o cara da 20B. O primeiro vizinho gostoso da minha vida.

A 20B fica de frente pra minha casa. Temporariamente minha, né. Mas é que já me sinto tão à vontade por essas bandas, até dei pra andar sem sutiã quando o dia está quente e passo a manhã toda na areia, volto pra cá só pra hora do almoço e de novo caio no mar. E foi numa dessas que um dia vi o 20B me espiando.

Não foi esquisito. Ele não estava escondido, e era um dos dias em que eu não faço questão de me esconder – ou seja, tudo combinando. Passei pela janela da sala, ele passou pela dele, eu vi que ele via, ele viu que eu vi. Mas foi só, e demorou até acontecer de novo.

Ontem fez muito sol aqui. Ignorei todas as reuniões do trabalho. Avisei que estava com dor de garganta e que precisava descansar. Fui pra praia logo cedo, entrei no mar várias vezes, não senti qualquer culpa pela mentira. Na volta, a alegria pela pele quente e pela água gelada me levaram à porta do 20B.

Ele perguntou quem é, quando toquei a campainha. Abriu de cabelo molhado, acho que saído do banho. Tão limpo, e eu tão suja. Pensei que queria enchê-lo de areia também. Ele elogiou meu biquíni, perguntou se podia ajudar. Respondi que não queria almoçar sozinha de novo. Mandou entrar.

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(Reprodução Pinterest)

Ninguém disse mais nada. O biquíni, tão lindo como ele tinha dito, caiu primeiro com a parte de cima no chão. Ele esfregava com força a barba comprida pelos meus peitos, vindo da lateral das costas até chegar aos mamilos, que chupou primeiro devagar e depois com bastante pressão. Quase doeu.

Com as mãos abertas e paralelas, desceu simetricamente pelo quadril e veio descendo a calcinha, que se enrolou até encostar nos meus pés. Usando o polegar e o indicador, abriu minha buceta até conseguir enxergá-la com nitidez, encostando então só a ponta da língua no lugar exato que buscava desde o começo.

Paciente, me esperou gozar ainda de pé. Quando olhei pra baixo, o pau já estava inteiro para fora do calção, molhado de expectativa. Soltei o que faltava do biquíni, e me ajoelhei ainda mais baixo que ele, para, com a bunda empinada pro alto, lamber um fiozinho que se esticou enquanto eu afastava a boca pra me dirigir ao sofá.

Ele deve ter achado a bunda tão bonita quanto o biquíni. Porque me posicionou com ela de novo para cima, o braço do sofá escorando minha barriga, minhas mãos espalmadas da janela da sala, aquela mesma pela qual nos vimos a primeira vez.

Enquanto gozava de novo, desejei poder estar nos dois lugares ao mesmo tempo: ali, com ele entrando em mim por trás, e lá em casa, a minha casa temporária, só pra poder espiar o casal no 20B transando feliz numa tarde quente de sol.

 

 

 

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Isolamento sexual https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/isolamento-sexual/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/isolamento-sexual/#respond Wed, 09 Sep 2020 18:30:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3016 Por Carmen

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crédito da foto
Darius Bashar/Unsplash

Havia seis meses, eu não ficava sozinha em casa. Confinamento, home office e educação à distância para mim, significaram tudo, menos estar isolada. Quando soube o que o sábado de calor me reservava, horas e horas de real distanciamento de tudo e de todos, só eu e minhas vontades, comecei a fazer planos.

Acordei mais tarde, meditei na cama mesmo, depois acariciei meu corpo, tocando a maciez da minha própria pele. Sabia o que queria antes de colocar os pés no chão. Senti minha energia sexual expandindo, meu desejo começando a arder. Fui buscar no fundo da gaveta da cabeceira aquele vibrador por meses desligado. Estava com saudade de ser a comandante de cada movimento, de gozar do jeito que somente eu consigo me proporcionar.

Fiquei cheia de disposição para curtir o dolce far niente e meus planos incluíam um quê de rebeldia. Só café preto, um romance britânico e a espreguiçadeira do jardim até o estômago roncar. Antes desse sinal fisiológico, porém, o sol aqueceu outras partes do meu corpo, e os mamilos, cobertos por um biquíni cortininha, também recém-resgatado, se eriçaram. Estava pronta para mais uma rodada de prazer e desta vez seria ali, na exibição.

