X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A primeira noite do resto de nossas vidas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/09/12/a-primeira-noite-do-resto-de-nossas-vidas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/09/12/a-primeira-noite-do-resto-de-nossas-vidas/#respond Sun, 12 Sep 2021 20:05:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3211 Por Carmen

Estive entre os convidados de um casamento impecável no último feriado. Da escolha do local à decoração chique, do bufê à pista de dança e aos protocolos anti-coronavírus.

A noiva, lindíssima, e o noivo (um gato) protagonizaram cenas quentíssimas durante a festa. Com um vestido pra lá de ousado, cheio de transparências, decote tomara que caia e estruturas que lembravam um corset, a protagonista distribuiu beicinhos, dancinhas exalando sensualidade e beijos quentes em seu amor gostosíssimo, só para ressaltar.

 

casamento
Crédito da foto Pinterest

 

Na nossa mesa, embalados pelo espumante, divagávamos sobre a dor e a delícia da noite de núpcias dos tempos modernos… Por um lado, com nenhum ineditismo ou emoção diante do desconhecido – já que hoje em dia, exceto alguns mais religiosos, quase ninguém cometa a loucura de se casar sem antes ter transado muito (ou ao menos o suficiente). Por outro, com a magia agora presente no que há de mais real, concreto e certo: a escolha de construir uma vida inteira ao lado de alguém por quem já se tenha vencido as barreiras da inexperiência, do nervosismo, e talvez até, da falta de afinidade na cama. Vale lembrar o clichê; sexo é sim parte fundamental de qualquer relação amorosa. Enfim.

Um de nossos amigos, melhor amigo desta noiva arrebatadora, nos escreve no dia seguinte. “Queridos, perguntei pra nossa maravilhosa como tinha sido a primeira noite do resto de sua vida… Disse que falamos disso a noite inteira ao vê-la tão linda, plena e cheia de provocações para seu marido”. Eis a resposta…

“Amor, eu estava excitadíssima diante da magia da nossa noite. Tudo estava ali: os amigos mais queridos, as famílias, o sonho de ser uma rainha, com todos os olhares e desejos para mim, ainda que apenas por esta noite. Na minha frente, o homem por quem me apaixonei e escolhi viver todos os suspiros da minha vida. Barbeado, cheiroso, elegantíssimo. O pau mais gostoso e competente que já entrou na minha buceta.

Sim, eu o provoquei a festa todinha. Dançamos, nos beijamos, sentimos o suor e a alegria um do outro. A certa altura, pedi para ele me ajudar a trocar de sandálias. E no quarto da noiva, mostrei meu espartilho com o nome dele bordado na calcinha fio dental. Ganhei uma lambida por baixo da calcinha e retribuí segurando firme no pau do meu amor.

Mais tarde, foi ele quem me pediu uma ajuda. Nos retiramos mais uma vez de mansinho. Eu o chupei tão gostoso, ouvindo pela primeira vez os gemidos do meu marido. Eu o fiz gozar ali, comigo toda de branco, ajoelhada aos seus pés. Ele me prometeu retomar em breve.

Dançamos mais, cantamos, abraçamos todos os nossos amores. Quando tudo acabou, seguimos para o hotel. Mal entrei no quarto, meu macho me coloca sentada sobre a mesa e entra dentro de mim (eu estava encharcada havia horas). Ainda de noiva, cavalguei o meu homem. Linda sim, plena sim, um pouco alta também. E muito feliz.

Tirei o vestido e seguimos para a banheira. Ficamos horas entre caricias, lambidas e estímulos com o toque dos nossos corpos e sexo. Eu sorria. Ele também. Amanheceu. Exaustos, acho que trepamos como nunca diante da excitação de todo um porvir. Gozei mil vezes e quero mais.”

]]>
0
Hoje só quero prazer https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/05/24/hoje-so-quero-prazer/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/05/24/hoje-so-quero-prazer/#respond Mon, 24 May 2021 13:54:34 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3170 Por Carmen

 

casal
Crédito da foto Erik Lucatero/Unsplash

“Chego às oito”, leio no celular. Sorrio, pensando que esse seu retorno ao escritório, duas vezes na semana, já tem efeito na nossa rotina. Meses enclausurados, de repente, volta a saudade de estar sempre por perto – sem a exaustão nossa de cada dia.

