X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 “Cara de quem sabe fazer” https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/22/cara-de-quem-sabe-fazer/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/22/cara-de-quem-sabe-fazer/#respond Fri, 22 Oct 2021 18:41:24 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3222 Por Carmen

É curioso pensar o quanto a gente julga o sexo (e tudo) pela aparência das coisas. Eu, você, todo mundo. Ou na verdade, o que sempre está em jogo acaba sendo a nossa interpretação – completamente subjetiva – da realidade. Vou apimentar o meu ponto…

Outro dia recebi uma mensagem inbox de um amigo no Instagram. Há meses ele me segue, olha todos os meus Stories (e nem me venha com papo de terapeuta dizendo que isso “só significa” que eu estou na sequência natural de outras publicações…). Tenho certeza absoluta de que não, enfim. Às vezes, ele envia alguma dessas reações padronizadas. Algumas outras, escreve algo como quem quer puxar papo.

 

silhueta
Crédito da foto Maru Lombardo/Unsplash

 

(E cabe dizer: ele sabe do meu status de relacionamento; e eu já flagrei, e fiz questão de demonstrar, a condição amorosa dele. Comprometido.

Pois bem. Na nossa mais recente interação, contei dessa minha história virtual para meu melhor amigo. “Quero ver fotos”, ele pediu. Eu prontamente providenciei. A avaliação chegou sem rodeios: “E ele tem cara de quem sabe fazer…”. A frase não saiu da minha cabeça.

Uma noite, decidi me masturbar. Estava sozinha em casa e com pouca inspiração. Aí, lembrei da avaliação um tanto incentivadora do meu amigo, e por que não espiar as fotos na “timeline” do contatinho platônico? Alto, corpo de quem faz esporte uma vida inteira, pele morena de sol. Um tanto sério.

Minha excitação foi aumentando. E ver (sem querer) uma foto da “namorida” dele, linda aliás, me deixou ainda mais molhada. Gozei suave com o dedo indicador esfregando meu clitóris – e algumas gotinhas de um lubrificante maravilhoso à base de silicone. Depois de um banho, deitei para dormir. E aí começou um sonho de trepada de fato…

Estávamos os dois em um quarto de hotel, desses bem luxuosos com ares da Bahia. Ele, com a toalha de banho amarrada na cintura. Eu, nua entre os lençóis. Ele se aproxima, olha dentro dos meus olhos, me beija de leve para que eu peça mais. Os lábios molhados descem pelo meu corpo, cada instante em um lugar, enquanto ele puxa a roupa de cama e me deixa exposta. Assim, ele pede que eu abra as pernas para ele poder me olhar. Eu obedeço, encantada com aquele olhar penetrante (sim este é o sinônimo-clichê mais adequado nesta cena do meu sonho…).

De repente, sinto a textura de sua língua na minha virilha, logo passeando pelos meus pelos, entrando na minha vagina, tocando a pontinha do melhor lugar do mundo. Não sei o quanto se demora ali, quando vejo o volume imenso quase escapando da toalha – tamanho não é garantia de nada, mas causa uma impressão…
Ele entre em mim fazendo movimentos incríveis. Segurando firme no meu quadril, depois me virando de costas, de lado, sentada sobre ele. Tudo tão intenso, tudo em um lampejo. Tudo com “cara de quem sabe fazer”. E faz. Tão bem que gozo sonhando; e se você é mulher, sabe do que estou dizendo.

Desperto nesse derramamento, um pouco frustrada por me deparar com a imaterialidade do meu desejo. Outra porção maior, feliz.

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Rotina nossa de cada dia https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/18/rotina-nossa-de-cada-dia/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/18/rotina-nossa-de-cada-dia/#respond Mon, 18 Oct 2021 19:19:45 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3219  

Por Carmen

 

Uma amiga solteira dizia o quanto se sente sozinha desde o início da quarentena. Outra, que não tem o mesmo ímpeto para o sexo que seu “namorido” – por ele, transaria todos os dias, de manhã e de noite; por ela, com sorte uma vez na semana. Inevitável pensar na minha própria rotina sexual. Chegando à grande questão: por que deixamos parte da nossa libido mais adormecida, sempre que temos a ilusão de um amor para chamar de nosso (ou supostamente à disposição)?

A indagação serviu de incentivo. E mesmo com a agenda corrida, o trabalho e a louça na pia acumulados em igual proporção, resolvi testar algo mais trivial. Um resgate de amor-próprio e tesão, pelo privilégio de estar viva. Aconteceu assim…

 

casal na cama
Crédito da foto Unsplash/We VibeToys

 

Quando meu namorado saiu naquela manhã, tomei um banho mais demorado, e com uma playlist de levantar o astral. Escolhi uma lingerie daquelas que separo para dias especiais, uma camisa bem confortável (dele), desabotoada estrategicamente até a altura dos seios, mais uma sandália que deixasse os pés bonitos e à mostra e um par de brincos esvoaçantes.

Ainda dediquei algum tempo na make, algo que não fazia há meses dada a rotina dentro de casa. Olhos esfumados mais escuros, como usaria em uma balada, batom com um toque de boca molhada. Caprichei no hidratante corporal e no perfume. Depois, me sentei para trabalhar na mesa da sala, como de costume.