Existem sobrados ao redor no meu quintal. Uma laje à direita, com ombrelone e futon. Eu sabia que o vizinho ruivo e barbudo subia ali para fumar antes do almoço, já deixava o cinzeiro ali, na mureta. Torci por essa plateia.

Desamarrei o biquíni e fiz uns minutos de topless preliminar. Depois virei de bruços e tirei a calcinha, empinando o bumbum e passando meu braço por debaixo do corpo, até a mão chegar no gordinho da vulva. Fiquei assim, dedilhando, por uma eternidade. Só depois levantei mais as nádegas e cheguei no ponto de fricção.

A dúvida se aquele viking urbano estava ou não me olhando me deixou ainda mais excitada. Eu não olhava por sobre o ombro, mas me tocava, mentalizando ele se punhetando na laje, um pau grosso, não muito comprido na minha imaginação.

Gozei rebolando e quando me recuperei do êxtase, fui conferir minha audiência. Laje vazia, mas no cinzeiro, a fumaça da brasa ainda acesa.

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Sobre gostar também de meninas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/#respond Sun, 28 Jun 2020 17:47:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2966 Por Dolores

A Bruna foi a primeira pessoa por quem me apaixonei na vida. Entre a parte da frente e as duas quadras imensas nos fundos do terreno, havia quatro construções, ocupadas por escritórios variados, banheiros, um estúdio de balé, secretaria, a cantina, salas de aula e um pequeno pátio. E foi na escada que levava a um quartinho da escola que ninguém nunca soube o que tinha dentro que eu dei meu primeiro beijo.

Tecnicamente não teria este nome, para dizer a verdade. Porque só a minha boca se mexeu, e nem nos lábios dela eu encostava – beijei o antebraço da Bruna aos seis anos de idade. Ela deixou porque éramos melhores amigas, acho, ou porque eu pedi com jeito, ou talvez tivesse pena de mim.

A Bruna e seus imensos olhos azuis pousados cheios de compaixão na minha cara de quem, cega, ama e se entrega. Depois disso passei muitos anos só beijando e transando com meninos, daí vieram os homens, e só com 20 e poucos, numa viagem a Porto Alegre, revivi o frio na barriga que a Bruna me dava.

Aleteia veio da Espanha, era bailarina e bebia uísque. Foi para o meu quarto do hotel, depois do jantar de confraternização entre sua companhia e os jornalistas que viajaram para assisti-la dançar. Ela tinha cheiro de rosa. A Bruna tinha gosto de chocolate.

Sempre achei a parte mais complicada da bissexualidade esse prólogo antes de entender que podia chegar nas garotas sem levar em troca uma cara de incredulidade. Tomar toco todo mundo toma, faz parte do jogo da sedução, mas o espanto e o quase nojo com que algumas olham machucam mais fundo. É como se não perdoassem a ousadia de uma mina considerar que elas também possam gostar de minas.

Revealed: The 5 Health Benefits Of Chocolate

Tem outra etapa chata, mas essa mais introspectiva que a outra – fora a vantagem de que ela acontece por um tempo e, depois, você a vence e nunca mais tem que encará-la. Não sei se é assim para todo mundo. Comigo, foi preciso falar bastante disso na análise até entender que o desejo que eu sinto por outras mulheres não tem, além de nada de errado, qualquer tipo de recalque.

Algo como compreender que esta vontade não passa nem de perto pela minha sexualidade com os homens, não é influenciada por ela, não se confunde em parte alguma. Levou tempo, consumiu anos de sessões, mas se mostrou muito útil, esse entendimento.

Foi nesse período que vieram, então, outras flores e doces, em noites com menos noias e mais leves. Descobri que gosto mais de meninas de um tipo físico em particular. Que eu tinha uma musa. E que a liberdade de poder vivenciar a sexualidade sem vergonhas não tinha preço.

Fazia tempo que nada extraordinário acontecia, quando reconheci, em outros olhos grandes, o mesmo verão que eu via no rosto da Bruna quando a gente ficava na escadinha rumo ao desconhecido, na escola da Vila Mariana. Um almoço em um sábado bonito, tinha música tocando, grupos diversos de conhecidos espalhados em mesas e cadeiras pelo salão.

Eu soube desde o minuto um no que aquilo ia dar. Uma garrafa de vinho branco gelado depois, o tempo correndo, e ela precisava ir embora, outros compromissos, explicou. No banheiro, nos esprememos em uma cabine, as taças apoiadas sobre o tampo de cerâmica da caixa do vaso.