Entro no banho às 19h, ensaboo todo o meu corpo, toco minha vulva delicadamente, para entrar no clima. Depois, escolho a lingerie que você mais gosta: calcinha fio dental e sutiã transparentes. Coloco um quimono aberto, por cima, só para fazer um charme. Passo perfume atrás do pescoço, entre os seios, abaixo do umbigo. Pontualmente ouço o barulho de chave na porta.

A sala está à meia luz, com algumas velas espalhadas, e rock clássico tocando de fundo. Estou sentada sobre a mesa de jantar, as pernas cruzadas, de frente para você e seu sorriso de surpresa boa. Passados os protocolos todos (tirar os sapatos e a roupa, lavar as mãos), você está nu, o pau duríssimo, o beijo afoito.

Abro as pernas, você desce a minha blusa enquanto coloca a mão direita por dentro da minha calcinha. Estou molhada, e você sabe o que fazer. Em silêncio, puxa a cadeira, se acomoda e começa a me chupar. Eu faço carinho no seu cabelo, gemendo baixinho. “Tira”, eu peço, do jeito que você adora.

Você me vira de costas e entra devagarinho. Não demora, eu viro de frente e sussurro “pode gozar”. Estamos os dois excitados com tamanha quebra na rotina dos últimos meses. Gozamos, juntos. E eu nem preciso pedir… Você pega fôlego e volta a me lamber sem preconceitos. Até que eu goze mais uma, duas, três vezes. Feliz, porque viver e amar nunca foi tão urgente.

]]>
0
Sexo nas montanhas (parte 2) https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/05/14/sexo-nas-montanhas-parte-2/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/05/14/sexo-nas-montanhas-parte-2/#respond Fri, 14 May 2021 13:56:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3166 Por Carmen

Acordamos sem horário. Nosso chalé ainda cheirava à lenha da noite anterior – e sexo. Pedimos um brunch no quarto, ainda preguiçosos. Meu namorado sorria mais que o habitual (eu também). Estávamos leves e conectados como nunca.

Sem agenda ou compromissos, tomei um banho demorado – adoro esta chuveirada depois do sexo amanhecido. Vesti um suéter dele, nada mais. O pedido chegou junto de um ramalhete de flores do campo. Falávamos pouco, enquanto nos servíamos trocando gentilezas. Tudo ali era presença: o sol de outono lá fora, o movimento delicado das árvores, o silêncio; aconchegante como um abraço.

Nesse estado de relaxamento, senti vontade de seguir improvisando. Sentindo o que meu corpo pedia. Assim, sem dizer nada, eu me ajoelhei para beijar o pau do meu namorado surpreso. Beijinhos, lambidas, chupadas. Ele suspirando. Fiquei horas ali, até que ele pedisse, num tom de quem guarda um segredo maroto, pra que eu me levantasse, de costas pra ele.

 

casal
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Senti aquelas florezinhas passeando pela minha cintura, depois a bunda e logo entre as pernas. Apoiei na mesinha entre sucos e pão quentinho. Meu namorado se levantou, chegou mais próximo do meu corpo, esfregando todo seu tesão pelas minhas costas. Nos beijamos assim mesmo, num contorcionismo, quando ele me segurou firme para me acomodar. Eu conhecia este gesto. E ali, já explodia de um desejo genuíno. Gozei assim que ele entrou em mim – ainda longe do desfecho daquela manhã tardia.

Transamos em todas as posições que conhecíamos, nos quatro cantos daquele chalé. De quatro, eu por cima dele deitado, eu por cima dele sentado, em pé (apoiada na parede), ajoelhados sobre o tapete, deitados de costas de volta à cama. Ora mais afoitos, ora mais demorados.

A fome aumentava com o entardecer. E sentíamos o friozinho típico de um fim de tarde na serra. Olhos nos olhos, exaustos de alegria, gozamos juntos da maneira mais trivial nesse nosso Kama Sutra… Um caprichado “papai e mamãe”, as minhas pernas entrelaçadas no quadril dele, que, dedicadíssimo, ainda me fez sentir fogos de artifício pelo corpo inteiro com sua língua experiente e macia.