Não tinha reuniões programadas naquele dia e não precisaria explicar a produção para ninguém. Trabalhei algumas horas, me sentindo mais poderosa, o que ajudou até na minha produtividade. A certa altura, tive vontade de pegar um dos meus “vibros” na gaveta. Algo espontâneo.

Enquanto preparava uma apresentação importante, me permiti sentir a delícia de um carinho discreto, afinal, na vida, a gente também precisa aprender a se dar prazer. Um prazer diário, de preferência em cada experiência, seja cuidando da casa, seja apenas conosco, seja com quem nos faz bem. Passei horas assim, excitada, vivendo o momento presente – e sem querer gozar. O melhor ainda estava por vir.

Já anoitecia quando abri um vinho. E de tão relaxada e à vontade nesta minha versão profissional-sexy-que-se-basta, me surpreendi com o barulho da porta abrindo. Passada a distração inicial, meu namorado me viu e ficou em silêncio. Não permiti que falasse.

Olhei nos olhos dele, dei mais um gole da bebida, me levantei e caminhei até ele, beijando-o com a boca do meu melhor desejo. Coloquei a mão sobre a calça dele, logo por dentro da cueca até sentir seu pau molhado. Cheirei o pescoço, senti a barba na minha pele. Desabotoei a camisa, mostrando a lingerie. Senti a boca dele por cima da minha calcinha, os dedos dentro da minha buceta e passeando pela minha bunda. Chupei-o até que pedisse: “Deixa eu te comer bem gostoso”. “Vem, amor. Esperei o dia todo por isso”, sussurrei fechando o computador.

(Dormi pensando em dizer à amiga enamorada que aproveite mais o seu par, e à solteira que curta mais de si mesma. Vamos lembrar do bom e do bem de viver à flor da pele, apesar da rotina.)

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Máscara como sex toy https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/12/mascara-como-sex-toy/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/12/mascara-como-sex-toy/#respond Thu, 12 Aug 2021 22:19:49 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3199 Por Carmen

Encontrei um antigo affair na casa de uma amiga em comum. Um breve respiro, apesar das máscaras – e é justamente sobre o lado sexy deste acessório obrigatório que quero te falar. Uma descoberta…

 

máscara
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Vamos direto ao final do encontro, quando este amor mal resolvido fez questão de me levar até o portão da rua – pelas minhas contas, não nos víamos havia uns três anos. Um querendo saber um pouco mais do outro, o sorriso em comum saltando dos nossos olhos. De repente, ele me diz assim: “Ah, sem máscara, vai…”. E antes que eu pudesse me dar conta, retira a dele olhando para mim, depois solta uma tira da minha e me abraça fazendo um carinho gostoso no meu pescoço. De-mo-ra-da-men-te.

Perdi a noção do tempo, imagino que ficamos longos minutos ali. Ele mais relaxado que o habitual. Eu, automaticamente excitada, confesso aqui a você, considerando o frio na barriga de rever alguém por quem me apaixonaria novamente, e a fração de segundo em que me senti sendo despida, como se estivesse tirando uma peça de roupa íntima em uma primeira transa – sensação que ainda não havia experimentado com uma máscara de proteção!

O que se revelou ali, no entanto, foram dois sorrisos deliciosamente insinuantes, as bocas mordiscando uma pontinha de língua, este órgão tão amedrontado desde o início da pandemia (suspiro). Nos despedimos ali, com a promessa de marcarmos um café qualquer dia, quem sabe.

Cheguei em casa com aquela cena percorrendo todo o meu corpo. Tomei um banho, escolhi a playlist e comecei a me masturbar na sala. E meu amor chegou da rua na hora exata. A tempo de se surpreender com a recepção inesperada, me ver encharcada de tesão e embarcar na minha fantasia gentil ao pé do ouvido: “Ah, me fode usando a máscara, vai…”.

(Vale registrar: as regras do encontro, por conta do aniversário desta amiga, eram bem claras. Apenas um grupo dos dez mais chegados, todos ao menos com a primeira dose da vacina, teste rápido feito no dia do evento, programação de não mais que duas horas, ao ar livre. O novo normal pode ser estimulante, afinal!)

 

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Ao pé do ouvido: testamos uma plataforma de áudios eróticos https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/07/ao-pe-do-ouvido-testamos-uma-plataforma-de-audios-eroticos/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/07/ao-pe-do-ouvido-testamos-uma-plataforma-de-audios-eroticos/#respond Wed, 07 Apr 2021 12:32:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3150 Por Carmen

Uma voz sensual que chega bem perto, entra no ouvido, cochicha, geme, assopra, fala aquilo que você não tem coragem de falar. Ou tem, mas também adora ouvir.

Parece interessante?

A onda da produção de conteúdo em áudio, que tem feito brotar podcasts de tudo quanto é tema, tinha potencial para chegar ao erótico e chegou. Resolvemos testar a Tela Preta, uma plataforma por assinatura de contos eróticos narrados.