O melhor beijo, mais gostoso que o braço de cacau da Bruna, que qualquer buquê, que todas as outras bocas, quem sabe. Ela abriu o primeiro botão do meu vestido para fazer caber a mão lá dentro. Segurou um peito, depois afundou a cara entre os dois, ao mesmo tempo em que já empurrava minha calcinha pernas abaixo.

Encostei-a na outra parede da cabine, a parede dela, porque sabia que em breve a perderia. Segurei sua cabeça entre as mãos, lambi sua boca, para então afundar a língua entre seus dentes, quero engoli-la. Ela é pequena. Ela cabe inteira no meu domínio.

Minha calcinha cai no chão, eu baixo a cabeça para olhar, e ela surge em meio às minhas coxas. Com o dedão se enfia na minha xoxota, com a língua lambe meu clitóris em círculos e de vez em quando olha para cima.

Nunca mais nos encontramos. Eu culparia a pandemia, ela diz que eu enrolo para marcar um novo encontro. Outro dia brincamos de o que você levaria para uma ilha deserta se pudesse passar lá sua quarentena. Na resposta dela havia livros e álcool. Na minha tinha chocolates, rosas e ela.

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A sua sorte https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/18/a-sua-sorte/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/18/a-sua-sorte/#respond Thu, 18 Jun 2020 21:38:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2960 Por Dolores

A sua sorte é que eu não tenho um pau.

Eu te encurralava, te dominava, te violava no chão igual à música do Chico, se eu tivesse um pau e fosse você do meu lado, igual é hoje em dia, mas quem tem o pau é você.

Eu não ia te deixar em paz. Você não ia ter sossego. Seu dia ia começar bem cedo, na verdade não era nem dia ainda, porque antes do nascer do sol eu já ia me embrenhar pra perto do seu corpo deitado na cama, subir a palma da mão da coxa pra bunda, e, segurando cada banda prum lado, ia me roçar pra você me sentir crescer comigo já lá dentro.

Sorte sua, eu não ter o que bem podia. Não adiantava reclamar, dizer que precisa dormir, que amanhã tem que acordar cedo. E, quando acordasse de verdade, era o meu pau, e não mais o seu, que íamos adorar feito imagem de ídolo, duro e imponente, respeitável em todo o seu ineditismo.

Não que a gente fosse se surpreender com o fato de que, azar o seu, agora eu tinha um pau e queria aproveitá-lo direito. Ia se normalizar, o novo membro, mas não sem que antes, de novo, igual à música, eu não te desse perdão.

Abaixa pra pegar coisa no chão, na última gaveta, pra amarrar sapato, pra você ver o que te acontece. Ajoelha na minha frente. Se eu tivesse um pau – e é sorte sua que eu não tenha – era em você que eu testava as descobertas, sensação por sensação, novidade por novidade.

Corpo De Mulher Sexy E Atlético Na Cueca Branca. Fotos, Retratos ...

E eu te acho tão gostoso, tão apetitoso, que, se eu tivesse um pau (azar o seu), esfregava em você inteiro. Não ia haver trégua. Não tinha momento certo. Toda hora era hora de eu ver o que de tão bom parece ser ter um pau e poder encaixá-lo em frestas, molhá-lo em poças.

E, de tanto pensar que ter um pau era sua desgraça, de ter certeza do seu desgosto e asco, quase me perco no devaneio e me esqueço do quanto eu penso, às vezes, que pode ser que sem um pau eu não viva (azar o meu), e que calha de ser o seu a que eu tanto adoro feito imagem de ídolo.

Duro e imponente, ainda que em sua frequência morna do cotidiano, agradeço aos céus que você queira aproveitá-lo direito. Que não me dê perdão. Nem me conceda paz. E, agora de memória fresca e já quase molhada, sei que não havia como não ser sorte se eu pudesse também fazer a você as maravilhas que você faz comigo.

A minha sorte é que você tem tudo de que eu preciso.

 

 

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Você nem era tão transante assim https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/14/voce-nem-era-tao-transante-assim/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/14/voce-nem-era-tao-transante-assim/#respond Thu, 14 May 2020 21:24:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2933 Por Dolores

As redes sociais se dividem hoje em dia entre postagens com fotos de incursões ao mundo antigo, os chamados TBTs, e memes que tiram onda da desgraça que é ficar sem transar por muito tempo. Porque ninguém duvida que esta seja uma das tragédias da nova ordem, a imposição da falta de sexo.

