X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Com você é especial https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/#respond Thu, 24 Sep 2020 23:57:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3028 Por Dolores

Quando isso tudo passar, e a gente finalmente puder se ver, eu quero que você me faça muitas coisas. Vou pedir coisas infinitas de você. Podemos começar, por exemplo, por marcarmos só uma semana depois que todos os encontros forem liberados. Sim, eu sei que a saudade é imensa, e que já esperamos tanto, mas quem espera tanto não espera um pouco mais?

Tenho vontade de criar suspense. Sim, ainda mais. Então, no dia, quando finalmente chegar este dia, você me escreve um email enorme, dizendo que sente minha ausência, e que quer muito me ver. Que manda esta mensagem para compensar a falta que você me faz. Daí eu respondo. Faço um pouco de cu doce. Mas aceito no final, você vai dizer que já sabia que eu aceitaria. Vamos rir. E sete dias se passam e eu apareço aí.

Vou tocar sua campainha, depois de subir três lances de escada deste seu predinho sem elevador que eu sempre achei um charme, e que se fecho os olhos aqui, nossa, de olho fechado parece que faz ainda mais tempo, eu fecho os olhos e sei exatamente o cheiro que o caminho vai ter.

A mulher do segundo andar fritando bife. A amônia do xixi de gato da vizinha do térreo. E a sua campainha tocando com som de geladeira velha só pra assustar seu cachorro esquisito. Eu nunca disse que não amo seu cachorro. Só acho ele esquisito. Você é esquisito, também, e olha o tanto que eu te adoro.

É bastante, garanto, que eu não coloco body de renda preta pra qualquer um. Vão acontecer outros encontros, quando tudo isso passar, e a gente finalmente puder se ver, encontros com outras gentes, eu digo, e pra nenhum eu vou botar body de renda preta. Com você é especial, sabia?

O que vai me dar pra beber? Eu quero que você me faça muitas coisas. Servir vinho branco meio gelado, por exemplo. Numa taça bonita daquelas que a gente quase não consegue segurar com uma mão só. Gorda. Me elogia. Mas ainda não me beija. Nem tenta, se puder, quero criar um clima de romance.

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Finge que está preparando alguma coisa bem gostosa pra gente comer. Pica uns queijos diferentes. Salpica umas ervas por cima. Diz que fica pronto já já e que espera que eu goste. Daí pergunta o que eu quero escutar, me ouve dizer que é Caetano, e vai lá e bota um Chico no lugar. Pra gente rir e criar um clima de tesão.

Aqueles queijos diferentes lá ninguém vai nem provar, né, você sabe. Porque vinho branco meio gelado é rápido de beber. E, quando a gente nem espera, já está meio bêbadozinho, vai pegando no muque enquanto dá risada de umas coisas bestas que você diz, você hoje está mais engraçado que nunca. É a saudade.

É a saudade? Você vai estragar meu body preto de renda de tanta pressa que vai ter pra desabotoar o fechinho que fica no meio das minhas pernas. Achou que era de pressão, eu avisei que era de encaixe. Só que sua língua é tão quente e molhada que, olha, tá tudo bem, eu compro um novo. Eu nem compro, e venho pelada da próxima vez. Pra facilitar de você lamber exatamente este lugarzinho que está lambendo agora.

Eu vou querer transar de novo. Você topa? Falei que ia pedir coisas infinitas de você. E, se der, vou querer terminar tudo dormindo meio encaixada em você. Não muito, que seus pelos me dão calor, mas quase. Você topa. E eu topo, também, se com o dia quase amanhecendo você botar o pau grande e bem pronto entre as minhas pernas, e quiser me comer mais uma vez.

Eu vou querer sair sem banho nem café. Você vai insistir. Eu vou achar que quase gosto de você a mais do que deveria, mas vou lembrar dos outros pra quem não chegava a usar body de renda preto, mas que gosto também que me lambam molhados, e vou decidir que um pedacinho do queijo de ontem eu até aceito, uma xícara de café com leite também ia bem.