Fiz direitinho: deitei na cama, só de calcinha, coloquei o fone de ouvido e abri a tela  – sóbria, como o nome indica, fundo preto e, em vez da profusão das costumeiras cenas congeladas, gifs ou fotos explícitas de gosto duvidoso, ilustrações quase minimalistas, monocromáticas. Agradou. Percorri os olhos nos títulos: “Batendo pra ela”, “Ouve de Quatro”, “No Beco”.

 

tela preta
Crédito da foto Reprodução

 

Não tem segredo para navegar. As seções se empilham: novidades, mais safados, mais leves, masturbação guiada, contos LGBT+, entre outras. Não senti necessidade de usar a ferramenta de busca, disponível no canto direito superior, porque apesar de uma boa quantidade de contos, ainda não dá para se perder ou deixar de ver alguma coisa na plataforma, lançada no ano passado. Os contos variam de rapidinhas, menos de 4 minutos, até sessões mais longas, com quase 20 minutos. A maioria fica com uns 6 ou 7 minutos.

Fui direto para a seção +Safados, “vamos ver se esse negócio me excita para valer”, pensei. Uma voz feminina me invadiu. Sotaque carioca, pronúncia clara, sexy. A primeira coisa que me surpreendeu foi a intimidade que o áudio proporciona, a voz está realmente ali, na curva da orelha, provocando arrepio.

Aos poucos, fui deixando de me concentrar na voz e comecei a embarcar na história – uma mulher que ia a uma casa de swing pela primeira vez. Quando comecei a imaginar as cenas, – havia bastante descrição, bem mais do que um contexto para a cena – entendi que há poder de excitação nesse formato, sim. Dá espaço para a imaginação, tão necessário, mas que o pornô mainstream nunca entregou. Que bom que surgem cada vez mais alternativas.

Enfim, dali eu pulei para histórias com mais de um narrador, por ASMR (Resposta Sensorial Autônoma do Meridiano, aqueles sussurros e barulhinhos que deixam gente com um frio na barriga excitante) e fui conhecendo as vozes por trás dos nomes dos narradores, elencando as minhas favoritas. Por que eu me peguei tanto às vozes, mais do que nas histórias em si, que são bacanas? Acho que porque elas são o elemento novo quando falamos de um áudio erótico.

Vale conhecer, sabe? Sei que todos criamos meio que uma rotina nessa busca pela excitação, mas quebrar o hábito e conhecer coisas novas pode ser surpreendente. Assim como no ato sexual em si, a tendência à mesmice pode matar a libido.

 

 

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Timing é tudo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/30/timing-e-tudo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/30/timing-e-tudo/#respond Wed, 30 Dec 2020 14:06:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3092 Por Carmen

Tenho pensado na questão do timing no sexo, desde que a Dolores matou a pau quando escreveu sobre a hora certa para se chupar uma xoxota, lembrando que tem gente que considera cair de boca apenas uma preliminar e finge não saber que o oral pode e deve ser a finalização, especialmente quando um já gozou e o outro ainda não.

Mas acho que falar de timing para certas questões do ato sexual vai além. Óbvio que cada corpo é único e se excita e gosta de coisas diferentes, vou falar, portanto, de algo relacionado à minha experiência, mas sei que não estou sozinha nessa.

A começar pela atração.  Você deseja alguém que conheceu. Até conhecer demais. Perdeu o timing. Vai dizer que nunca rolou?

 

excitação
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Na cama, uma das coisas mais difíceis é entender o momento do outro. Tem dias que meu companheiro curte que eu pegue suas bolas, em outros, mal posso relar. Por outro lado, eu posso amar ou odiar a fricção do meu clitóris. Depende do grau de excitação em que me encontro, se já gozei ou não, do período do mês, do meu humor. Sim, é um desafio. Saber ler sinais e, principalmente, ouvir, é importante para que alguém não se esquive do seu toque por uma questão de erro de timing.

Sexo oral é um pouco mais fácil, porque é tão, mas tão bom, que mesmo que eu esteja seca e estranhe o toque da língua porque ainda não estou no ponto, logo a saliva entra no jogo e os demais fluídos acompanham.

A dica de ouro é que meu corpo precisa ansiar, desejar, antes de receber. Se não, não dá o devido valor. Corpinho mimado esse meu.

 

 

 

 

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Um Dia do Sexo (quase) sem obrigação https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/um-dia-do-sexo-quase-sem-obrigacao/#respond Sun, 06 Sep 2020 21:54:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3014 Por Dolores

Não tem tanto tempo assim que uma marca de preservativos decidiu que o dia 6 de setembro seria oficializado como Dia do Sexo. Por conta do visual do 6/9, aproveitou a alusão ao me chupa que eu te chupo, e editou o calendário. O poder esquisito que tem o marketing.

Porque, convenhamos, tem pouca coisa pior no mundo do que ter data marcada para transar. Vai ver tem até motel que propõe hora pra trepada, oferecendo promoção pra quem entrar na suíte às seis da tarde e nove minutos. Eu acho broxante.

A parte mais gostosa do sexo pra mim sempre teve relação com o proibido, o escondido. Com a surpresa, com o fazer diferente. Óbvio que dentro de relações monogâmicas e duradouras isso é menos constante, você leitor vai argumentar, mas garanto por experiência própria que não é nada impossível. Há dezenas de maneiras de preservar aspecto tão importante.