Adormecemos os dois, cheios de planos para o dia da despedida. Caminhar pelo campo abraçados, ver o pôr do sol compartilhando uma caneca de chocolate quente, voltar para casa de mãos dadas (trocando massagens em pontos específicos durante a estrada). Cheios da esperança contida em cada porvir. (Fim)

]]>
0
Sexo nas montanhas (parte 1) https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/05/03/sexo-nas-montanhas-parte-1/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/05/03/sexo-nas-montanhas-parte-1/#respond Mon, 03 May 2021 12:59:05 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3162 Por Carmen

Dia desses decidimos encarar uma pequena viagem de final de semana. Exaustos da rotina imposta pela pandemia – e de “todo dia fazer tudo sempre igual” –, pensamos em uma pausa para nos trazer um respiro. Com todos os cuidados necessários nesta nova vida, escolhemos uma pousada entre as montanhas. A ideia era simples: descansar das obrigações cotidianas, comer bem, dormir gostoso. Mal imaginávamos o efeito afrodisíaco que a experiência, tão simples, teria…

Chegamos ao entardecer de uma sexta-feira. Nosso quarto era um chalezinho isolado entre um córrego e uma floresta de araucárias. Havia uma banheira de hidromassagem e o frio de outono nos incentivou a tomar um banho (juntos), logo depois de acomodar a bagagem. Estávamos cansados e não imaginamos nada além de estar ali.

 

casal cama
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Mas algo mudou, sem percebermos ou intencionarmos. Talvez o barulhinho da lenha queimando na lareira, o cheiro de mato escapando pelas frestas, a iluminação baixinha, ou a espuma de lavanda na banheira, não sei ao certo. De repente, o abraço molhado começou a se transformar num carinho ao redor do pescoço, o beijinho delicado no rosto, em uma lambida com a ponta da língua na curvinha da orelha; as nossas mãos, antes soltas, em um passeio pelos meus seios, cintura, pernas, o peito e a barriga dele.

Logo, sentíamos nossos pelos, de leve, depois a anatomia dos genitais. Sem um movimento exato, sem palavra alguma que não um desejo quente de estarmos cada vez mais próximos, despidos de qualquer expectativa ou das nossas velhas conhecidas coreografias.

Trocamos beijos longos, as línguas enroscadas o máximo de carne juntas. Meu namorado tomou a iniciativa e se debruçou por cima do meu corpo. O pau, duríssimo como a tempos não sentia, tocou a pontinha do meu clitóris, num arrepio que me incentivou a subir por cima dele, segurá-lo e então sentar deliciosamente sobre ele – sem cerimônia.

A água quente nos deixava cada vez mais à vontade durante o movimento ainda lento. Entre beijos e mãos seguras no meu quadril, e no bumbum (adoro essa palavra!) dele, os gemidos vieram junto daquela sensação diferente de não estar na cama. Ficamos um tempo infinito ali, sensação pura.

O frio avançava e ele me convidou para a lareira. Secamos um pouco do corpo um do outro, a toalha macia. Entre beijos e carícias, eu me sentei na poltrona em frente ao fogo. As pernas exibidas abertas para ele. Meu namorado entendeu o convite. Ele se ajoelhou diante de mim e começou a me chupar sem pressa. Há tempos não me sentia tão solta. Éramos só os dois naquela imensidão, o que me motivou, a certa altura, a virar de costas, os joelhos no tapete em frente à cama.

Ele me penetrou por trás, segurando nos ossinhos do quadril, depois com as mãos cheias do meu peito. A luz do fogo tornou-se inebriante. “Posso?”, ele sussurrou no meu ouvido. Eu consenti. Poucas foram as vezes que o sexo anal rolou tão fácil: eu me adorando ali, ele completamente absorto. Não me lembro de muito mais. Naquela noite (uma vida depois), o cansaço foi de prazer. (Continua...)

]]>
0
Uma masturbação a dois https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/13/uma-masturbacao-a-dois/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/13/uma-masturbacao-a-dois/#respond Tue, 13 Apr 2021 20:05:53 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3153 Por Carmen

Noite dessas estava te olhando saindo do banho. Você distraído com o cansaço depois de um longo dia, eu na cama (os olhos escondidos por trás de um livro qualquer). Acho bonito quando te vejo assim, o corpo nu, movendo-se pra lá e pra cá com a naturalidade dos pequenos gestos do cotidiano.