Mas, por mais lamentável que pareça não ter alguém com quem trocar fluidos, e que haja gente até mesmo furando o isolamento só pra visitar contatinhos, botando em risco toda uma rede de pessoas envolvidas nessa contravenção, eu venho aqui para trazer uma verdade: sossega esse drama, que você nem era tão transante assim.

Sim, eu sei que você se tem em alta conta, que aquela dezena de matches no Tinder te faz se sentir a estrela do pedaço, mas, então: não. Claro, claro, tem o fato de a liberdade sexual ser uma realidade, nunca ter sido tão fácil descolar quem queira um sexozinho sem compromisso quando a vontade bate, só que, putz, tá todo mundo ligado no seu rolê, e ele não é essa Sodoma e Gomorra toda que seu Instagram divulga.

Tesão a gente resolve gozando. Ou atiçando mais antes de gozar, pra ser mais divertido. Sendo assim, punhetas e siriricas são excelentes aliados de quem deu o azar de cair em quarentena sem um corpinho delícia junto. Veja fotos, assista vídeos, troque nudes, use o que for para conduzir a masturbação em casa. Você vai ver que o tesão passa.

O que está fazendo falta, na verdade, mas que não dá tanto ibope nem te coloca na posição midiática de o ser mais transante do pedaço, é encostar nos outros. Deitar em cima e embaixo deles. Abraçar, dar beijo, sentir cheiro. E isso nunca significou necessariamente desdobramento em sexo.

Eu lendo fanfic, É sabendo que aquilo nunca vai acontecer! | ARMY ...

Você está aí, em isolamento total, indo apenas ao supermercado e à farmácia, vendo o mundo ruir pela televisão, daí vai lá e posta que sua libido é um cavalo que, quando liberado, vai sair desenfreado pela cidade atropelando todo mundo. Conta outra.

Primeiro que você não transava tanto assim nem quando era permitido, que dirá daqui a pouco, quando a gente nem sabe como será a vida.

Segundo que – e nisso eu aposto um mamilo – na primeira transadinha que você der, com a primeira pessoa massa que se deitar na sua cama, você vai se empanturrar tanto de carinho, se fartar tanto no toque e no momento, que vai terminar a noite apaixonado.

Prontinho pra se enfiar em uma relação onde poderá finalmente exercer seu papel verdadeiro e cabível, o de um ser humano comum com desejos, e não o de um unicórnio tarado deus da volúpia e da excitação.

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Posições para tentar na frente do espelho https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/05/posicoes-para-tentar-na-frente-do-espelho/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/05/posicoes-para-tentar-na-frente-do-espelho/#respond Thu, 05 Mar 2020 12:28:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2876 Por Carmen

Teve uma época que eu amava transar na frente do espelho. Adorava ser protagonista e, ao mesmo tempo, expectadora daquela cena quente. Se o ângulo permitisse ver a penetração, aí sim era a minha glória.

Nessa época eu detestava motéis, mas vibrava quando entrava em alguma suíte que tinha espelho no teto. Era meu prazer inconfesso assistir ao vai e vem do traseiro masculino, as costas dele se arqueando sobre mim. Depois, ficar conversando lado a lado, de barrigas pra cima, se olhando pelo reflexo acima. Gostoso.

Essa empolgação com os espelhos durante o sexo já não é mais a mesma hoje. Talvez porque noto mais o efeito da gravidade sobre meu corpo, especialmente quando estou por cima – os peitos chacoalham mais, as bochechas ficam meio caídas. Em vez de me sentir sacana ao ser voyeur de mim mesma, eu fico pensando em injeções de colágeno. Sim, estou transando loucamente aos 40 anos e lido relativamente bem com a passagem do tempo, mas não gosto de selfies tiradas debaixo pra cima e de espelho quando estou por cima, me julguem!

Dito tudo isso, acho que o espelho ainda pode ser um elemento bem interessante no bordoir. Confira abaixo uma lista das posições mais quentes para se tentar na frente do espelho.

espelho
Crédito da foto Pinterest
  1. De quatro = espelho lateral

Na famosa posição cachorrinho, a melhor localização do espelho é ao lado. Dessa forma, ambos conseguem ver toda a extensão do corpo do outro e ainda se encararem pelo reflexo. Dá até para ter um vislumbre da penetração. Perfeito!