Então, é puxado para alguém com essa cabeça achar legal a proposta de agendar sexo. Sim, claro que em aniversários, por exemplo, a gente sempre sabe que vai transar. Mas você há de convir que datas comemorativas em geral guardam bem menos pressão que um marco no calendário que te manda botar o pinto pra fora, virar de quatro, e ainda gozar.

Seria quase como eu e Carmen virmos aqui escrever sobre sexo por obrigação. Ter que forçar a barra duma atmosfera pra criar os contos e as histórias deliciosas que, glofiquemos de pé, nos saem com tanta naturalidade e prazer. Não rolaria.

Porém, porque somos especialistas no assunto, e porque queremos ajudar quem se vê compelido a entrar no jogo do meia nove neste domingo à noite, separo aqui sugestões para ajudar a entrar no clima, caso o clima pareça algo muito distante dado que estamos todos presos dentro de casa há meses, olhando incessantemente para a cara do parceiro.

  • Filme em dupla

Os serviços de streaming têm centenas de opções de filmes e séries em que o sexo é uma constante. Dependendo de como funciona a sintonia de vocês neste aspecto, dá para escolher algo para assistir juntos e criar uma atmosfera sensual. Esqueça aquele jogo bobo que muitas vezes a gente faz como casal, de todo mundo fingir que não sabe que a gente vai transar, sendo que a gente sabe super que a ideia de deitar pra ver esse negócio sempre foi eu sentar na sua cara daqui a pouco. As cartas hoje são bem abertas. Voltando: se vocês são mais tímidos, peguem uma produção mais leve, em que haja uma ou outra cena de sexo mais picante. Se forem do tipo que fala mais abertamente sobre isso, se joguem em algo tão explícito quanto sua relação. E, se entre vocês não há papas na língua, pulem direto para um pornô que agrade aos dois – sim, até no Dia do Sexo é importante lembrar que todo mundo tem que estar confortável com o que se passa na tela e o que se passa na cama. Caprichem na masturbação mútua, brinquem de reproduzir o que a ficção sugere. Com um estímulo destes, até mesmo as obrigações podem ficar gostosas.

Number Sixty Nine (69) Fluorescent Circle or Square Labels

  • Sex shop por aplicativo

Já viu que, entre as opções de restaurante, supermercado, farmácia e loja de chocolate também tem alguns sex shops nos aplicativos de entrega? Pois escolham cada um no seu celular um presente para o parceiro ou parceira, e cliquem para fazer o pedido. A expectativa da entrega, a surpresa da escolha, e o clima que vocês vão criar para abrir as embalagens já vão deixar todo mundo molhado e feliz.

  • Sessão de fotos particular

Separem alguns abajures, acendam algumas velas, e criem uma iluminação diferente em algum cômodo da casa onde haja privacidade. Câmera na mão, é hora da ação. Divirtam-se e provoquem-se posando um para o outro – pode começar com pouca roupa e ir fazendo as peças sumirem conforme a sessão progride.

  • Jantar pelado

Uma garrafa de vinho, um prato fácil de preparar ou algo encomendado, uma playlist boa rolando na TV da sala. Que tal jantarem juntos vestindo absolutamente nada? Conforme o papo e o nível etílico evoluem, dá pra inventar boas provocações e acabar em cima da mesa da sala – só cuidado para não espetar a bunda no garfo.

  • Meia nove inventivo

Por fim, mas não menos importante, uma releitura de um clássico. Quem foi que disse que meia nove só se faz com a boca? Separem o brinquedo sexual favorito do parceiro ou parceira, assumam suas posições do tradicional me chupa que eu te chupo, e, em vez de caírem de boca, façam a estimulação com o vibrador, o masturbador, o sugador, enfim, o que mais gostarem. E, já que não vão estar com olhar assim tão colado nas partes alheias, como estariam no meia nove clássico, aproveitem para apreciar bem a vista, especialmente na hora em que a pessoa de quem você gosta estiver chegando perto do gozo.

Um feliz Dia do Sexo pra vocês!

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O guia definitivo da chupada ideal https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/o-guia-definitivo-da-chupada-ideal/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/24/o-guia-definitivo-da-chupada-ideal/#respond Fri, 24 Jul 2020 22:57:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2993 Por Dolores

Detesto cravar que um documento é definitivo porque o mundo dá voltas. Mas, neste caso, em que venho a público lançar o Ultimate Manual Uber Blaster para chupar xoxotas, arrisco dizer que não haverá uma segunda versão, quiçá uma revisão de nada, porque é muito pouco provável que algo significativo mude seja na técnica aqui apresentada (infalível, a melhor, salve salve), seja na anatomia das xoxotas, que desde que o mundo é mundo conservam a mesma aparência, com uma ou outra variação de tamanho, vegetação ou sabor.

Sem mais delongas, este manual surge não só para tentar ajudar você, caro leitor, cara leitora, a parar de sofrer quando chegar a hora de cair de boca em uma mulher, mas principalmente a aumentar o número de moças felizes ao redor do mundo, porque se tem uma coisa que nos deprime é quem não saiba executar direito algo que, convenhamos, nem é tão complexo assim.