 

casal na cama
Crédito da foto Vidar Nordli-Mathisen/Unsplash

Gosto de observar você escovar os dentes, a porta do banheiro entreaberta, e o reflexo do seu pau pelo espelho. Sinto certo frisson no ar, porque penso no que ele – junto contigo – são capazes de me fazer. Olho pra você e vou ficando excitada com cada detalhe da sua anatomia: o bumbum redondo na medida, o pinto delicioso, os pelos ao redor dele, escancarando meu desejo por tudo em você.

Algumas vezes isso basta para que eu durma mais leve, sentindo seu corpo quente ao lado do meu. Outras, acordo no meio da noite, te abraço pelas costas e coloco minha mão gentilmente dentro dos seus shorts de dormir. Começo a te acariciar enquanto você ainda dorme. Até sentir o seu tesão (primeiro, levemente molhado, depois, cada vez mais duro e deliciosamente grande). Devagarinho sinto que o seu cansaço vai ficando menor que a vontade de transar.

Mas hoje, em especial, peço pra você mesmo continuar… Coloco a sua mão sobre seu pau, te ajudo a mexer nele; nossas mãos juntas. Pra cima, pra baixo, mais rápido, depois devagar. Um pouco mais apertado, até eu te soltar. “Se masturba pra mim, quero te olhar…”, digo baixinho. Você sorri um sorriso encantador.

Então acendo a luz de cabeceira, pra poder olhar dentro dos seus olhos. Você transborda – a boca entreaberta, linda, o peito um tanto apreensivo, com os braços e as mãos acariciando o próprio corpo, o pau, tudo ao redor dele.

Chego mais perto, para que você sinta a ponta dos meus seios, e sussurro: “Continua”. Você ali, deitado de olhos cerrados num prazer sem fim. Com meu corpo junto do seu, meus beijinhos na tua orelha, descendo para o pescoço e a dobrinha feita só pra eu sentir teu cheiro de mar. Não conto o tempo no relógio.

E você embarca nesta minha fantasia, sem me tocar. Eu gemo de leve no teu ouvido, faço você perceber que estou com a mão na minha buceta. Mas esta noite, teu prazer será o meu. “Quero te ver gozar”, autorizo.

Você se toca cada vez mais rápido. Repete meu nome, madrugada lá fora. E goza num silêncio nosso. Intenso. Eu coloco a minha mão encharcada no teu pau, do jeito que você mais gosta, e te beijo. Você pulsando. “Durma bem”, desejo meu melhor desejo.

Depois me masturbo mais um pouquinho e paro. Quero sonhar com você escovando os dentes distraído, mais tarde olhando e gemendo pra mim. Adoro ver você se masturbar só pra mim. Há beleza nessa simplicidade do dia a dia. (E ao amanhecer, estarei pronta pra você me fazer gozar, da maneira que escolher começar mais um nosso dia.)

]]>
0
O sexo que salva a rotina de um ano interminável https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/31/o-sexo-que-salva-a-rotina-de-um-ano-interminavel/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/31/o-sexo-que-salva-a-rotina-de-um-ano-interminavel/#respond Wed, 31 Mar 2021 12:24:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3146 Por Carmen

– Tenho 59 anos e, desde que começou a pandemia, transo todos os dias.

“Tem história boa aí”, pensei. Depois de um ano de isolamento social, a maioria dos relatos que ouço ou leio é de jovens sofrendo por falta do agito social que, muitas vezes, acabavam em encontros sexuais, ou de casados massacrados pela rotina home-office, aula online e louça na pia, que pouca energia têm para o sexo.

 

pernas
Crédito da foto Womanizer WOW Tech/Unsplash

 

Para D. e A., entretanto, a falta de compromissos com amigos e na agenda, de tempo perdido indo e voltando, no trânsito, para o escritório, de visitas dos filhos adultos, o que mais existe é espaço no dia a dia para cochilos no meio da tarde que viram transas pra reanimar, um capítulo do romance policial que termina junto a um oral caprichado, e rapidinhas de manhã, antes de ligar o computador.

Juntos há décadas, eles já experimentaram coisas à beça – brinquedos, fantasias, diferentes posições, e hoje variam entre o que mais funciona para eles. Essa alternância em um menu de poucos, mas deliciosos pratos, para eles, é satisfatória.