Vou perguntar se você está de ressaca igual a mim. Te ameaçar de levar seu cachorro comigo, porque ele é fofo e tem barba. Do interfone na cozinha, você dispara o portão lá embaixo, eu desço com calma, o bife de ontem já se dissipou. Tem alguém fazendo pão na chapa.

Da janela do seu quarto, você vai me soprar um beijo pra calçada. Eu pego com a mão e finjo que aperto ele pra dentro do peito. A gente sabe que vai se ver de novo, e em breve. Ninguém me chupa assim. Se eu me apaixonar por você, te mato.

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O último conto erótico https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/04/o-ultimo-conto-erotico/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/04/o-ultimo-conto-erotico/#respond Tue, 04 Aug 2020 23:15:00 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3001 Por Dolores

Nenhum dos dois dormiu direito. O assunto surgiu pouco antes de caírem no sono, o que fez com que ninguém realmente caísse em lugar nenhum, talvez ela tenha caído na real, difícil saber. Tomou dois comprimidos, chorou um pouco no banheiro, pensou que todo mundo fica mais bonito no dia seguinte depois de chorar. Haveria vantagens.

Quando abriram os olhos definitivamente, ela questionou o que ele queria de fato fazer, se era algo a curto prazo, se dava para esperar um pouco. E foi quando ele, depois de um silêncio de quatro minutos, olhando para o teto e sem conseguir encará-la, disse que talvez tivesse se precipitado, não era bem aquilo que queria dizer. Talvez não tanto, ou não agora. Andava confuso.

Ela não sentiu um grande alívio, como achava que era o ideal que sentisse, mas também decidiu que não tinha energia para chafurdar no problema, então concordou que deixassem o tema suspenso temporariamente, no mínimo levantar para tomar café e ver como se desenrolava o fim de semana.

Achou por bem rolar até onde ele estava na outra beirada da cama, pazes têm que ser oficializadas com selinhos, e passou a coxa por cima da virilha dele, fazendo escorregar sem querer o shortinho de elástico frouxo com que ele dormia desde a quarta-feira passada.

Foi muito natural como se prolongaram abraçados, e veio dele a ideia de um beijo mais molhado, por mais tempo, com a língua junto, não era a hora de selinhos, deve ter pensado, discordando dela como sempre. Mais beijo, mais língua, mais água, e ele desceu a mão pelas costas dela, que realmente não esperava qualquer movimento do tipo, até chegar à curva da bunda.

World Sleep Day: How sleep affects your sex life and sexual health ...

Talvez ele tenha realmente se questionado por alguns segundos se ela achava aquilo tudo aceitável, ou talvez tenha sido só impressão dela, esse intervalo, mas o fato é que ele prosseguiu com o plano, fazendo a mão em concha na nádega esquerda, mas muito rapidamente, porque o que ele queria mesmo era chegar com dois dedos, quem sabe três, perto da boceta dela.

Que estava molhada, estava ali uma surpresa, quem diria que depois de algo tão pesado ela poderia ter tesão também, ele de pau duro, a cabeça escapando da cintura do short esgarçado, resolveu que era viável arriscar socar mais os dedos para dentro, agora que já estamos aqui, por que não? Ela deixou, e rebolou um pouco para facilitar o caminho. Duas falanges, e contando.

Foi dela a ideia de tirar rápido toda a roupa, dela primeiro, dele depois, apoiar a mão direita na cabeceira de veludo, e nem perguntar se era aquilo mesmo que ele queria, parecia claro, um pau duro nunca mente. Sentou de uma vez, inteira, ele suspirou de olho fechado, ela se ergueu para descer de novo, e ele gemeu ainda mais alto.

Lembra de ter ouvido pra que fosse um pouco mais devagar ou parasse, porque talvez ele fosse gozar muito rápido, mas tem a impressão, agora olhando de longe, passado um tempo de tudo, de que não se importou com o pedido, de que, se ele podia ser egoísta e resolver acabar com tudo assim do nada, e com uma justificativa tão babaca, ela também tinha o direito de fazer como bem entendesse, ao menos na última trepada não era o desejo dele quem viria primeiro.