Meu palpite sempre foi o de que a pornografia neste caso estraga tudo. Discordo quando se alega que é má vontade dos homens (e de algumas mulheres, mas muito mais frequentemente deles) não aprender a chupar uma mina. Todos os que conheci, e que por sorte até que mandavam direitinho na arte, estavam muito abertos a aprender movimentos ou adaptar os já conhecidos, a fim de aproximar ao máximo aquela chupada à que tenho idealizada em meus mais queridos sonhos.

Pois bem. Caneta e papel a postos, é hora de praticar em sete passos.

  1. Há dois componentes fundamentais em uma boa chupada de xoxota: conhecimento e paciência. Falemos primeiro do primeiro. Não dá para chupar uma xoxota sem conhecer sua anatomia. Ela não é como um pinto, que está lá para quem quiser ver, sem muita possibilidade de erro. As vaginas são complexas, mas não de uma maneira inviável, inclusive porque, você é esperto(a) e já sabe, o órgão feminino é idêntico ao masculino na composição – a diferença é que está tudo ali compactado numa área menorzinha. Aproveitando a comparação, se você é um homem basta pensar que, se é na cabeça do seu pau que o prazer maior acontece, o prazer da mulher está guardado no que seria o equivalente dela: a ponta do clitóris. Sim, o clitóris. Este grande alvo de piadas na internet, mas que, no fundo, todo mundo sabe onde fica – o problema mesmo é entender como operar. De todo modo, vale relembrar. “Abra” a xoxota pelos grandes lábios, que é a parte gordinha e externa. Você vai encontrar os pequenos lábios, que são uma versão em miniatura destes em que você acabou de mexer. O grande orifício, onde a gente gosta de introduzir vibradores, dedos, a língua e até mesmo um pau está ali visível e clara. Mais para cima, se você olhar com cuidado, há um buraquinho: é a uretra feminina. O clitóris está acima dela. Ele se parece com um dedinho, e pode ser pequeno ou grande, a depender da mulher. Aliás, um momento de curiosidade: a pornografia (sempre ela) costuma dar preferência à estética das mulheres com clitóris menores, por considerá-los mais delicados e infantilizados. Pois é interessante saber que, quanto maior o clitóris, mais área útil para sentir prazer, o que confere às minas clitorudas uma vantagem.
  2. Agora que você sabe onde está o clitóris, é hora de trabalhar. Vamos partir do pressuposto de que você já cuidou bem desta mulher a quem agora vai chupar. Que deu carinho para ela, tratou-a direito, e que ela está excitada o suficiente para acusar o golpe. Sim, porque não adianta nada chupar uma xoxota assustada. Usando de novo a analogia peniana, conosco não funciona a técnica do “vou fazer crescer na minha boca, quer ver?”. A gente precisa estar com tesão, para que o clitóris fique um pouquinho duro e pronto para a ação. Sim, clitóris também sofrem ereção, não sabia? Então que esta informação – fundamental – fique classificada como número dois.
  3. Comece com lambidas largas, de língua aberta, pelo entorno todo. Sem frescura com pentelhos, real. Ou você é todo depilado da cintura para baixo? Pense que tudo aquilo que alguém se dispõe a fazer com você pode e deve ser retribuído agora, então abstraia dos pelos e bola (ops) pra frente. Lamba generosamente, molhe tudo, demonstre que está curtindo o que está fazendo. Aliás, está aqui um conselho importante: as mulheres costumam noiar que o sexo oral nelas é cansativo para o parceiro ou parceira, e, com isso, não relaxam o suficiente para gozar. Ajude sua mina a ficar tranquila de que, sim, você está feliz com isso, e que vai aguentar até o final.
  4. Sim, aguentar é a palavra. Veja bem: você vai lamber o entorno, começar a explorar os grandes e pequenos lábios, e então vai colocar o clitóris todo dentro da boca. E, quando começarem os movimentos ritmados de verdade, será preciso que você aguente firme, porque pode ser cansativo. Sexo oral nos homens também cansa, guarde esta informação, mas quem aplica não costuma reclamar. Então, seja generoso(a) e aplicado(a). Voltando: com o clitóris todo na boca, explore todo o formato dele, com calma, passando a língua por todas as dobrinhas. Esqueça seus dedos, por ora, nada de ficar enfiando coisas dentro da mulher enquanto está dando sexo oral. Foque no que importa. Brinque com o clitóris até sentir que o grande momento chegou.
  5. Agora é seu momento de brilhar. Mentira. É o momento dela. Você está aí para levá-la ao melhor lugar do mundo, veja o tamanho da sua honra. Encontre uma posição confortável, porque você vai ficar nela por uns bons minutos, talvez até meia hora. Ninguém quer você parando no meio para ajeitar sua perna que está formigando. Comece a aplicar movimentos ritmados e repetitivos. Não, sua língua não é um dedo, então o movimento esperando não é igual àquele que a gente faz com os dedos na hora da siririca. É outra coisa. Experimente, por exemplo, fazer círculos com a língua, sempre para o mesmo lado, primeiro devagarinho e com menos pressão, para depois “apertar” um pouco mais a língua na xoxota e acelerar o ritmo. Se os círculos foram incômodos para a base da sua língua, tente de baixo para cima e vice-versa. Veja o que é mais fácil de manter de modo contínuo, e vá sentindo como a mulher responde. Poucas coisas na vida são tão prazeirosas quanto perceber que a pessoa que se está chupando está chegando perto de gozar.
  6. Por fim, se não der certo na primeira (segunda, sexta, décima) vez, não desanime. Assim como grande parte das coisas no mundo, a chupada perfeita exige prática, então mantenha o foco em se tornar um(a) bom(boa) chupador(a) que a sua hora chegará.
  7. Ah, sim, importante: se você não tem uma xoxota na qual treinar, experimente o que tem em casa. Sério. Vale pegar um mamão quase maduro aberto na metade, uma mexerica, ou mesmo sua própria mão, fazendo um dos dedos de clitóris. Quanto mais você treinar a permanência da língua neste tal movimento repetitivo e tão necessário, mais craque você vai ficar.