Em dias que parecem tão iguais, o sexo definitivamente se apresenta como melhor opção do que jogar Candy Crush, acompanhar as notícias e ver algum filme no Netflix que amanhã terá sido esquecido.

 

]]>
0
Tesão sem prazo de validade https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/02/05/tesao-sem-prazo-de-validade/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/02/05/tesao-sem-prazo-de-validade/#respond Fri, 05 Feb 2021 15:40:23 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3125 Por Carmen

Atingi um marco sexual histórico na minha vida. Oficialmente, sinto tesão por uma mesma pessoa há mais de cinco anos. Isso é inédito. Nos meus relacionamentos longos do passado, sempre vivi um dilema de tostines: perdia o interesse na cama porque tínhamos problemas fora dela ou a falta do frio na barriga do sexo conhecido gerava o fim do namoro?

O fato é que depois de algum tempo de paixão seguida de paulatina acomodação desde a primeira vez que tinha encostado naquele determinado pau, eu já não o queria mais por perto. Os beijos incomodavam, as mãos causavam cócegas – e apenas isso. Meu corpo ficava tenso ao toque. Orgasmos viravam lembranças. Ainda insistia mais um tempo, mas eu já ansiava por algo novo.

 

casal na cama
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Eu temia que esse momento chegasse agora também. Questionava se o problema estava em mim. Sou uma pessoa movida pela sedução, pela expectativa no sexo? A grande revelação da vida, para mim, era como se manter atraída quando havia intimidade em excesso.

Este fantasma da superficialidade do meu ser sexual ainda me assombra quando ficamos um tempo maior sem transar ou quando rola o sexo daquele jeito mais mecânico, ou ainda quando a minha taxa de orgasmos por números de trepadas cai abaixo de 100%.

Mas, desta vez, acaba sempre vindo o repique, a retomada. Uma transa espetacular na quarta-feira à noite. Um oral dedicado quando eu não consegui chegar lá com a penetração. E eu espanto as assombrações e relaxo.

A educadora sexual norte-americana Emily Nagoski defende que “manter a chama acesa” em relações de longa duração não depende de frequência ou aventuras sexuais. “Quando um casal não consegue manter as mãos longe um do outro, eles são dominados pelo que os pesquisadores chamam de ‘desejo espontâneo’. Embora esse tipo de desejo seja ótimo, não é o único – também há um desejo ‘responsivo’”, comentou em sua palestra TED. O desejo espontâneo surge em antecipação ao prazer e o responsivo, em resposta ao prazer.

Ela dá um exemplo de como o desejo responsivo aparece: “Você coloca seu corpo na cama, deixa sua pele tocar a pele de seu parceiro e permite que seu corpo acorde e lembre-se: ‘Ah, certo, eu gosto disso; Eu gosto dessa pessoa’.”

Eu me identifiquei.

]]>
0
Com você é especial https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/24/com-voce-e-especial/#respond Thu, 24 Sep 2020 23:57:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3028 Por Dolores

Quando isso tudo passar, e a gente finalmente puder se ver, eu quero que você me faça muitas coisas. Vou pedir coisas infinitas de você. Podemos começar, por exemplo, por marcarmos só uma semana depois que todos os encontros forem liberados. Sim, eu sei que a saudade é imensa, e que já esperamos tanto, mas quem espera tanto não espera um pouco mais?

Tenho vontade de criar suspense. Sim, ainda mais. Então, no dia, quando finalmente chegar este dia, você me escreve um email enorme, dizendo que sente minha ausência, e que quer muito me ver. Que manda esta mensagem para compensar a falta que você me faz. Daí eu respondo. Faço um pouco de cu doce. Mas aceito no final, você vai dizer que já sabia que eu aceitaria. Vamos rir. E sete dias se passam e eu apareço aí.

Vou tocar sua campainha, depois de subir três lances de escada deste seu predinho sem elevador que eu sempre achei um charme, e que se fecho os olhos aqui, nossa, de olho fechado parece que faz ainda mais tempo, eu fecho os olhos e sei exatamente o cheiro que o caminho vai ter.