Claro que ele gozou primeiro, disso ela já sabia. Mas fez com que ele terminasse, depois, para ela, primeiro com a mão por um pouco, depois com a boca, porque queria que a despedida fosse assim, com ele engolindo dela a ordem, as águas e o silêncio.

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Sobra tempo, falta libido https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/30/sobra-tempo-falta-libido/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/30/sobra-tempo-falta-libido/#respond Mon, 30 Mar 2020 14:24:54 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2894 Por Carmen

Nunca um fator externo afetou tanto minha vida sexual antes.

 

choro
Crédito da foto Pinterest

 

A pandemia de Covid-19 e a necessidade urgente de ficarmos em isolamento têm impossibilitado os encontros e prejudicado as relações pelo excesso de convivência. Porém, para muita gente, eu incluída,  há um impacto psicológico mais sutil, mas igualmente triste: a falta de libido. Podemos ter o ser amante disponível ao lado, confinado com a gente o dia todo, com mais tempo disponível e a energia vital represada entre quatro paredes, mas e a vontade de transar? Estamos receosos, preocupados, deprimidos para isso.

Eu fiz pouquíssimo sexo nas últimas duas semanas. Bem menos do que a rotina permitiu. No fim de semana, estávamos na cama, conversando, quando eu interrompi a frase dele e disse: “A gente precisa transar. Não podemos sucumbir”. E transamos. E como foi difícil de engatar. Dá-lhe gel lubrificante. Ele veio por cima, porque sabe que eu gosto, e me beijou muito, porque sabe que eu adoro.

Por alguns minutos, foi bom, me senti viva. Quando gozei, desabei no choro. Não é a primeira vez que chego ao clímax, me desarmo e me entrego às emoções mais latentes. Em inglês, chamam isso de crygasm (chororgasmo, na minha adaptação). Isso costumava acontecer quando o prazer era tão intenso, a conexão tão forte, eu extravasava. Dessa vez, foi diferente.

Ele, diante da minha reação inesperada perguntou o que tinha feito de errado. Eu respondi, daquele jeito nada sexy de quem está fazendo careta e fungando, que ele era maravilhoso, o momento que foi de catarse para mim.

É isso. O sexo pode ser catártico, pode curar, libertar mesmo no confinamento. Transe com seu parceiro, com seu brinquedo sexual, com você mesmo. Não podemos desistir do sexo.

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Coração no meio das pernas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/17/coracao-no-meio-das-pernas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/17/coracao-no-meio-das-pernas/#respond Mon, 17 Feb 2020 20:02:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2860 Por Dolores

Prega o dito popular que é com a cabeça de baixo que pensam os homens. Sempre achei engraçado, isso de dar o nome de outra parte do corpo pra um lugar adicional. Tão engraçado quanto seria se a gente tivesse mais um pedaço chamado queixo, ou uma segunda bunda abaixo do joelho.

Mas, quando começo a rir do costume de chamar chapeleta de cabeça (sim, porque é esse o nome correto da anatomia, chapeleta, repita em voz alta e veja quanta musicalidade), eu lembro que, no meu corpo, cometo a heresia de dobrar órgãos além dos que já vêm em pares de fábrica.

Enquanto todo mundo tem rins, pulmões, ovários, amígdalas, eu sou aquela que tem dois corações. Um é do modelo clássico, bate no peito, acelera na ladeira, e o outro, mais raro, fica instalado lá no fundo da xoxota.

Um pouco menor, garantem as ressonâncias, algo como metade do tamanho do que é igual ao de todo mundo. Também pudera: enquanto o tradicional tem funções múltiplas, o extra serve apenas para complicar a minha vida.

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É por causa dele, o coração genital, que me apaixono por todo mundo com quem transo. Quando era só homem que me comia, eu achava que, de algum modo, a chapeleta (viu? nada de cabeça) roçava de levinho ou com força, e o estímulo contínuo acabava, feito lâmpada mágica, fazendo brotar de lá de dentro o amor em sua genialidade.

Mas, depois que passei a também gostar de pegar meninas, vi que não tinha necessariamente nada a ver com o toque, e que a proximidade bastava. Ter ali por perto, na xoxota, algo quentinho e delicioso, era o suficiente pra que o coração número dois batesse muito mais forte.