Boa sorte!

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Sobre gostar também de meninas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/#respond Sun, 28 Jun 2020 17:47:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2966 Por Dolores

A Bruna foi a primeira pessoa por quem me apaixonei na vida. Entre a parte da frente e as duas quadras imensas nos fundos do terreno, havia quatro construções, ocupadas por escritórios variados, banheiros, um estúdio de balé, secretaria, a cantina, salas de aula e um pequeno pátio. E foi na escada que levava a um quartinho da escola que ninguém nunca soube o que tinha dentro que eu dei meu primeiro beijo.

Tecnicamente não teria este nome, para dizer a verdade. Porque só a minha boca se mexeu, e nem nos lábios dela eu encostava – beijei o antebraço da Bruna aos seis anos de idade. Ela deixou porque éramos melhores amigas, acho, ou porque eu pedi com jeito, ou talvez tivesse pena de mim.

A Bruna e seus imensos olhos azuis pousados cheios de compaixão na minha cara de quem, cega, ama e se entrega. Depois disso passei muitos anos só beijando e transando com meninos, daí vieram os homens, e só com 20 e poucos, numa viagem a Porto Alegre, revivi o frio na barriga que a Bruna me dava.

Aleteia veio da Espanha, era bailarina e bebia uísque. Foi para o meu quarto do hotel, depois do jantar de confraternização entre sua companhia e os jornalistas que viajaram para assisti-la dançar. Ela tinha cheiro de rosa. A Bruna tinha gosto de chocolate.

Sempre achei a parte mais complicada da bissexualidade esse prólogo antes de entender que podia chegar nas garotas sem levar em troca uma cara de incredulidade. Tomar toco todo mundo toma, faz parte do jogo da sedução, mas o espanto e o quase nojo com que algumas olham machucam mais fundo. É como se não perdoassem a ousadia de uma mina considerar que elas também possam gostar de minas.

Revealed: The 5 Health Benefits Of Chocolate

Tem outra etapa chata, mas essa mais introspectiva que a outra – fora a vantagem de que ela acontece por um tempo e, depois, você a vence e nunca mais tem que encará-la. Não sei se é assim para todo mundo. Comigo, foi preciso falar bastante disso na análise até entender que o desejo que eu sinto por outras mulheres não tem, além de nada de errado, qualquer tipo de recalque.

Algo como compreender que esta vontade não passa nem de perto pela minha sexualidade com os homens, não é influenciada por ela, não se confunde em parte alguma. Levou tempo, consumiu anos de sessões, mas se mostrou muito útil, esse entendimento.

Foi nesse período que vieram, então, outras flores e doces, em noites com menos noias e mais leves. Descobri que gosto mais de meninas de um tipo físico em particular. Que eu tinha uma musa. E que a liberdade de poder vivenciar a sexualidade sem vergonhas não tinha preço.

Fazia tempo que nada extraordinário acontecia, quando reconheci, em outros olhos grandes, o mesmo verão que eu via no rosto da Bruna quando a gente ficava na escadinha rumo ao desconhecido, na escola da Vila Mariana. Um almoço em um sábado bonito, tinha música tocando, grupos diversos de conhecidos espalhados em mesas e cadeiras pelo salão.

Eu soube desde o minuto um no que aquilo ia dar. Uma garrafa de vinho branco gelado depois, o tempo correndo, e ela precisava ir embora, outros compromissos, explicou. No banheiro, nos esprememos em uma cabine, as taças apoiadas sobre o tampo de cerâmica da caixa do vaso.

O melhor beijo, mais gostoso que o braço de cacau da Bruna, que qualquer buquê, que todas as outras bocas, quem sabe. Ela abriu o primeiro botão do meu vestido para fazer caber a mão lá dentro. Segurou um peito, depois afundou a cara entre os dois, ao mesmo tempo em que já empurrava minha calcinha pernas abaixo.

Encostei-a na outra parede da cabine, a parede dela, porque sabia que em breve a perderia. Segurei sua cabeça entre as mãos, lambi sua boca, para então afundar a língua entre seus dentes, quero engoli-la. Ela é pequena. Ela cabe inteira no meu domínio.

Minha calcinha cai no chão, eu baixo a cabeça para olhar, e ela surge em meio às minhas coxas. Com o dedão se enfia na minha xoxota, com a língua lambe meu clitóris em círculos e de vez em quando olha para cima.