A mulher do segundo andar fritando bife. A amônia do xixi de gato da vizinha do térreo. E a sua campainha tocando com som de geladeira velha só pra assustar seu cachorro esquisito. Eu nunca disse que não amo seu cachorro. Só acho ele esquisito. Você é esquisito, também, e olha o tanto que eu te adoro.

É bastante, garanto, que eu não coloco body de renda preta pra qualquer um. Vão acontecer outros encontros, quando tudo isso passar, e a gente finalmente puder se ver, encontros com outras gentes, eu digo, e pra nenhum eu vou botar body de renda preta. Com você é especial, sabia?

O que vai me dar pra beber? Eu quero que você me faça muitas coisas. Servir vinho branco meio gelado, por exemplo. Numa taça bonita daquelas que a gente quase não consegue segurar com uma mão só. Gorda. Me elogia. Mas ainda não me beija. Nem tenta, se puder, quero criar um clima de romance.

Pin on My Love

Finge que está preparando alguma coisa bem gostosa pra gente comer. Pica uns queijos diferentes. Salpica umas ervas por cima. Diz que fica pronto já já e que espera que eu goste. Daí pergunta o que eu quero escutar, me ouve dizer que é Caetano, e vai lá e bota um Chico no lugar. Pra gente rir e criar um clima de tesão.

Aqueles queijos diferentes lá ninguém vai nem provar, né, você sabe. Porque vinho branco meio gelado é rápido de beber. E, quando a gente nem espera, já está meio bêbadozinho, vai pegando no muque enquanto dá risada de umas coisas bestas que você diz, você hoje está mais engraçado que nunca. É a saudade.

É a saudade? Você vai estragar meu body preto de renda de tanta pressa que vai ter pra desabotoar o fechinho que fica no meio das minhas pernas. Achou que era de pressão, eu avisei que era de encaixe. Só que sua língua é tão quente e molhada que, olha, tá tudo bem, eu compro um novo. Eu nem compro, e venho pelada da próxima vez. Pra facilitar de você lamber exatamente este lugarzinho que está lambendo agora.

Eu vou querer transar de novo. Você topa? Falei que ia pedir coisas infinitas de você. E, se der, vou querer terminar tudo dormindo meio encaixada em você. Não muito, que seus pelos me dão calor, mas quase. Você topa. E eu topo, também, se com o dia quase amanhecendo você botar o pau grande e bem pronto entre as minhas pernas, e quiser me comer mais uma vez.

Eu vou querer sair sem banho nem café. Você vai insistir. Eu vou achar que quase gosto de você a mais do que deveria, mas vou lembrar dos outros pra quem não chegava a usar body de renda preto, mas que gosto também que me lambam molhados, e vou decidir que um pedacinho do queijo de ontem eu até aceito, uma xícara de café com leite também ia bem.

Vou perguntar se você está de ressaca igual a mim. Te ameaçar de levar seu cachorro comigo, porque ele é fofo e tem barba. Do interfone na cozinha, você dispara o portão lá embaixo, eu desço com calma, o bife de ontem já se dissipou. Tem alguém fazendo pão na chapa.

Da janela do seu quarto, você vai me soprar um beijo pra calçada. Eu pego com a mão e finjo que aperto ele pra dentro do peito. A gente sabe que vai se ver de novo, e em breve. Ninguém me chupa assim. Se eu me apaixonar por você, te mato.

]]>
0
A três https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/24/a-tres/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/24/a-tres/#respond Mon, 24 Aug 2020 17:36:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3008 Por Dolores

Com o dedão apoiado na minha fatia de pizza, ele perguntou o que eu achava de furar a quarentena. Devo ter revirado os olhos, porque é o que eu sempre faço quando ele me pergunta o que eu acho de furar a quarentena. É um assunto que gera brigas intermináveis em casa. Pedi pra ele soltar o meu pedaço de catupiry, você não há de me comprar com gentilezas.

Mas a ideia, pela primeira vez em quase seis meses, agora parecia boa. Ele não queria abrir uma exceção para ir visitar ninguém, nem para ir ao bar com a galera, tampouco para viajar para São Sebastião. A quarentena ia ser furada para que ele me comesse junto com um amigo. Se eu revirei o olho agora, a sensação certamente era outra.