 

  1. Sentada por cima = espelho lateral ou frontal

Se a ideia é compartilhar o autovoyeurismo, o espelho ao lado dá visão total para ambos. Se for apenas para quem está no topo se conferir na ação, coloque o espelho além da cabeça de quem está por baixo, divirta-se com a dominação!

 

  1. Por cima, de costas = espelho diante dos pés

Ao montar de costas, ou seja, olhando para os pés de quem está embaixo, o espelho deve ficar a sua frente. Dessa forma, quem está de frente tem visão total e quem está por baixo, se quiser desviar a atenção da sua bunda, pode dar uma inclinada na cabeça e espiar também o espelho.

 

  1. De pé = com as mãos no espelho

Esta é a minha preferida atualmente. É óbvia, mas é intensa. O espelho é mais do que um objeto no quarto. Ele participa bem de perto, dando apoio. De perto, expostos, íntimos!

 

  1. Papai-e-mamãe = espelho no teto

A posição mais rotineira num ambiente fora da rotina! Até dá para ser um espelho lateral, assim ambos conseguem dar uma olhadinha, mas a melhor combinação, para mim, ainda é esta.

 

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Só assisto BBB pelo sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/06/so-assisto-bbb-pelo-sexo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/06/so-assisto-bbb-pelo-sexo/#respond Thu, 06 Feb 2020 20:13:40 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2849 Por Dolores

A eliminação de Petrix não foi a primeira ocasião em que o Big Brother Brasil alcançou os trending topics de um jeito esquisito, envolvendo não uma prova do líder ou premiações polpudas, mas, sim, uma investigação da polícia. A ficha criminal do programa envolve suspeitas de estupro, agressões físicas, e até mesmo um participante acusado de abuso de menores.

Os exemplos não foram maioria nas 20 edições, claro, até porque, se fosse esse caso, a emissora certamente já teria cancelado a atração. Trata-se de comportamentos isolados, mas que comprovam uma verdade: assim como acontece na casa televisionada, na vida real, anônima – e em uma proporção ainda maior justamente pela ausência de câmeras vigilantes -, vez ou outra o elenco sofre com um personagem bizarro.

E, se não fossem esses pontos fora da curva, que, por sorte, acabam sempre eliminados em paredões fulminantes, o BBB já há muito não teria motivos para aparecer entre os assuntos mais comentados da internet. É um programa repetitivo, cafona.

Eu, por exemplo, deixei de assistir há anos. Mas admito, porém, que, sob um certo ponto de vista, continuo sendo espectadora do Big Brother Brasil.

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Assisto BBB por causa do sexo. Não este criminoso, que ultrapassa os limites do consentimento, mas, sim, o sexo pervertido e saudável que, vez ou outra, a câmera impiedosa apanha.

Disponíveis em cenas avulsas nos sites de pornografia, os flagras mostram aqueles minutos de descuido em que os participantes se esquecem (ou deixam de se importar, não sei) da filmagem ininterrupta, e dão vazão ao tesão contido por meses de confinamento.

Voyeur que sou, adoro as punhetas escondidas debaixo do edredom, quando nada além da expressão do rosto aparece na tela, casando com o vai-e-vem da mão e do pau camuflados pela coberta. Ou as ereções matinais que escapam do lençol e das cuecas.

Os mais ousados arriscam se comer assim, e nos presenteiam com trepadinhas disfarçadas, cheias de gemidos abafados no esconderijo, mas captados pelos inevitáveis microfones. Isso sem falar nos amassos no chuveiro, em banhos coletivos, as mãos bobas na piscina, os beijos safados pela casa toda.

O que mais me atrai é saber que é gente com tesão transbordando e atuando sozinhos ou interagindo com outras gentes também com tesão transbordando. E, para mim, não tem nada mais sexy do que essa explosão de consentimento.

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Um touro na cama https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/28/um-touro-na-cama/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/28/um-touro-na-cama/#respond Tue, 28 Jan 2020 14:00:42 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2837 Por Dolores

O cara pode até não acreditar em astrologia, mas bastou o papo enveredar para sexo, libido, e frequência na cama que, pronto, agora ser de escorpião é legal pra caramba. Sempre teve essa história de que escorpianos são os seres mais transantes do universo, que são homens constantemente de pau duro, minas que vivem dispostas a virar de quatro a qualquer momento, toda hora é hora, escorpião, cueca e calcinha no chão.