Nunca mais nos encontramos. Eu culparia a pandemia, ela diz que eu enrolo para marcar um novo encontro. Outro dia brincamos de o que você levaria para uma ilha deserta se pudesse passar lá sua quarentena. Na resposta dela havia livros e álcool. Na minha tinha chocolates, rosas e ela.

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A sua sorte https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/18/a-sua-sorte/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/18/a-sua-sorte/#respond Thu, 18 Jun 2020 21:38:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2960 Por Dolores

A sua sorte é que eu não tenho um pau.

Eu te encurralava, te dominava, te violava no chão igual à música do Chico, se eu tivesse um pau e fosse você do meu lado, igual é hoje em dia, mas quem tem o pau é você.

Eu não ia te deixar em paz. Você não ia ter sossego. Seu dia ia começar bem cedo, na verdade não era nem dia ainda, porque antes do nascer do sol eu já ia me embrenhar pra perto do seu corpo deitado na cama, subir a palma da mão da coxa pra bunda, e, segurando cada banda prum lado, ia me roçar pra você me sentir crescer comigo já lá dentro.

Sorte sua, eu não ter o que bem podia. Não adiantava reclamar, dizer que precisa dormir, que amanhã tem que acordar cedo. E, quando acordasse de verdade, era o meu pau, e não mais o seu, que íamos adorar feito imagem de ídolo, duro e imponente, respeitável em todo o seu ineditismo.

Não que a gente fosse se surpreender com o fato de que, azar o seu, agora eu tinha um pau e queria aproveitá-lo direito. Ia se normalizar, o novo membro, mas não sem que antes, de novo, igual à música, eu não te desse perdão.

Abaixa pra pegar coisa no chão, na última gaveta, pra amarrar sapato, pra você ver o que te acontece. Ajoelha na minha frente. Se eu tivesse um pau – e é sorte sua que eu não tenha – era em você que eu testava as descobertas, sensação por sensação, novidade por novidade.

Corpo De Mulher Sexy E Atlético Na Cueca Branca. Fotos, Retratos ...

E eu te acho tão gostoso, tão apetitoso, que, se eu tivesse um pau (azar o seu), esfregava em você inteiro. Não ia haver trégua. Não tinha momento certo. Toda hora era hora de eu ver o que de tão bom parece ser ter um pau e poder encaixá-lo em frestas, molhá-lo em poças.

E, de tanto pensar que ter um pau era sua desgraça, de ter certeza do seu desgosto e asco, quase me perco no devaneio e me esqueço do quanto eu penso, às vezes, que pode ser que sem um pau eu não viva (azar o meu), e que calha de ser o seu a que eu tanto adoro feito imagem de ídolo.

Duro e imponente, ainda que em sua frequência morna do cotidiano, agradeço aos céus que você queira aproveitá-lo direito. Que não me dê perdão. Nem me conceda paz. E, agora de memória fresca e já quase molhada, sei que não havia como não ser sorte se eu pudesse também fazer a você as maravilhas que você faz comigo.

A minha sorte é que você tem tudo de que eu preciso.

 

 

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Sexóloga fala sobre tesão (ou a falta dele) na quarentena https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/04/sexologa-fala-sobre-tesao-ou-a-falta-dele-na-quarentena/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/04/sexologa-fala-sobre-tesao-ou-a-falta-dele-na-quarentena/#respond Fri, 05 Jun 2020 01:56:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2950 Por Dolores

Talvez nunca se tenha falado tanto de sexo e se feito tão pouco sexo na história da humanidade quanto agora, durante a quarentena. Isolados em nossas casas, às vezes acompanhados, às vezes sós, temos pensado muito nas maravilhas da cama, mas desfrutado bem menos delas – afinal, como é que faz para o tesão resistir às inseguranças, medos e frustrações causadas pela pandemia?

A sexóloga Carla Cecarello, porta-voz da K-Y no Brasil, explica por que nos sentimos desse jeito, e ajuda a entender se o que tem acontecido entre nossas quatro paredes é esquisito ou esperado. Leia a entrevista com ela.

É normal que casais que morem juntos queiram fazer menos sexo durante a quarentena? Por que isso acontece?

Isso pode acontecer sim. No início essa não era a realidade em maior parte dos casais, pois uma grande parte deles estava considerando a quarentena uma grande oportunidade de fazer mais sexo e experimentar novas práticas, adquirindo produtos no mercado erótico. Com o passar da quarentena, onde muitas pessoas ficaram mais atribuladas, com mais trabalho e mais preocupadas com o futuro extremamente incerto, algumas passaram a não dormir bem e a desenvolver um alto índice de ansiedade, o que consequentemente fez o sexo ficar em segundo plano. Devido a isso, muitos casais não estão querendo ter uma frequência sexual razoável na quarentena. Alguns casais até começaram a entrar em conflito, e a gente sabe que em outros países, como China, França e Itália, o índice de divórcios aumentou pós quarentena.

Há algo que os casais possam fazer para ter mais vontade e, consequentemente, aumentar essa frequência?