Tudo se arranjou rapidamente. E não deu nem uma semana e o rapaz estava aqui. Arrumado, mas sem dar muito na cara, o cabelo cacheado cheiroso que dava pra sentir de longe.  Camisa meio aberta no peito. Me pareceu nervoso, só não mais do que eu, que de uma hora para a outra desaprendi a segurar coisas sem deixar tudo cair.

Com todo mundo de pé, encostados no balcão da cozinha americana, foi que o negócio começou a rolar. Acho que alguém deu a desculpa de olha a arquitetura dessa reforma que magnífica para levantar e tomar a iniciativa. O fato é que rapidinho teve beijo triplo, e mais rápido ainda meu vestido foi para o chão.

A luz do quarto já estava ajeitada pra não constranger nem tirar a graça. O lençol, limpíssimo. Eles terminaram de tirar a minha roupa, lambendo meus peitos e passando as mãos (quanta mão) pelas minhas coxas.

polygamy | Jack Fisher's Official Publishing Blog

Virei, bem malandra, de quatro, de costas para eles. Queria ver como era ter a bunda mordida por dois, e duas caras se enfiando com nariz, língua e boca dentro de mim. Recomendo.

Revezamos por um tempo com um na manutenção dos acessórios enquanto o outro me penetrava. E era curioso ver os estilos diferentes – enquanto um se sentia mais em um pornôzão meio violento, o outro era mais amorzinho e chamego. Muito bom poder misturar tudo numa trepada só.

Lá pela meia hora de diversão, foi quando alguém arriscou a sugestão que todo mundo esperava. O amigo sentou recostado na cabeceira, pernas de índio. Eu sentei por cima, fui deslizando inteira até terminar de engolir o pau inteiro. Muito beijo, porque era dele o papel do romance.

Depois de observar um pouco a cena, o outro veio por trás de mim, o pau duríssimo, e se esfregou já bem molhado para começar a enfiar na minha bunda. Quando encontramos o ritmo, todo mundo junto, em sintonia rumo ao gozo, eu já nem me lembrava mais de quarentena nenhuma. E revirei o olho pela terceira vez.

]]>
0
Cenas sexuais de um casamento https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/12/cenas-sexuais-de-um-casamento/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/12/cenas-sexuais-de-um-casamento/#respond Wed, 12 Aug 2020 14:20:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3004 Por Carmen

Ele sai do banho, a porta do banheiro aberta, passa a se enxugar na soleira, pingando um tanto no porcelanato, outro no assoalho de madeira. A barba – já grande – parece ter ganhado uns cinco centímetros a mais. Os pelos molhados estão grudados também nas canelas, nas coxas, ao redor do pênis, solto majestosamente à frente das bolas, igualmente imponentes.

A pele do colo dela tem um brilho que atrai ao toque quando tira a camiseta de algodão e releva os seios fartos, macios, que há meses não vivem a prisão do sutiã. Logo vem o gesto involuntário, tão dela, de passar uma mão por baixo de cada mama, fazendo um leve massagear. Depois tira a calça, fica só com a calcinha rosa de babados e, então, serpenteia o corpo sob os lençóis.

 

sexo

 

A TV está ligada, roupas estão espalhadas pela bancada diante da cama. É noite de quarta-feira, ano de 2020, tempos de isolamento social.

A pandemia foi ruim para o sexo. Estresse, medo de morrer ou perder alguém para uma doença incompreensível não contribuem com a libido. Todos os estímulos que casais de longa data lançam mão para rodar os pratinhos do relacionamento foram cancelados por tempo indeterminado: a saudade depois de um dia longe, a saidinha pra jantar no restaurante charmoso, a babá para o vale-night.

Foram mais dias de letargia do que de gozo nesta quarentena interminável, mas, quando estão prestes a se convencer que vai ser assim daqui para frente, sexo meia boca, prazer mediano, apenas a lembrança do fogo de outros tempos, eles se viram de lado, um de frente para o outro, numa noite qualquer, de uma semana qualquer. E vem os beijos, primeiro estranhos, sem graça, mas que vão ganhando estímulo e companhia das pernas entrelaçadas, da mão que acaricia o pau, da rigidez e ousadia.

Transam devagar, mas gozam rápido, na familiaridade, na certeza de saberem o que gostam, como gostam, independentemente das transformações.

 

 

 

 

 

]]>
0