E é um problema cair de amores sempre que se vai pra cama. Primeiro porque tem gente que não merece o coração que come. Segundo porque, no caso de cruzar com alguém que é digno, volta aquele velho problema que já se enfrenta no caso do coração elementar: ter que, também com o adicional, reparti-lo em dezenas de pedaços.

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Cirurgia plástica melhora ou piora o sexo? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/07/17/cirurgia-plastica-melhora-ou-piora-o-sexo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/07/17/cirurgia-plastica-melhora-ou-piora-o-sexo/#respond Mon, 17 Jul 2017 19:10:46 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2106 A princípio, sou totalmente a favor de cirurgia plástica. Se quer fazer, faz. Se vai ser mais feliz com 200 ml a mais de peito, vá em frente. Se quer chapar a barriga sem sofrer por anos na academia, a escolha é sua, o corpo é seu. E se você tem vergonha da sua genitália e isso atrapalha o sexo, corra ao cirurgião mais próximo, pelamor. Tudo para nos sentirmos mais relaxados na cama! Uma coisa eu garanto, amigxs nunca vão ouvir da minha boca: “Deixa de bobagem, você não precisa disso”.

 

Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

Porém, sabemos muito bem que há uma ditadura da sociedade em relação aos padrões estéticos, existem modismos e, pior, distúrbios psíquicos que impedem as pessoas de terem uma noção real do próprio corpo, então, antes de tudo, é preciso ir com calma.

A Fabiana, por exemplo, resolveu colocar silicone nos seios quando tinha 34 anos, para dar aquela aumentadinha e aquela erguidinha de leve. Claro que, no subtexto, estava a melhora das transas monótonas com o Mário, depois de mais de uma década de casamento.  “Acabou que fiquei com a sensibilidade dos seios comprometida. Eu amava beijos e lambidas na região, agora tenho aflição, nem quero mais”, confessa ela, que garante que isso não tem a ver com o resultado da cirurgia, que foi bem-sucedida, mas com uma sensação de ter “plástico” no lugar de “carne”.

Já a Carolina, antes mesmo dos 30 anos, fez labioplastia, uma cirurgia que tem tido cada vez mais adeptas: a correção estética dos lábios vaginais. Ela tinha a vulva tipo borboleta, em que pequenos lábios saem para fora dos grandes e ficam aparentes – os outros tipos são o coração, que é o oposto, os pequenos lábios ficam escondidinhos, e o tocha olímpica, em que o clitóris é mais comprido e aparente.

Para Carol, a vontade de operar não veio espontânea, foi uma sugestão de um namorado, que havia dito preferir uma buceta, digamos, mais discreta. Parece uma história fadada ao trauma, né? Passar um bisturi em uma região tão delicada, encarar uma mesa de operação, só para agradar o macho de plantão?

Mas ela, que terminou esse namoro faz tempo, garante que não se arrepende. “Eu ia ficar encanada para o resto da vida. Mulher já tem tanta neura para desconstruir: pneuzinhos, pelos, tamanho dos seios, cheiro da vagina. Eu merecia mais essa? Tô feliz e transando muito com a minha bucetinha esculpida”. Confesso que fiquei curiosa pra espiar como ficou!

E você? Alguma cirurgia plástica melhorou ou piorou sua vida sexual? Conta para mim,: carmenfaladesexo@gmail.com

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A última transa com um grande amor https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/06/01/a-ultima-transa-com-um-grande-amor/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2016/06/01/a-ultima-transa-com-um-grande-amor/#respond Wed, 01 Jun 2016 19:08:45 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=1709
Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com

 

“Era o sexo da despedida.

A realidade finalmente havia batido à nossa porta. Foram meses da paixão mais profunda, do sexo mais intenso. Um espaço de tempo em que havíamos nos entregado um ao outro como raramente as pessoas se doam. Ele tinha tido o melhor de mim. Eu tinha experimentado a dedicação e a adoração dele.

Mas naquela manhã cinza e fria, no quarto de motel que havia se tornado nossa casa, como eu costumava fazer piada, sentamos na cama e choramos abraçados.