Sim! Sempre há algo que os casais podem fazer, basta que ambos queiram fazer. É necessário que eles percebam que a coisa não está legal, que a frequência diminuiu ou que a cabeça está em outro lugar e não no relacionamento. De alguma forma, os casais precisam perceber que precisam fazer essa melhora. Isso é muito importante. O primeiro passo a ser dado é conversarem sobre, dividindo suas angústias. Posto isso, o casal pode começar a promover novas possibilidades e pensar em sex toy para despertar a relação. Caso o casal nunca tenha utilizado brinquedinho, creminho, gelzinho ou coisa do tipo, eles podem começar com algo mais tranquilo, e juntos encontrarão algo.

Como lidar com a culpa quando um parceiro quer mais ou menos que o outro?

Quando um parceiro quer mais ou menos que o outro, e isso começa a gerar uma culpa, não há muito o que fazer além de conversar a respeito. É necessário expor suas angústias e expectativas, pois isso poderá ajudar a acertar os ponteiros.

Por outro lado, alguns casais têm aproveitado o momento para se relacionar mais intimamente. Pode ser legal experimentar coisas novas? Quem nunca fez sexo anal, por exemplo, agora é um bom momento pra testar?

Sim. Esse momento fez com que muitos casais resolvessem dar uma atenção especial ao sexo. Então, com um tempo maior juntos, é possível se aventurar em novas práticas. É muito legal experimentar coisas novas, mas é importante que o outro também queira. Não adianta o desejo ser só de um lado, ele precisa ser de ambos. Antes de começar uma nova prática, a conversa é necessária. Estamos vivendo um momento onde os sentimentos estão potencializados e isso pode gerar um certo conflito. Quem nunca fez sexo anal, esse pode ser um ótimo momento, pois essa é uma prática que exige um certo tempinho e uma adaptação, pois não é de primeira que vão conseguir.

empty bed - Well of Life Center

Por falar em sexo anal, esse é um tema bem recorrente aqui. Quais são suas dicas para quem está começando?

O casal precisa se informar e até mesmo assistir algum vídeo. Eu mesma tenho um vídeo no YouTube onde explico o passo a passo para fazer o sexo anal. Essa é uma prática que exige uma grande entrega, e é possível sentir muita dor. Então, é preciso realizar com calma. Também é necessário lubrificar bastante o ânus para poder fazer a penetração deslizar bem. O gel lubrificante vai ajudar a deslizar melhor. Tem que iniciar a prática com o dedo para depois iniciar a prática com o pênis. Então, é necessário que o casal tenha tempo e tranquilidade para poder realizar o sexo anal, por isso a quarentena é um ótimo momento, já que os casais estão juntos 24h. Trazer novidades para a relação pode ajudar muito, mas o diálogo é muito importante antes de qualquer prática.

Os solteiros têm brincado muito nas redes sobre estarem quase desesperados para transar com alguém. Você acha que é possível estar assim com essa libido tão aflorada após dois meses e meio sem sexo? O ser humano não consegue ficar esse tempo sem transar, ou pode ter alguma relação com a necessidade de passar para os outros a imagem de alguém muito cheio de tesão o tempo todo?

Realmente é muito difícil, principalmente quando se é mais jovem, pois há uma necessidade maior, até por conta da parte hormonal. Além disso, eles sentem uma necessidade de “não perder tempo”, de ter um maior conhecimento das situações, principalmente para quem já tinha uma prática sexual. Existe mais vontade de querer estar junto com alguém, ter a pele com pele, e também a vontade de querer seduzir. Eu vejo que os solteiros estão aderindo às conversas em sites e aplicativos de relacionamentos para conversarem com as pessoas e trocarem conversas picantes. Alguns estão se masturbando um pouquinho mais, para poder ter uma satisfação por enquanto com aquilo que se tem. Existem, sim, as pessoas que querem passar a imagem de que são cheios de tesão o tempo todo, mas eu realmente vejo que isso não é o caso de muitos jovens solteiros que estão passando por esse momento.

Para quem está nessa situação, sozinho em casa: muita masturbação pode viciar?

Para quem está sozinho a masturbação tem sido a grande saída. Pode acontecer de viciar sim, mas aí nós vemos que a pessoa já tinha uma tendência a não se expor muito. Geralmente ela é uma pessoa mais tímida, e que já tem uma certa dificuldade para se aproximar do outro, então a masturbação nesse momento pode intensificar esse tipo de traço de personalidade. Agora, para as pessoas que gostam de estar com o outro, gostam de pele com pele, e gostam do jogo de sedução, a masturbação não vicia. Ela pode aumentar a frequência, mas não viciar.

E como variar a masturbação, para que ela não se torne monótona ou mecânica?

A masturbação pode ser variada com alguns produtos que estão no mercado erótico, como os masturbadores. Existem opções femininas e masculinas. O gel lubrificante que esquenta também é uma ótima alternativa para trazer um diferencial para a masturbação. A minha única preocupação no caso das mulheres que nunca se masturbaram, e que estão precisando se masturbar no momento, pela falta de uma parceria, é que alguns vibradores e masturbadores vão oferecer a ela uma frequência, uma pressão e um ritmo que nenhum dedo ou boca poderá fazer depois. O cérebro registra um certo ritmo que uma pessoa ao vivo e em cores não vai oferecer. Então, quando ela estiver com outra pessoa, será desmotivador. Por isso é importante tomar um pouco de cuidado.

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