Mas, olha. Primeiro que, como eu disse ali em cima, não era essa parada de signos a maior baboseira do universo? Segundo que, ainda que a partir de agora, que estamos todos debatendo quem é o superpica de aço do rolê, você seja o Oscar Quiroga reloaded, veja bem, há aqui uma falácia.

Que me perdoem os astros, mas os escorpiões não são, não, as melhores transas que existem. Talvez porque se apoiem demais nessa fama toda, escorpianos até podem ter picos mais frequentes de vontade de trepar, porém, sou da opinião de que talvez esse suposto fogo eterno seja sinal de que não estão fazendo direito o suficiente pra se satisfazer e alcançar o gozo ideal.

Preocupados demais em parecer sempre os seres mais duros e molhados, às vezes podem focar mais na performance do que na concentração em busca de receber e dar prazer. Eu é que não queria ser de escorpião.

Sabe quem é o parceiro ideal na cama? Aquele cujo signo garante tesão constante, atuações de excelência, e o maior aproveitamento dos lençóis entre todos os integrantes do zodíaco?

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O meu. O signo de touro.

Ah, mas touro só gosta de dormir e comer, dirão os invejosos que até o começo do texto não sabiam nada de astrologia. Sim, a gente não gosta, a gente adora dormir e comer, e o ponto é justamente esse. Ter um touro na cama significa que a experiência do sexo não vai se resumir ao esfrega-esfrega standard da pornografia – a gente vai muito além.

Porque comer é bom, a gente vai levar umas frutas pra passar no seu corpo, te lambuzar com uma manga suculenta, te encher de chantilly, te escorrer um chocolate. Se dormir é realmente essa delícia que parece, vamos transar bastante e gozar mil vezes, pra que, exaustos, nos enrolemos um no outro até cair no sono de um domingo preguiçoso.

E, quem realmente manja de zodíaco também sabe: o touro é o signo dos prazeres, de modo que, obviamente, sexo também está incluído neste pacote, e a gente nem precisa ficar alardeando nada. Somos, em resumo, um sonho concretizado, um paraíso, a delícia suprema, uns anjos na terra.

Aliás, deixa eu te perguntar: você acredita em anjo?

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A mulher gostosa https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/12/a-mulher-gostosa/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/12/a-mulher-gostosa/#respond Sun, 12 Jan 2020 19:19:40 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2822 Por Dolores

Depois que viramos consumidores vorazes de redes sociais, passamos a achar que tudo que está ali corresponde à realidade mais pura e correta. Concordamos, por exemplo, que o ideal invariável de felicidade é viajar para as Bahamas duas vezes ao ano e fazer selfie na praia, que emprego bacana só mesmo o que paga milhões, que todo mundo mora bem e tem infinitos amigos, e que, pra ser gostosa, uma mulher precisa ter um corpo magro, firme, jovem e impecável.

Não é a primeira nem a última vez que as redes sociais nos enganam. Só que, neste caso, a sacanagem é pesada porque faz a gente correr, desesperadas, atrás de algo que já temos. Ninguém quer que conheçamos a verdade – aquela que prova que somos todas umas gostosas.

Vendem pra gente que uma mulher gostosa de verdade precisa vir com peitos a partir de uma numeração específica. Que a bunda dela tem que medir ao menos tantos centímetros, que a barriga deve ser assim, a boca, assado. E a gente acredita, e sofre, e faz de tudo para se encaixar.

E óbvio que a gente nunca se encaixa. Porque a gente tem celulite, tem coxa que balança, peito às vezes bem pequeno, em outras, meio grande e cansado. A gente já teve ou vai ter filho, a gente carrega cicatrizes, a gente tem marquinhas, a nossa pele traz lembranças.

E estão lá as redes para dizer: “Assim não vale”. E os homens tão viciados nas redes quanto nós, também prontos para repetir que desse jeito não dá, que tem que ser tudo idêntico ao que eu vi na propaganda, que eu quero uma igualzinha à musa do Instagram, à peituda do Facebook.

Esquecem, todos, inclusive nós, que mulher gostosa de verdade é aquela que está à vontade com seu corpo. Que não esconde o que considera defeito, e que não disfarça o que acha que está errado. A mulher gostosa, mas gostosa, mesmo, sabe que seu corpo é exatamente o que deveria ser.