O desejo, entretanto, se impôs. A proximidade daquele corpo adorado e o cheiro daquele homem tão másculo e belo atrapalhavam a minha compreensão do que estava acontecendo, da escolha que se fazia necessária.

Soltamos nossos corpos para trás e, deitados, colamos nossos rostos com lágrimas, rímel borrado e vontade um do outro. Ele me agarrava e eu o segurava forte na tentativa de nos proteger da dor que entrava como neblina densa pela fresta da porta.

Nos beijamos de leve, quase como nos experimentando novamente pela primeira vez. Depois veio o beijo sôfrego, desesperado, faminto. E ele me perguntou: “O que você quer?”

Eu respondi com a convicção do impulso: “Me chupa”. Ele, de pronto, atendeu. Estávamos completamente vestidos, ele puxou minha calça – calcinha junto – e mergulhou a língua no meio das minhas pernas, me lambia, me beijava a buceta, me dava o prazer que só ele foi capaz . Eu já estava a caminho do orgasmo, quando falei baixinho: “Vem”.

Ele entendeu. Continuou molhando meu grelo mais um pouco e, enfim, se levantou, abriu rapidamente a calça, abaixou a cueca. Vi como seu pau estava enorme e duro, do jeito que ficava sempre que ele se dedicava ao meu prazer.

Do pau, mirei seu rosto e me deparei com um olhar inédito: o tesão se misturava com o sofrimento.

Saber que estávamos nos perdendo, que nossos planos e sonhos morreriam naquele quarto, naqueles lençóis, enforcados por outras amarras que estavam a quilômetros dali, nos deu uma urgência. Eu, ainda de malha de lã e calça legging presa aos pés, enrolei minhas pernas nas dele – como nós dois tanto gostávamos.

E se fez o momento que sempre foi o mais sublime das nossas transas, que colocava  a Terra no eixo e fazia a vida ter sentido: ele me penetrou, ainda vestido. E nos entregamos completamente um ao outro pela última vez.

Nossa morte foi do jeito que deveria ser: gozamos juntos, sem barreiras. O líquido quente dele dentro de mim era simbolicamente o que fazia eu me sentir mais dele e ele, meu por completo. E, ai, como isso me dava um tesão gigante.

Terminamos silenciosos. Bem nós, que tanto falávamos, chegamos ao fim sem palavras, sem conversa. Outros caminhos existiam, mas o possível foi esse. Sorte a minha que tive a oportunidade de conhecer uma conexão física que reverberou na alma”.

A história acima é de uma moça chamada Cristina Castro.

E você? Tem alguma história de sexo bom, ruim, transgressor, romântico, ousado para compartilhar? Mande para o carmenfaladesexo@gmail.com

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Por que não podemos ter tudo nesta vida? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2015/08/19/por-que-nao-podemos-ter-tudo-nesta-vida/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2015/08/19/por-que-nao-podemos-ter-tudo-nesta-vida/#respond Thu, 20 Aug 2015 00:57:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=1318 Se você não acompanhou o último post deste blog, com a carta de um leitor nosso, aqui vai a explicação: nós tínhamos escrito sobre as “mulheres de 30”, sexualmente resolvidas [ou que assim deveriam ser], e o nosso leitor contou uma historinha dele, que ele mesmo dividiu em duas partes. A primeira você lê aqui e a segunda segue abaixo. O que você acha de tudo isso? Grande bobagem? As mulheres são loucas e ponto final? Calma que a discussão continua com a gente, logo mais.

 

 

***

 

 

“Logo após terminar com Ana, conheci uma outra moça: a Isa (nome fictício). Isa também tinha saído de um relacionamento de longa duração e estava começando a conhecer outras pessoas. Se com Ana a química foi toda sexual, com Isa as coisas rolaram de forma diferentemente. Conversamos meses (pela internet) antes de sair. Ela era uma moça erudita, versada em vários assuntos.