A gostosa não baixa a luz do quarto pra transar, com medo de que gorduras apareçam – ela balança a raba, orgulhosa, na frente do abajur aceso. Bota a roupa que quer botar, sem cogitar a opinião dos outros sobre suas pernas, cintura, braços.

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Mulher gostosa real, e não gostosa de Instagram, nem se lembra da assimetria que tem nos peitos antes de tirar o sutiã sozinha em casa, ou na frente de alguém, ou na rua no Carnaval. Ela desabotoa, com gosto, e ainda faz carinho em si mesma, expondo os mamilos grandes, ou pequenos, ou claros, ou escuros. Os mamilos dela. Os mais incríveis mamilos do mundo.

Porque ela tem o melhor corpo, no melhor momento da vida.

Porque ela se aceita.

E, se aceitando, ela se abre para o mundo, e o mundo a recebe de braços abertos. Pronto para retribuir o tesão que a mulher gostosa espalha por onde passa, simplesmente porque ela tem tesão em si mesma, e tem tesão na vida. Mulher gostosa não é só carne, ela é gostosa de dentro pra fora.

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Linha 121 https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/01/16/linha-121/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/01/16/linha-121/#respond Wed, 16 Jan 2019 12:49:21 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2571 Por Dolores

A ventania indica que em breve o mundo vai desabar, enquanto eles sobem no ônibus em uma avenida central da cidade. É a linha de trajeto mais longo, porque a outra, favorita do casal aos finais de semana, tem feito desvios nos pontos, e consideram que dá muito trabalho descobrir, a cada domingo, em qual travessa deveriam esperar pelo transporte.

 

ônibus
Crédito da foto Roberto Cavallarri/Folha Press

 

Não fossem as árvores balançando com força lá fora, agora abrigados eles mal sentiriam que o tempo virou – as janelas do 121 estão embaçadas da respiração dos passageiros, e quase começa a fazer calor ali naquela região do ônibus, longe das portas. Se encostam um no outro, cabeça no ombro dele, ele põe a mão na coxa dela em um gesto automático de carinho.

Sobe mais uma dúzia de gente na altura da praça do monumento. Corpos passam por perto, se estendem com os braços para cima, homens, mulheres, o ar rescende a suor de fim de tarde e perfume de quem vai à missa.

É quase sem querer que ela também pousa a mão na perna dele, e, mais sem intenção ainda, esbarra no que claramente se destaca, cheio de volume, por baixo do bolso da bermuda: o pau quase todo duro, fazendo contrações a cada bombeada de sangue que ela não sabe se coincide com os faróis fechados, ou com o fluxo dos companheiros de viagem que se equilibram a cada freada.

Sem cerimônia ou constrangimento, começa uma massagem delicada e quase imperceptível, especialmente quando ele cobre sua mão com a mão dele, ao menos vamos tentar parecer que somos um casal decente voltando para casa de ônibus em um domingo chuvoso. Ele fecha os olhos para sentir melhor a mão, o sangue, as lambidas na orelha que ela decide aplicar (ou fecha os olhos para não saber se alguém está vendo tudo?).

Vão assim por três bairros inteiros. Na parada final desembarcam, e, assim que o 121 começa a manobra no terminal em forma de ferradura, ela pede que ele entre com os dedos por baixo da saia e sinta o líquido escorrendo pela costura lateral da calcinha, olha só o que você faz comigo, diz antes de um beijo quente.

Sobem no elevador até o segundo andar de sempre, ela não o deixa sair. Aperta o oitavo, agora é hora de viajar. Fecha as mãos em concha na bunda dela, força o quadril contra as cadeiras e a saia agora erguida quase na altura dos peitos. Não há câmeras aqui, parece.

Por trás da porta do apartamento vão caindo roupas, desamarram-se os sapatos, e ela se ajoelha diante dele com as mãos úmidas de saliva que vão molhar as bolas, as coxas e o períneo dele. Com o celular na mão, ele tira fotos. Ela sugere filme.

Dá para ele de pé, os dois encostados na parede, e ele grava tudo primeiro pelo espelho, depois com um ângulo de baixo para cima, o foco no entra e sai frenético que acaba em uma cascata que muito dificilmente daria para identificar se veio dele, se veio dela ou dos dois amontoados.

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