 

 

Sabe aquela pessoa com a qual você pode conversar por horas? Então. Intelectualmente tínhamos uma ligação muito intensa, entende? Logicamente, me apaixonei. Finalmente saímos para nos conhecer e demorou um tempinho ainda até rolar a primeira noite. Foi ótima. Intensa. Com aquela “paixão” no ar. Foi durante uma viagem. Achei ter encontrado nela justamente a ligação que não consegui estabelecer com Ana. Nem me lembro quem disse “eu te amo” primeiro. Mas acho que fui eu. Enfim, final feliz para a minha história, certo? Mais ou menos…

 

 

Depois da viagem –e depois da experiência com Ana–, eu tinha grandes expectativas com relação a Isa no sexo. O problema é que as coisas foram rapidamente esfriando, até que rolaram os primeiros estranhamentos. Isa passou a demorar cada vez mais para “conseguir” transar. Às vezes ficávamos na pegação por horas até que a coisa saísse. Isso começou a me incomodar um pouco. Um dia, durante um ato, ela simplesmente parou tudo e se deitou. Disse que estava passando mal. Demos um tempo (eu ali na mão) e ela não esboçou qualquer reação. Quando tentei retomar, ela pediu para ir embora. Achei estranho. Mas tudo bem.

 

 

Seguiram-se, então, momentos de altos e baixos. Fomos morar juntos e a esperança se renovou. Tínhamos momentos bons e momentos em que a relação parecia uma amizade. Sempre coloquei para ela a importância que eu dava ao sexo na relação. E isso tornou-se motivo para muita briga e discussão. Dei mancadas com ela. A coisa foi piorando. No começo, tentava manter um ritmo de duas relações na semana. Depois uma. Depois a cada dez dias. Hoje o normal é transarmos duas vezes por mês. E não é incomum que o intervalo entre as relações seja de 15, 20 dias.

 

 

Eu cansei de brigar, mas permaneço bem insatisfeito. Ela sabe e até tenta contornar. Mas a verdade é que no sexo nada é mais broxante que o tentar, que o “se esforçar”, não? Ou é uma coisa natural ou não é! Já discutimos opções pra tentar esquentar as coisas, mas é complicado. Ela diz não ter fantasias, nem fetiches. Rechaça qualquer possibilidade de sexo a três (mesmo que fosse outro homem). Nem de filme pornô ela gosta. Na verdade, para ser bem sincero, nem chupar meu pau ela curte. Nesse tempo juntos foram, sei lá, uns 4 ou 5 boquetes. Não que eu faça a contabilidade. Mas é que foram tão poucos que se tornaram grandes eventos.

 

blog

 

Aonde quero chegar com esse relato? Acho que Ana e Isa representam dois polos opostos: a primeira era sexualmente muito bem resolvida, mas emocionalmente carente. A segunda é absolutamente bem resolvida emocionalmente. Sabe o que quer da vida, dos seus relacionamentos e do mundo. Mas tem todos os tabus sexuais possíveis! Lógico que Ana teve mais tempo para rodar e descobrir as coisas. Talvez Ana fosse tão inexperiente quanto Isa, com a mesma idade.

 

 

A questão que fica é: como encontrar o equilíbrio entre os dois polos e viver uma vida afetiva e sexual bacana? Devolvo a pergunta a vocês! Temos tentando, Isa e eu, trabalhar estas questões com muito diálogo. Aos poucos descobri que ela teve uma iniciação sexual tardia e cheia de problemas. Que teve pouquíssimos parceiros antes de mim. E que, provavelmente, nunca tinha gozado numa relação sexual antes de me conhecer.

 

 

Ou seja: Isa vai ter um longo caminho pela frente se quiser, um dia, transar com a mesma liberdade que Ana. E aí fica mais uma questão: dá para transar com essa liberdade numa relação de longa duração (namoro, casamento, união estável)? Ou será que terei que sair da vida de Isa para que ela possa se descobrir? Enfim. No meio disto tudo estou eu. Há meses sem ser chupado. Vendo mais filme pornô na web do que nunca e pensando: “E se eu tivesse proposto a Ana que chamasse a sobrinha naquele dia?”

 

 

Acho que valeria a pena falar sobre esse tema (ser “bem resolvido” na cama a na vida) no caso dos homens. Mas deixo esse “causo” para outro contador.

 

 

***

 

 

Alguém aí se habilita? 🙂

 

 

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